A professora entrou na sala. Fez a apresentação habitual, esboçou o plano de trabalho e tomou lugar na cadeira, em busca de conhecimento coletivo.
Realizou a infame tarefa de fazer chamada. Comentou os nomes que homenageavam as grandes figuras e parou em Catarina.
Era um dos nomes mais importantes da história russa, mulher que ganhou fama por namorar muito e tentar atrair os grandes pensadores da Europa para um país atrasado, necessitado de mudanças urgentes.
Citou também o exemplo de Pedro o Grande, um grande tzar que também percebeu que o feudalismo russo não servia para matar a fome do grande país, cheio de problemas sociais.
Encontrou Alexandre e foi com pesar que comunicou que este era o nome de um tzar que pereceu com a revolução bolchevique, numa grande mudança política que teve atitudes mais radicais, em 1917.
Encontrou um Lenine. Falou sobre o revolucionário, um dos líderes da revolta que tomou conta dos campos e das cidades.
Havia também um Carlos. Passou pela história da França, depois foi para a Alemanha, traduzindo o nome de Karl Marx.
Os alunos começaram a encontrar motivação na aula. Todos queriam informação sobre seus nomes e os fatos históricos.
Maria Antonieta não gostou da história da decapitação na Revolução Francesa.
Adolfo também não gostou de Hitler. O mais inconformado foi Átila, pelo apelido de flagelo de deus . Pertencia a uma seita evangélica e ficou magoado com os pais.
Depois de explicar a origem de uns quinze nomes teve que contar a muitos dos alunos que seus nomes não tinham antecedentes históricos.
Assim Leupenildo, Creidimar, Lucidiléia, Marinorma, Charlestomis e outros ficaram aborrecidos.
A professora então explicou que milhares de pessoas anónimas construíram a grandeza das nações, mesmo que não tivessem sido lembradas pelos historiadores.
Contou que em cada parelepípedo ou estrada construída haviam milhões de nomes fortes, vidas e lendas não registradas.
A aula terminou e os alunos voltaram para casa com uma nova visão de mundo.