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Ensaios-->CONGO: De quantos mortos a África ainda precisa? (1) -- 30/05/2003 - 02:33 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A guerra no Congo já custou a vida a pelo menos dois milhões de seres humanos. Uma guerra étnica? Não – matéria-prima. Sobretudo para o oeste.

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Por Bartholomäus Grill
Trad.: ZPA
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'De quantos mortos a África ainda precisa, até que o mundo se dê conta?' O diplomata alemão em Burundi imediatamente oferece resposta a sua própria pergunta: 'mais 500… É esse o número, como me diz a experiência.'

Ao Conselho de Segurança da ONU, alguns cínicos haveriam de acrescentar, esse número naturalmente não basta. Depois do mais recente massacre no leste do Congo, no qual 966 pessoas foram assassinadas, até ensaiaram algum movimento os senhores do mundo em Nova Iorque, para testar 'todas as opções', mas, quanto a um rápido reforço da Missão de Paz que enviaram à região em crise desde o outono de 1999, num primeiro momento não foi possível um acordo. Tinham coisas mais importantes para decidir naqueles dias.

Estamos cegos para os problemas da África, porque só se olha para o Iraque, lamentava Sérgio Vieira de Mello, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos – e novo embaixador especial das Nações Unidas no Iraque.

Os problemas da África: No centro do continente, há quatro anos e meio acontece uma guerra que já fez pelo menos dois milhões de vítimas, podendo ser dobrado esse número, de acordo com outras estimativas. O grande silêncio, é claro, nada tem a ver com a natureza do conflito, que acabou por tornar-se demasiado complicado e imprevisível. Quanto maior a precisão com que se o investiga, mais difícil encontrar soluções.

Para compreender as causas da Guerra do Congo, há que retroceder ao ano de 1994, ao genocídio de Ruanda, quando 800.000 pessoas foram mortas sem que a família dos povos tenha movido um dedo.

A fuga em massa dos “génocidaires” e centenas de milhares de seus cúmplices e sequazes em direção ao antigo Zaire desestabilizou as províncias de Kivu junto à fronteira e, três anos depois, levou (numa simplificação grosseira) à queda do déspota Mobutu Sese Seko.

Em sua cruzada vitoriosa, o chefe dos rebeldes, Laurent Kabila, o novo presidente, teve o apoio militar de Ruanda e Uganda. Ao reconhecerem nele uma repetição de Mobutu, a partir de 1998, contra ele se voltaram os aliados. Kabila, por sua vez, procurava por novos irmãos em armas – Zimbabue, Angola, Namíbia –, e ao final quase todos os países vizinhos se achavam envolvidos na guerra. Na época, Madeleine Albright, a ex-ministra das relações exteriores dos USA, falava em “primeira guerra mundial africana“.

Na realidade, é muito mais complicada a situação. Mas, quem no hemisfério norte quer saber disso com tanta certeza? Laurent Kabila foi assassinado em janeiro de 2001, tendo assumido o poder seu filho Joseph, como numa dinastia hereditária. E o derramamento de sangue ganhava prosseguimento.

O Zaire, que entretanto voltara a se chamar Congo, só existe mesmo no papel, tendo deixado de existir os Direitos Humanos, o Direito dos Povos e a Convenção de Genebra. Em muitos lugares reina a anarquia escancarada. Historiadores militares comparam as circunstâncias à situação da Europa central na Guerra dos 30 anos. Extensas regiões do país são 'governadas' por poderes do caos, por tropas invasoras estrangeiras e rebeldes nativos, que formam coalizões em constante mudança.

Em meio a tudo isso, desembestam furiosos os barões da guerra e as milícias étnicas, os genocidas dispersos e as malignas hordas de ladrões, os soldados e as incontáveis crianças-soldados, essas empobrecidas
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