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Artigos-->Contando histórias num abrigo de senhoras - (10) -- 05/08/2011 - 23:06 (Alzira Chagas Carpigiani) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 



Relatório de 05 de agosto de 2011 – Abrigo Novo Pentecostes – (de 10 às 11h)



Senhoras:



Pérola



Valdete



Zezé



Joana



Maria Silvestre



Ascensão



Ermerinda



Observação: Dona Maria Rosa saiu do abrigo, foi morar com o filho.



Enfermeira: Vanda



A cozinheira Delfina está de férias. Eu não tive oportunidade de conversar com a moça que a está substituindo.



Histórias: O vento, a lebre e a tartaruga; O gato de botas; O flautista de Hamelin e As Princesas Dançarinas.



Apesar do frio intenso da manhã de hoje, as senhoras acompanharam com grande interesse as histórias contadas. A primeira, O Vento, a hiena e a tartaruga, &
9472; um conto integrante do livro Contos e Lendas da África, da editora Cia. das Letras, &
9472; sempre provoca risos e gestos de admiração nos ouvintes, em virtude do “duelo” de espertezas travado entre a hiena e a tartaruga. A vitória desta última é um incentivo às pessoas que, em suas vidas, optam pelo caminho da honestidade, apesar de toda deterioração moral que reina ao redor.



O felino astucioso de O Gato de Botas manipula uma série de episódios com o intuito de valorizar a si mesmo enquanto produto de uma herança e também a seu dono que, uma vez rico, poderá lhe proporcionar uma vida farta e regalada. Parece que esse perfil egocêntrico está de acordo com a natureza dos felinos e talvez por isso seja aceitável nessa história, sem suscitar maiores questionamentos de nossa parte, enquanto leitores ou ouvintes. O comentário das senhoras sobre o Gato de Botas? “Puxa, que gatinho esperto, não? Bem danadinho ele”. Pois é.



A melancolia é a moldura de O flautista de Hamelin. Enquanto a astúcia do gato é bem-vinda, o mesmo não ocorre com a astúcia do ser humano. Os moradores de Hamelin quiseram ludibriar o flautista e acabaram ludibriados por ele, de modo bastante cruel. O ar de espanto que pode ser observado no rosto dos ouvintes, quando as crianças começam a surgir de todos os lados, seguindo o som mágico da flauta do flautista é desolador. Quase é possível ouvir a indignação latente que reclama no silêncio: “Precisava mesmo ser desse jeito?”. A punição que o flautista impõe aos habitantes de Hamelin é implacável. Ele torna, ao mesmo tempo, aquela cidade opulenta livre de ratos e de crianças. E é assim que a história termina, aprovemos ou não o seu desfecho.



ComAs Princesas Dançarinas o fôlego próprio da magia é retomado. Ao ouvir (contar) essa história é possível sonhar com belos vestidos, com sapatinhos delicados que se gastam ao roçar o chão de um majestoso palácio &
9472; imagine só! &
9472; situado embaixo da terra. Bosques de prata, de ouro e de diamante, músicas, danças, príncipes e a presença de um soldado &
9472; claro! &
9472; para que conservemos pelo menos um dos nossos pés na realidade.



Depois da contação, tivemos hoje um momento de criatividade. Eu levei tesouras (sem ponta), papel sulfite colorido, massinha de modelar de cores variadas, canetinhas coloridas, giz de cera, lápis de cor e o CD Quem Canta Seus Males Espanta (nº 2), da gravadora Caramelo.



A proposta era que as senhoras criassem algo que sentissem vontade com base nas histórias ouvidas, mas a maioria delas desistiu por não sentir firmeza suficiente nas mãos para manusear a massa de modelar; pelo mesmo motivo, as tesouras para cortar as folhas de sulfite também não fizeram muito sucesso.



Algumas observações: duas senhoras tentaram comer massa de modelar. Fui alertada depois pela enfermeira desse perigo. Preciso ficar mais atenta a certos detalhes. Já a Dona Valdete, que não enxerga há dez anos, surpreendeu-me ao criar uma taça com massa de modelar. Ela disse que era a taça de ouro que o soldado tinha trazido como prova de sua visita ao palácio que ficava embaixo da terra, lá onde as doze princesas dançavam até quase o dia clarear. Perguntei-lhe: “A senhora ainda se lembra da cor verde?” Ela respondeu: “Lembro.” Então eu disse: “Essa taça bonita que a senhora acabou de criar é verde”.



Até a próxima, pessoal!



Um poema para terminar...



O Velho Camaleão



O velho Camaleão 

não sabe ficar parado 

Ele tem fama 

de ser um 

conserta-tudo 

conserta mola de porta 

conserta carrinho quebrado 

conserta telefone mudo 

conserta forma de torta... 

Às vezes, ele sai de casa 

e vai gritando pela 

rua: 



- O consertador chegou! 

Venha agora ou vou embora! 

Conserto bom e barato 

você não tem toda hora. 



- Mas me diga uma coisa, 

o que é que o velho Camaleão 

faz quando quer se divertir? 

- Ora, ele vai a concertos, certo? 

- Ah, entendi! 



 



        


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