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Poesias-->A dança das mães -- 21/01/2003 - 09:08 (joão manuel vilela rasteiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Na beleza incurável das feridas

alimentam-se mães sem trégua.

Nos rios secos, batem e batem os corações

alimentados em sangue frio e espesso.

Que é lívido.Que procura as raízes.

O coração é um bicho estranho, que vai caminhando

gota a gota.E as feridas imprudentes

aproximam-se das mães, imprudentes ao peso

de cada sopro. O amor eternamente feroz.

E as feridas das mães, são cada vez mais belas.

O medo caminha violentamente mais perto,

no corpo, na cara, nas vértebras e no ventre

onde se abriga com seu volúvel volume,

o silencioso amor de mãe.

Sob a folhagem da água, mães cansadas

da aridez que as toca, incendeiam-se através

dos filhos.E os filhos, esse chumbo cravado

nas asas, esse projecto que sobre o mar se estende,

alimenta as feridas pelos tendões.

As mães debicam sobre a areia a sua rota clara,

até ao fim do mundo.Como pela última vez.

Sobre a montanha, um filho incorpora-se na beleza

incurável das feridas, enquanto mães tacteiam

a pedra, até ser flor.

Por vezes sangram e cantam, secam os olhos,

arrancam os sexos e em permanente luta, corpo

a corpo, o amor estende-se, mas os gestos

são frios, neste caminhar obsceno

de pessoas sem frutos.Há-de caber numa gota, todo

o tempo, de uma vida sem história.



Segnalazione di Merito, del Premio Internazionale de Poesia "Publio Virgilio Marone" - Itália 2003

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