A política, segundo Silveira Bueno, é definida como “ciência do governo dos povos; arte de dirigir as relações entre os Estados”, de modo que não há como escapar do vinculo dos indivíduos à política, expresso inevitavelmente no desempenho de funções públicas, nos atos de cidadania e, ainda, na sujeição ao poder estatal e ao ordenamento normativo.
Infelizmente, a política é utilizada, em certos casos, para a realização de interesses particulares, fato que, quando praticado por agentes públicos, contraria inclusive princípios constitucionais, como o da impessoalidade, por exemplo.
Assim, a participação política da população é e sempre será fundamental para a conservação de um Estado forte, coeso e incorruptível, com decisões de consentimento geral e de interesse da coletividade.
A ignorância, ou melhor, o analfabetismo político é o pecado da omissão. A participação da sociedade, mantendo-se informada e fiscalizando os atos políticos, trará certamente ganhos incalculáveis para cada um dos indivíduos, visto que, sem mobilização social, a vontade exclusiva de certos governantes prevalecerá.
Na concepção de Bertold Brecht, escritor e teatrólogo alemão, “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”. |