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Ensaios-->FOME, GUERRAS E CIDADANIA... -- 10/06/2003 - 14:27 (Gabriel de Sousa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se olharmos para um mapa do mundo, não será difícil encontrar países onde se morre de fome, em pleno século XXI. Se nos detivermos com mais atenção, chegaremos paradoxalmente à conclusão que muitos desses países são ricos em matérias-primas, que fazem a prosperidade de multinacionais, de certas personalidades e de terceiros países.
Curiosamente, há países em que antigamente nem seria necessário trabalhar. Frutos, caça, exercício, vestimentas rudimentares: era quanto bastava. Quando os descobridores (ou achadores, como dizem os Brasileiros) chegaram, trouxeram toda a panóplia da civilização: bugigangas, hábitos alimentares, vestuário, religião... A partir daí tudo se precipitou e, ao ritmo dos séculos, criaram-se necessidades, exploraram-se as riquezas naturais, utilizaram-se os nativos, primeiro como escravos e depois como mão-de-obra barata...
Passados alguns decénios, com ou sem lutas de libertação, com ou sem preparação adequada, com ou sem fronteiras lógicas, foi-lhes «dada» a independência.
Muitas vezes não preparados para a democracia (a propósito, porque quer o Ocidente impor os SEUS conceitos de Democracia, que não são necessariamente os mesmos?), com fronteiras a separar etnias que normalmente deviam viver juntas, com países constituídos por outras etnias que são inimigas viscerais desde sempre, com falta de quadros que não foram preparados, com o êxodo de quadros e capitais dos colonizadores, acabaram por ser joguetes das grandes potências... E assim, de países auto-suficientes antes da chegada da civilização, passaram a ser países miseráveis, com populações a morrer de fome, muitas vezes dominados por ditaduras internas e exploradores externos. Como um mal nunca vem só, estão frequentemente em guerra. Guerras impostas, também elas, tanto por forças internas como por forças externas, ao sabor de estratégias geográficas e económicas.

As zonas mais pobres do planeta são cenários de guerra, revoluções e contra-revoluções. Umas vezes lutas internas, outras lutas importadas. Questões estratégico-militares, existência de matérias-primas e interesses económicos, problemas raciais ou étnicos, ideologias, religiões, são algumas das razões que levam a essas guerras.
Durante o chamado período da «guerra-fria» o confronto dos Estados Unidos com a União Soviética fazia com que um certo equilíbrio se mantivesse. Ambas as potências se temiam, por possuírem armamento igualmente sofisticado e moderno. Isto não impedia, aqui e ali, intervenções pontuais onde uma das partes se abstinha (pelo menos tacitamente...).
A indústria de armamento, que movimenta fortunas incalculáveis, também nunca esteve interessada na ausência de conflitos. Armam uma e outra parte, oficialmente ou por intermédio de «terceiros», sejam estes outros países ou grandes traficantes. Guerras já houve em que as partes em confronto eram alimentadas por armamento com a mesma origem, mas chegada por circuitos diferentes. Negócio seguro!
Com a implosão da União Soviética, e pese embora a existência de outras grandes potências, os Estados Unidos emergiram como polícias do que se passa no Mundo, constituindo quase que um «Novo Império». E actuam (ou ameaçam) um pouco por todo o lado (com razão ou sem ela). Basta-lhes a razão deles. E o pior é que não se ensaiam nada por agir sem autorização da ONU, com o apoio quase sempre claro do Reino Unido e mais camuflado ou discreto de outros países. Para cúmulo do absurdo, os EUA querem ainda ser a excepção no TPI (Tribunal Internacional): terem imunidade para os actos dos seus militares e civis, em teatros de guerra, sob pena de não colaborarem em missões de paz, promovidas pela ONU... Mais uma vez, SIM à guerra - NÃO à paz, ou SIM mas de forma condicionada.
Entretanto, não se sabe muito bem o que foi feito a algum armamento da ex-URSS, mesmo do mais perigoso e sofisticado. Simultaneamente, começou a falar-se de máfias do Leste e a ver milionários (!) russos instalarem-se na Côte d’Azur... Inquietante, não será?
Algumas guerras deixam países completamente em destroços, já de si pobre e objecto de boicotes económicos. Com a miséria aumentada, vem o cortejo de refugiados, de doenças e de fome... Problemas acrescidos também para os países vizinhos.
EIS O MARAVILHOSO PLANETA EM QUE VIVEMOS. QUE FAZER? SERÁ QUE TODOS (AO LONGO DO MUNDO) SABEMOS ASSUMIR OS NOSSOS DIREITOS E DEVERES DE CIDADANIA?

O mínimo que um cidadão pode fazer, em qualquer parte do mundo, é exercer o seu direito de votar, de escolher quem vai governar, quem o vai dirigir. Pelo menos nos países onde não há ditaduras para impedir esse exercício... Mas por desencanto umas vezes, por desinteresse, egoísmo ou ignorância noutras, as taxas de abstenção não param de aumentar. Assim, quem nos governa nem sempre defende os interesses da maioria. Com isto não pretendemos pôr em questão a democracia das eleições, nem insinuar em quem votariam os abstencionistas, mas não há dúvida que os resultados não correspondem a maior parte das vezes às populações reais.
Por outro lado, a aprendizagem democrática não se pode fazer unicamente nos períodos eleitorais. Nessas ocasiões, todos os políticos visitam feiras, mercados e bairros degradados. Todos se dizem preocupados e com propostas para resolver os problemas dos mais desfavorecidos que muitas vezes são a maioria. A aprendizagem da democracia, e a destrinça do que é bom para cada um de nós, deveriam ser actos diários. Isso só se conseguia com uma educação escolar cada vez mais alargada e com meios que permitissem ter acesso à informação, condições imprescindíveis para ter uma opinião própria e não manipulável facilmente. Vários círculos viciosos...
Claro que os direitos e deveres de cidadão não se esgotam nas eleições principais presidenciais, legislativas, ou autárquicas, pois há todas as outras: sindicatos, clubes desportivos, associações recreativas, etc. ... Brada aos céus ver, muitas vezes, que uma minoria decide o futuro de todos. Lembremo-nos do que aconteceu, em Portugal, nos Referendos sobre a «Regionalização» e a «Legalização do aborto». Lembremo-nos de todas as eleições em que meia dúzia (comparada com o «todo») é eleita «democraticamente» para dirigir e decidir o futuro de Instituições muitas vezes com patrimónios importantes. Habituámo-nos (mal) a delegar nos outros decisões sobre o NOSSO futuro.
Se TODOS, no Mundo, exercessem os seus direitos de cidadania, os dirigentes políticos muitas vezes seriam outros e as políticas seriam diferentes...
Quem vive num país em guerra, a única coisa porque anseia é a paz. Quem vive (ou sobrevive) com fome ou em condições precárias, a única coisa que queria era ter comida e melhorar as suas condições de vida. Mas são ESTES, precisamente, que não têm voz (umas vezes porque não podem, outras porque não sabem e outras julgando que tudo vem do céu...).
Se um dia essa parte da população mundial recuperasse a voz, não haveria mais guerras e acabaria a fome... Todos têm o direito de decidir sobre o seu futuro e muitas vezes não o sabem utilizar.
À medida que a ciência avança, a miséria avança igualmente. Muitas vezes essa ciência é ainda utilizada fundamentalmente na indústria da guerra. Pode ser uma utopia mas, enquanto é tempo, DEVEMOS TENTAR CONSTRUIR O HOMEM NOVO.
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