Neste dia de chuvinha, saia à rua de sombrinha,
saúde bem a vizinha, dê um bom dia geral
e entre para o seu carro, seja Porche de primeira,
um Audi ou uma banheira, um carrinho familiar,
faça condução prudente e não molhe a pobre gente
que vai a butes trabalhar, ou espera um autocarro,
num passivo pacientar.
Refreie a sua arrogância, orgulho ou petulância,
que o seu nobre cavalgar, não é de cavalgadura,
mas sim de nobre criatura que tem um topo de marca,
responsabilidade vaga, que lhe obnubila o pensamento,
conduzindo-se como um tosco, desmentindo o que aparenta,
desorientando os pobres tipos, humildemente a sessenta, rezando aos céus para que nada faça empanar
e de vez se extinguer, o doce ronronar,
da sua velha e lamentável maquineta,
depois da qual, só de bicicleta...
Trave com moderação, acelere o coração,
punha as lentes da modéstia
vista-se de humanidade
ande assim pela cidade,
só então topo de gama,
na escala
da vida
humana.
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