A Besta discretizou a existência em fatos e inventou o tempo porque ela só entende o fato só entende o instante não entende o movimento o universo é curvo ela só entende as retas e inventou o infinitésimo porque as curvas enlouquecem a Besta a subjugam a humilham a seduzem a atraem a dominam... sexo amor fluxo curvas e movimentos montanha russa no éter não dá pra explicar é preciso sentir mas tem que libertar as amarras dos sentidos tem que delirar descobrir o gosto do som e a dor da poesia o perfume da cor e a luz da melodia que tudo é fluxo nada é fixo e que dois pontos não definem uma reta mas infinitas curvas dois acordes infinitas músicas dois instantes infinitos gestos e que no silêncio há infinitos gritos e na dor infinitos versos e quem num ápice sensorial puder ouvir tremores ver gemidos beber calor chorar de prazer gozar de dor... se finalmente desmaiar para a vida sussurrando amor...
tocará na essência...
A Besta
Pobre criança
Deixemos que brinque
Com as retas, os símbolos, os nomes, os fatos, o tempo...