Qual a responsabilidade da mídia perante a sociedade? Por que não cobrar da mídia parte da culpa do caos criado pela violência urbana no Brasil?
Diariamente, após receber as primeiras notícias através do rádio e visitar os principais portais dos sítios jornalísticos, fazemos a leitura de quatro jornais, sendo dois de circulação nacional e dois locais.
Francamente, gostaríamos de estar equivocados, mas temos a sensação de que parte da mídia gosta de ser o maestro da banda do 'quanto pior melhor'. Todas as iniciativas dos governos, são na maioria das vezes bombardeadas pelos jornalistas especialistas em ironizar qualquer ação governamental. Além de estarem sempre procurando mostrar de dedo em riste o lado caricato e as deficiências das autoridades políticas e mesmo da polícia, em contrapartida procuram tratar bandidos apenas como frutos de 'problemas sociais'. E mais, adoram exibir 'os feitos' destes marginais. Pergunto... Em que isto ajuda no combate a violência?
Na verdade, parece que alguns jornalistas amam o “lado romântico” da bandidagem. Imagine o “status” que deve provocar no morro a imagem de um bandido nos telejornais das oito. Imagine a ciumeira dos marginais “concorrentes” vendo a foto de um desafeto estampada na capa de um grande jornal. Não podemos viver no mundo do “faz de conta”. Civis portando fuzis, metralhadoras e outras armas de grande poder de fogo, não são criminosos comuns... são milícias paramilitares, e por isto devem ser tratados como guerrilheiros.
A sociedade precisa pressionar o Congresso Nacional para que os políticos promovam urgentes mudanças nos estatutos das forças armadas e nas leis penais. Principalmente nas de execuções penais. Nesta hora sim, vemos um importante papel para a mídia. No momento em que a própria mídia compreender e assumir que existe uma guerra civil em nosso país, uma guerra de traficantes paramilitares contra a sociedade e por conseqüência contra o Estado, certamente terá outro comportamento. Por favor, não venham com o velho e surrado jargão da desculpa de que é simples dizer que: “ah... sempre é tudo culpa da imprensa”.
