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Ensaios-->As árvores e a vida -- 29/01/2003 - 01:12 (William Henrique Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As arvores e a vida

Existem arvores grandes e arvores pequenas.
Uma arvore grande demora bastante para crescer. Mas, quando cresce, o resultado é compensador – ela é grande, forte, resistente.
Uma arvore pequena demora pouco tempo para chegar ao seu extremo em tamanho. Mas, quando atinge este pequeno extremo, é pequena, fina, frágil.
A paciência é a virtude mais importante. Dar tempo ao tempo é adquirir mais capacidade, força e vida.


Existem objetos (que ocupam um lugar no espaço) grandes e objetos pequenos.
Os objetos grandes – São pesados, maciços, possuem muita massa e peso. São mais difíceis de se deslocar, dado qualquer plano com certo atrito, e dado determinado agente produtor de uma certa força.
Os objetos pequenos – São leves, possuem pouca massa e peso. São mais fáceis de se deslocar, dado o mesmo plano com o mesmo atrito, e dado o mesmo agente produtor de uma força menor, no caso.
Nos detalhes é que se encontra as respostas para os maiores e mais insolúveis problemas (são aparentemente, e somente aparentemente, maiores e mais insolúveis).

Considere-se um bloco de qualquer material, com valor de massa igual a 200kg. No espaço, sobre um plano de atrito x.
Se imaginarmos um objeto menor, de, por exemplo, 4kg (uma quantidade de massa muito inferior ao outro), podemos afirmar com certeza que o grande objeto é formado por muitos objetos iguais ao objeto menor, se visualizarmos os cortes. Ou seja, o conjunto de certo numero de objetos de 4k vai formar, com certeza, o objeto grande, de 200kg.
Para se saber quantos (embora este seja um numero que não nos será de grande utilidade, neste caso), basta dividirmos a massa do maior pelo do menor. Ou seja, quantos objetos de 4kg cabem no peso do de 200kg. Que é 50.
Obs – o exemplo de 4kg é uma variável. Podemos ter dois objetos de 100kg, ou 20 objetos de 10kg, ou vice-versa, e assim por diante.
O problema proposta é este – deslocar o objeto de 200 até ele alcançar mais dois metros à sua frente. Só assim o problema será solucionado.
E aproveitamos para comparar, na vida prática, com por exemplo um caso policial de igual dificuldade. Supostamente um caso insolúvel. De improvável solução (e jamais impossível). Possível porem improvável solução. Certo.
Trata-se de provar que os casos maiores, ou seja, aparentemente mais difíceis, cheio de intrigas e locais, e pista sem nexo, e muitos suspeitos, este caso se encaixa na categoria dos de mais fácil solução.
E aqueles casos menores, que aparentemente são fáceis de se resolver, apresentam pistas obvias, muitas delas, e suspeitos evidentes, atos quase que explícitos, são os mais difíceis.
Isto tudo é causado por uma ilusão de inversão, como pretendo chamar a teoria. É necessária certa inteligência para tal ato. Cria-se uma ilusão na qual o investigar pensa ter facilmente resolvido o caso, quando na verdade nada é o que parece ser (pois foi propositalmente forjado, e muito bem), ou um caso difícil onde basta se ter perspicácia, e analisar os menores detalhes.
Um caso grande é um caso pequeno, e um caso pequeno é um caso grande.
O bloco grande não é o mais difícil de se locomover. Ele visualmente representa um problema de mais difícil solução.
Para desenvolver a teoria exemplificarei com diversos casos da nossa vida.
Por exemplo, quando vemos os anúncios publicitários ou anúncios nas portas das lojas, na rua, aqueles que mais nos atraem a atenção são... os maiores. Sim, os que possuem maior massa. Nossa atenção se prende neles, e aqueles menores, mais escondidos, podem passar despercebidos. Certo? Errado.
Num jogo de adivinhação entre duas pessoas. Pega-se um mapa, de qualquer região, num Atlas, e um deles escolhe mentalmente um local. Um nome que esteja contido no mapa. Cidade, pais, estado, continente, rio, lago, etc. O outro terá que adivinhar sem nenhuma pista. Bem, a tendência inicial no pensamento comum humano (pensamento ordinário, primário) serie se escolher um nome bem escondido, bem pequeno, objetivando-se que o outro jamais pudesse acertar. Tanto a pessoa que adivinha quanto a que escolheu o nome, pensariam assim. E é aí que entra a teoria. O certo seria pensar de forma inversa. Ilusão da inversão. Se escolhermos um nome enorme, que se estende de um lado a outro do mapa, em grandes letras, dificilmente o adivinhador acertaria, se concentrando nos menores e usando um raciocínio que, para ele, e para a maioria das pessoas, é mais astuto. Mas justamente usando-se os raciocínios mais primários é que solucionamos os maiores problemas.
Os anúncios maiores das ruas passam mais desapercebidos, pois no nosso subconsciente eles estão subentendidos. Os menores tendem a ser mais observados, mais analisados.
No caso policial – O problema parece ser de impossível solução. E por isso, o investigador aplica os métodos igualmente mais intrincados e mais arrojados para se pegar o ladrão, ou o assassino, ou para se recuperar determinado objeto num cômodo, etc. Rastreamento, impressões digitais, vasculhamento, varredura, equipes numerosas de policiais para resolver um caso que, por sua aparente dificuldade, parece exigir, igualmente, grandes métodos elucidativos. Porque a mente humana é cega. O investigador está pensando como ele mesmo, e não como o criminoso. Ele está aplicando métodos para encontrar coisas ou pessoas onde ele mesmo teria escondido, ou para onde ele mesmo teria fugido, etc. Ele deve pensar como o criminoso.
No jogo de adivinhação, ou até mesmo no xadrez, também temos de nos acostumar a assumir os pensamentos do adversário (sem telecinésia nenhuma). Pensar como o adversário, em todos os aspectos, para depois sabermos qual o proximo passo que ele tomará.
Quando um adversário esconde um objeto na mão e o outro tem que adivinhar em qual mão está.
Existem duas alternativas. Duas mãos. Por isso acha-se que quando uma pessoa acerta várias vezes seguidas, foi sorte. Sorte ou azar são palavras vazias, pois não existem. Foram criadas vulgarmente.
O adivinhador deve entrar na mente do adversário. Se ele o conhece, já tem grande vantagem, pois conhece talvez o método de variação dele. É preciso saber se ele é bom, se ele é mau, se ele é burro, se ele é lento de raciocínio, se ele é astuto, somente esperto ou realmente muito inteligente. Assumindo estas características em nossa cabeça, imitando a personalidade do adversário, inclusive gesticulando, falando e fazendo os mesmos trejeitos faciais que ele, nos sujeitamos ao mesmo estado que ele. Procuramos ser iguais. E então, pela lógica, saberemos, baseados nisso, como ele agirá em seguida.
Exemplo – o adversário é um sujeito um tanto ignorante. Apressado, age sem raciocinar muito. Na primeira vez, o adivinhador disse mão esquerda. Errou. Estava na mão direita. Muito bem. Na segunda vez, o adivinhador poderá pensar assim – ele venceu com a mão direita. É um sujeito um tanto tolo. Pensará assim – Enganei ele. Estava na direita, ele errou. Agora colocarei na esquerda.
Pois o método de variação do adversário é muito primário. O adivinhador, astuto, responderá agora esquerda novamente. E acertará.
E assim por diante, dependendo do intelecto e das reações dos adversários.
Um outro adversário um pouco mais astuto que escondeu na mão direita e venceu o jogo, não escondera na segunda rodada na esquerda, pois esta variação seria muito simples. O adivinhador, se souber que ele está pensando assim, dirá mais uma vez que está na mão direita, pois o adversário repetiu a mesma mão para engana-lo. E vencerá.
O método do criminoso inteligente será justamente utilizar os meios mais simples e óbvios na execução do crime. Por exemplo, um documento roubado. A policia vasculhará cada centímetro de seu apartamento, a vizinhança, interrogará as pessoas, etc. Porém, ele pode guardar a carta consigo mesmo, no casaco, que seria um local ridículo de se esconder para a policia. Ele some, e possui o documento, para fazer uso dele. Ou o ladrão, o assassino incógnito. Ninguém sabe quem é o assassino. Este, inteligente, permanece na cidade à vista de todos, fingindo levar uma vida normal, próximo da policia, e não fugindo para outro continente e mudando de nome.
É como diz o ditado – mantenha seus amigos por perto, mas seus inimigos mais próximos ainda. Quanto mais perto estiverem, mais evidente será sua inocência, e mais ridícula será sua possível culpa no crime.
No caso os dois objetos, o grande e o pequeno, na física, estaria certo afirmar que o maior se locomove com mais dificuldade que o pequeno.
Porém, não na metafísica, na aplicação à vida cotidiana. Na metafísica é diferente. O objeto grande seria equivalente ao raciocínio mais complexo, ao maior problema, ao raciocínio de maior capacidade, mais abrangente.
Justamente por ser grande, este raciocínio emprega métodos mais difíceis, mais complicados, perde muito mais tempo, e, por isso, é mais cheio de tentativas e conseqüentemente mais cheio de erros. “Quem mais corre, mais tropeça” (Shakespeare).
E o menor, o raciocínio mais simplório, é simples, direto, e óbvio – engana os raciocínios lentos e complexos. Por isso que é sábia a afirmativa de que os indivíduos mais ignorantes se dão melhor e são mais afortunados. Para eles as coisas são muito simples, eles não enxergam obstáculos que os “inteligentes” enxergam, justamente por serem inteligentes. Os ignorantes muitas vezes não enxergam o próprio problema em si. Seria uma vantagem. A ignorância é uma virtude.
E este pensamento pequeno (do objeto menor), simples, ignorante (porem ignorante de propósito), facilmente enganaria a astúcia e excessiva inteligência do objeto grande, que aplica meios complicados em vão. Pensar com simplicidade é a solução para qualquer problema da vida e da matemática. Pensar pequeno. Talvez com esta teoria pudéssemos ir além, e explicar por que a massa do povo de diverte facilmente com coisas que parecem fúteis e inúteis aos mais “cultos e inteligentes”, ou por que que estes mais “cultos e inteligentes”, que pensam mais, tem mais tendência à depressão e à filosofia, à contemplação dos fatores internos. E entraríamos em um campo que merece um estudo separado, por ser muito interessante – a personalidade introvertida e a extrovertida. O pensamento racional e o pensamento filosófico, humano. As humanas e as exatas. Os fatores externos e os internos. O sensível e o insensível. E entraremos então na Psicologia humana.
Obs – o caso das arvores, do começo, é aplicado somente à física. Serve de comparação, somente, ao caso da metafísica, da vida cotidiana.






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