Nós, os juninos, aqueles que nascem no mês que divide o ano, nos trinta dias que são conhecidos pela festa da fogueira, dos fogos de artifício, pelo frio das noites serenadas e pelo calor das bebidas quentes, temos os coração em brasa e em festa vivemos a vida com a sabedoria de viver um dia de cada vez.
Nós, os juninos, nascidos sob o signo de gêmeos ou de câncer, cultivamos o auto respeito, não aceitamos “qualquer coisa”, pois temos um nível mínimo de exigência para quem será nosso par nessa quadrilha. Mas mesmo assim nem sempre escapamos de nos queimar. Porém, nós, os juninos, já vivemos a desilusão necessária que nos liberta das mentiras.
Nós, os juninos, somos o de mente complexa mais simples de coração, nascemos no mês do solstício quando a duração da noite é a mais longa do ano trazendo o inverno ao hemisfério sul. Por isso somos lunares por fora mais solares por dentro. Nós, os juninos, carregamos as chamas nos olhos, porque nascemos no mês a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizando o início da vitória da luz sobre a escuridão. Nós, os juninos, quando lunares amamos a noite mesmo tendo medo do escuro, porque temos uma atração quase infinita pelo mistério, mas quando solares usamos a luz do sol como energia pra enfrentar a rotina.
Nós, os juninos, nascemos no mês dos namorados e no mês em que as pessoas pedem aos céus por um casamento. Dizem por aí que Santo Antônio é o santo casamenteiro, mas é no dia de São Pedro que se escolhe o melhor pretendente. Nós, os juninos, nascemos no mês dos balões, não aqueles que caem e queimam, mas os que ascendem aos céus levando nossos pedidos e nossas esperança. Nós, os juninos nascemos no mês que agradecem pela colheita e no mês das satisfações, por isso nascemos pra vencer e pra dar graças por tudo aquilo que conquistamos e por todas nossas bênçãos.
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