PEQUENO MUNDO
Não sei se percebes os sentimentos impetuosos
Que meus olhos brilham, explodem, projetam.
E as carícias das minhas mãos trêmulas
Que delicadas tocam-te de longe,
Ou a força dos meus braços que distantes
Te envolvem na tarde que termina calma.
Não sei se ouves meus lábios ávidos
Sussurrando declarações, promessas, desejos,
Se sentes de longe o calor do meu corpo
Que se consome em febres e devaneios
Ou lês os poemas enamorados que escrevo
Nas noites quentes e nas manhãs frias.
Não sei se tens consciência da loucura
Que rompe meu peito, dilacera meu coração, inebria meu tempo,
E da eletricidade que percorre meus músculos
Apressa minha respiração, provoca vertigens
Ou da penumbra cinza que sobranceira
Enevoa as horas tristes dos meus dias.
Não sei se conheces a flecha que pusestes em meu peito
E a brasa que na minha alma arde, queima, consome,
E a saudade que fende minha alma dura
Quando o silêncio da solidão me envolve
Ou o canto que canto em meu canto
Esperando um gesto seu, uma palavra, sua atenção.
Não sei se procuro me enganar assim pensando
Pois percebo nas entrelinhas sua vontade
Nas palavras amáveis que me diriges
A expressão que um desejo profundo
E o sorriso que sorris no dourado da tarde
Penetrar vibrante e calmo meu pequeno mundo.
BSB03012003
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