A palavra se é enfado
esmorece o sentimento.
Se é grotesca,
aproxima-nos da besta.
Se é insípida,
então é porque não existe.
Se é acesa,
enssombra a sua essência.
Se é maldosa,
fere acutilante.
Se é arma,
desafia quem a lê.
Se é eufemística,
cheira a hipocrisia.
Se é polémica,
gera a confusão...
Se revolucionária,
cria movimento.
Se atávica,
acorda o sonho.
Se bárbara, fere os ouvidos,
Se mística,
desperta o pôr do sol.
Se apaixonada,
vibra refulgente.
Se ousada,
espevita corpo e mente
Se acidulante,
explode num instante!
Ah, não!
Não há palavras inocentes.
Há só poetas irreverentes,
|