a noite vomita poemas insólitos
a noite vomita poemas insólitos
sobre o dorso dilacerado
dos amantes adormecidos.
cães sedentos arrastam-se por ruas,
desertos anti-sépticos,
espaços desocupados sem anseios.
a alma atrofiada nas esquinas,
gera expressões esquecidas.
patéticos gritos efeminados
atravessam a realidade caduca,
deliberadamente oprimindo
a estabilidade da velha harmonia.
a obsessiva
não-voz violenta dos gestos,
cata sonhos no afã de cada objeto.
|