Usina de Letras
Usina de Letras
155 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50608)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->Leitura Poética: "Sociedade dos Poetas Mortos" -- 05/06/2002 - 12:37 (Taíse Regina Leal dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Leitura Poética: 'Sociedade dos Poetas Mortos'

A repressão da época, voltada aos alunos de uma escola tradicional, acaba despertando o desejo de liberdade nos meninos. As próprias imagens da época (final dos anos 50), inspiram reflexões poéticas. A repressão, o tradicionalismo da escola, são atitudes que levam os garotos a questionarem o que se passava à volta deles.
A aula de literatura acaba quebrando a rispidez das outras aulas tradicionais e desperta nos alunos o prazer de viver, a vida pura e simples como ela é. A aula desperta um desejo de viver e deixar que aflorem emoções e desejos nos garotos que até então eram reprimidos, hora por seus pais, hora pelos professores. O professor consegue mostrar aos alunos que o aprender pode se tornar gostoso e interativo e começa sua aula dizendo para que os alunos o chamem de 'O capitão, meu capitão'. O professor tem atitudes, como a de ler os poemas em voz alta, que mostram aos alunos que o 'belo' é necessário. Precisamos do belo para viver. A pintura, a música, a poesia, todas fazem parte do 'belo', e essas simples atitudes é que são a essência de nossas vidas: 'Fazemos poesia porque fazemos parte da raça humana, não simplesmente por fazer. A raça humana precisa do belo para expressar seus sentimentos', diz o professor.
O ato de rasgar a folha do livro na qual está escrito que para se entender poesia é necessário que se analise sua rima, métrica etc, mostra que na verdade esta análise não passa de 'excremento', pois não estamos tratando de um computador ou de sentenças matemáticas e sim de poesia, algo que nunca deve ser analisado friamente e sim a partir de um 'eu' lírico interior. Lendo os poemas em voz alta, os meninos percebem que a poesia não é algo para ser analisado friamente, ordenando as sílabas poéticas, como nos exigem alguns professores. A poesia é para ser ouvida, falada e principalmente, sentida. Acima de tudo, a poesia é algo interior que só pode ser analisada por sentimentos poéticos dotados de sensibilidade. Sentindo a poesia, eles começam a prestar atenção a detalhes, aos rostos do passado e expressões que nunca dantes ouviram, fazendo um exercício de apenas ouvir.
A primeira impressão sobre a aula, foi a de espanto, por ter sido algo diferente das outras aulas decorativas e conteudistas. Mas ao mesmo tempo que o espanto, surgia a excitação pelo novo, pela busca do entendimento da vida, do amor aflorado na pele de garotos que até então só conheciam a submissão de seus pensamentos, sentimentos, desejos e vontades.
Por causa de todos os desejos que nascem ao despertar da vida, criam a 'Sociedade dos Poetas Mortos'. A 'Sociedade dos Poetas Mortos' destinava-se a sugar a toda a essência da vida, ou seja, viver intensamente cada segundo de vida. As reuniões da Sociedade eram como um sarau, onde os meninos deixavam suas bocas falarem por si próprias, cantarem seu interior. Criavam personagens, faziam músicas, poemas, liam poesias de outros poetas em voz alta, deixavam seus sonhos virem à tona. Era o espaço que tinham para mostrar a si próprios que podiam pensar livremente, sem submissão e repressão.
Dois dos garotos, apresentam traços e atitudes do Romantismo. Um é apaixonado por uma garota e diz que sem ela, preferia morrer. O outro acaba se matando depois de perceber que se continuasse a viver, seria reprimido toda sua vida, e ao invés de ver seus sonhos e desejos sendo jogados no lixo, prefere morrer com eles e de certa forma eternizá-los. De acordo com as características do Romantismo, eles buscam a morte como solução dos problemas. Quando não conseguem realizar seus desejos, preferem a morte a ter que se tornarem prisioneiros de uma realidade que não é a que gostariam de viver.
O ato final do garoto que sobe na carteira, mostra ao seu mestre que ele pode se considerar vitorioso, pois tudo o que fez ali, não foi em vão. Mesmo com toda a escola contra o método do professor, o garoto mostra que ele fez a diferença. São pequenos atos que fazem diferença, e mesmo que ele não tenha conseguido despertar toda a classe, ele pelo menos conseguiu despertar alguns. Essa é sua maior vitória. O professor se dá por satisfeito, pois sabe que aqueles poucos que despertaram, são os que farão futuramente a DIFERENÇA.


Taíse Regina Leal dos Santos
Piracicaba -2000
Estudante de Letras - UNIMEP



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui