L Á G R I M A S
Lybio Magalhães*
Há prantos que se originam
De macabros festivais.;
Onde os crimes predominam,
Já não são prantos, são ais...
Se os bebês nascem chorando,
O pranto não tem idade,
Chora-se, às vezes, orando,
Uma ausência, uma saudade...
A mãe que aconchega o filho
Desfaz qualquer incerteza...
Toda mulher de nobreza
Traz no olhar estranho brilho.;
Que, a princípio, hesitante,
Se a emoção desarvora,
Na convulsão de um instante
É a sua alma que chora.
Como as nuvens carregadas
Que o relâmpago exaspera,
Não há nada que dê jeito.
Por vezes nossa emoção
É um sol de primavera
Que explode no coração
transborda fora do peito.
Quando alguns vates nos falam
De seus anseios e sonhos,
Nesses delírios exalam
Aromas, sutis risonhos...
Há sempre um rosto marcado
Por uma ausência sentida
Um poeta enamorado,
Aludindo ao desencanto,
retoma a tese esquecida.;
“É no sorriso e no pranto,
Que temperamos a vida”.
Lybio Magalhães é da Academia de Letras do Mato Grosso
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