Ele tem um fogo que me acende
e me molha
ao primeiro contato...
Contorno suas costas
com meus beijos
e me abro ao seu apelo
lambendo os seus pêlos devagar...
Ele me instiga
me deixa sem fôlego
me deixa louca
para detê-lo na minha gruta
não deixando escapar
nenhuma gota de possibilidade
do cio que ele me induz...
Ela tem um mar que me molha
e me acende
sem nenhum contato...
Deixa-me de água na boca
quando me ataca em brasa...
Invado teu mundo
levando-a ao meu submundo
Imundo ser carnal que sou...
Mesmo sem querer, viajo...
navego no cio queimando-a
em brasas de um amor sem fim...
Quando contornas minhas costas
com teus beijos feito maré
se abrindo aos meus apelos
lambendo os meus pêlos em labaredas...
rasgo tua seda e possuo-te Sereia...
Ela me excita com a voz
me deixando sem fôlego
me deixa louco
quando me detém na tua gruta
não me deixando escapar...
Somente os meus beijos salivados
molhados de desejo e fogo
conseguem deixá-la inerte.
Então, saio de soslaio
e faço renascer das cinzas
a tormenta que de novo te esquenta,
quando minha língua invade tua gruta...
num balanço leve tal qual
notas repetidas de um tom baixo!...
que te levanta e te assanha
fazendo-te gozar em ré...
louca para chegar em mi...
No sustenido
som do gemido,
nenhuma gota de esperma
fora gasta
antes do teu gozo
em todas as notas...
E do cio que ela me induz...
Convido-a para uma longa cavalgada
num castelo perdido da madrugada
para que eu possa gozar bemol
no ejacular do sol...
Oculto-me noite sem fotos
imagem sem negativo
mas também invado sonhos
derrubo castelos e roubo damas
ou simplesmente as convido para dançar a três...
Ao segundo ou último contato
não importa-me o tato
tateio vossos corpos num bailar romântico
ensaio uma valsa ou simplesmente um tango...
nossos corpos chuviscam desejos...
roubo-vos os dedos e as mãos
minhas costas adoram adornos
vossos olhares que me atraíreis
nas cascatas que se formaram em minha orla
nos tons altos e baixos bailei
nu em pêlo como se fora rei
não vos dei nenhum prazer diferente
mas sozinho em silêncio também gozei...
Erótico
Nós (Resposta aos poemas Vós, Ele & Ela) -- 02/01/2003 - 18:09 (Kilandra Acalabi Duaquenõ)
[Caderno Vermelho]
Poetas de paixões
Noturnos, diurnos em qualquer fantasia
Sem o medo de mostrar a língua nos clarões
Com medo de restar só em noites e ilusões.
Nós – Eu e você – Eu e eles – Nós
Amores sem covardia
Zelemos para que o furor
Não termine com a última gota do dia.
Doemos nossos corpos para bacanais
E orgias com palavras suadas
Toquemos a alma do próximo
Como a língua toca o céu da boca
Naveguemos em outro e outros corpos _ Mar
Desbravemos grutas _ Suor
Galopemos em cavalos _ Gemidos
E retemos humanos e cansados no leito
Sem a pena de um poeta
Com sorrisos frágeis dos mortais.
F.M.P - Kad
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=Kilandra
Somente a poesia tem o poder de...
mexer e remexer,
com a essência do ser,
numa contageante viagem
de êxtase e mímese,
transformando criador em cria,
na magia do interpretar,
sem a peculiaridade do analisar.
Assim,
corpos e mentes se unem,
mesmo que distantes,
atemporais estados
de vários seres,
emocionais sem razão;
racionais com tesão...
Nessa mistura,
de mãos e corações,
nascem verdadeiras raridades.
Brotam sementes,
se bem regadas,
germinam ótimos frutos,
invertendo o florir,
na fotossintática liberação
dos sentidos diurno e noturno,
entrelaçando vidas,
sexuadas ou assexuadas;
todas molhadas,
seja pelo sereno da noite,
ou orvalhadas na alvorada...
Crescem ramos,
despontam talos,
arrepiam-se troncos e folhas,
deitam raízes em solos,
férteis ou não,
frutificando rés;
embriagando marés;
despertando damas
e ciantes jasmins
num transe incorpóreo...
Resta-nos aplaudir.
Enquanto:
Eles e Elas dançam;
Nós cantamos em coro;
Vós tocais instrumentos de sopro e cordas;
Eu choro emocionado;
Tu vibras bailante;
Ele repete a cantata;
Ela despe-se descalça;
E, por fim, todos...