Interessante como há indivíduos totalmente refratários às emoções. Odeiam a felicidade, para eles um verdadeiro ultraje, e fazem de tudo para separar e desestruturar relações alheias.
Infelizes como eles só, verdadeiros molambos humanos, estão caindo aos pedaços mas repelem, de forma veemente, qualquer demonstração de carinho. Quando por acaso deparam, em seu mórbido trajeto de vida, com alguém que lhes cumule de bondade e atenção, negando-se a ver seu lado doentio, mostram-se genuinamente ofendidos. Inusitada reação! Curioso como aqueles sentimentos bondosos os oprimem, causando-lhes sincero desconforto e, em alguns casos, dor.
Pior: por uma total inversão de papéis tratam aqueles que deles se aproximaram, movidos pela compaixão, como verdadeiros inimigos. Passam a persegui-los encarniçadamente com o fito único de aniquilá-los, seja do ponto de vista moral ou psicológico. Em casos extremos há a possibilidade de extermínio físico.
E tudo isto por quê? Por sentirem-se AGREDIDOS, FERIDOS DE MORTE diante de manifestações de sentimentos até então desconhecidos. Se indagados responderão que estão revidando a AGRESSÃO sofrida!
Para tais seres, infelizmente, o arsenal terapêutico mostrou-se até o momento ineficaz. Talvez no futuro, com o advento de novos medicamentos consiga-se controlar melhor a questão.
Quanto à Psicanálise, creio que nem um congresso de analistas conseguiria tratá-los. Tais pacientes odeiam a terapia analítica, possivelmente por alimentarem a fantasia de serem internados e tratados brutalmente. Na realidade seu maior medo deve ser o de se curar. Fazer depois o quê com aquela maldade toda?
14/04/02
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