Eu e voce
brincando nos bosques e vales
desses edifícios distantes
como o beija-flor dos males
na relva fina de antes
É como ouvir música
na videoteca de louça
a voz errante desses caminhos sem volta
é a palavra lubrificada, lúbrica
o grito da rainha louca
Nos malabarismos de alta tensão
como a corrente elétrica
tão óbvia de ante mão
tão confusa como essas rimas e métricas
Eu e voce
correndo nesses tênues fios de goma
como o rio represado no muro
irrompe, arruína
é coma!
dói, naufraga, é a batida daquele murro
nos mares, nos parques, nas esferas
é sempre descer pra trocar o pneu
é longe, é longe
é o furo, o prego, o step.
aquela sede de suco adoçado de mel
nas ruas, nas saídas
nos boqueirões da cidade
sempe dois + dois
essa coisa da felicidade
do desencanto e do gozo depois.
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