Usina de Letras
Usina de Letras
148 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50628)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->O Partido Republicano Gaúcho e seu Ideal Moderno no Jornal “ -- 07/02/2003 - 20:24 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Partido Republicano Gaúcho e seu Ideal Moderno no Jornal “A Federação”.


1. identificação


1.1 ÁREA DE INVESTIGAÇÃO: História do Rio Grande do Sul.


1.2 O Partido Republicano Gaúcho e seu Ideal Moderno no Jornal “A Federação”.
1.3 ALUNO: Afonso Junior Ferreira de ima
1. APRESENTAÇÃO

O presente estudo visa estabelecer uma relação entre os ideais modernos europeu- originados do Iluminismo ( e relacionado ao desenvolvimento humano a partir do progresso científico e da indústria, á Idéia de progresso e ao ideal da felicidade a a partir da riqueza material) e a ação do Partido Republicano Rio-Grandense, na vinculação deste ideal no Jornal A Federação.


Na Origem do Ocidente, está a inauguração do tempo linear e progressivo, inaugurado pelo Advento de Cristo que põe fim ao tempo cíclico das tradições pagãs-ligadas a vegetação e a morte: o tempo é marcado em função da Criação até o Juízo Final, e no âmbito pessoal, numa vida eterna. A filosofia de Hegel estabelece o parâmetro final para a eterna marcha do espírito Absoluto, que vai se desenvolvendo dos povos mais primitivos( chineses e indianos) aos mais desenvolvidos ( alemães).



Segundo Viviane Rocha,

“O pensamento moderno (...) partia de três pressupostos : a idéia de ruptura radical com a história e o começo de uma nova era ; a concepção racionalista de história como triunfo absoluto da razão no tempo e no espaço e com ela ,as idéias de justiça social e de paz; e a crença em um progresso indefinido fundamentado no desenvolvimento cumulativo e linear da História, da tecnologia e dos acontecimentos científicos. Foi a partir desta visão dos modernos que emergiu a estética do novo, como negação do classicismo e como proposta de mudança.” [1]

Poderíamos , talvez, propor como exemplos os grande sistemas de explicação-macro-temporais e espaciais que estão na origem tanto da “Filosofias da História” ( Comte e Hegel em especial) , quanto da história feita por Spengler, Toynbee , Marx e Lênin, onde pode-se perceber uma idéia de “evolução histórica”, baseada em um modelo teórico originado nas ciências naturais.



A Partir do século XVII e com as pesquisas de Bacon, Galileu, Kepler, Harvey, Hooke,Newton, etc, vislumbra-se para a humanidade o controle total sobre a pobreza, a doença e a natureza através do planejamento racional e da compreensão da mesma segundo leis universais de causa e efeito. Muitas vezes o ideal de progresso a que está ligado abrange o uso do maquinismo como possibilidade de expansão das capacidades humanas.

As vanguardas artísticas , segundo Nicolau Sevcenko, apostavam que a vitória da racionalidade transformaria a sociedade num gigantesco autômato auto-regulado, tendo a ciência uma dimensão libertadora e uma capacidade de gerar “felicidade” sem precedentes, seja no conforto, seja nas potencialidades de uso de instrumentos e meios.[2]

Segundo Tuffelli, na Modernidade “ o presente, até aí carregado de todo o passado, se volta para o futuro”.[3]



Esta visão fazia parte do imaginário da maior parte das pessoas, como atesta Sandra Pesavento:



“Pode-se dizer que o homem do século XIX viveu sob a crença do progresso ilimitado, elemento central de uma visão de mundo na qual o futuro se antecipa, como uma conquista assegurada.”[4]



Crença que“ baseia-se numa concepção de mundo em que o homem está caminhando para frente, “ em uma direção definida de desejável e se infere que este progresso continuará para sempre.”[5]
Segundo a autora, as exposições universais eram elementos de sedução dos trabalhadores, demonstrando que eles eram construtores daquela “espiral de progresso” que conduziria a sociedade ao bem estar. Sendo a burguesia o protagonista principal deste processo de expansão da racionalidade e do progresso, estava legitimada diante da sociedade como “merecedora das posições que ocupava”.[6]


Ou seja, no contexto do Rio Grande do Sul do final do Século passado, a elite formada em São Paulo, composta por estes membros da intelectualidade positivista se propunham como modernizadores do Estado, em face ao atraso dos latifundiários e pequenos comerciantes. Propunham o desenvolvimento industrial e comercial.

Mas como muitas vezes o projeto Iluminista assumiu face autoritária- a construção de casas a La Corbusier, para o Homem ideal, por exemplo, casas que são implodidas mais tarde por serem consideradas inabitáveis; ou na criação do Hospício e da prisão, como quer Foucalt- também aqui no Rio Grande do Sul esta modernização se dará a partir de um governo forte, centralista e autoritário. Contradição aparente: Prática Política autoritária para desenvolvimento Econômico.

O capitalismo no Brasil se fortaleceu a partir da exportação de café, que possibilitou a acumulação de capital, a introdução de relações assalariadas, a constituição de um mercado interno, o surgimento da indústria, e a construção de vias e comunicação para dar conta desta circulação de bens e serviços.[7]

Novos grupos sociais tendem a pressionar os grupos alojados no poder: a burguesia cafeeira e as classes médias urbanas.



No Rio Grande do Sul o Partido Liberal dominava a cena política enquanto o estado se ligava economicamente ao centro do país como “ celeiro”. Parte da classe dominante se sentia insatisfeita com esta posição , por exemplo quanto a questão dos transportes . Surge o PRR como representante da ala jovem do Partido Liberal aliada a com setores progressistas dos latifundiários e setores médios urbanos. Seu objetivo seria o de implementar o capitalismo, atendendo a todos os setores da economia gaúcha, favorecendo a acumulação privada.



O Positivismo se enquadrava bem neste modelo, pois já havia surgido na Europa como defensor da sociedade burguesa e do progresso com ordem social. Sua teoria de que a “ordem era a base do progresso e o progresso era a continuidade da ordem” , favoreciam a importação de um “ aparato político-ideológico de cunho autoritário, progressista e conservador”.



A crise do setor pecuarista se devia principalmente à nova concorrência de outros estados ao lado do charque Platino , aos altos preços dos revendedores do charque no centro do país, e a pela alta taxa de importação do sal de Cádiz, cobradas pelo governo central.

Com vistas a renovação e superação da crise os estancieiros se unem e fundam em 1912 a União dos criadores , com o objetivo de fundar um frigorífico , com vistas a expandir a exportação. O governo gaúcho não apenas apoia seu projeto, mas facilita a entrada de capital estrangeiro , promovendo o aumento do valor do gado, um impulso ao refinamento e aos métodos de criação, e um aproveitamento industrial do rebanho ovino.





Segundo Nelson Boeira, o positivismo enquanto inspiração e imaginário se estendeu a todo um campo de atividades e de comportamento , o que é perceptível na mentalidade de literatos, juristas e até mesmo filosóficos. O contismo surgira envolto em doutrinas como o darwinismo, o spencerismo e o evolucionismo , que ia o estado científico como o climax do progresso humano, baseado no método científico e na indústria.[8]



Ele teria se estendido por várias áreas : em primeiro lugar um grupo de intelectuais que absorveu a idéia de Comte e adaptou-a a política ( Julio da Castilhos, Alcydes Maya, etc); em segundo um amplo leque de jornalistas, direito e história, que utilizaram-se de princípios cientificistas e comtistas para apresentar suas idéias ; e o público em geral, através de jornais, conferências e discursos, de forma simplificada, grandieloqüente ou de valores a admirar ( Ordem, Progresso, etc).



Segundo a autora, durante a República Velha se estabelecia um modelo econômico em que a agropecuária fornecia matéria prima para a indústria “natural”, e ambas alimentavam o mercado regional e nacional. A modesta indústria “artificial”, produzia máquinas para este sistema e repunha peças.



Tanto nas “Bases do Programa dos candidatos republicanos” de 1884, quando do Segundo Congresso Republicano do Rio grande, como Demétrio Ribeiro, , enquanto Ministro e no Congresso Constituinte de 1891, já lutavam pela industrialização como meta importante e fundamental.

No Programa do PRR aparecem como metas “ animar o desenvolvimento da agricultura, criação e indústrias rurais”, organizar o plano geral de viação como garantia de defesa do território nacional, do desenvolvimento industrial do país e facilidade de suas relações exteriores, “”protecionismo: proteção às industrias do país”

Esta postura oficial é , evidentemente, marcada pelo Positivismo, que associa indústria ao trabalho realizado pelos homens sobre a natureza utilizando-se do conhecimento científico.



Segundo Pesavento:“A visão é , indiscutivelmente , otimista, confunde-se com a idéia de progresso, de bem.-estar , e vem associada à idéia de que o capital é social em sua origem.”[9]



Tratava-se de afirmar o caráter progressista do Estado e implementar um programa de desenvolvimento global da economia gaúcha , que respondesse a um esquema de alianças essenciais para a sustentação do partido no poder.



Com este objetivo , e mostrando o quanto estavam relacionados no imaginário progresso e industrialização, eram chamados de industrializando as indústrias fabris, a simples oficina e até a criação charqueada e a “indústria pastoril”



Dentro do seu projeto de incentivo a todo o setor que combine crescimento da agropecuária com o seu beneficiamento pela indústria local, foi criado o Centro Econômico do Rio Grande do Sul, com o objetivo de fomentar a agricultura em direção a um produto que possa ser aproveitado pela indústria assim como incentivar indústrias no país que pudessem utilizar matéria prima local.Dele participavam comerciantes, gerentes de bancos , representantes do governo alemão , industrialistas locais , engenheiros , alguns militares e agricultores.



Se , como quer Gramsci, uma classe cria para si uma camada de intelectuais que lhe dão homogeneidade e consciência da própria função, o grupo dos industriais divulga valores e idéias pertinentes ao seu setor produtivo, de modo a diferencia-lo dos demais e ao mesmo tempo integra-lo aos outros, através de várias revistas que publicavam artigos de autores estrangeiros e do centro do país assim como prepostos locais dos empresários gaúchos.

Mas de uma certa forma é o plano ´político que se impõe antes da sociedade, ou seja, “o núcleo dirigente do PRR elabora uma proposta de desenvolvimento antes do próprio setor se consolidasse ou formulasse de maneira cara seus interesses frente à sociedade. Ou seja “ a habilidade política do PRR consistiu justamente em ter a sensibilidade para captar os interesses presentes na sociedade e coopta-los em torno de um esquema de alianças que permitiu cumprir um projeto “progressista” de desenvolvimento que fosse , também, a base de sustentação de um grupo no poder.



Misturam -se no discurso tanto dos empresários quanto do governo, tanto argumentos de base evolucionista e cientificista, como por exemplo Spencer, como leis das ciências naturais para exemplificar o progresso econômico e social como afirmação da soberania burguesa e do triunfo da indústria; além disso a seleção natural era base filosófica para explicar o empresário como o vencedor de uma concorrência,devido ao seu empenho e aptidão superiores...



Segundo a revista “O Progresso”: “a grandeza das nações está em razão direta da potencialidade do seu industrialismo.”[10]





2. RELEVÂNCIA:

O Presente estudo busca vincular o imaginário da modernidade ao modo como se apresentavam os positivistas gaúchos enquanto representantes do progresso, contrários ao tradicional e ao arcaico. Este modelo tem longa tradição na Cultura Iluminista e no imaginário do Século XIX ( as Exposições Universais , por exemplo) .

Prova-se a relevância do projeto pela sólida base ideológica e de imaginário que está por trás da postura dos membros do PRR , que tem sido esboçada rapidamente pela bilbliografia.Situar o PRR como herdeiro das ideais Iluministas pode nos ajudar a desenvolver a compreensão sobre nossa própria trajetória política e do nosso imaginário.











3. PROBLEMÁTICA

Qual a reação entre o ideal de progresso vinculado no imaginário europeu durante a Modernidae e a propaganda política do Partido Republicano Rio Grandense no jornal “A Federação”, durante o governo de Borges de Medeiros ?





4. HIPÓTESE

5. A proposta e a propaganda do PRR está em sintonia com a crença de que a humanidade está evoluindo da barbárie à civilização e que a indústria, a racionalidade e a modernização econômica representam o clímax da civilização humana.



6. OBJETIVOS:







Com este trabalho gostaríamos de esclarecer os seguintes pontos:

- Percorrer o imaginário europeu a cerca da Modernidade , com sua carga de crença na ciência empírica, na idéia do progresso e na euforia da renovação ( da sociedade, da política, etc)

- Demonstrar a presença deste imaginário no pensamento dos políticos gaúchos positivista r seu contexto regional

-Buscar estas afirmações no Jornal A Federação por este grupo publicado.















10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS





BOEIRA, Nelson. O Rio Grande de Augusto Comte. In: RS : Cultura e ideologia. Porto Alegre : mercado Aberto, 1980, p. 35.





LEAL, Elisabete da Costa. O positivismo, o Partido Republicano Rio-Grandense, a moral e a mulher : 1891-1913. Porto Alegre1996. 295 f. ; il. Diss. (Mestrado em História) - UFRGS, Inst. de Filosofia e Ciências Humanas





PESAVENTO, Santa Jatahy. Exposições Universais : espetáculos da Modernidade do Século XIX. São Paulo : HUCITEC, 1997 .



_________A Burguesia Gaúcha: Dominação do capital e disciplina do trabalho. RS 1889-1930. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.



_________ História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre : Mercado aberto, 1994.



ROCHA, Viviane. Arteônica, um outro paradigma estético. Porto Alegre, 1999. Monografia . Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, PUCRS, 1999.



SEVCENKO, Nicolau .O Enigma pós-moderno, In: Pós-modernidade , Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1993.



10 INTERNET
http://www.multimania.com/clotilde/ English



--------------------------------------------------------------------------------

[1] ROCHA, Viviane. Arteônica, um outro paradigma estético. Porto Alegre, 1999. Monografia .

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, PUCRS, 1999, p.7.

[2] SEVCENKO, Nicolau .O Enigma pós-moderno, In: Pós-modernidade , Campinas, SP: Editora da

UNICAMP, 1993, p.48

[3] TUFFELLY APUD. PESAVENTO, Santa Jatahy. Exposições Universais : espetáculos da Modernidade

do Século XIX. São Paulo : HUCITEC, 1997 , p.31.

[4] PESAVENTO, Santa Jatahy. Op. Cit. , p.46.

[5] BURY, John. Apud. PESAVENTO, Santa Jatahy. A Burguesia Gaúcha: Dominação do capital e

disciplina do trabalho. RS 1889-1930. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988, p.46.

[6]SEVCENKO, Nicolau. Op. Cit.,p. 49.

[7] PESAVENTO, Santa Jatahy. História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre : Mercado aberto, 1994, [s.p.].

[8] BOEIRA,Nelson. O Rio Grande de Augusto Comte. In: RS : Cultura e ideologia. Porto Alegre :

Mercado Aberto, 1980, p. 35.

[9] PESAVENTO, Santa Jatahy. Op. Cit. , p.119.

[10] PESAVENTO, Santa Jatahy. Op. Cit. , p.123.


Buy Posters at AllPosters.com!



More...


Choose from 100,000 posters!
Find your favorite posters in music, movies,fine art, sports, and photography categories. Check out these categories:
Movies

Fine Art

Music



[Close]


undefined
[Close]


undefined

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui