Onde, afinal, estaria a Sociologia cuja "miséria" aqui se aponta?
CTRL + Clique para seguir o link">http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2908201103.htm
666699">666699">A MISÉRIA DA SOCIOLOGIA - 666699">Vinicius Mo666699">ta - CTRL + Clique para seguir o link">666699" title="mailto:vinimota@uol.com.br CTRL + Clique para seguir o link">vinimota@uol.com.br
666699">São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 2011
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666699">666699">Foi majoritária, como apontou a ombudsman Suzana Singer, a manifestação de leitores da Folha no papel e na internet de apoio à Polícia, por conta de reportagens que traziam indícios de abuso de violência de PMs paulistas.
0000ff">0000ff">Nem os leitores da Folha são, todos ou em sua maioria, sociólogos, nem fazer reportagens é objetivo da Sociologia – reportagens por vezes se demonstram apenas como a "miséria" do Jornalismo.
666699">O teor de muitas mensagens tocava no lugar-comum de que bandidos não merecem salvaguardas legais. Estariam justificadas ações como a emboscada e a morte de assaltantes de caixas eletrônicos.
0000ff">Discutir a lei de talião não cabe à Sociologia – ao que se saiba, ela já se faz presente no Código de Hamurabi – Babilônia. Pode, portanto, ter sido discutida desde mais ou menos o ano de 1.700 aC. A Sociologia é bem mais nova. Muito, muito, mesmo, mais nova.
666699">Ondas de manifestações de leitores, sobretudo na internet, podem induzir ao engano. O meio facilita a mobilização de pequenas correntes de opinião, que acabam ganhando visibilidade desproporcional.
0000ff">Nem ondas de manifestações são provocadas pela Sociologia, nem induzir alguém ao engano ou mobilizar correntes de opinião, pequenas, médias ou grandes, ganhem elas visibilidade proporcional ou desproporcional, será o objetivo da Sociologia – tanto uma coisa quanto as outras duas são, em geral, um efeito da "miséria" da má Política que se reflete na "miséria" da má Estatística.
666699">Mas há reiteradas provas de que a opinião pública, mesmo em fatia mais instruída representada pelo leitorado deste jornal, não mais engole acriticamente a cantilena dos direitos humanos.
0000ff">Prestigiar ou não, acriticamente ou não, a cantilena dos Direitos Humanos ou qualquer outra cantilena semelhante ou diferente não é função da Sociologia – é somente função da falta de conhecimento e/ou falta do que fazer.
666699">Talvez porque defensores dos direitos humanos se mantenham atados a preconceitos teóricos descolados da realidade.
0000ff">Preconceitos teóricos descolados da realidade não são Sociologia – são a "miséria" dos preconceitos teóricos descolados da realidade.
666699">666699">O primeiro deles encara o crime como um fenômeno preponderantemente social, e não individual. Se alguém delinquiu, em especial se for pobre, é porque um feixe de determinações sociais, econômicas e culturais o levou a esse ato. Antes de tornar-se algoz, foi vítima. A responsabilidade individual deve ser relativizada, de acordo com esse esquema ideológico. Já se o autor do crime pertence à chamada "elite branca", como no caso de atropelamentos recentes, perdeu o direito ao atenuante "social". Responsabilização nele.
666699">0000ff">Se o criminoso será considerado algoz ou vítima ou se contará com a consideração de atenuantes sociais ou não, nada disso é Sociologia – tudo isso é Direito, ou é a "miséria" do Direito ou, no máximo, essa discussão pertencerá aos quadros do Serviço Social, que não é, tampouco, Sociologia, nem dela chega perto.
666699">O segundo preconceito estabelece que cadeia, polícia e justiça criminal compõem a trinca do demônio da opressão estatal. São os operadores de um dispositivo perverso cujo objetivo é padronizar o comportamento da sociedade e reprimir revoltas latentes. Evitar a revolução social, enfim.
0000ff">Nenhum “demônio da opressão estatal” foi criado pela Sociologia – se o Estado é considerado como um “demônio” por alguém, isso se deve à "miséria" da má Filosofia que se reflete na "miséria" da má Antropologia que muita gente ignorante considera ser a mesma coisa que Sociologia, mas definitivamente não é. Muito menos evitar ou promover qualquer "revolução" é tarefa sociológica ou estará ao alcance de qualquer sociólogo que leve, de fato, a sério a sua própria função social. E quem não a levar a sério, poderá ser qualquer coisa, um sociólogo não poderá ser.
666699">Se o pensamento acadêmico-ongueiro dos direitos humanos não revir seus pressupostos, vai pregar, cada vez mais, para o deserto.
0000ff">0000ff">A criação de ONGs não se inclui entre os trabalhos intelectuais exigidos pela Sociologia e os pressupostos ongueiros que permitem e amparam a criação de ONGs não fazem parte do quadro disciplinar da Sociologia.
0000ff">0000ff">Então, onde, afinal, estaria a Sociologia cuja "miséria" aqui se aponta?
0000ff">0000ff">Se o pensamento acadêmico não começar a procurar querer saber o que é, de fato, Sociologia, se não permitir, de fato, que esta Disciplina seja considerada como aquilo que, de fato, ela é, e se não permitir que ela sirva, de fato, ao que deve servir, os Jornalistas - porque não o saberão - pregarão apenas para os idiotas.
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