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cronicas-->OS TRIGÊMEOS. HÁ VIDA DEPOIS DA GESTAÇÃO? -- 27/08/2002 - 21:18 (Diógenes Pereira de Araújo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OS TRIGÊMEOS. HÁ VIDA DEPOIS DA GESTAÇÃO?

Durante a gestação - período de toque corporal contínuo, na extensão total da pele - se extasiam os bebês com um pulsar - o pulsar do coração da mãe -, bem com o calor do líquido aminiótico, igualmente com o aconchego de sua casa: o útero materno, e ainda com o contato ocasional de algo magnético, terno - a mão que a mãe coloca sobre o ventre de vez em quando, o pai... -. Saboreiam esses toques, mas, enfim, está quase na hora de ter de sair para a luz.

Os bebês no ventre materno não se comunicam através de uma linguagem articulada, mas têm uma percepção afetiva maior que qualquer adulto.

De fato: o ambiente vai-se tornando cada vez mais apertado.Conquanto até então tenham apreciado tanto aquele ambiente, não aguentam mais a pressão.

Têm que sair; o ambiente antes tão bom, agora é constritivo.

Sair?!

Um aterrorizante questionamento, uma pergunta temerosa:

"Será que há vida após a gestação?!"

"Não sei: nunca ninguém voltou para contar!"

Viver? Estar num ventre, num ventre materno. Isto para os trigêmeos.


Após o nascimento haverão de receber os nomes de Pedro, Tiago e João, mas, por enquanto, os chamaremos de Um, Dois, Três.

`Um´ sentiu - e ao sentir já comunicou aos outros tal sensação:

- Tenho muito medo de sair daqui. Acho que vamos morrer, pois não sei se há vida após a gestação. Como carregaremos a placenta? E o líquido aminiótico? Como nos conservarmos dentro dele? Será que o cordão umbilical vai se esticar quanto for necessário?

Dois assimilou e sentiu e comunicou:

- Deixa de medo: sairemos daqui para um outro lugar quase como este, mais espaçoso, porém, onde continuaremos não em contato um com os outros, mas juntos, próximos. Vamos perder nossa capacidade perceptiva da afetividade, vamos adquirir uma linguagem articulada, não tão poderosa quanto a nossa atual, mas apta a descrever a próxima etapa de nossa existência. Por enquanto não há como descrever as realidades de nossa vida na terra.

Três apreendeu, sentiu e ponderou:

- Vamos deixar de estar sob contato permanente; vamos para uma outra forma de vida e será cada um por si. Não sei, todavia, como vamos nos sustentar, equilibrar, pois aqui estamos "ensacados" junto. Não sentiremos mais o contato um do outro, mas teremos uma visão de um mundo vasto e ouviremos muitas coisas mais.

Depois de um certo período vamos sentir o sabor dos alimentos, vamos aprender a falar...

Enfim, era esperar para ver, se haveria vida, ou não, após o útero e como seria.

Por enquanto: dúvida e incerteza.

PS. Isso é apenas uma reflexão sobre o que "poderia" se passar nas mentes dos bebês, pois, na realidade, eles têm uma percepção afetiva do mundo extra-uterino, dos sentimentos paternos, de parentes e de outras pessoas.

O tato no útero materno é uma percepção abrangente; após o nascimento vão se desenvolver a audição, o olfato, a visão, depois o paladar.

Após o nascimento viverão no ventre-terra.

Após a dimensão de vida terrena o ver e ouvir vão ter maior intensidade.

Nenhum bebê volta para o útero materno; nenhuma pessoa que parte volta para o ventre-terra; a morte não é término da vida; a morte é uma maneira de passarmos a uma outra etapa da existência; tudo que Deus criou, criou para a eternidade. Deus é vida; a vida é Deus; deixar de existir a vida seria deixar de existir Deus.

Creio jamais ter acontecido de um bebê aapós ter saído parcialmente do ventre, voltar para dentro do mesmo, mas com pessoas que partiram ter voltado para a terra, isso tem acontecido; tais pessoas que não transpuseram de maneira definitiva a porta para a nova fase da existência dão uma pálida idéia da maravilha que é lá. Faltam-lhes palavras para descrever, todavia. Já temos muitos mistérios nos desafiando por aqui....

Diógenes Pereira de Araújo

diogenes@poemanet.com
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Façamos do presente um passado de futuro.
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