Sertão, de solo rígido, a aridez penetra na matéria orgânica e suas raízes encravam na rocha matriz, onde os mandacarus xiquexiques, sustentam uma paisagem vazia.
Por ser tão cinzento, no sertão, não há verde ,o verde clama o fenômeno chuva, senhora que atende aos famélicos, mata a sede, e faz milagres ao permitir que a vida brote quado esta molha a terra e transpira entre os galhos secos. Há que surge então um arco-íris de flores, flores infinitas....alegres todas com o seu brilho peculiar. O amarelo, azul, violeta, vermelho se mesclam com o onipresente verde arbóreo. Entre pedras e seixos lá está um cogumelo, que emergiu para uma habitat novo, meio inquieto, mas ali está anunciando que há vida no sertão. Entre os galhos ,antes secos, surge o vermelho-amarelo de uma florzinha ávida de oxigênio e a cada galho a cena se repete...
O azular do céu com suas nuvens brancas, contrastam e enobrecem a paisagem colorida , não há mais limites entre o céu e a terra...a alvorada anuncia a vida...e o anoitecer.repousa as espécies, dando lugar ao luar do sertão ..um luar vermelho onde tudo é novo... O sol reflete nas águas. eis que surge um narcisismo típico da natureza...a água traz a imagem de um colorido infindo...
Não há outra definição se não “milagre”, é tocante ver o “cinza virar verde”, nascer vida de uma paisagem que inspira o vazio..A chuva traz vida,mesmo que um tanto efêmera...mas é real é a “natureza-viva” que resplandece no sertão.
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