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Artigos-->Sexo: masculino. Profissão: professor -- 05/07/2011 - 16:16 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


      Se as mulheres são maioria em profissões antes dominadas pelos homens, como a odontologia, os marmanjos começam a ocupar a docência no ensino médio de forma significativa. Talvez seja uma tendência mais perceptível em escolas particulares, que não selecionam seus professores pelo resultado de um concurso, mas pelo currículo e, principalmente, pelo desempenho no exercício da função. O que deixa claro que as particulares têm uma ideia de competência, perdoe-me!, bem particular.   

      Em cursinhos pré-vestibulares, professores sempre foram maioria, principalmente na área de exatas e biológicas.  Para as mulheres ficavam a Língua Portuguesa e, talvez, a história ou a geografia. Matemática e física eram dos machos.   Os professores pareciam mais adaptados ao pique alucinante exigido por salas de 300 alunos interessados em acumular dicas e truques para entrar nas grandes faculdades.   O ensino médio era alheio a essa realidade e não havia, por parte da família, uma pressão significativa para que a terceira série fosse sempre um terceirão.   As escolas ainda eram um ambiente de mulheres, com direito à venda de Avon na sala dos professores.

     Não por coincidência,  as escolas de ensino médio mais competitivas passam a contratar professores em lugar de professoras exatamente no momento em que os pais começam cada vez mais cedo a se preocupar com a preparação para o vestibular.  Um dos critérios para escolher uma escola para um adolescente passou a ser a capacidade que a instituição teria de levar seus alunos à aprovação na FUVEST, na UNICAMP, na UNESP, no ITA.  Faz uns dez, doze anos que esse fenômeno vem se intensificando.  A lógica é simples: se o professor funciona bem no cursinho, cujo objetivo é o vestibular, funciona bem no ensino médio que passa a ter o mesmo objetivo.

      Outro fator que justificaria essa nova preferência de gênero seria a disciplina.  Todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem reconhecem que uma das competências de um professor é saber interferir positivamente no comportamento de seus alunos. A ordem, o respeito, o silêncio nos momentos certos são responsabilidade do professor.  E da professora. Não é uma máxima, é um relatório de observação: em princípio, adolescentes respeitam mais a voz masculina que a feminina.  Ainda que esse contrato de convivência dependa mais da estratégia do docente que do gênero, é fala velada, mas constante, entre diretores e coordenadores: professor “domina” melhor a sala. 

     Seja pela postura diante do conteúdo monstruoso dos vestibulares ou pela capacidade de domar os pimpolhos crescidinhos, o professor invadiu a praia das professoras.  Em princípio, o fim da diversidade é sempre negativo.  Os administradores escolares, para obter uma noção mais clara dos efeitos dessa masculinização da docência, precisam definir o projeto político pedagógico de suas instituições. Parece óbvio que uma escola só de professores fica carente do espelho do feminino e de tudo que pode ser refletido por ele. É isso que as escolas querem? Perguntemos às diretoras, que ainda são maioria.


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