BRASIL: A ÚNICA NAÇÃO DO CONTINENTE AMERICANO POSSUIDORA DA EXPERIÊNCIA MONÁRQUICA
O Brasil é uma nação muito peculiar em comparação às demais nações da América. Uma série de características especiais fazem do Brasil um país inacreditavelmente belo, heróico e acima de tudo, pacífico. Nossa mistura de raças é única no planeta: negros, brancos, mulatos, índios e orientais vivem em perfeito entendimento. O povo brasileiro, até mesmo em função de suas múltiplas origens étnicas, traz em seu sangue a valentia e o amor à sua terra. Mas não são só esses os diferenciais entre os brasileiros e os demais povos do continente americano. A nossa História também é completamente diferente da
História da Venezuela ou dos Estados Unidos, por exemplo.
O que faz a História do Brasil ser tão diferente é justamente o fato de que dos 5 séculos de nossa existência, 4 foram vividos sob a égide de uma Coroa, sob o comando de um monarca. Na fase colonial o Brasil teve importância decisiva para sua metrópole. Portugal tinha o Brasil como seu grande trunfo contra o crescente poderio econômico e militar das demais nações européias. Nos momentos de debilidade, era o Brasil que heroicamente mantinha Portugal como um país ainda ameaçador. O ponto alto desta situação histórica foi a vinda da família real portuguesa, na primeira década do século XIX, quando a sede do Reino de Portugal mudou-se do palácio de Queluz, em Lisboa, para a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. O Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido, e começava a tomar forma a idéia de um Brasil mais soberano, mais brasileiro.
Em 1822, S.M.I. Dom Pedro I lança a primeira semente do que seria uma das mais fantásticas aventuras da História do continente americano: o surgimento do Império do Brasil, uma nação próspera, soberana, feliz e sobretudo respeitada. Em sua uma década de reinado Pedro I se tornou o maior símbolo do Brasil, além de herói nacional por conta do "Grito do Ipiranga". Em seguida tivemos S.M.I. Dom Pedro II, que em seu longo reinado fez da antiga colônia de exploração lusitana um país bastante avançado e até mesmo temido. O Brasil vivia seus melhores dias, e Pedro II era considerando pelo próprio povo como o "Pai de todos os brasileiros". Mas a História nem sempre trata de bons triunfos; algumas vezes é a injustiça e a ignorância que triunfam. Foi isso que aconteceu no ano de 1889, quando um golpe militar sem apoio popular tirou dos brasileiros o seu "Pai", exilando-o na longínqua Europa. Devido ao imenso desgosto e à incontrolável saudade de casa Pedro II não conseguiu sobreviver por muito tempo, vindo a falecer longe de seus "filhos" poucos anos depois. Até hoje as autoridades republicanas brasileiras ainda não se desculparam oficialmente por ter apunhalado de forma tão desleal o Imperador... mas temos certeza que, esteja onde estiver, Pedro II não tem resentimento algum, e vela dia e noite pelo Brasil, seu querido país.
Esse tempo em que o Brasil esteve no regime monárquico deram ao país uma identidade única na América. Conversando certa vez com um chileno, ele me fez a seguinte confissão: "Eu não entendo como vocês, os brasileiros, podem persistir nessa república cheia de injustiças e disparidades. Vocês possuem uma Família Imperial, possuem um herdeiro ao trono... se no Chile nós tivéssemos também uma família real, eu duvido que ainda estivéssemos vivendo na república. Todo chileno inveja as nações européias que vivem a Monarquia, e vocês possuem um Imperador mas não o corôam!". Creio que ele foi exatamente ao ponto-chave. Nesse mais de um século de república, os poderosos resolveram por apagar da mente do povo as boas lembranças da época Imperial, quando o Brasil viveu também seu momento de plena liberdade política. Como observa Heitor Muniz, "O Império é a idade de ouro do Brasil. Foi a rotação dos partidos políticos no poder; foi a representação, no Parlamento, das correntes de opinião; foi a leal e honesta aplicação dos dinheiros do tesouro; foi a liberdade de palavra e a liberdade de imprensa, levadas aos últimos e extremos limites; foi, finalmente, o equilíbrio orçamentário e a folga financeira".
Também sobre o assunto, o historiador norte-americano Jorge Crichfield assim analisou a transição brasileira do Império à república: "Assim terminou a única república verdadeira, ou o único governo que realmente se aproximava do caráter de uma república que o Brasil já possuiu. Chamaram-lhe Império. Depois, tiveram ditaduras e chamaram-lhes república". A natureza do Brasil é indiscutivelmente monárquica; foi assim que nascemos, assim que nos desenvolvemos. A república é contrária à nossa essência, aos nossos princípios e às nossas tradições. O Império foi o único momento em que o Brasil mostrou-se autenticamente brasileiro. Já está mais do que na hora do glorioso povo brasileiro despetar desse sono tétrico que já dura um século. Neste mísero um século o Brasil despencou de uma posição de liderança mundial para uma posição de submissão... é preciso que façamos alguma coisa rapidamente, e a tomada de consciência é um passo para a grande virada que, se Deus quiser, haveremos de dar em direção a um Brasil mais brasileiro.
