A ESPÚRIA COMISSÃO DA VERDADE DA PRESIDENTE DILMA
Márcio Matos Viana Pereira (*)
Analisando o Brasil, apenas pelo prisma moral, constatei sem decepção, porque o discurso demagógico do petista ex-presidente nunca me enganou, haver o país despencado, com uma velocidade incrível, no plano inclinado que iniciou a descer a partir da calamitosa “Nova República” do atual presidente do Senado, hoje prestigiado interlocutor da dupla Lula – Dilma.
É trágico ter de reconhecer que os brasileiros não mais acreditam em quase ninguém, quando se trata de promessas públicas oriundas de políticos e governantes. ual a razão? que dentre esses, naqueles com alguns atributos para servir de referência aos jovens, os traços de um caráter íntegro são inexistentes, denotando desprezo para com os valores morais, pilares de sustentação de uma Nação que pretenda ser respeitada e admirada como exemplo de integridade e ética.
Estarei exagerando ao afirmar, haver o Congresso Nacional se transformado em balcão de negociatas e troca de favores, moedas através das quais os governos têm comprado a consciência, a fidelidade e a subserviência da maioria parlamentar?
Será que a maioria consciente e independente da Nação, tal como o fez o Ministério Público e também a Justiça, acreditou na deslavada mentira do então Presidente Lula, quando numa encenação revoltante na televisão, afirmou nada saber, nada ter ouvido, nem nada ter visto sobre o mensalão, cujo esquema era operado do gabinete do Chefe da Casa Civil no Palácio do Planalto?
Será que a Presidente Dilma acredita iludir a Nação com essa balela intitulada “Comissão da Verdade”? Vingativa e alheia aos preceitos inerentes à liturgia do cargo, não se porta a presidente como estadista, mas, como ressentida ex-terrorista que ensangüentou a Nação, praticando, com os seus comparsas, todo um repertório de crimes vis.
Intitular de Comissão da Verdade esse circo ignaro montado com o objetivo único de tentar humilhar os militares por revanchismo e para satisfazer egos feridos, por saberem ter sido apenas uns reles guerrilheiros motivados por utopias idiotas.
Não amesquinhe e ultraje mais o seu cargo presidente Dilma, através da mentira, já que pelo seu passado é impossível dignificá-lo! Fale a verdade! Deixe de sofismas e mistificações!
O Brasil inteiro sabe ser essa a Comissão da Hipocrisia. Ao governo faltou tanto inteligência para criar uma justificativa plausível, capaz de convencer alguém da necessidade da Comissão criada, como dignidade e coragem para assumir o seu propósito revanchista. “Efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional” é provavelmente idéia de figuras como Dirceu, Delúbio, Genoíno e outros moralmente pervertidos da máfia do mensalão, cujas mentes apenas funcionam com clareza para arquitetar negociatas e tudo mais que seja escuso.
Que reconciliação nacional carece ser promovida? Não sei de crimes ou violências ocorridos por motivos ideológicos, após os terroristas terem sido derrotados e a anistia decretada pelos militares. Que verdade ainda busca a presidente Dilma, depois de tudo o que já foi declarado e publicado na mídia; em livros escritos por quem viveu os acontecimentos; além daquilo existente em Arquivos já entregues ao governo.
Chega de demagogia e de mentira! Trinta anos nos separam do passado e a anistia ampla, geral e indiscriminada sepultou as dívidas! O Brasil marcou encontro com o futuro e não com o passado.
Se houver ainda qualquer curiosidade sobre fatos da época das guerrilhas, talvez consista em saber, como a então terrorista Dilma e a sua Organização ficaram cientes de que o dinheiro do ex- governador paulista, Adhemar de Barros, era guardado num cofre em Santa Teresa no Rio, bem como, quanto lhe coube e o destino dado aos dois milhões de dólares encontrados e roubados. Essa ação, porém, pertencendo ao passado, também já foi anistiada e serviria apenas para atender curiosidades.
A presidente Dilma que, quando jovem, entrou na História pela porta do fundo, na qualidade de terrorista, hoje, tem a chance de, já madura e sofrida, figurar com relevo, se tomar atitudes que demonstrem independência, como por exemplo, determinar que a citada e espúria Comissão apure o tráfico de influência estabelecido entre o ex-presidente Lula e banqueiros e empreiteiros, os quais estariam emprestando os aviões, para que o apedeuta receba títulos de Doutor Honoris Causa e multiplique sua fortuna, agenciando palestras pelo mundo afora, cujo tema deve versar sobre o CORINTHIANS e outros de igual importância, não deixando de enriquecê-los com impropriedades e expressões vulgares, tal como fazia quase diariamente ao aparecer nos noticiários da mídia.
Face tal ajuda caracterizar troca de favores, envolvendo um ex e possivelmente futuro presidente, com banqueiros e empreiteiros, constituindo-se o fato num possível dolo, isso sim, caberia ao governo Dilma apurar, pois as pessoas de caráter, honestas e independentes almejam a apuração dos motivos desse generoso e suspeito apoio.
Também estranho e decepcionante é o posicionamento dos Chefes Militares, os quais, como Comandantes das três Instituições Militares, guardam um silêncio sepulcral, ante o despropósito da instalação da afrontosa Comissão. Quando o silêncio revela disciplina é gratificante para as Forças Armadas, mas, quando Comandantes se omitem, refugiados na disciplina para justificar o mutismo, em relação a um tema que repercute tanto ou mais nas três Instituições do que nos seus integrantes, o silêncio pode ser confundido como subserviência que avilta a mística da farda, ofende a ética e afronta o brio militar.
Não foi dúbia a atitude dos Chefes Militares quando, em defesa dos interesses nacionais, correram o risco de fazer eclodir a Contra-Revolução de 64, para deter o avanço do comunismo internacional e fazer o país trilhar pela senda do progresso, com planejamento, seriedade e patriotismo. Porque tiveram a coragem de tomar decisões vitais para a Pátria, a honestidade de não se beneficiarem com os bens públicos e jamais terem usurpado o erário nacional, razão de viverem como classe média até falecerem, comprovaram ser a honra e a honestidade componentes essenciais de um caráter reto. Deixaram a vida, legando um belo exemplo de seriedade e patriotismo aos brasileiros.
(*) O autor é coronel do Exército
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