Um vento forte estremece e agita
E a gente fica a contemplar
O exuberante Flamboyant
Debruçado colorido,
Colorindo a chegada dos migrantes
Vermelhando o verde de Salto de Pirapora.
Palmeiras buscando um céu de muito anil
Realçado de alvos nimbos,
Dão singelas boas vindas aos visitantes.
Refúgio, descanso, páramo de anseios,
Tardes amenas de Salto de Pirapora...
Chuvas esparsas, dadivosas,
Encharcando o chão trincado,
Vejo-a lá longe e a espero, e do outro lado,
Um horizonte sofrido a implora.
A brisa traz o perfume dos ciprestes das quintas...
Pardais agrupados, ciscam despreocupados,
Indiferentes a poetisa que pranteia,
Entre a saudade de uma terra alheia
E a vontade de ficar!
No grotão um tiro ecoa,
Grosso, sentido, morto, é a morte
E a juriti já não voa.
No verde das invernadas enfeitando o panorama,
Pontos brancos, pretos são boiadas de bons donos.
Os sóis do entardecer, tingem o céu de laranja em degradée,
Tingem minh`alma e uma gente de ouro.
E o arco-íris colorindo o céu de mil cores
Emborca e invade a terra e a deixa num cenário de esplendores.
A noite não poupa a lira, nem serenatas,
E Baco é reinante nas noites de luas altas,
Nas noites de mais estrelas.
E o inhambú canta e chora
Nas manhãs lindas de Salto de Pirapora.
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