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Artigos-->VOCÊ JÁ PERDEU UM GRANDE AMOR? -- 16/02/2002 - 15:06 (denison_obras selecionadas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Paris. 11:43 da manhã.

- Você voltou... meu amado?

- Sim...agora para ficar.

- Você é a falta que dói.

- O que tem feito sem mim todos esses anos?

- Não sei...tenho lhe esquecido... você me dá vontade de amar!

- Você é como mil mulheres!...

- Eu gosto de ser como mil mulheres. Isso me alegra.

- Eu sei disso. Fale sobre nós, minha amada...

- Eu comecei a amá-lo no celeiro, lembra? Depois nas ruínas, e depois nos quartos e em toda parte...Depois você morreu! Eu tinha 18 e você 29.

- Teria sentido frio em Paris se não fosse amada?

- As adegas são frias em Paris...no inverno ou no verão.

- Você gritou, minha amada?

- Gritei! Gritei teu nome. Fui para a adega fria...me punir.

- Teve medo?

- Não sei...as adegas são úmidas, as paredes têm muito salitre...depois não sei mais nada.

- Nada?

- Não, meu homem. Às vezes entra um gato e olha...não é mal.

- Quanto tempo?

- Uma eternidade!

- Às vezes você chora por causa deste amor interrompido?

- Ao longo do Muro.

- Pensa em mim?

- Penso em ti, mas não te tigo!

- Grita isso!

- Penso em ti, mas não te digo!

- Grita, louca!

- PENSO EM TI...

- Tem vergonha?

- Não. Você está morto e eu estou muito ocupada, sofrendo.

- Esqueceu do nosso amor por completo?

- Um dia saí da eternidade. Então voltei a ver...ver o dia, as horas, a morte sua, minha vida, minha vida que continua...a morte sua que continua...

- Como pôde esquecer um amor verdadeiro?

- Horrível! Comecei a não me lembrar mais de você...passaram 14 anos...comecei esquecendo pelos olhos, depois o esquecimento tomou a tua voz, e depois de um ano...você era apenas uma canção.

- Não acredito em você, menina!

- Até das tuas mãos eu não mais me lembro. Lembro um pouco da dor...

- Esta noite?

- Sim...você retorna esta noite e me faz lembrar. Mas um dia não lembrarei mais. De tudo...de nada! Você não está completamente morto. Eu contei a nossa história. Olha você...ela é narrável. Olhe como esqueço você. Olhe como esqueci você. Olhe-me!

Ela pensa por um momento: “ E se ele me segurar pelos ombros e me beijar os lábios?... Eu estarei perdida...”

- Eu ainda não acredito, minha amada!

- O que faz aqui? Devore-me então. Deforme-me à sua imagem para que nenhum outro depois de você entenda meu formato.

- Eu não sei porque retorno.

- Mas eu sei...enquanto as pessoas passam pela ponte, ao longo do rio, seguindo as horas, você vem aqui, depois de tantos anos...me vigiar!

- Talvez tenha razão. Eu quero que você seja apenas minha!

- E a minha vida? Ainda sou jovem...

- Não interessa! Eu te ordeno: Destrua, voluntariamente, todo e qualquer tipo de relação que venha a ter com outros...

- Mas isso eu já tenho feito...

Neste momento a mulher vira para o seu amado e percebe que não há ninguém ali encostado à parede do quarto. Ele sumira. Era agora apenas uma fumaça de cigarro, uma taça inquietante de champanhe.



texto original: Denison Borges

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