Todos os personagens estão presentes. Cada um a seu tempo surge num repente e ganha voz, expressão, vida. Alguns discutem entre si, outros tentam apaziguar, outros ainda permanecem em letargia. Mas todos estão em ação.
No palco alguns representam com os dois pés bem firmes no chão, outros parecem alucinar, delirar, viajar. O movimento é constante, é dinâmico por excelência.
Porém, nesse exato momento, nesse exato instante surge uma trama, um enredo e por consequência, um protagonista com suas dores, feridas, alegrias, representante fiel das grandes questões do momento.
É um grande caos que um olhar mais atento pode constatar que veio para organizar, reinventar, criar.
Os outros? Partes de si mesmo, reais, imaginários, construídos no tempo, arquétipos vindos espontaneamente, ora antagonistas, ora figurantes.
Como pode?!! Não há texto, não há script pronto. Ou há?!! O ser é apenas estimulado a experimentar, expressar, ser.
A platéia? Percebe-se, sente-se parte e todo, refletida. Aliás, há espelhos em todo lugar.
O elenco? Diferencia-se. Identifica-se.
Há um pacto: o trânsito de entrar e sair dos papéis, portanto, nos bastidores troca-se de roupa o tempo todo, sempre na iminência do próximo ato.
Há vozes vindas de vários lugares no tempo e no espaço.
Há sentimentos profundos.
Há catarse, purificação.
Há vida.
Há um clima muito familiar, conhecido, reconhecido. No mínimo a sensação de ter vivido, sido, estado.
O resultado? A reinvenção, a criação.
O encontro!