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Ensaios-->CRÍTICA LITERÁRIA -- 03/05/2003 - 23:16 (Eustáquio Mário Ribeiro Braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
INTRODUÇÃO

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No estudo da crítica literária é pertinente que pesquisemos os elementos possíveis para se pensar um conceito de crítica, bem como o seu papel e função. Este trabalho tem como foco principal a identificação e a relação dos elementos que caracterizam a crítica literária. Depois de realizadas essas operações, portanto, será possível também construir uma visão pessoal do tema estudado, além de obter conhecimentos, mesmo que superficiais, para saber como foi delineado o caminho e a evolução da crítica literária nos moldes praticados hoje em dia.

CONCEITO DE CRÍTICA

Para iniciarmos nossa breve análise sobre a crítica literária segundo o estudo dos textos “PARA UM CONCEITO DE CRÍTICA1”, “AS QUESTÕES DA CRÍTICA LITERÁRIA2” e “HERANÇA DO PASSADO3” dos autores Pedro Lyra, Flávio Aguiar e Jérôme Roger, respectivamente. Vamos inserir aqui algumas considerações encontradas nos estudos que sintetizam o conceito de crítica, seu papel e sua função.

É ponto comum conceituar a crítica literária de acordo com a tarefa que a pressupõe, que é o seu objeto: a obra literária. A obra é a realização do escritor que tem por finalidade atingir ao seu destinatário: o leitor. Logo observamos que preexistem três figuras que se interagem: o autor, a obra, o leitor. Todavia, para uma crítica coesa é preciso que sejam levados em consideração essas três figuras, senão equívocos poderão ocorrer, assim como ocorreram, no passado, por diversas correntes críticas. Não obstante, se fossemos sintetizar a tarefa prática da crítica, bastaríamos dizer que o crítico deve ser capaz de captar a estrutura profunda da obra e, para isso, é preciso que tenha embasamento teórico de, pelo menos, três elementos fundamentas: metodologia, terminologia e ideologia. Por esse desempenho crítico ele atravessa três momentos fundamentais que são: o contato objetivador, a interpretação e análise e, por fim, o juízo e/ou julgamento. Tudo isso se resume em três termos: leitura, análise e julgamento.

Cabe-nos discorrer que a leitura para o crítico é o ponto de partida para detectar sentidos, ou seja colher o ser da obra, mas que, também, a leitura possui as suas variantes e, dependendo, do objetivo do leitor, pode ser distinguida sob diversos prismas, como por exemplo: o ato da leitura para o saber e para o fluir. Contudo, essa atividade para o crítico, é imprescindível desde que seja acompanhada da releitura, pois em seguida ele fará uma análise e, através da análise, esse estará exercendo a atividade crítica de vital importância. Resumindo: ler criticamente é analisar. E, por conseguinte, a análise conduz ao julgamento e/ou anular a necessidade desse.
Pedro Lyra sintetiza de maneira clara o papel do escritor e o da obra, conforme o trecho abaixo:

“... o autor tem que agir sobre a sua sociedade com instrumentos fornecidos por essa própria sociedade, ou seja por seu momento histórico. Como escritor, esse indivíduo deverá ter uma determinada maneira de combinar as palavras vinculada a um desejo de atingir a perfeição; um determinado modo de ver o mundo vinculado a um desejo de comunicar essa mundividência a um público universal; um certo ideal de comportamento vinculado a um desejo de incorporar ao padrão de vida do seu público a sugestão de mudança implícita em seu texto. A obra é um objeto concreto, produzida num determinado momento e só produzível naquele determinado momento. Ela organiza três macro-elementos internos desdobrados em diversos micro-elementos que se potencializam em múltiplas relações, ou seja a obra necessita ter tema, forma e linguagem. Uma vez reunidos esses três elementos, a obra traz em seu corpo as marcas identificadoras tanto da época quanto do autor que a produziu, ou seja: uma dimensão coletiva, presente na linguagem e no tema; uma dimensão pessoal, presente na linguagem e na forma.”

De acordo com o autor esses elementos abordados acima são importantíssimos no processamento da crítica de uma obra literária, mas, também, toda obra necessita de três requisitos indispensáveis: interesse, eficácia e permanência. Em síntese a obra deve despertar interesse pelo seu conteúdo para seduzir e prender gerações de leitores por tempo indeterminado. Quanto à sua forma a obra deve ser eficaz, pois para produzir interesse tal relação interliga-a ao talento do escrito. E, por fim, a obra deve permanecer, se se a obra morrer com o escritor esse jamais se afirma como ator cultural. Mas, claro que tudo isso se deve ao resultado do processo de união do interesse do conteúdo e da eficácia da forma que deve superar os limites originais e originários de tempo e espaço.



O PAPEL E A FUNÇÃO DA CRÍTICA LITERÁRIA

Depois de várias leituras nos mais diversos textos que tratam do conflito das diversas escolas de crítica literária, encontramos uma gama de conceitos e funções da CL, porém o seu papel se confunde com a sua função que é a mesma, desde o seu gênesis, até hoje. Conforme Pedro Lyra, a função da crítica literária é o de analisar a obra, situada entre dois pólos que constituem a razão de sua existência. Compreende o autor e o leitor, definidos em seus condicionamentos históricos e seus interesses ideológicos. Daí não é difícil de entender porque é preciso buscar mais informações a respeito de outro tema que anda paralelamente ligado ao da crítica, que é o da história da literatura, pois sem ela tornar-se-ia impossível entender o porquê da existência da crítica literária. É imperativo lembrar que a CL1 tem como objetivo avaliar uma obra literária e, essa está situada num espaço de tempo ligada ao momento e/ou a um determinado movimento.

Bem, então a aproximação crítica de uma obra literária exige quatro operações primordiais, são elas: a paráfrase, a análise, a interpretação e o comentário. A paráfrase está ligada à memória do leitor, é ela que abre o caminho para a visualização da forma particular de uma obra; a análise, compreende a caracterização da forma particular de uma obra, através da consideração de seus elementos internos e das relações que mantêm entre si; a interpretação compreende colocar tudo aquilo que a análise dos elementos internos da obra nos sugere em relação com os demais campos da arte e do conhecimento, a começar pela própria tradição literária, depois as demais artes, a história, a sociologia, a psicologia, a filosofia, antropologia, etc.; E, por sim, o comentário que compreende os elementos externos da obra que podem ajudar a pintar o quadro do seu tempo, no conjunto da obra e de seu autor, bem como o nosso tempo.

CONCLUSÃO



Somos seres pensantes e precisamos de liberdade para escolher àquilo que nos satisfaz em todas as áreas. Necessitamos buscar o conhecimento e, concomitantemente, vivemos num determinado tempo e espaço. A nossa experiência de vida faz-nos ativar nossos conhecimentos prévios quando nos deparamos com quaisquer tipos e gêneros textuais. Contudo, quando enfronhamos pelos caminhos traçados pelos escritores através de suas obras, viajamos nas suas viagens e podemos nos materializar em épocas passados e nos mais diversos cenários. Daí, dessa necessidade de conhecer outros mundos distantes, aprendemos que a literatura e as artes são imprescindíveis para angariar o saber ao passo que nos delicia pelo seu prazer. Seria, por demais, simplista falarmos de crítica literária sem mencionar o valor da literatura como um todo. A crítica literária só existe porque existem obras, escritores e leitores. Ou seja, só pelo valor incalculável da criação toda obra tem o seu devido valor, pois essa, e não importa tipo de enfoque narrativo ou gênero, faz parte de um contexto histórico, de um momento, de uma sociedade, de um tempo e espaço.

Neste sentido, o estudo sobre a crítica literária foi salutar para aprofundarmos nos meandros dessa fonte inesgotável do saber que foi estudar desde os cânones da literatura brasileira até os grandes pensadores que .os antecederam. Mesmo que a crítica literária não fosse o foco principal de suas obras, esses grandes filósofos e poetas medievais foram os precursores à revelia de todo um contexto histórico da crítica literária. Estudamos no texto “A HERANÇA DO PASSADO”, de Jérôme Roger que dentre as mais variadas correntes crítica, basicamente, a maioria advém de Platão e Aristóteles. Mesmo que equívocos de entendimento e falhas houvessem no processo de busca de uma forma adequada de valorização de uma obra literária e vários elementos foram privilegiados por algumas correntes, o fato é que nos últimos 50 ou 70 anos a maioria dos críticos adotaram a Poética de Aristóteles como um pondo de referência .

Todavia, o objetivo deste trabalho foi o de conceituar a crítica através do elementos úteis que colhemos da leitura de textos de Pedro Lyra, Flávio Aguiar e Jérôme Roger, bem como o de preparar um texto em que identificamos e relacionamos elementos que caracterizaram a crítica literária, de acordo com a nossa visão, e o fizemos nos tópicos anteriores. Porém, a concluirmos o nosso pensamento sobre a crítica faremos um breve esboço dos aspectos abordados em crítica literária.

Pelo que pudemos constar, a experiência mostra que os estudos sobre literatura versam, na maioria das vezes, sobre tópicos que podem ser assim classificados: a literatura de um país; um gênero literário; um estilo de época; a obra literária de um autor no seu conjunto; uma obra específica Tudo isto abarca em Crítica Literária. Como 'traduzir' isto para a 'linguagem documentária'? Nos casos a literatura de um país e um gênero literário usa-se o termo que designa a literatura ou o GL2, acrescido do adjetivo relativo à nacionalidade do autor; por exemplo: Literatura brasileira, Poesia francesa, ou ao grupo étnico estudado; por exemplo: Literatura judaica, ou à região geográfica estudada; por exemplo: Literatura sul-americana, ou & abrave; região geo-lingüística estudada (Literatura latino-americana) ou à língua estudada; por exemplo: Literatura de língua portuguesa. No caso do estilo de época, o estudo pode versar sobre um estilo de época abrangendo literatura de vaacute; rios países ou apenas de um país. No primeiro caso, o termo representa o estilo de época tratado; por exemplo: Parnasianismo e, no segundo caso, acrescenta-se o adjetivo relativo à nacionalidade; por exemplo: Parnasianismo brasileiro. No caso da obra literária de um autor, no seu conjunto, o Código de Catalogação só recomenda o acréscimo de datas de nascimento e morte no caso de autores homônimos. Exemplo: Assis, Machado de. No caso de uma obra específica, adota-se o mesmo procedimento anterior, acrescentando-se o título da obra estudada; por exemplo: Assis, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas). Cada um destes tópicos, por sua vez, é abordado por diversos ângulos ou aspectos que são 'traduzidos' no catálogo por uma 'linguagem' específica.



BIBLIOGRAFIA


· Apostila SEMINÁRIO DE PESQUISA LITERÁRIA, do Prof. Luiz Morando, preparada para a disciplina Pesquisa Literária – Crítica literária brasileira, para as turmas LM5A, LM5B e LN5; 1º semestre de 2003.


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