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Ensaios-->Por Amor -- 20/03/2003 - 01:41 (Rita de Cássia de Sousa Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Por Amor

Por amor, se faz muita coisa, mas nem sempre acaba sendo a melhor atitude a ser tomada. Muitas vezes tentei escrever sobre esse amor, mas me sentia sufocada o suficiente para não conseguir chorar e muito menos escrever. Mais de um ano depois cai na realidade que sempre temi e agora as lágrimas caem em excesso. Tudo se torna mais claro agora; a minha atitude(natural) diante de tudo isso. É como se tivesse vivido um sonho e o medo de acordar me apavorava.
Eu por amar muito, destruí uma vida, um sonho e agora me destruo pouco a pouco. Esse amor que transpõe qualquer barreira é dada aos meus pais, principalmente meu pai. Por esse amor recusei uma vida de que sempre sonhei. Além de negar um homem o sonho de ser pai. Como posso me ver agora a não ser como um monstro, como posso ser capaz de ser feliz ou como posso ser capaz de fazer alguém feliz? A resposta é simples: Eu não sou capaz, pois que “mata” seu próprio filho, não tem nenhuma dignidade para ser ou fazer alguém feliz. Isso tudo me atormenta, tento esconder de mim mesmo que existe essa dor. Ajo com naturalidade, para que ninguém note que esta perto de um monstro. Mas quando me encontro comigo mesmo escapa todo minha dor, meu sofrimento e desabo na profunda melancolia, e descubro que não posso ser feliz porque não dei a oportunidade de uma criança sorrir.
O medo de sentir o ódio, o desprezo, a decepção de quem me deu a vida me fez desistir de dar a vida alguém que mesmo não conhecendo e mesmo tê-lo destruído, eu o amei acima de qualquer pessoa, até mesmo dos meus pais, que pensei ser um amor infinito.
O amor pelo meu filho(a) se tornou e se torna insubstituível.
O ano de 2001 foi o pior e ao mesmo tempo o melhor. Em agosto, deste ano, eu engravidei. Por um exame de teste de farmácia, descobri no final do mês de outubro que estava grávida e já me encontrava mais ou menos no segundo mês. Nesse momento estava longe do meu namorado e dos meus pais. O medo caiu sobre mim; o medo de rejeição pelos meus pais e pelo meu namorado, que na época estávamos brigados por causa da descoberta de uma traição por parte dele. Isso me angustiava mais e a solidão batia a minha porta. Pensei muito, ou melhor, não pensei, e resolvi desistir de ter meu filho, para não perder os que me referia como amores da minha vida.
Tomei um abortivo (no qual não me recordo o nome) e depois de quinze dias veio o resultado da minha inconseqüência: um aborto, trágico, doloroso e horrendo. Os momentos que passei com o aborto foram horríveis; perdi muito sangue, tive dores insuportáveis que cheguei várias vezes pedi para Deus me levar com meu filho(a). Fiquei mais ou menos três dias na cama, sem nenhuma força, levantava apenas para ir ao banheiro, pois se quisesse fazer outra coisa não podia, pois meu corpo não permitia. Depois de uma semana o sangramento ainda continuou, mas em menor fluxo, não me lembro por quanto tempo ainda continuou.
Depois de tudo, veio o choque da minha atitude, mas não podia chorar, teria que sofrer em silêncio para o resto da minha vida. Agora mais maduro vejo a minha inconseqüência, e todos os problemas que essa atitude infantil me trouxe. A possibilidade da esterilidade, da perda do útero, da discriminação das pessoas, tudo isso por eu ter me negado a viver o melhor momento da vida de uma mulher: a maternidade.
Hoje apenas choro com toda essa dor que eu mesmo causei. A felicidade que hoje eu busco sei que sempre estará incompleta. E meu sonho ainda prevalece, mesmo que Deus me ache incapaz, DESEJO...LUTO...SONHO...Para reencontrar um pouco da minha felicidade em outro filho.
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