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Ensaios-->Parlendas na Guabiraba -- 16/06/2002 - 18:14 (Thelma Regina Siqueira Linhares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fugindo à regra geral das brincadeiras de correr, muitas vezes agressivas, as meninas da área de Casa Amarela, particularmente da Guabiraba, gostam de brincar com parlendas, durante o recreio conturbado das escolas públicas de 1º grau.

São meninas na faixa etária dos sete aos doze anos que se organizam em duplas ou em quartetos e, juntas, vão cantando e acompanhando, com gestos, o que a letra sugere.

As letras têm rimas que reforçam a marcação da cantilena. Dado o início, as crianças começam a cantar e acompanhar os gestos com atenção, graça e alegria. Ao errar, recomeçam a brincadeira, com a mesma vitalidade, até cansar e enjoar quando, então, partem para outras atividades lúdicas.

É importante destacar, na parlenda, o elemento socializador. Em algumas, há a participação das crianças que rodeiam as que estão cantando e têm, incluídos, seus nomes nas letras e brincadeiras. Às vezes, os meninos podem, democraticamente, brincar.

Destaca-se, também, o elemento lúdico que, despretensiosamente, vai desenvolvendo afinação, ritmo e o gosto pela musicalidade, tão presentes nas crianças.

Ainda há de se ressaltar, entre outros, o desenvolvimento da atenção, do vocabulário e da coordenação motora.

A seguir, alguns exemplos de parlendas cantadas por Flávia, Janaína, Ivana, Isabel, Elza, Luciana, Lucilaine, Joseane, Gerlane, Sunamita, Taís e outras meninas da Guabiraba.

Babalu
(1) Babalu
(2) Babalu é Califórnia
Califórnia é Babalu
Eu só danço discoteca
(3) Discoteca da galinha
(4) Cintura de mocinha
(5) Bumbum empinadinho
(6) Babalu
(7) Aqui prá tu

Gestos que acompanham a cantilena Babalu:

(1) Mãos postas se tocando em palmas dorso das mãos esquerdas juntas
(2) Mãos direitas batendo embaixo e em cima
(3) Mãos nas axilas
(4) Mãos na cintura
(5) Mãos nos quadris
(6) Mãos postas se tocando
(7) Dá o dedo

Comentários da parlenda Babalu

As meninas cantam entusiasmadas e gesticulam conforme a letra. O último verso é cantado com mais ênfase, enquanto, o gesto de dar o dedo é feito com todo vigor, numa atitude autorizada e, até desculpável pela cantilena, apesar de reprimido, normalmente, pelo adulto.

O casamento

Com quem Sthella
Pretende se casar?
Com louro, moreno,
Careca, cabeludo
Rei, ladrão
Polícia, capitão?
Estrelinha do meu coração.

Gestos que acompanham a cantilena O Casamento:

As mãos de cada criança se tocavam na vertical, as duas palmas se batem e bate-se palma, repetindo-se esta seqüência até a palavra coração, quando, então, esticam-se os dedos que, somados vão dar o número da escolha das opções cantadas: 1 - louro; 2 - moreno, 3 - careca, 4 - cabeludo, 5 - rei, 6 - ladrão, 7 - polícia, 8 - capitão, retornando ao 9 - louro e 10 - moreno.

Comentário da cantilena O Casamento:

A dupla que está cantando e gesticulando, pode incluir outra criança que esteja acompanhando a brincadeira.

Se a criança for do ciclo de amizades e o escolhido for um mau-partido, as duas cantoras tornam a escolher outro candidato através de uma nova contagem. Caso contrário, deixam as coisas assim mesmo...

Outras parlendas cantadas pela garotada da Guabiraba:

Dindim, Castelo

Dindim castelo
Mal-assombrado
Xixi de rato
Prá todo lado
A coitadinha
Da princesinha
Não aguentou:
E desmaiou.
Manchete, manchete, manchete
Manchete, manchete
Aberto, fechado, aberto
Cruzado, sentado


Cê cê

Cê cê rê rê cê cê - cê cê
Somos quatro
Eu com tu
Tu com ela
Nós por cima
Vós por baixo
Cê cê rê rê cê cê - cê cê

Conclusão:

É interessante observar que o Folclore está presente no dia-a-dia das crianças. Talvez, não tão constante e atuante quanto gostaríamos, mas, revestindo-se do novo, reinventando-se, recriando-se. E contribuindo, com certeza, para tornar a vida mais criativa e feliz. Como as parlendas infantilmente cantadas.


(Linhares, Thelma Regina Siqueira. 'Parlendas na Guabiraba'. Em Fundação Joaquim Nabuco, Coordenadoria de Estudos Folclóricos. Folclore, 252, julho de 1998)

Texto enviado como colaboração para a Jangada Brasil, nº 38, de outubro/2001.
www.jangadabrasil@com.br

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