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Poesias-->Manhãs de Bruma Traiçoeira -- 20/01/2003 - 02:34 (Luísa Ribeiro Pontes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








Manhãs de Bruma Traiçoeira 12:46 18/01/2003







Manhãs de bruma, de brisa fria traiçoeira,

desertas de gente, plenas de mistério...

Hoje acordei num céu de algodão esparso

por entre o espanto das flores de Março

que hã-de nascer, entre tufos de sargaço.

Da minha janela recolho em lufadas

o sabor acre da geada, a volumetria una

da humidade e o cheiro azul da serra em lágrimas.

Da minha janela perscuto a bruma

e desfaço horizontes de frio intenso

na gaivota das manhãs de temporal que

já chegou ao meu beiral e me trouxe

as novas breves do mar.

E eu que a vejo vaga e vil, no seu frio

de velhinha encurvada,

roubo-lhe a beleza das planuras,

quando voa a pique, ao sol vago

dos dias plenos de brandura. Gaivota que sou,

nela me deixo erguer e do alto voo

vislumbro, anelante, o poeta que erra

pela bruma, inquieto e errante, volátil

como o pensamento. Vejo-o sorrindo

numa praia de linha infinda,

arrastando à sua frente a dor do mar,

o arrepio do vento forte e frio,

perante a anacrónica sucessão dos

atávicos, breves, loucos momentos,

de poesia, embriaguêz ou de paixão.



E de novo da intempérie me recolho,

e rasgo e desfaço, rompo e refaço,

a dor de amar-te sempre assim,

em tempos de bruma intensa,

perfil de suave, serena melancolia,

veneno que em mim se espalha,

no leito de flores frias e penas de ave,

em que repousa, ardente a tua imagem.





Manhã de

18 de Janeiro de 2003





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