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Poesias-->Uma percepção visual -- 25/01/2003 - 18:56 (henrique f m r penna) |
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Aqui estou diante da folha branca de papel
Vazia
mas sou o vazio de mim mesmo
invisível.
Estou na mais complexa noção do mundo
Refúgio.
E estou no mais óbvio axioma da inutilidade
Deserto.
Mesmo estar aqui é certa ausência
Plena.
Mas sou o reflexo da sensação mais instantânea
Plausível.
E mergulho nas profundezas de não ser
Silêncio.
Quando não sou deixo de ser também
Telúrico.
E quando mais sou ainda mais deixo de ser
Visível.
Estou entre mundos potencialmente
Iniciado.
e continuo sendo essa folha vazia
Primeira
Se mesmo assim permaneço
Retifico.
E se permaneço ainda mais
Suicido.
Se todas as formas me falham
Escondo.
É porque todos os fenômenos são insuficientes
Claros.
Se assim me isento
Persisto.
E todas as contradições me fornecem a mim
Provocam.
E todas as ilusões que invento
Percebem.
E mesmo em relacionamento ao meu
Presentifico.
E não deixas de ser tu em resposta ao teu
Comigo.
Constato que nem mesmo aqui estou gráfico
Possível.
Pois a invenção de talvez não ser não serve mais
Contrata.
O tempo preferiu um outro instante
Absurdo.
E não me percebí em nenhum outro mais
Constante.
Porque ali naquele não tempo
Pressinto.
E minha geografia de mim mesmo desesperou
Em nada.
...
...
...
Coda
Aqui não estou diante da folha branca de papel
Vazia.
Não sou o vazio de mim mesmo
Visível. |
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