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Contos-->O Quadro ( IV ) -- 01/11/2002 - 23:56 (cumpadri) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quarta parte do conto o Quadro

Carlos Eduardo Pereira assinava seus quadros simplesmente com Carlos Eduardo. Ao olhar de relance para a sua assinatura no canto inferior esquerdo da sua tela lembrou-se do personagem principal do imortal romance de Eça de Queiroz ‘Os Maias’, também Carlos Eduardo da Maia tinha possuído a sua amada e por um capricho do destino perdeu-a para todo o sempre, talvez fosse esse o destino, o karma, a tragédia de todos os homens de nome Carlos Eduardo, o que o levou a sentir qualquer coisa de profético, de sagrado, de intangível na sua assinatura, no seu nome.


Alguns segundos depois concentrou-se na assinatura da sua mais que todas: Ana Oliveira, o nome completo dela era Ana Maria Salazar Oliveira, Carlos nunca mais esqueceria estas quatro palavras por mais tempo que durasse a sua existência, coincidência ou não Oliveira Salazar tinha sido o principal responsável por um regime ditatorial, despótico, e também de forma despótica Ana Salazar Oliveira estilhaçou todas as esperanças, todos os sonhos de amor dos dois, o que o levou a sentir também qualquer coisa de profético, de sagrado, de intangível no nome da sua menina amada.


Carlos depois destas reflexões que mais não fizeram do que dar-lhe a certeza do que mais temia: Ana nunca mais seria dele, abandonou a sala de exposições sem sonhos, sem esperanças, desesperado.


Ana e José de Fonseca entretanto já estavam na sala de estar da casa do último.
- O que estamos nós aqui a fazer a sós, professor?
- Comemorar a tua vitória, não foi isso que te prometi?
- Mas só os dois?!, estava à espera de outra coisa. Sei lá... Uma sala cheia de gente a dar-me os parabéns e a pedir-me autógrafos.
Como é doce a inocência, a ingenuidade pensou deliciado José.
- A tua vitória, de certa forma a nossa vitória, foi grande e muito importante mas numa escala que não chega para essas comemorações, com certeza a tua família e os teus amigos dar-te-ão os parabéns e colocar-te-ão num pedestal mas a sociedade por enquanto não.
- Porque não?
- Para conseguires o reconhecimento social que desejas e mereces ainda tens um longo caminho a percorrer, muito trabalho e muitas demonstrações do teu valor, tens de ter calma! Cada coisa a seu tempo...
- ...
- É injusto!, eu sei. Tanto trabalho, dedicação e talento para ser reconhecido só por uma meia dúzia de pessoas, mas é por isso que não podemos desistir dos nossos ideais, se eles forem avante todo será diferente para melhor, o Mundo será mais justo. Se o partido revolucionário já tivesse chegado ao poder nesta altura tu já eras a heroina do povo, já terias tudo o que desejas e mereces, pelo teu esforço, dedicação e talento.
- Eu sei é por isso que não podemos desistir da nossa luta, temos de abrir os olhos a todos os outros, faze-los vir até nós, mostrar-lhes que temos razão, que os países governados por nos são melhores e mais justos.
- A tua visão e a tua inteligência são as qualidades que mais aprecio em ti, minha menina linda e apetitosa.
- Mas ainda não percebi porque só estamos aqui os dois, os meus pais e os meus amigos estão para chegar?
- Ana, como os teus pais amanhã trabalham e os teus amigos têm aulas, combinei com todos eles uma festa enorme no próximo fim de semana aqui, na minha casa, em tua honra, por isso hoje a festa é só nossa, já que fomos os principais responsáveis por este teu enorme êxito, anda vamos para a sala de jantar onde está tudo preparado e á nossa espera.


A sala de jantar estava à média luz, a mesa para dois estava cheia dos mais apetitosos acepipes, de garrafas de vinhos brancos e tintos de reserva, no frigorifico esperavam pelos brindes algumas garrafas do melhor champanhe Francês, a completar o ambiente em cada ponta da mesa ardia tenuamente uma vela aromática e uma aparelhagem lançava sons suaves e harmoniosos para o ar. Ana ao encarar com tudo aquilo ficou rendida, sentou-se e usufruiu de todas aquelas coisas maravilhosas, encantadoras, românticas, enfim encontrava-se nas suas sete quintas.


Depois da comida, do vinho e do champanhe veio a dança e mais champanhe e mais dança mais champanhe..., José aos poucos conduziu Ana para o seu quarto. Chegados lá, a rapariga suavemente embalada pelas mãos de José e pelo copo de bebida deitou-se sem ter muita noção do que a esperava, quando o homem a começou a beijar e a mexer-lhe nas partes mais íntimas levantou-se de forma brusca e olhou-o selváticamente, mas manteve-se em silêncio e calma, afinal não era a primeira vez que se deparava com a hipótese de se entregar a um homem, ainda a algumas hora atrás tinha sido de corpo e alma de Carlos. José ao notar uma certa indecisão por parte da rapariga em ceder aos seus avanços retrocedeu, mas não desistiu.
- desculpa o meu entusiasmo, é o Champanhe a subir-me à cabeça. Anda!, senta-te junto a mim para fazermos as pazes.
O pintor com a sua mão direita bateu duas vezes na zona da cama onde desejava que Ana se sentasse. Ana perdoou e acedeu ao pedido, mas continuou sem proferir uma única palavra.
José, quando sentiu ter recuperado o domínio da situação, tirou uma caixinha de prata da gaveta da mesinha de cabeceira e disse:
- Só uso isto com pessoas e em ocasiões especiais.


Continua no conto: O Quadro ( V )

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