PANO DE CHÃO
Olho o pano de chão...
Trapo... trapo velho...
Mas limpa e devolve o conforto,
absorve a sujeira,
transforma:
torna o sujo limpo,
o feio bonito,
o embaçado brilhante,
o mau-cheiro perfume.
Pedaço de meu velho vestido
que brilhou na vitrine da butique,
na festa chique,
na ocasião solene.
Que vestiu meu corpo,
alimentou vaidades,
atraiu olhares,
causou inveja,
despertou paixões.
Hoje trapo...
ainda útil.
Tão diferente do sentir glorioso
que preencheu minh alma
na festa alegre da vida.
Hoje, roto e sem cor,
servindo apenas
como pano de chão
do derradeiro amor...
|