O presidente Barack Obama, de pires na mão, implorou a oposição republicana para elevar o teto da dívida dos EUA de US$14,3 trilhões de dólares para US$16 trilhões, de modo a honrar os seus títulos, pagar a folha dos funcionários públicos, os juros da dívida, e até mesmo evitar um calote. A oposição só concorda em aumentar o teto, se o Governo apresentar um plano para fazer um corte profundo nas suas despesas. Isto tudo já foi dito pela mídia. Mas o fato concreto é que a referida dívida, de há muito, já era impagável, e chegar ao fundo do poço financeiro era apenas uma questão de tempo. O que causou surpresa mesmo foi o forte impacto das palavras do Presidente do Federal Reserve (Banco Central Americano) Ben Bernanke, afirmando de modo taxativo que, “se o teto da dívida não for elevado, ocorrerá uma enorme calamidade.” A demanda da oposição tem que ser atendida, caso contrário só restará ao Tesouro Americano, como faz rotineiramente, continuar emitindo dólares em profusão para financiar os déficits, causando mais problemas nas transações com o comércio internacional. O ex-colosso americano sempre foi financiado pelo resto do mundo, e tem o privilégio impar de emitir dólares para pagar sua própria dívida e financiar as suas despesas. Isto vai ter que acabar, pois é uma aberração financeira, que resvala nas economias de todos os países. Agora, com limites nas fontes de financiamento, e diante do impacto da crise financeira que assola os países europeus, o gigante do norte terá que fazer o seu dever de casa – cortar fundo às suas despesas, especialmente as militares, e aposentar o título de “xerife” do mundo.
Edvaldo Andrade
Salvador – Bahia.
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