Pànico mesmo foi o que sentiu Magnólia quando Bob entrou pela porta da cozinha, carregando o corpo inerete de Capitu embebido em sangue e areia.
Vivendo solta na velha casa da esquina, Capitu era a única alegria daquela vizinha solitária que, seguramente, não suportaria viver sem seu canto e seu mimo.
Magnólia, movida pelo desespero, tomou o frágil corpo de Capitu, desfalecido na saliva e nos caninos de Bob, e a lavou caprichosamente, quase que pena por pena; como se devolvendo-lhe a alvura, restituísse-lhe também a vida.
Magnólia, então, aguardou noite alta e, enquanto Capitu secava em suas mãos, pé ante pé, entrou na varanda da casa velha e deitou o corpinho inerte numa linda gaiolinha sem portas; simulando, assim, uma morte natural para o canarinho da vizinha.
Entretanto, no dia seguinte, a solitária vizinha da casa velha quase foi acometida por um colapso nervoso e, aos prantos, não conseguia explicar como, tendo enterrado Capitu no jardim, ela retornara limpinha à sua gaiola na manhã seguinte.