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Ensaios-->Ilê-Aiyê & Tambores da Liberdade.. -- 09/09/2002 - 12:17 (Quixote de La Mancha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os jovens do bairro da Liberdade em Salvador - cidade em que o desemprego entre os negros é 74% superior ao dos brancos - dão uma pista preciosa: 'O primeiro passo é recuperar a auto-estima', diz Mário Pan, 25 anos, um dos professores da Banda Erê, que reúne crianças até 11 anos dentro do projeto cultural do Ilê-Aiyê. 'Fomos seqüestrados na África; vendidos; escravizados; humilhados e, por fim, largados à deriva. Nosso único escudo para recomeçar é a herança cultural que resistiu nos terreiros de candomblé. Na música. Na dança. No canto. O sujeito tem que se entender no mundo e para isso precisa reencontrar sua identidade', diz Mário.
Ao seu lado, Ramsés Santo dos Santos, 24 anos, desde os 11 anos no Ilê, admite: 'De tanto ver televisão, onde só branco é bacana, eu me sentia feio quando era menino. Queria mesmo era ser paquito: branco e loiro'. Para Sandro Tele, 25 anos, professor de informática e de cidadania no Ilê, um governo atento à desigualdade racial deve investir pesado em educação e crédito educativo fortemente dirigido aos jovens negros: 'Mas não adianta dar mais do que está aí: é preciso mexer nos currículos. Brancos e negros têm que aprender na escola a viver numa democracia racial de verdade'.
Uma escola voltada para democracia social e racial, segundo Mário Pan, tem que começar por rever a história oficial e seus estereótipos. 'Negro em livro escolar é sempre escravo. Desde o primeiro livrinho da sua vida, o que você tem é o negro submisso e derrotado; me diga, quem vai se identificar com um escravo? Aqui na Liberdade, ao contrário, o que atraiu a nossa geração, que mergulhou na cultura e escapou das drogas, foi ouvir alguém dizer que nós éramos lindos', proclama em voz exaltada, visivelmente emocionado. Sem tomar fôlego, Mário solta o vozeirão e convida ansioso por ouvir a resposta: 'Olhe em volta, veja como isso muda tudo'.
Muda, muda mesmo, Mário. De fato, muda tudo. A juventude negra da Liberdade tem a beleza e o brilho de quem enxerga o sonho além das ruelas estreitas e miseráveis. Seu olhar não é vazado como o de milhões de jovens pobres das periferias brasileiras. Aqui se enxerga o ilê-aiyê - o mundo que lhes pertence e no qual eles são protagonistas e não reféns de um destino cego.
(leia o texto completo em www.programalula.com.br

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