Aqui estou, tranquilo...
Pólen, Néctar, Um cão ladra ao longe e Eu aqui tão quieto. Gosto do Sol lá fora a espreitar e a poeira que faz ao entrar... Uma bola desce a estrada e Sorrisos correm em calções, rindo e gritando para a apanhar. Gosto de carros de côres diferentes brilhando, quietos. Que chato seria ser tudo da mesma côr. O fumo do meu cigarro junta-se ao Sol que entrou e brinca... Um breve pássaro poisou no parapeito e voou. Só o ouvi, mas sei que era lindo.
Carros parados, pássaros voando rápidos e o vento sem se ver a animar quem quieto pretende estar...
Mesmo parados e mudos há objectos com ritmos próprios, quadros de traços rápidos, luminosos como se se movessem, alegres e tristes.
O movimento é mais do que a deslocação no espaço. O movimento é a nossa visão, a ideia dele mesmo. Vou adormecer escrevendo, gritando em silêncio.
Gatos de pedra, Cavalos de tinta, A Girafa castanha ri e o Galo sarapintado enche o peito... Rodeio-me de Silêncio se não pensar e ainda assim, nunca se sabe. |