Usina de Letras
Usina de Letras
124 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62161 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22530)

Discursos (3238)

Ensaios - (10346)

Erótico (13567)

Frases (50573)

Humor (20027)

Infantil (5422)

Infanto Juvenil (4752)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140790)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Sementes de Mudança -- 28/10/2011 - 16:34 (Arlindo de Melo Freire) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 



 



Sementes de Mudança                                                                                                                                                                          



                                                                                                                                                             Arlindo Freire*



O nosso velho Mundo Cão



Está sob transformação!!



São palavras duras, porém verdadeiras, depois dos mais de 500 anos da extinção indígena no território brasileiro, com sangue e fogo, doenças, perseguição e mortes



desconhecidos da história feita pelos civilizados da Europa e outros continentes  então destruídos por guerras e misérias.



Na comunidade indígena Sucuba, município de Alto Alegre – Roraima vem sendo realizado o curso de Ensino Fundamental  com 35 alunos-professores, pela Secretaria de Educação, daquele Estado, com a finalidade de aperfeiçoa-los para lecionar aos índios das tribos Yanomami.



O trabalho é pioneiro, com prosseguimento nos próximos anos, até 2015, conforme a programação estabelecida pela Divisão de Educação Indígena, coordenada pela professora Ineide Isidório – responsável pelo desenvolvimento do trabalho no decorrer dos próximos anos, com apoio da Fundação Nacional do Índio.



= O que pensar e dizer sobre esse acontecimento – diante da complexidade histórica dos povos indígenas brasileiros?



O mais certo e coerente reside nas duas linhas iniciais deste comentário ligado ao passado, futuro e presente dos povos originais do Brasil que permanecem sem o respeito  e consideração  aos habitantes naturais, apesar do reconhecimento, por alguns setores que as injustiças são uma constante, sem a perspectiva de mudança imediata.



Na distância de 6.770km entre Natal-RN e Boa Vista-RR, temos a confiança de que seja possível e necessário fazer estas considerações com fundamentos valiosos e coerentes, partindo do fato de que a pedagoga Maria Áurea Guedes, antes do seu falecimento – 2008 afirmou, baseada em sua longa experiência: Se apenas um aluno assimilar e compreender o assunto ministrado na sala de aula, o professor está com a sua missão cumprida!



Esta afirmação não se aplica aos professores do Ensino Fundamental  em Roraima, mas ao espírito e filosofia da Educação, de forma generalizada sobre a realidade em que vivemos neste país, onde as escolas estã mergulhadas nas enchentes destruidoras da Educação nos seus variados níveis, inclusive o Superior, com raras exceções, na atualidade.



Se o trabalho educacional para os indígenas – tivesse sido adotado pelos governos, mediante a recomendação do Congresso Nacional, desde a formação histórica e política do Brasil – certamente, sem dúvidas, a situação atual dos povos tribais ainda Existentes - seria outra muito diferente, justa e adequada, humana e digna para as mulheres e homens contemporâneos.



Foi por falta de tais providências que houve o genocídio da maioria dos nativos brasileiros, no decorrer dos cinco séculos, sobretudo no Rio Grande do Norte e Piauí, onde ficaram perdidos os legítimos e originais indígenas – desaparecidos e mortos no  decorrer de apenas 2 séculos – 1599-1825, quando a resistência destes tornou-se impotente para sobrepor os colonizadores.



Nestes fatos – temos os motivos e razões para saber que em Sucuba, através da Educação, vem sendo plantada a semente da transformação para a vida e cultura dos povos indígenas estabelecidos nas selvas, matas, planaltos e serras ainda existentes  no espaço do país – desafiando a todos os governos e gerações humanas que se dizem evoluídas – apesar da longa distância ou alienação com suas origens.



Na linha imaginária de quase 7.000km – do RN-RR projeta-se a expectativa dos índios mortos e vivos em busca da mudança pela Educação que se torna indispensável para a sobrevivência dos seres humanos, em qualquer tempo e lugar - como ponto de partida para a sua evolução no sistema universal, conforme a natureza da criação como uma das partículas na formação da humanidade.



= O que é isto, como se explica esta teoria?



Todo mundo sabe que o Sol brilha para todos, especialmente os habitantes de   qualquer espaço terrestre sobretudo os seres humanos vivendo na dependência da natureza vegetal, animal e mineral, das águas, do solo, do ar, da luz, das estrelas, do Sol e da Lua, além de outros astros, qualquer corpo celeste, bem como da energia em que se geram os fatores naturais.



Apesar das teorias primitivas contrárias – o indígena também é ser humano, igual aos demais e talvez superior, por ter  feito , naturalmente a origem do homem ou mulher através do processo evolutivo, durante mais de cinco mil anos, até o período atual das gerações modernas da civilização  que ainda, em grande proporção, não adquiriu toda a dimensão do valor humano na sua escala paralela universal.



Se os civilizados Brancos tivessem sido solidários e coerentes com o seu destino ou direitos e deveres com os indígenas, além dos pobres, marginalizados e sem as oportunidades de melhorias básicas – devidas pela sociedade e os governos, os índios jamais teriam sido expostos e fixados como tais pela decisão colonialista dos exploradores.



Nos 70 anos de vida, Áurea Guedes trabalhou mais de 50, com os pobres e humildes, crianças e adultos que desejavam sair da miséria, pelos caminhos da Educação, nas escolas do interior potiguar, no MEB – Movimento de Educação de Base e na extinta Fundação LBA-RN, em que plantou a Semente da Mudança, visando à melhoria e transformação direta de 300 mil vidas.



Agora, temos a professora Ineide Isidório, na comunidade Sucuba – Roraima, no trabalho semelhante com os indígenas Yanomami, além de outras educadoras em diversos locais da Amazônia plantando as sementes indispensáveis à Educação e Civilização dos homens e mulheres que pretendem adquirir a dignidade humana, embora estejam isoladas e distantes das cidades, vivendo nas selvas, no meio dos animais e vegetais, rios, serras e vales.



Ineide e Áurea podem se considerar felizes, realizadas, dignas, honestas, solidárias, amigas, legítimas e verdadeiras nas suas relações com a humanidade, plantando as Sementes da Mudança que mais tarde serão as causas de imensas árvores com flores e frutos para o bem-estar e alegria de outras gerações.*Jornalista,Sociólogo-UFRN.


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui