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Artigos-->A dolorosa carta dos presos políticos militares argentinos -- 12/09/2011 - 10:13 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A DOLOROSA CARTA DOS PRESOS POLÍTICOS MILITARES ARGENTINOS.



Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira



Ontem lemos a carta do Coronel “VGM” Horácio Losito.



Impossível não estremecer, não lastimar. O massacre físico e moral perduram e dizimam sem piedade, com a aquiescência da população, a glória, as tradições e a honra dos militares argentinos.



A carta não é um lamento, é um desabafo. É uma tragédia, um grito de amargura, de tristeza.



Na Argentina, a guerra contra a subversão foi sangrenta. Indiscriminadamente, os militares eram alvos, tanto que durante um bom período foram proibidos de andar fardados.



Lá, como aqui, os derrotados na guerra desencadeada pela Internacional Comunista subiram ao poder. E com as mesmas armas de convencimento ganharam os louros da governança. E da justiça.



Aqui, aconteceu o mesmo, ou melhor, na impossibilidade do fuzilamento no “Paredón”, ou da prisão arbitrária sob a égide de uma justiça parcial, preferiram o desgaste de longa duração.



Empenharam-se em difamar, desmoralizar, e conseguiram, mas diante da inquestionável verdade de que os agentes da repressão, militares ou não, enfrentaram um bando de criminosos, não foram capazes, apesar do empenho, de crucificá - los em praça publica.



Mas restou o revanchismo, uma doce vingança curtida ao máximo, com esplendidos resultados.



Na Argentina, eles conseguiram. Causaram um dano irreparável às Forças Militares daquela Nação. Basta ler a CARTA ANEXA para termos uma pálida ideia do calvário que os militares argentinos padecem. E não se esqueçam de suas famílias.



Assim como os militares brasileiros são civis fardados, os militares argentinos são cidadãos argentinos.



No Brasil, a esquerdalha deve lamentar não ter chegado a tanto, de pôr nas grades cidadãos que cumpriam ordens, que buscavam manter a paz e a tranquilidade da população com o sacrifício da própria vida. Mas eles não sossegam.



A Comissão da Verdade está afiando as garras para o trucidamento, para jogar sobre aqueles brasileiros a pecha de assassinos, de vândalos, de canalhas. Pretendem criar e exacerbar o “Clamor Publico” para, ao arrepio das leis, transformar inocentes, dedicados profissionais na pária nacional.



Nós, após tantos reveses, após tantos silêncios, tantas omissões e falta de coragem, tememos o que poderá acontecer.



As Forças Armadas, formadoras daquela parcela escolhida entre os seus melhores profissionais, que atuaram contra o terrorismo, assaltantes de bancos e sequestradores ao se omitirem na defesa de seus integrantes, cometem perjúrio ao não defendê - los; e no seu conivente silêncio, e surpreendente aval à canalha, por óbvio, admitem que foram péssimas escolas, e geraram sádicos e irresponsáveis.



Por isso, para evitar a formação de futuros degenerados impõe – se a revisão dos currículos militares. Que sejam expurgados velhos princípios, que se danem os Valores e as Virtudes que caíram em desuso e foram atropelados pela nova ideologia que grassa no Brasil, a vigência da irresponsabilidade, da corrupção, do não sei, do não vi, e do nada tenho com isto.



Esqueçamos os nossos instrutores nas Escolas, lembram – se, aqueles que admirávamos, pois ao pregarem a lealdade, o respeito à Hierarquia e à Disciplina construíram os monstros da nossa geração militar.



Deploramos o que ocorre na Argentina e aos 400 militares presos em diferentes penitenciárias do País.



Mas, lamentamos o que ocorreu, ocorre e ocorrerá por aqui. Com pesar vemos uma IDENTIDADE que pesquisamos forjada desde o nosso descobrimento, a PERSONALIDADE do Exército Brasileiro, sendo maculada. Com a mais profunda magoa, não podemos dizer que não vimos, que de nada sabemos, pois vivenciamos este lamentável episódio de desconstrução de uma admirável Instituição.



Brasília, DF, 11 de setembro de 2011.



 



Carta dos presos políticos militares argentinos



Diferentes Penitenciárias Federais



Estimados Senhores e camaradas:



Dirigimo-nos aos Senhores pela primeira vez, dizendo-lhes que conformamos um grupo ao redor de 400 Oficiais do Exército Argentino, presos em diferentes Penitenciárias Federais de todo o país há já vários anos (em alguns casos mais de 6 anos), processados e alguns condenados pelas ações da Força na Guerra contra a subversão.



Pertencemos, a grande maioria, à faixa de promoções CMN que vão da 93 à 106, quer dizer, que no ano de 1976 nos encontrávamos desde Subt(s) no 1º ano a Cap(s) no 2º ou 3º ano, isto é, todos Of(s) Subalt(s).



Saibam que entre nós há homens de destacada trajetória posterior em nosso Exército e outros já aposentados, no meio civil, homens condecorados pelo Exército por suas ações na guerra contra a subversão, Veteranos e condecorados das Malvinas, Chefes de Unidades, Adidos Militares, etc., todos hoje nos encontramos processados e/ou condenados basicamente pelos “supostos delitos” de associação ilícita, detenções ilegais agravadas pelo tempo de sua duração e tormento ou tortura. Como podia um Sub-Tenente integrar uma associação ilícita com seu Comandante de Brigada e com seu Chefe de Unidade? Como podia um Tenente ordenar uma detenção ilegal e agravá-la no tempo? Tampouco tem resposta, e assim seguiríamos perguntado e respondendo o mesmo. Juridicamente, tema do qual falaremos, isto não tem nenhuma lógica, e no dizer popular, não tem pés nem cabeça.



Aqui existiu uma guerra e existiram ordens (nem legais nem ilegais), foram ordens. Nunca nos 4 anos de CMN nem nas “Escolas de Regimento” nos ensinaram a analisar as ordens, senão a cumpri-las. Não existe nem nunca existiu no Exército a “teoria Balza”. Nunca nos ensinaram a diferenciar as ordens.



Entre os que nos encontramos nesta situação, há camaradas doentes, alguns com cânceres terminais, doentes psiquiátricos, outros com AVC e seria longa a gama das doenças, isto somado aos já mais de cem (100) camaradas mortos na prisão (o CELS computa 193), alguns diante de nós.



A isto soma-se a dor e a enfermidade de nossas famílias, essa “grande família militar” da qual tanto nos falaram e falamos. A dor não é só a de nos ver presos e tratados como delinqüentes comuns, senão a de ver-nos submetidos ao escárnio e à piada pública em diferentes MCS, nos traslados algemados ou nesses arremedos de julgamentos que são mais um circo romano que outra coisa. Que dizer de nossos filhos já homens e mulheres, alguns Oficiais ou Chefes do EA? Saibam também que nossas mulheres e filhos estão doentes, muitos em tratamento, por esta situação. Devem saber também que há Sub-Oficiais presos conosco, uma verdadeira afronta da qual nos devemos envergonhar. TODOS eram nessa época Cabos, Cabos 1ºs ou Sargentos, também conformavam as “associações ilícitas”? Um verdadeiro disparate. A grande pergunta é: até quando continuará esta vingança contra o Exército (não duvidem jamais que esse é o alvo!)? Por favor, nenhum queira acreditar ou pensar que é Justiça.



E também por favor, não se deixem levar pelos que falam “deste novo Exército”. O Exército Argentino foi e é um só, desde 29 de maio de 1810 até nossos dias. A nenhum de nós se nos ocorreu renegar o Exército Libertador, do da Guerra com o Brasil, do da conquista do Deserto, do da guerra da Tripla Aliança, do de Richieri, do de Perón ou do da Guerra contra a Subversão e a reconquista das Malvinas. Com as virtudes e defeitos de seus condutores, são o mesmo Exército de HOJE.



Não se confundam! Não defendemos nem defenderemos o governo militar de 1976/83, mas sim, nos sentimos orgulhosos de haver sido parte da História do nosso grande Exército, derrotando a subversão, logro reconhecido na ocasião por toda a nossa sociedade (hoje desmemoriada) e por todo o mundo.



Somos homens maduros, alguns doentes mas não estamos derrotados, lutamos como podemos por nossa liberdade e por “nosso Exército”, o de hoje e o de sempre. “Na história dos povos há lugares onde o patriotismo e a valentia se dão em uma dimensão maior, como se a terra fosse mais fértil em produzir qualidade humana” (Comandante Huber Matos).



pagamos, com a colaboração de muitos amigos, uma pesquisa de opinião (de uma das melhores empresas de pesquisa do mercado e sobre o universo mais amplo possível) que apontou resultados realmente surpreendentes que queremos compartilhar com vocês, para nos responder a todas essas perguntas, das quais damos alguns exemplos:



- O Exército, em matéria de imagem de instituições encontra-se no 3º lugar, depois da Igreja Católica e do jornalismo, ficando muito acima do Governo, dos grêmios, dos partidos políticos, etc.



- Outro dos temas é o do SMO (Serviço Militar Obrigatório), tão caro à sociedade, onde vemos que 60% dos pesquisados opina que deve voltar, duplicando a percentagem dos que se opõem.



- Em relação a nossos julgamentos pela Guerra contra a Subversão, quase 70% se manifesta contra os mesmos, ficando reduzido só a 16% os que estão de acordo.



- Além da polêmica que o tema provoca, 60% estima que seria positivo que as FFAA intervenham para combater o narco-tráfico, contra apenas 21% que se manifesta contrária.



- Surpreendentemente, ante a pergunta se o Governo desarmou e colocou as FFAA em segundo plano, e se não estão equipadas nem em capacidade de defender a República, 68% manifestou-se de acordo com esta opinião.



Estimados camaradas, entendemos que este será o primeiro contato de um diálogo e intercâmbio de idéias que de forma respeitosa pretendemos e esperamos ter com vocês. Solicitamos aos que queiram nos responder de qualquer forma (anônima ou não), o façam chegar à nossa direção eletrônica.



Despedimo-nos de vocês com o forte abraço de soldados que corresponde.



PRESOS DO EXÉRCITO EM PENITENCIÁRIAS FEDERAIS



Nota da tradutora:



Este artigo destina-se sobretudo aos militares brasileiros, para que lembrem-se do seu passado e dos seus camaradas que hoje estão sendo julgados e amanhã poderão passar pelo mesmo que os militares argentinos estão passando hoje. E para melhor ilustrar o texto acima, sugiro que assistam à esta brilhante, corajosa e emocionante alocução do Senhor Coronel Horacio Losito, por ocasião de seu julgamento. Quanta firmeza! Quanta hombridade! Estes heróis da pátria, a maioria na faixa etária entre os 70 e 80 anos de idade, estão sendo julgados com condenações que vão dos 30 anos até prisão perpétua. Enquanto os terroristas assassinos estão todos no poder.



Palavras finais do Coronel “VGM” Horacio Losito



http://www.youtube.com/watch?v=wTAuyI3uD9U



Não deixem de assistir ao vídeo.



Tradução: Graça Salgueiro


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