Vem, me pega, doce moleca
Não me deixa escapar, solto na solidão
Me deixa ser algo de ti, minha boneca
Nem que seja teu irmão
Me livra das donas dengosas
Cheias de verso e nenhuma prosa
Carrega meu ombro cansado
Não me deixa só, nesse estado
Esfrega mias costas, bandida
Se gostas deste velho temporão
Que vive um sorrir de alambique
Me abraça, desperta mias modas
Me beija, mia doce saíra
Me traz pele que arrepia
Tua boca de algodão-doce
Me ama como só fosse um dia
Me espera, bela marquesa
Que eu chego aos poucos e vago
Sou teu desde o primeiro trago
Escravo da tua realeza
Me encanta com tuas belas artes
Mia loba, mia feroz princesa
Sussurra em meus olhos tua reza
Mia musa, mia mulher singela...
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