epiderme
é preciso estar só,
nesses dias tempestuosos
de minha carne,
ociosa,
pedindo trêmula por uma
dose de veneno.
perco-me convulsivo
por negras ruas amortecidas,
onde meus pés
sequer repousam,
e o vento tem a força
de uma profecia.
arde o instante estático:
tuas mãos percorrendo a pele
– a pálida pele desobrigada
de qualquer resposta –
de minha côncava barriga.
é preciso estar só
no seio dessas horas
suicidas.
|