Muitos afirmam que a juventude está perdida; que o nosso jovem não tem compromisso algum com o destino do planeta. Esse assunto... Esses questionamentos não são de hoje, já vêm desde muito antes. Se duvidarem desde quando o homem está na Terra.
Há bastante o que se conversar a respeito. Não é só ouvir e calar. Até porque, já se disse, quem cala consente; e eu, em absoluto, não consinto.
Quando me coloco na posição de observador isento dessa juventude, não consigo vislumbrar nela falhas graves que desabonem em definitivo o seu dela caráter. É bem verdade que há alguns jovens que se desviam da rota e se entremeiam por caminhos não tão claros. Mas daí generalizar que a juventude está perdida é que não.
Tenho uma filha de dezenove anos e vejo nela muitos bons predicados. Mais alentador ainda é que esses predicados estão também na maioria desta garotada que se apresenta aí posta. Ao contrário dos da minha geração, a meninada de hoje não se utiliza de falsos símbolos para se achar gente grande. Até porque o jovem, no meu entender, não tem a intenção de ser gente grande: os exemplos não são bons. O jovem procura é a felicidade invés de poder; busca o conhecimento no lugar de dinheiro.
A bem da verdade os que nasceram no meu tempo não estão na posição de cobrar, seja lá o que for, daqueles que formam essa nova gente. Qual o nosso legado? Insegurança, corrupção, destruição. Isso é o que vamos deixar aos novos. Então não me venham com falsos moralismos; cobrar o que não damos, exigir qualificações que não possuímos.
Acredito muito nesse novo pessoal que aí vem surgindo. Trata-se, em sua maioria, de gente com a cabeça no lugar e que sabe muito bem onde quer chegar. Se dizem que os fins justificam os meios, esse bordão não encontra nenhuma ressonància junto a essa garotada. Para eles, é o que observo, os fins não justificam os meios. Os meios estão nivelados em importància aos fins. Há de se conseguir os objetivos, ah, isso há de se conseguir. Mas os meios necessariamente serão limpos e castos.
O jovens de hoje são - a despeito de serem menospreçados - mais súperos do que os meus. Quando não, são mais cristalinos, mais agudos.