Os fantasmas de minha vida
Volta e meia aparecem
Brincam comigo, zombam de mim,
Proporcionam um prazer momentâneo
Depois adormecem, mas nunca vão embora
É preciso uma dose cavalar de um remédio chamado tempo
Para fazê-los desaparecer
Ficam adormecidos
E quando despertam, percebem que já não há razão para sua existência
Então se dissipam como poeira no vento
Perdem as suas forças e param de me atormentar
Alguns são capazes de permanecer anos sem nunca adormecer
De certa forma, até atrapalham
Bloqueiam os horizontes por mais quietos que estejam
Quando adquirem a forma tão desejada
Descobre-se que não suportam o peso da realidade
Outros possuem uma força descomunal
A ponto de libertarem-se do rótulo de fantasmas
E assumirem todos os prós e contras de sua nova condição
Posso conviver com todos eles
Só não consigo conviver com um fantasma
Que permaneça eternamente como um fantasma