a queda
abandono os pés
ao falso compasso da valsa,
que penetra pelas frestas
e assola minhas noites insones.
o magnífico som de luas mortas,
martelando o silêncio,
faz desandar a compulsividade
adormecida em meu sangue.
nenhum detalhe além daquelas notas,
e o rubro salto das horas,
configurando as entranhas da noite
sem pretensão alguma.
abandono os pés
ao falso compasso da valsa,
como quem cai num abismo,
no fosso,
na fossa.
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