É você a flor menina,
Tão pequena petalada.
Via os passos na estrada,
As pegadas pequeninas.
Toda molhada no açude,
As margens malhadas em chita,
O vestido, a calçola, um chinelo,
O rosto jovem feminino,
Que me fez me ver menino,
Imaginar um nosso elo.
A água barrenta amarelada,
Você mergulhava o cabelo,
E depois o corpo inteiro,
A canela acinzentada.
Eu te espiava traquino,
Era o amor de um menino
Que seu amor espiava.
E você se alevantava.
Eu fechava os meus olhos,
Na minha cabeça funcionava
Que olhar era safadeza.
Eu sonhava com a pureza,
Em pegar na tua mão,
Quem sabe um beijo no rosto,
Na boca ainda não.
Era aí você me via,
Um tanto desconfiada.
Eu lhe disse que pela estrada
Meu caminho diminuía.
Ela olhou meus olhos de dentro,
Disse que esperava o momento
De comigo conversar,
Que queria me perguntar
Porque só olho enviesado,
E fico desconfiado
Com o verde do seu olhar.
Me senti tão afoito,
Me apeguei na mão dela,
Molhada da água amarela,
E declarei o meu amor.
A menina quase se ria,
Mas deixou os dentes de lado.
Eu ficando emocionado,
Não sabia se chorava,
Mas a lágrima que rolava
Era no rosto da bendita.
Me abraçou, me beijou,
Disse que não agüentava,
Há muito tempo esperava
Me entregar o seu querer.
Alisson Castro.
*TODOS OS DIREITOS RESERVADOS* |