Caros do Grupo,
Caro Sr. Euclides,
Recomendo que leia inicialmente aos anexos, assim pode entender um pouco de história e a realidade atual.
O que o faz você mais brasileiro que eu?
Eu não me envergonho, defendo a liberdade, inclusive a sua, mas você ao contrário envergonha a todos nós, pois defende seu socialismo, seja ele o nacional-socialismo de Vargas, um modelo fascista, importado, ou o internacional-socialismo, também chamado de socialismo bolivariano, Socialismo do Século XXI, igualmente importado. Subjugando-nos ao chamado Foro San Pablo, que hoje atua livremente no Brasil através do tráfico de drogas e armas da Bolívia, que furta de nós centenas de milhares de veículos e os legaliza em La Paz, Santa Cruz de la Sierra e tantas outras cidades, que sequestrou patrimônio da PETROBRAS e outras empresas brasileiras e que nos faz pagar uma energia elétrica ainda mais cara devido revisar contratos perfeitos como o da Itaipu Binacional.
Escrever isso o que escreveu não me desqualifica, mas sim a você que invoca uma pureza étnica que seguramente deve envergonhar a todos os seus alunos, pois desconsidera a diversidade que há e com a qual se formou o Brasil, que desconsidera a importância dos imigrantes alemães na construção deste nosso Brasil. Lamento que no Brasil tenhamos pessoas com a sua mentalidade, ainda mais uma frase deste tipo vinda de um advogado, que se não aprendeu, ao menos deve ter frequentando algumas disciplinas que tratam do Direito Pátrio, onde o Direito Pátrio é reconhecido mundialmente nos países livres e democráticos, seja uma norma ou código, que garante ao cidadão o reconhecimento de sua nacionalidade. A pátria reconhece e garante os direitos aos seus cidadãos. No Brasil temos isso a partir de nossa Constituição.
Tenho comigo que toda tentativa de associar uma pessoa e suas ações a uma etnia é uma triste e grave manifestação de preconceito e isso não é apenas válido apenas aos afrodescendentes. E esta generalização não apenas é errada como ofensiva, como também promove ressentimentos.
Tenho entre os livros de minha pequena biblioteca particular dois livros que lhe faço a recomendação de leitura:
Os Soldados Alemães de Vargas
Dennison de Oliveira, 158 pgs.
Publicado em: 29/8/2008
Editora: Juruá Editora
ISBN: 978853622076-5
Preço: R$ 34,00
http://www.youtube.com/watch?v=tIX8IOGAJvs
Os Soldados Brasileiros de Hitler
Dennison de Oliveira, 118 pgs.
Publicado em: 8/2/2008
Editora: Juruá Editora
ISBN: 978853621872-4
Preço: R$ 25,90
http://www.youtube.com/watch?v=6-Hhy5z7LTw
Infelizmente nem mesmo a história dos alemães no Brasil é contada de forma correta e o mais grave, de forma dissociada da história dos judeus alemães que com os demais vieram ao Brasil. A começar que nunca se menciona que a imigração alemã teve início na Bahia. O primeiro grupo de imigrantes fixou-se no Sul da Bahia em 1818. Em 1818 chegaram a Ilhéus, 165 famílias alemãs. Ilhéus era uma Capitania da Bahia. Eles vieram para cultivar fumo, cacau e cereais. e posteriormente mais 200 famílias chegaram a São Jorge, também na Bahia instaladas no norte da Capitania da Bahia.
O Brasil atraiu apenas 4,5 milhões de emigrantes europeus, de um contingente de 50 milhões que deixaram o Velho Continente do século 19 até a Segunda Guerra (1939-1945). Os demais foram para os Estados Unidos da América, a Austrália, a Argentina, o Uruguai ou outros destinos.
Os alemães representaram aproximadamente 5% dos imigrantes que buscaram uma nova pátria no Brasil. Ao longo de mais de cem anos, chegaram ao Brasil aproximadamente 250 mil alemães. Atualmente, calcula-se em cinco milhões o número de seus descendentes em solo brasileiro, um número muito abaixo do que se verifica no caso dos Estados Unidos da América, rota preferida dos alemães, em especial dos luteranos, judeus, menonitas e amish.
Os primeiros colonos alemães chegaram aos Estados Unidos da América no ano de 1608.
A Pennsylvania foi uma das Treze Colônias que se rebelaram contra o domínio inglês na região na Guerra da Independência dos Estados Unidos da América. Foi na Pennsylvania que a declaração de independência e a constituição americana foram criadas pelos pais da independência americana. A Pennsylvania tornou-se o segundo estado americano, após ter ratificado a Constituição americana em 12 de dezembro de 1787. Os alemães nos Estados Unidos, onde constituem hoje mais de um quinto do povo norte-americano, e que deixou de herança um em cada três norte-americanos com sangue alemão, inclusive o atual presidente Barak Obama ou na Rússia, com os alemães-bessarábios os que imigraram para a região da Bessarábia e seus descendentes e assim por diante. Quanto aos alemães-bessarábios, muitos foram covardemente mortos ou confinados na Sibéria por ocasião da 2ª Guerra, em alguns casos também são chamados de "alemães-russos" , destes muitos vieram ao Brasil, para a Região de Ponta Grossa no Paraná em especial ou foram para os estados Unidos.
Quanto ao Presidente Obama, vale lembrar que Christian Gutknecht seu tataravô havia emigrado em 1795 para o Estado da Pensylvânia nos Estados Unidos. Para que não haja dúvida, a composição genética de Obama é 4,68% alemã, 37,3% inglesa e 50% da tribo queinana Luo. Gutknecht partiu da localidade de Bischweiler, então na Alsácia alemã, que hoje é França, rumo à América, onde mudou seu sobrenome por Goodnight e viveu como camponês na Pensilvânia até morrer, em 1795.
E não é privilégio apenas dos brasileiros deturparem ou modificarem a história, o mesmo se deu nos Estados Unidos, que como o Brasil participou contra a Alemanha em duas guerras mundiais.
No Brasil a principal cidade de imigração alemã divide-se entre Curitiba e São Paulo. São Paulo é ainda hoje é a cidade no mundo, incluindo as cidades da Alemanha, que possui o maior número de empresas alemãs, seja em termos de capital investido ou número de trabalhadores empregados.
Curitiba é a cidade com maior número de alemães e descendentes de alemães no Brasil.
E o exemplo dos luteranos - IECLB (www.luteranos.com.br), que no Brasil representam menos de 1% da população e já foram responsáveis por mais de 15% de todos os hospitais, creches, ancionatos, escolas fundamentais, etc.. E a grande maioria deles chegou ao Brasil com uma mão na frente e outra atrás, sem contar que no período das duas grandes guerras tiveram parte significativa do patrimônio espoliado pelo "Estado de Vargas". Acaso não sabe de onde vieram os patrimônios do 2.º Batalhão de Caçadores do Exército em São Vicente/SP que antes pertencia ao Clube Germânico ou da Universidade do Paraná, a primeira universidade do Brasil, e sua Escola Técnica, hoje embrião do IFPR - Instituto Federal do Paraná, a qual divide com o Colégio Martinus, o Colégio Divina Providência e o Colégio Bom Jesus a mesma história, durante décadas, desde a sua fundação como a então Deutsche Schule (Escola Alemã), que inclui também a Escola Israelita Brasileira Salomão Guelmann. Da Deutsche Schule vieram alguns alunos, como o líder comunitário curitibano Bernardo Schulman (Recomendo a leitura "Em Legítima Defesa, A Voz de um Judeu Brasileiro"), e ótimos professores. A Universidade do Paraná, a primeira Universidade brasileira, a qual foi posteriormente federalizada e arquitetonicamente descaracterizada como uma entidade alemã teve sua história apagada. Hoje é conhecida como a UFPR – Universidade Federal do Paraná e ela guarda consigo boa parte do patrimônio da antiga Deutsche Schule (Escola Alemã), em seus terrenos hoje se encontra o Hospital de Clínicas da UFPR e a Praça 19 de Dezembro, também patrimônio tomado dos descendentes de alemães por ocasião da 2ª Grande Guerra, desconsiderando que eles também eram brasileiros, a imigração alemã comemora no ano passado 180 anos. A praça 19 de Dezembro se transformou, em função do descaso público, em um mictório a céu aberto e de noite em motel de alta rotatividade, é conhecida com a praça do homem nu. Por lá passam todos os políticos paranaenses rumo ao Centro Cívico (Palácio do Iguaçu, Palácio das Araucárias e Prefeitura Municipal de Curitiba).
E em São Paulo, a própria cidade de São Paulo tem como sua principal marca a imigração alemã, que levou a incorporarem o distrito de Santo Amaro, que de outra forma seria mais um município paulista, mas era onde residiam a maioria dos alemães, ao município de São Paulo, criando uma figura distorcida. Seguramente que o Brooklin Paulista ainda é o bairro mais alemão de São Paulo, como o é parte da Cantareira e Santo Amaro.
Calcula-se que em 1860, São Paulo tinha 30 mil habitantes, dos quais 10% seriam alemães.
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,1213337,00.html
Outras evidências podem e merecem ser citadas: o Mosteiro de São Bento - que teve em 1910 o início de sua construção, segundo projeto do arquiteto Richard Berndl da cidade de München. Quatro anos mais tarde, em 1914, estava completo o conjunto tal como é conhecido hoje, abrigando a Basílica de Nossa Senhora da Assunção, o Mosteiro e o Colégio de São Bento; Colégio Visconde de Porto Seguro, também fundado como Deutsche Schule; Instituto Goethe; Hospital Santa Catarina; Esporte Clube Pinheiros (que nasceu do Sport Club Germânia); Hospital Alemão Oswaldo Cruz; o Colégio Humboldt e tantos outros. Não são poucas as marcas que imigrantes alemães deixaram na capital paulista. Hoje os alemães e seus descendentes se encontram além de Santo Amaro, na Cantareira e no Brooklin, um bairro fundado também por alemães e que abriga a maior colônia alemã e de seus descendentes em São Paulo. Na cidade de São Paulo, foi no Largo de São Bento que comerciantes alemães concentraram suas lojas. A mais famosa foi a Casa Allemã, que nasceu como uma pequena venda e tornou-se uma chique loja de departamentos, com salão de chá e muitos produtos importados da Alemanha.
Os alemães também se destacaram com suas fábricas de chapéus e chocolates, além de cervejarias, como não poderia deixar de ser. Tanto a Antarctica (Paulista) quanto a Brahma foram fundadas por imigrantes da terra da cerveja, assim como muitas outras incorporadas pelas duas gigantes, unidas desde 1999 na Ambev, hoje também ImBev. A forte presença alemã na metrópole entre os rios Tietê e Pinheiros também se fazia notar na vida social. Nos anos 1920, São Paulo chegou a ter cerca de 40 escolas alemãs.
Fundada em 1878, a Deusche Schule de São Paulo, a mais antiga em funcionamento chama-se hoje Colégio Visconde de Porto Seguro, que, assim como o Colégio Humboldt, possui turmas em que o idioma predominante é o alemão. Outras três escolas e sete jardins de infância oferecem alemão como língua estrangeira.
Organizar-se em associações é uma tradição alemã mantida em São Paulo. Até 1930, segundo o Instituto Martius Staden, os imigrantes fundaram 130 associações ou clubes. "Cruzando dados, descobrimos pessoas que eram sócias de 12 associações", afirma Rothfuss. A Sociedade Beneficente Alemã, que mantém um asilo para idosos e um orfanato, está ativa desde 1863.
Entre os vários clubes esportivos e de lazer, destaca-se o Esporte Clube Pinheiros, batizado inicialmente como Germania e que teve o primeiro time alemão de futebol. Com o nome de Sport Club Germânia a equipe disputou 26 vezes o Campeonato Paulista de Futebol, conquistando o título nos anos de 1906 e 1915, e chegou a contar em suas fileiras com Arthur Friedenreich, o primeiro craque do futebol brasileiro.
No setor de saúde, os imigrantes alemães contribuíram com duas instituições de renome: o Hospital Santa Catarina, fundado por freiras e situado em plena Avenida Paulista, e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Nas artes e na cultura, Rothfuss cita o arquiteto Maximilian Emil Hehl e a família de vidraceiros Sorgenicht como os grandes destaques. Além de ter projetado a Casa Allemã, Hehl fez o projeto original da Catedral da Sé em estilo neogótico, bem como o da Catedral de Santos, enquanto os Sorgenicht confeccionaram vitrais para o Mercado Municipal, o Arquivo Municipal, a Faculdade de Direito da USP e a Universidade FAAP.
Também o estado de Santa Catarina festejou em 2009 os 180 anos da colonização alemã, enquanto no Espírito Santo fazia 150 anos. No Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, já são hoje 188 anos.
Particulamente recomendo que leia também, além dos mencionados acima, o livro "Memórias de uma (outra) guerra". Um livro que retrata os tempos de delação, censura, perseguição, cadeia, tortura e medo impostos aos brasileiros de origem alemã, húngara, italiana, usw.. é um livro que ilustra bem como a memória alemã foi apagada entre os brasileiros descendentes de alemães. Muito se deve a Getúlio Vargas.
São fatos muito ouvidos, mas "silenciados", isto é, raramente escritos sobre a ditadura Vargas durante a Segunda Guerra Mundial. Falo do tratamento imposto aos descendentes de imigrantes alemães, húngaros, tchecos e italianos em SC principalmente por não dominarem o idioma Português. Tudo está narrado e documentado no livro Memórias de uma (outra) guerra - Cotidiano e medo durante a Segunda Guerra em Santa Catarina, publicado em coedição pela Editora da UFSC (EdUFSC) e Univali Editora, de autoria da historiadora Marlene de Fáveri. Doutora pela UFSC, ela leciona na UDESC, em Florianópolis, e na Univali, em Itajaí.
Acesse: http://www.agecom.ufsc.br/index.php?secao=arq&id=2573
Bem, a generalização, como apresentada em aula, me foi ofensiva, e o cito não apenas por ser descendente de alemães e por ser igualmente alemão, mas principalmente por fomentar ressentimentos que não deveriam existir no Brasil, afastando as comunidades de origem judaica das alemãs, pois ambas guardam entre si suas histórias e sua parte comum, que é o meu caso particular, pois além de ter parte de minha origem (parte de mãe) de uma comunidade alemã, uma colônia alemã onde hoje é Israel, Waldheim - Alonei Abba, ter conhecido a história de uma família de judeus e que foram sócios de alguns empreendimentos com a família de minha avó paterna, que com o nacional-socialismo apesar de serem uma família numerosa na Saxônia de então, hoje não temos mais referência alguma sobre eles. Por conta desta relação e por ter sido burgomestre (partido social liberal) em sua cidade natal, meu avô foi também alvo de hostilidades por parte dos nacional-socialistas.
De minha parte também guardo profunda relação, dois de meus filhos estudaram na Escola Israelita Brasileira Samuel Guelmann em Curitiba e tenho muitos amigos judeus, para os quais guardo muito amor, compreensão e carinho. E entendo que é assim que deve ser.
Guardo de minha infância também tristes recordações, em especial quando nas festas com amigos não podíamos convidar a todos, uns por serem judeus e outros por terem vivido na Alemanha parte de uma realidade que não faz sentido, como explico no anexo, por traziam consigo o fruto de uma doutrinação. Seguramente que era algo que não fazia sentido.
A família de minha mãe, originária do Norte da Alemanha, de Waldheim foi para a Austrália por ocasião do mandato inglês na Palestina e depois para a Alemanha, Paraguai e finalmente para o Brasil. A história de vida de meu pai (Wolfgang Boehme) igualmente merece um livro para ser escrita, não apenas pela sua contribuição para o turismo em Campos do Jordão, onde teve dois hotéis, mas também pela forma com que veio parar no Brasil:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG64926-6014,00-A+ULTIMA+VIAGEM.html
http://www.rootsweb.ancestry.com/~brawgw/alemanha
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u43301.shtml
http://www.rootsweb.ancestry.com/~brawgw/alemanha/historia_Windhuk.htm
http://lmcshipsandthesea.blogspot.com/2009/06/paquete-alemao-windhuk.html
http://www.camposdojordaocultura.com.br/fotografias_det2.asp?id_foto=50
http://www.pindavale.com.br/historiasecausos/textos.asp?artigo=6
E em seu estado o Rio de Janeiro, como escrevi, o Rio de Janeiro não foi o primeiro dentre todos os estados brasileiros a receber imigrantes alemães. Foi a Bahia. Os alemães, muito mais devido ao clima, rumaram para a colônia suíça de Nova Friburgo. Já em Petrópolis, a imigração alemã foi concebida pelo alemão (posteriormente naturalizado brasileiro) Júlio Frederico Koeler (ou Julius Friedrich Koeler), major do Império Brasileiro. Estes imigrantes chegaram em Petrópolis no ano de 1837.
No mais recomendo que venha a aprender a respeitar os outros, a começar por respeitar a liberdade dos outros, principalmente a liberdade do cidadão quanto a sua atuação no campo econômico, pois se não o fizer, apenas reforça o quanto não é brasileiro, pois não dá ao Brasil e aos brasileiros a única oportunidade de desenvolvimento, o que é feito através da liberdade, o Heritage index (http://www.heritage.org/index/country/brazil) está aí para provar isso, basta ver o exemplo dos chilenos, tão perto de nós, com as adversidades da natureza, estão conferindo àquele país muito mais liberdade e crescimento econômico. Pessoas como você são de uma mentalidade não apenas preconceituosa, mas atrasada, querem continuar a nos impor o atraso, com o atraso do socialismo, seja ele seu nacional-socialismo de Vargas ou o socialismo do Século XXI, subordinando-nos a Chávez, Lugo, Morales, Kirchner e outros demagogos, corruptos e populistas.
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
(41) 8877-6354
Skype: gerhardboehme
Gerhard. Você é alemão está aqui emprestado, não deve e não pode comentar coisas de Brasil. Isso é assunto para brasileiros, não alienigenas que estão aqui para saber como desfazer o nó górdio em que se meteram esses neoliberais capitalistas burgueses. O mundo mudou e agora é a vez do socialismo do século XXI, que está às portas, quem viver verá.
-------Mensagem original-------
Data: 11/12/2011 12:43:15 Assunto: [Brasil-Política] Novos Estados Carajás e Tapajós serão no futuro uma realidade. O princípio da subsidiariedade será o fator de sucesso.
Caros do Grupo,
A divisão do Pará é uma questão de tempo. São realidades distintas, que requerem soluções distintas, muito embora a solução que me parece mais correta seria a de inicialmente termos dois territórios federais, similares aos que tivemos no passado com Rondônia, Roraima e o Amapá, este último infelizmente tomado pelo clientelismo político do dono do Brasil: Sr. José Ribamar Ferreira de Araújo Costa. Teríamos dois territórios e quando viessem a ter receitas próprias, obteriam a autonomia.
De um lado sou contra, sou contra pelo fato de agravar a triste realidade que temos no Brasil, agravada pelo Presidente Geisel para fazer seu sucessor no Colégio Eleitoral, mas isso não é denunciado pelas esquerdas, não o fazem, pois em uma sociedade de privilegiados desejavam e conseguiram criar seus currais eleitorais. E para entender isso basta ver de onde vieram os votos que asseguraram a reeleição de um de nossos ex-presidentes e da atual presidente.
Ocorre que o Brasil necessita urgentemente corrigir esta distorção, pois por conta dela tivemos a reeleição de um incompetente e mentiroso. Paulistas e cariocas são cidadãos de terceira categoria quando colocam seus votos na urna, os demais brasileiros das regiões Sul e Sudeste são de segunda, pois não vale a regra de uma democracia: cada cidadão um voto. Não respeitamos o coeficiente eleitoral. Além disso temos ainda igualmente grave a questão do número de Senadores, cada um destes estados terão igualmente três senadores, mas este debate requer maturidade, a começar pelo fato de entendermos qual deve ser de fato o papel do Senado. A começar pelos próprios senadores, que não se consideram servidores públicos, mas o contrário.
Sou a favor da criação dos estados de Carajás e Tapajós, porque o Brasil precisa crescer para o interior, neste ponto concordo com os que formularam o Programa de Governo da Presidente Dilma, quando ela nos apresentou como proposta e compromisso:
“Além disso, a adoção de políticas regionais, com especial atenção ao desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste, associando uma nova dinâmica dessas regiões com a pujança do Sul e Sudeste, levarão a um desenvolvimento mais harmônico do país”. (Dilma Vana Rousseff Linhares)
Sobre esta questão comento mais a frente.
E outra razão ainda mais importante, se considerarmos a fiel observação ao princípio da subsidiariedade, vemos que o plebiscito de hoje no Pará, consultando os eleitores sobre a criação dos estados de Carajás e Tapajós pode ser um importante passo para levar mais desenvolvimento a regiões pobres, carentes de um bom sistema de saúde e de educação. Elas administrariam sua própria verba para seus problemas sociais, tão distantes da atual sede do governo. Obviamente que com isso haverá um alto custo financeiro, muito além do que os novos estados poderão arcar, a ser assumido em parte pela União – isto é, pelos contribuintes do Pará e dos demais estados brasileiros.
Para nós que privilegiamos a liberdade, principalmente de empreender, que privilegiamos a livre iniciativa, a discussão do tema é oportuna porque desde sempre defendemos a descentralização máxima do poder – e de um poder mínimo – cujo oposto é o que vemos no Brasil com todas as suas mazelas de gastos excessivos e mal aplicados, sacados diretamente – sem consulta – do bolso do contribuinte e desdobrando-se na gigantesca corrupção entranhada no cenário político brasileiro.
Se observarmos o fiel comprimento do princípio da subsidiariedade, cuja aplicação resulta na descentralização dos poderes: federalismo, divisão tripartite dos poderes, pluralismo e liberdade sindical, pluralismo político, voto distrital misto, etc. os novos estados serão motores de um novo modelo de desenvolvimento.
Og Leme, cujo texto retransmito, detalhou em artigo esse princípio e como o federalismo nele se enquadra. Não só isso: apontou-nos uma evolução para a ideia de federalismo mais compatível com o princípio da subsidiariedade, que privilegia o valor do cidadão sobre o do Estado.
A seguir, um trecho de suas reflexões:
“O princípio da subsidiariedade promove a descentralização dos poderes públicos e leva aos ideais do federalismo e do municipalismo. De acordo com esse princípio, a ação deve estar sempre que possível com o agente mais próximo dos problemas: primeiro o indivíduo, depois o município, em seguida os estados federados e, finalmente, a União. [...] Na área tributária, pode-se chegar à ideia do monopólio tributário para os estados federados, como sugere o Prof. Dwight R. Lee, ou mais ousadamente, para os municípios, como tenho sugerido há vários anos. [...] Preocupado com os danos potenciais do poder de tributar, tão bem retratados pelo juiz norte-americano John Marschall – “O poder de tributar envolve o poder de destruir” -, Dwight R. Lee sugere a limitação desse poder através da descentralização, que o retire por completo da União. Caberia então aos estados a capacidade de criar e cobrar impostos, dividindo a receita coletada com a União, em proporções previamente estabelecidas. [...]. Toda a excelente argumentação usada pelo Prof. Lee para sustentar a sua proposta serviria, na realidade, se fosse levada às suas últimas consequências, para fundamentar a concessão não aos estados, mas aos municípios, do monopólio do poder de tributar. Nesse caso, os estados gerariam sua receita vendendo serviços aos municípios, da mesma maneira que a União obteria recursos financeiros pela venda de serviços aos estados federados. O próprio princípio da subsidiariedade, levado às suas últimas consequências, justificaria também a atribuição aos municípios, em caráter exclusivo, do poder de tributar. Se de fato os estados federados têm razão de existir – e penso que têm devido a economias de escala e a benefícios decorrentes da coordenação – eles poderiam auferir renda pela venda de serviços aos municípios de sua jurisdição. “
Do autor vale a pena ler o texto completo “‘As funções do governo numa ordem liberal e um sistema tributário compatível com ela”:
www.institutoliberal.org.br/conteudo/download.asp?cdc=2926
E quando analisamos os compromissos de nossa presidente, quando ainda em campanha, em especial o segundo deles, onde era citado: “Além disso, a adoção de políticas regionais, com especial atenção ao desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste, associando uma nova dinâmica dessas regiões com a pujança do Sul e Sudeste, levarão a um desenvolvimento mais harmônico do país”.
Esta proposta me pareceu correta, o Brasil necessita crescer para o interior, de forma a se evitar a concentração da população em cidades que há muito tempo são inviáveis. Belém já é uma delas. Mas esta solução, ou compromisso, não deve se pautar por meio de privilégios, como é feito atualmente, pois assim cria dependência e os vícios republicanos. E aqui vale uma reflexão, é nas pequenas cidades e centros médios onde os brasileiros mais pobres conseguem mais facilmente a mobilidade social, o crescimento e a valorização profissional.
Com 10, 9 milhões de habitantes, o município de São Paulo é o mais populoso do país, seguido da cidade do Rio de Janeiro (6,1 milhões), de Salvador (2,9 milhões), de Fortaleza (2,43 milhões) e de Belo Horizonte (2,41 milhões). No bloco das cidades que superaram o primeiro milhão de habitantes, mas não chegaram ao segundo estão Curitiba (1,8 milhão), Recife (1,5 milhão), Porto Alegre (1,42 milhão), Belém (1,41 milhão), Goiânia (1,244 milhão), Guarulhos (1,236 milhão) e Campinas (1,03 milhão). O Distrito Federal tem 2,5 milhões de habitantes.
Não apenas o Pará, mas o Brasil como um todo necessita crescer para o interior, é onde se pode dar qualidade de vida ao brasileiro, sem onerar o bolso do contribuinte. São cidades como Lages, em Santa Catarina, Poços de Caldas, em Minas Gerais, São José do Rio Preto, em São Paulo, Ilhéus, na Bahia, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa, Guarapuava, Toledo, Apucarana, Cambé, Umuarama e Rolândia, no Paraná, Bagé, Bento Gonçalves, Uruguaiana, Ijuí, Caxias do Sul e Gravataí no Rio Grande do Sul ou Sobral, no Ceará.
O brasileiro deve deixar de ser inimigo do Brasil e deixar de dar as costas para o Brasil como o fazem a grande maioria dos brasileiros que vivem nas capitais que se estendem ao longo do litoral. Desejosos em dar as costas para o Brasil e ficar olhando para as ondas do mar ou para a Baia de Guajará.
Tudo é uma questão de se saber definir prioridades, estas devem ser dadas a cidades com menos de 500 mil habitantes, os custos para se investir são menores, a qualidade de vida e o potencial de mobilidade social (crescimento econômico) para os mais pobres são melhores. Grandes centros, com uma população maior que 800 mil habitantes se tornam inviáveis de serem administradas, os custos das obras públicas se tornam 3 a 5 vezes mais caras que em cidades menores. Vale sempre lembrar que Belém tem hoje mais de 1 milhão e quatrocentos mil habitantes, é a cidade com a maior densidade demógrafica da região Norte 1307,17 hab/km², (IBGE 2010).
Um bom exemplo do que eu digo é a Europa, a Europa, com mais de 50 países, tem hoje apenas 66 cidades com mais de um milhão de habitantes. A Alemanha tem apenas 3 cidades, com mais de 1 milhão de habitantes: Berlim, antes divida em duas devido ao socialismo, hoje com 3,5 milhões, Hamburgo, a porta de entrada da Europa, com 1,8 milhão e München (Munique) com 1,4 milhão. Cidades como Köln (Colônia), Frankfurt, Stuttgart, Dortmund, Düsseldorf, Essen, Bremen, Hannover, Leipzig, Dresden, Kemnitz, Nuremberg usw. todas com excelente qualidade de vida e mundialmente conhecidas são menores que Campinas ou Guarulhos.
No Brasil temos 13 cidades com mais de 1 milhão de habitantes. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro conta com mais de mil favellas, somente a cidade do Rio de Janeiro conta oficialmente com 513 favellas, São Paulo: 612, Fortaleza: 157, Guarulhos: 136, Curitiba: 122, Campinas: 117, Belo Horizonte: 101, Osasco – um enclave na cidade de São Paulo: 101, Salvador: 99 e Belém: 93. E temos Brasília, cercada por um bolsão de miséria. Repito: Belém oficialmente conta hoje com mais de 93 favellas, de lá já tive informações que superaram a marca de mais de 200 favellas.
O Brasil é uma favella!
E é preciso entender a razão dos dois “l”, sem nenhuma alusão a ex-presidentes.
A discriminação espacial, com seus conjuntos de casas populares, no melhor estilo do “Programa Minha casa, Minha vida”, nestes casos é mais grave, pois geram a violência por uma série de razões, dentre as quais destaco:
a) não permitem que as crianças tenham espaço para brincar sob os olhos dos pais ou responsáveis, já que em tenra idade são “expulsas” para as ruas, com todo tipo de influência negativa; fazendo com que a educação não venha de pessoas responsáveis, mas de oportunistas que se apropriam de nossas crianças para iniciá-las na criminalidade ou em atividades sexuais;
b) as famílias não possuem condições, em seu espaço físico, de exercer uma atividade econômica, como uma oficina, um atelier usw., nem hoje e muito menos no futuro, assim destruindo qualquer iniciativa voltada ao empreendedorismo;
c) as famílias, impossibilitadas pela área disponibilizada, não podem ampliar as suas construções de forma que tenham uma vida mais digna e que acompanhe o seu crescimento natural, com a chegada dos filhos ou mesmo a vinda de pais ou parentes em idade mais avançada;
d) as famílias ficam impossibilitadas de terem uma complementação da alimentação, através de árvores frutíferas, hortas ou criação de pequenos animais (galinhas, codornas usw.);
e) as famílias, devido a irracional ocupação dos espaços, ficam privadas de sua intimidade, quando não levadas à promiscuidade;
f) as famílias ficam impossibilitadas de ampliarem as suas residências, conferindo a elas mais conforto, qualidade de vida e praticidade;
g) as famílias ficam impossibilitadas de investirem suas poupanças, tempo e recursos em suas residências, possibilitando o aumento natural do valor de seu patrimônio;
h) as famílias passam a ocupar o espaço sem preocupações com o ambiente que as cercam, criando e agravando os impactos ambientais e deteriorando o espaço urbano.
Minha casa, Minha vida reforça a cultura da lombada e as cidades de deus:
"Cidade de Deus, o berço da criminalidade institucionalizada no Brasil foi construída, sob os mesmo modelo das atuais “minha casa, Minha vida”, pela COHAB e financiada pelo BNH, a Cidade de Deus foi construída pelos governadores do Estado da Guanabara de 1965 até 1970, idealizado pelo populista da extrema direita, Carlos Lacerda, cassado na contrarrevolução de 1964, e concluído pelo então governador Negrão de Lima entre os anos 1968 e 1970.
Manteve-se a discriminação espacial, que antes os confinavam em favellas como Praia do Pinto, Parque da Gávea, Ilha das Dragas, Parque do Leblon, Catacumba e Rocinha. Atravessada pelo Rio Grande e seu afluente Estiva, a Cidade de Deus passou a ter um crescimento interno desordenado, observando-se um processo de favelização ao longo desses canais.
Junto ao conjunto surgiram as comunidades do Muquiço, Santa Efigênia, travessa Efraim, Rocinha II e Jardim do Amanhã II, além de mais discriminação espacial institucionalizada, com os novos conjuntos habitacionais como o Vila Nova Cruzada e o Jardim do Amanhã. Em 1997, com a inauguração da "Linha Amarela", a Cidade de Deus seria seccionada: de um lado os Conjuntos Margarida, Gabinal etc. e, do outro, o restante das antigas glebas, as duas partes interligadas por passarelas. A vida no bairro inspirou o filme brasileiro "Cidade de Deus", baseado no romance homônimo de Paulo Lins, com roteiro de Bráulio Mantovani, dirigido por Fernando Meirelles. Lançado em 2002 no Brasil e, posteriormente, no exterior, o filme teve enorme sucesso, recebendo inúmeros prêmios e indicações. Infelizmente não trouxe à reflexão dos brasileiros, hoje pocotizados, como bem nos lembra Luciano Pires (www.lucianopires.com.br) em seu best-seller, para a questão da discriminação espacial no Brasil, decorrente de falta de políticas públicas consistentes, como Plano Diretor e Agenda 21 Local."
Para entender esta questão da discriminação espacial e debatê-la, recomendo que leia “ A primeira favela e a discriminação espacial como causa da violência no Brasil”
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
Skype: gerhardboehme
Caixa Postal 15019
80530-970 Curitiba PR
Obs.: Eu também sou descendente de alemães, o que me deixa cheio de orgulho. Não por ser branco, mas por terem os alemães contribuído com o desenvolvimento do Brasil, especialmente o Sul. F. Maier
A simplificação e a generalização é perigosa quando se debate a Shoah
Gerhard Erich Boehme
gboehme@uol.com.br
A simplificação é perigosa e não nos permite entender a Shoah.
Shoah é o termo correto para se definir o Holocausto judeu. A
razão se justifica, pois assim nos afastamos de como ela deve
ser entendida e, mais importante que isso, estudada com a
profundidade necessária e suas causas combatidas. Mais grave
é quando esta questão é apresentada de forma generalizada,
imputando de um lado os nazistas, com seu conceito de
superioridade de raças ou mesmo apontar aos alemães tal
“qualidade”. A generalização não é apenas perigosa como é,
assim entendo eu, irresponsável, pois nos afasta da
possibilidade de se entender a Shoah, o que nos leva também a
injustiça, pois não se pode condenar todo um povo, quando
sabemos que muitos lutaram, mesmo perdendo suas vidas, entes
queridos e suas propriedades em defesa da vida e de seus
princípios e valores. Outro grande erro é fazer julgamentos
considerando a realidade atual, quando o cenário era de um
país inicialmente alvo de um projeto político de tomada do poder
conduzido em um país onde a instituições encontravam-se fracas
ou mesmo desestruturadas e depois em guerra e sob um regime
de exceção, com todas as suas estruturas voltadas à doutrinação
e desinformação.
Cito neste texto nomes como do Nobel Elie Wiesel, Albert
Einstein, do Embaixador Mordechay Lewy, do economista Ludwig
Heinrich Edler von Mises, Pastor Martin Niemöller e de Sir Karl
Raimund Popper, entre outros, estes conhecidos por todos, mas
igualmente poderia citar centenas de milhares de nomes que de
forma isolada ou mesmo silenciosa se colocaram contra a
ascensão dos regimes socialistas na Europa de então.
E quando citamos os regimes socialistas devemos sempre
estudá-los nas suas duas vertentes, o nacional-socialismo,
felizmente na atualidade condenável onde quer que se
manifeste, mas também o internacional-socialismo, este
infelizmente aceito ou tolerado, o que ocorre inclusive no Brasil
atual, desconsiderando todo o mal que causou à humanidade, e
o que é pior, continua a causar.
A melhor frase para se entender a questão da Shoah é, segundo
meu entender a do premiado Nobel Elie Wiesel, esta proferida
certa vez quando foi perguntado se o mundo tinha aprendido
alguma coisa com o Holocausto. Wiesel respondeu:
"Sim – que se pode escapar impune."
Mas no meu entender, pior que deixarmos impunes, com a nossa
indiferença podemos estar concorrendo para uma situação,
seguramente que não similar, mas que guardadas as
proporções, muito se aproxima, como foi o movimento de parte
da esquerda nacional, principalmente a partir da posição de
nosso então Chanceler Sr. Celso Luiz Nunes Amorim, quando se
posicionava a favor das lideranças em Gaza, Irã e Síria.
"Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os
intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós
próprios e da própria atitude de tolerância". (Sir Karl Raimund
Popper)
“Die wichtigste Art der Toleranz ist deshalb die der Gesellschaft
und des Staates gegen das Individuum. Der Staat ist gewiss
nötig, um dem Individuum die Sicherheit für seine Entwicklung
zu geben, aber ween er zur Hauptsache wird und der einzelne
Mensch zu seinem willenlosen Werkzeug, dann gehen alle
feineren Werte verloren. Wie der Fels erst verwittern muss,
damit Bäume auf ihm wachsen können, und der Ackerboden erst
aufgelockert warden muss, damit er seine Fruchtbarkeit
entfalten kann, so spriessen auch aus der menschlichen
Gesellschaft nur dann wertvolle Leistungen hervor, wenn sie
genügend gelockert ist, um dem einzelnen freie Entfaltung
seiner Fähigkeiten zu ermöglichen.” (Albert Einstein)
Cito as palavras de Albert Einstein, cujo texto foi originalmente
escrito em alemão e que traduzo abaixo, pois ele soube viver a
intolerância de sua época, enquanto surgiam ideologias que tão
somente fomentavam a tirania. Suas palavras também denotam
sua genialidade, além de sua defesa da liberdade:
“A mais importante espécie de tolerância é, portanto, a da
sociedade e do estado perante o indivíduo. O estado é
certamente necessário, para dar ao indivíduo a segurança para
o seu desenvolvimento, mas quando se torna o principal,
fazendo do homem individual sua ferramenta inerte, todos os
melhores valores se perdem. Assim como a rocha deve ser
erodida para que árvores nela possam crescer, e o solo arável
precisa antes ser revolvido para desenvolver sua fertilidade, da
sociedade humana também só germinam obras de valor quando
esta estiver suficientemente solta, para permitir ao indivíduo o
livre desenvolvimento de suas capacidades.” (Albert Einstein)
Note que temos até aqui três palavras chaves, do Nobel Elie
Wiesel a impunidade e de Albert Einstein o entendimento do
termo tolerância e seus limites e de Sir Karl Raimund Popper a
importância da não aceitação da intolerância.
Neste texto cito e recomendo o termo Shoah (expressão que
significa próximo a “catástrofe” em hebraico e que é utilizada
para designar o genocídio perpetrado pelos nacional-socialistas
e seus aliados contra os judeus), mas não nos devemos afastar
do uso do termo “Holocausto” (sacrifício), pois ambos devem, no
fundo, permitir-nos ir além das apreciações simplistas ou
generalizadas, ou ainda do mero culto do ressentimento.
Shoah é o termo mais adequado, o mesmo foi recomendado pelo
embaixador de Israel no Vaticano, Mordechay Lewy. Ele
defendeu que o extermínio dos judeus deve ser denominado
como "Shoah" em vez de "Holocausto", pois este termo se tornou
"um meio para definir aflições políticas e humanas de todo tipo",
como conflitos em Biafra, no Camboja, em Burundi e em Darfur.
Para ele, "qualquer discurso sobre a Shoah deveria afirmar que
esse é o mal extremo. Um evento que projeta a sua sombra sobre
qualquer resultado que o progresso humano possa alcançar".
Lewy argumentou que o extermínio nazista dos judeus
"desencadeou uma crise de valores identificados com a
civilização ocidental e afetou a fé da humanidade na existência
de Deus”.
"Associar experiência única das vítimas do nazismo às
atrocidades cometidas contra outras nações parece equivaler à
traição de um legado transmitido às gerações de judeus que
sobreviveram". E temos que, não apenas concordar com isso, mas
alertar a todos sobre isso, por mais trágico que tenham sido
outros massacres ou genocídios ao longo da história da
humanidade, no Século XX em especial.
Felizmente hoje na Alemanha, que convive com mais de 120
comunidades judaicas e que contam com cerca de 200 mil
membros, dez vezes mais do que antes da derrocada do
internacional-socialismo marcada pela queda do Muro de Berlim,
cuja derrubada se comemora na Alemanha no dia 9 de novembro,
há o entendimento claro, salvo exceções, do que foi e o que
representou e ainda hoje representa o resultado do nazismo,
nacional-socialismo, posto em prática: a Shoah.
Mas para isso foi necessário muito trabalho, testemunhos e que
muitas evidências fossem apresentadas, pois como o foi para o
resto da humanidade alheia ao conflito, parte significativa dos
alemães não sabia o que ocorria ou ocorreu, sem contar a
questão da omissão. E quando cito omissão, o termo nos remete
à atualidade quando não buscamos entender, o que ocorre hoje
entre os latino-americanos quando mencionamos as ações do
Foro San Pablo e suas pretensões de domínio e subjugação da
América Latina aos seus ditames, a ignorância também se faz
sentir.
Felizmente a realidade dos judeus na Alemanha atual é de
integração, e mais do que isso, de respeito, pois exige de todos,
não apenas dos alemães, o entendimento da história, pois a
história existe para lembrar fatos e esta lembrança só pode ser
perene quando permanece documentada, principalmente escrita.
O sangue de milhões de inocentes foi derramado como água. As
atrocidades praticadas pelos nacional-socialistas na Segunda
Guerra Mundial precisam ser recordadas para que nunca mais
tornem a acontecer. Para que falsos líderes, através da mentira
e da demagogia, aproveitando-se das crises políticas e
econômicas e das tensões sociais, jamais consigam insuflar as
massas assenhorear-se do poder, ou deflagrar genocídios.
Infelizmente pouco existe no idioma português sobre a
integração dos judeus na Alemanha atual, onde cada dia mais se
fazem presentes, mas para quem domina o idioma alemão eu
recomendo que acessem http://www.juedische-allgemeine.de,
em especial o Blog http://www.juedischeallgemeine.
de/blogs/ber de onde escreve meu primo Christian
Böhme de Berlin, onde hoje se concentra a maior comunidade
judaica na Alemanha.
Entender a Shoah merece, assim entendo eu, muito estudo e o
mais importante, nunca nos afastarmos de seu entendimento,
para que não se perca o entendimento do que o ser humano é
capaz de fazer e até que ponto pode chegar.
Um bom passo inicial pode ser dado através do texto “Hitórias
de muitas vidas - Por que estudar o Holocausto”, por M. Luiza
Tucci Carneiro.
http://www.bnaibrith.
com.br/content/gallery/apostila_final.pdf
Felizmente vemos que para entender a Shoah estamos
resgatando importantes testemunhos históricos de judeus, não
apenas alemães, e de alemães de outras confissões religiosas
e/ou grupos étnicos que vieram para o Brasil durante os anos
da ascensão do nacional-socialismo e durante o período que se
mantiveram no poder, o que veio a ter fim somente com o fim da
2ª Grande Guerra.
Cito neste texto o trabalho realizado hoje na USP, cuja
divulgação do mesmo é fundamental para os brasileiros
entenderem algumas questões fundamentais sobre a Shoah,
ainda mais quando passamos recentemente pelo infeliz
momento da história brasileira quando o então ocupante do
Palácio do Planalto veio a receber um dos piores inimigos de
Israel, Mahmoud Ahmadinejad ( & 1606; & 1688;& 1575;& 1583; & 1740;& 1575;& 1581;& 1605;& 1583; & 1605;& 1581;& 1605;& 1608;& 1583; ) que, além de
negar a história, a Shoah em especial, também rejeita a
existência do Estado de Israel, dando assim sustentação a sua
política de não privilegiar a paz, a liberdade e o desenvolvimento
das nações.
Importante citar que a Shoah teve inúmeras causas, dentre elas
cito algumas: 1) a opção do povo alemão no período do pósguerra
(1ª Guerra), penalizados sobremaneira devido ao Tratado
de Versalhes, optaram não pela liberdade - dos princípios
liberais, que foi a marca dos alemães que cruzaram o Atlântico,
mas saudosos de um pan-germanismo reforçaram o
nacionalismo; 2) também como causa o "Aufstieg" (ascensão) das
ideologias "socialistas" no pós-guerra (1ª Guerra), e isso em
toda a Europa, criando-se uma ideologia similar, a qual
passaram a denominar de nacional-socialismo, em contraposição
ao internacional-socialismo, marcadamente identificado
com o regime soviético, que desde o seu início passou a subjugar
nações; 3) deve ser considerado que na Europa, principalmente
do Leste, o internacional-socialismo era defendido e muitas
vezes liderado por muitos políticos judeus, em especial na
Polônia, com significativa ingerência em assuntos internos da
Alemanha; e ...
4) é importante citar que com o crescimento do nacionalsocialismo
na Alemanha as comunidades judaicas passaram a
nutrir, obviamente, mais simpatias pelo internacional-socialismo
que a defesa da liberdade, exceto muitas austríacas, que nos
privilegiaram pessoas da grandeza de um Ludwig Heinrich Edler
von Mises, ele que foi um grande defensor da liberdade
econômica como suporte básico da liberdade individual, ele que
se tornou um dos ícones da escola austríaca, no pós-guerra (2ª
Guerra)
Infelizmente Ludwig Heinrich Edler von Mises é desconhecido
dos brasileiros e seus estudos omitidos nas universidades, em
especial nos cursos de graduação e pós-graduação em economia
e sociologia-política.
5) A necessidade de todos os regimes totalitários criarem um
inimigo em comum, de forma a criarem o estigma do mal,
centralizando neste todas as críticas apontando-o como causa
de seus fracassos, criando a cultura da desresponsabilização ou
mesmo da vitimização. E aqui vale traçar um paralelo com a
América Latina atual quando é mencionado um termo sem
significado algum, o “neoliberalismo¹” ou o imperialismo norteamericano.
6) A necessidade dos nacional-socialistas conquistarem também
o poder econômico, de forma a consolidarem o poder político,
uma vez que a comunidade judaica na Europa detinha não
apenas forte influência, como era significativo o poder através
do controle de muitos bancos e instituições financeiras
internacionais.
7) A solidariedade e a forte religiosidade entre muitos do povo
judeu, que dava aos que defendiam os ideais socialistas, neste
ponto nas suas duas vertentes, tanto os nacional-socialistas,
como os internacional-socialistas, a certeza de irem contra um
espírito coletivo, muitas vezes intransponível, frustrando as
ações de doutrinação.
8) E a essência do nacional-socialismo, assim como do
internacional-socialismo está em refutar a liberdade e a
diversidade de pensamento e poder econômico, o que os levam
invariavelmente ao totalitarismo, especificamente na noção de
controle totalitário, ou seja, na idéia de que o Estado, e em
última instância o chefe-de-Estado (no caso dos nacionalsocialistas
ao Führer ou no caso dos internacional-socialistas à
Nomenklatura (esta normalmente comandada por um déspota),
que deveria controlar tudo e todos.
Neste ponto recomendo a leitura do artigo de von Mises “ A
calúnia socialista contra os judeus”:
http://www.endireitar.org/site/artigos/socialismocomunismo/
116-a-calunia-socialista-contra-os-judeus-i
http://www.endireitar.org/site/artigos/socialismocomunismo/
118-a-calunia-socialista-contra-os-judeus-ii
Von Mises foi um dos mais importantes economistas do Século
XX, eu entendo que seja o mais conceituado deles. Entre 1904 e
1914, von Mises foi aluno de Eugen von Boehm-Bawerk. Mises
lecionou na Universidade de Viena de 1913 a 1934, e também
trabalhava como conselheiro econômico do governo da Áustria.
Para evitar a “influência” dos nacional-socialistas na sua
Áustria, e temendo por sua integridade física por ser judeu,
Mises fugiu do país em 1934, indo para Genebra, Suíça, onde
lecionou no Instituto de Estudos Internacionais até 1940. Em
1940, ele emigrou para Nova Iorque. Foi professor visitante na
New York University de 1945 até sua reforma em 1969,
financiado por Lawrence Fertig. Por parte desse período
trabalhou em assuntos monetários para a União Pan-europeia.
Ele recebeu um doutoramento honorário do Grove City College.
Mises faleceu aos 92 anos de idade no hospital St Vincent em
Nova Iorque.
No Brasil seu pensamento é debatido e divulgado pelo Instituto
Ludwig von Mises (http://www.mises.org.br/).
Muitos, não apenas os judeus, nas diversas gerações que se
seguiram à Shoah seguramente fizeram e fazem a mesma
pergunta:
Por que tanto ódio foi manifestado contra os judeus?
Os nacional-socialistas conseguiram em um confronto de
ideologias, interesses, levar multidões ao desejo fanático e
desenfreado de criar um conceito de raça, movidas apenas pelo
ideal de um homem desequilibrado que foi capaz de exterminar
milhões de judeus, e não apenas judeus, mas a totalidade dos
ciganos, centenas de milhares de religiosos, políticos, em
especial os sociais liberais e liberais (austríacos), os quais foram
suas primeiras vítimas, etc. Mas não sem antes torturá-los ao
longo dos infinitos corredores da morte, entre o caminho que os
conduzia desde os trilhos de trem, aos campos de concentração,
às filas para o "banho" (câmeras de gás) e às experiências
macrabas jamais imaginadas por uma mente humana ser
possível realizar com outros seres humanos.
Mas qual foi a causa fundamental?
É seguramente uma pergunta sem resposta, podemos apontar o
ódio gratuito, imposição, intolerância e fanatismo, mas fica a
pergunta: Como deixaram que ele surgisse? De um lado a
própria história judaica, uma das mais antigas da humanidade
possui inúmeros relatos registrados para que atos como estes
jamais voltem a ocorrer, mas jamais sejam também esquecidos. A
maior prova de todo este ódio não ter sido eficaz é que corpos
físicos foram exterminados, mas jamais povo algum ao longo da
história conseguiu exterminar a alma judaica eternamente
existente em cada judeu. De outro tivemos uma realidade que
permitiu que não apenas um, mas centenas, milhares de
déspotas conquistassem o poder e através de decisões,
incluindo as mais desumanas, se mantivessem no poder.
Von Mises foi profético em entender uma das razões do fracasso
do socialismo na Europa e na Ásia, como também é hoje
realidade na Venezuela, com sua pobreza e violência crescente e
o foi em Cuba. Ainda em 1920, Mises determinou por que o caos
era inevitável sob o socialismo e explicou seu
grandioso insight em um artigo para a Sociedade Econômica,
“Wirtschaftsrechnung im sozialistichen Gemeneinwesen”
[“Cálculo econômico na comunidade socialista”]. Sob o socialismo
não havia mercados onde as pessoas revelassem suas
preferências demandando bens e serviços, em seu plebiscito
diário que um cidadão livre pode fazer em uma economia livre,
fazendo com que os planejadores centrais, mesmo que eles se
importassem, não soubessem especificamente o que queriam os
consumidores. E sem preços de mercado para a miríade de
fatores de produção, seria impossível calcular o custo de
alternativas e organizar a produção eficientemente. “Só é
possível apalpar no escuro”, escreveu Mises.
E não podemos dar sustentação à afirmação de que o antisemitismo
nacional-socialista, nazista, foi somente de cunho
sócio-político ou econômico, não tendo nada a ver com os
ensinamentos anti-judaicos em inúmeros setores da sociedade,
mas isso demandaria um extenso e conflitante debate, inclusive
religioso. Assim como demandaria um extenso debate a
afirmação de que o anti-semitismo era marcante apenas na
Alemanha e Áustria, mas em uma infinidade de países e neste
ponto temos que reconhecer a indignação do Prêmio Nobel Elie
Wiesel.
Assim como se comemora hoje na Alemanha além do Fall der
Mauer – 1989 – o 9 de novembro, lembranças que nos
envergonham e muito: a Noite de Cristal, em alemão
Reichskristallnacht ou simplesmente Kristallnacht, é o nome
popularmente dado aos atos de violência que tiveram início na
noite de 9 de novembro de 1938 em diversos locais da Alemanha
e da Áustria, então sob o domínio dos nacional-socialistas.
Tratou-se de pogroms, de destruição de sinagogas, de lojas, de
habitações e de agressões contra as pessoas identificadas como
judias. Isso antes mesmo do início da 2ª Guerra.
Pogrom é um termo russo que significa um ataque violento
maciço a pessoas, com a destruição simultânea do seu ambiente
(casas, negócios, centros religiosos). Historicamente, o termo
tem sido usado para denominar atos em massa de violência,
espontânea ou premeditada, contra judeus, protestantes,
eslavos e outras minorias étnicas da Europa, porém é aplicável a
outros casos, a envolver países e povos do mundo inteiro.
A pedido do principal líder dos nacional-socialistas; o "Ministro
da Propaganda" instiga os dirigentes do NSDAP - Partido
Nacional Socialista dos Trabalhadores
Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei) e os
SA - ("Sturmabteilung"), ou "Divisões de Assalto" – uma espécie
de entidade para-militar, algo similar no Brasil a um MST
fortemente armado e de atuação urbana - a atacarem os judeus,
é o movimento de massas a serviço da oclocracia de então, as
violências que deviam visar as lojas de judeus e as sinagogas.
Numa única noite, 91 judeus foram mortos e cerca de 25.000 a
30.000 foram presos e levados para campos de concentração.
7500 lojas judaicas e 1600 sinagogas foram reduzidas a
escombros.
As ordens determinavam que os SA deviam estar vestidos à
paisana, a fim que o movimento parecesse ser um movimento
espontâneo de uma população furiosa contra os judeus. Na
verdade, as reações da população foram pouco favoráveis, pois
os alemães não apreciam que se ataque ou tome a propriedade
alheia. Os incêndios também chocaram uma parte da população;
mas não o fato de que os judeus tivessem sido atacados
fisicamente. Cerca de 1.400 sinagogas incendiadas e destruídas,
cerca de 100 judeus mortos, milhares feridos, centenas
desabrigados, casas e lojas destruídas, quase trinta mil judeus
presos e enviados para os campos de concentração de Dachau,
Buchenwald e Sachsenhausen, nos quais muitos morreriam,
posteriormente.
Além de centenas de milhares de cacos de vidro espalhados pelo
chão. Com a brutalidade e a intensidade destes atos o que se
observou na Alemanha de então um profundo medo de
represálias por parte de quem viesse a protestar.
Este foi o saldo da violência indiscriminada contra a população
judaica da Alemanha e da Áustria, no dia 9 de novembro de
1938, e que se tornou conhecida como a Kristallnacht - Noite dos
Cristais - uma referência às incontáveis vidraças, janelas e
vitrinas destruídas pelas tropas de choque nazistas e
movimentos sociais favoráveis ao nacional-socialismo.
Mas fica a questão: Como se chegou a isso?
Antes do surgimento das diversas ideologias, o Império
Germânico, era formado por mais de 240 Estados, durou de 962
até o ano de 1806. Era denominado de Sacro Império Romano
Germânico (Heiliges Römisches Reich; em latim Sacrum
Romanum Imperium). Mais tarde, foi substituída pela
Confederação Germânica, com a queda de Napoleão, por 39
Estados. Houve a união aduaneira, que estabelecia a mesma
moeda para os estados alemães. A confederação durou até a
vitória da Prússia na Guerra Austro-Prussiana, quando a
Alemanha foi dividida em Alemanha do Norte e Estados do Sul.
Na Guerra Franco-Prussiana, além da Prússia ganhar as
regiões da Alsácia-Lorena da França, a Alemanha foi
reunificada.
O processo marcante foi a primeira reunificação alemã, esta
iniciada no século XIX, após a separação territorial no
Congresso de Viena, o espaço territorial germânico era
constituído por 39 Estados diferentes reinos, ducados e cidades
livres, que apenas tinham em comum a mesma língua (o alemão)
e a mesma base cultural. Nele, a hegemonia política era
disputada pelas suas duas principais potências: a Áustria dos
Habsburgos, que dominava a Dieta (o Parlamento da
Confederação Germânica) e a Prússia, governada pelos
Hohenzollern.
No plano econômico, o território germânico ainda vivia, em linhas
gerais, numa estrutura feudal, em plena Idade Contemporânea;
a exceção era a Prússia, mais industrializada, com maior poder
econômico, que desde 1834 implantara o "Zollverein", uma
aliança aduaneira entre os Estados da Liga Alemã.
O mundo já era de certa forma globalizado, ocorria também a
partir das uniões entre as coroas da Europa, como foi o caso da
união da Dona Estefânia Josefa Frederica Guilhermina Antónia
de Hohenzollern-Sigmaringen com D. Pedro V de Portugal, neto
do nosso D. Pedro I, este que viria a ser também D. Pedro IV de
Portugal. Dos Habsburgos tivemos Dona Maria Leopoldina
Josefa Carolina de Habsburgo, que foi a primeira esposa de D.
Pedro I e mãe de D. Pedro II.
Na Alemanha depois veio a revolução de 1848 e um período de
sete anos (1864 - 1871), três guerras de destaque foram
decisivas para a reunificação dos Estados germânicos:
a) A Guerra dos Ducados (1864),
b) a Guerra Austro-Prussiana (1866) e
c) a Guerra Franco-Prussiana(1870-1871).
É possível dizer que a primeira reunificação alemã foi um dos
principais motivos para o estouro da Primeira Guerra Mundial. A
unificação da região de Alsácia-Lorena ao Segundo Reich
Alemão gerou o revanchismo francês.
Os franceses inconformados com a situação e com a humilhação
provocada pelos alemães (como na coroação de Guilherme I no
próprio Palácio de Versalhes, em território francês) mantiveram
um sentimento de revanche que foi decisivo na política de
alianças dos países europeus até quando eclodiu o conflito em
1914.
O Tratado de Versalhes, impondo pesadas penalidades à
Alemanha derrotada na 1ª Guerra, foi a desforra francesa, mas
isso custou caro ao mundo, deu origem a desestruração social
da Alemanha e esta a bestialidade.
Outro fator de influência para o surgimento do conflito foi a
batalha dos países europeus por territórios na África e Ásia, no
período conhecido como neocolonialismo. Os alemães, recém
reunificados, exigiam uma redivisão colonial nos continentes,
com seus protetorados na África: Tanzânia, Ruanda, Burundi,
Namíbia, Camarões e Togo. Sem contar suas colônias na
Indonésia Samoa Ocidental, Neuguinea e China (Baía de
Kiauchao), entre outros.
Soma-se a isso a infinidade de colônias de alemães em todo o
mundo, principalmente nos Estados Unidos, onde constituem
hoje mais de um quinto do povo norte-americano, e que deixou
de herança um em cada três norte-americanos com sangue
alemão, inclusive o atual presidente Barak Obama ou na Rússia,
com os alemães-bessarábios os que imigraram para a região da
Bessarábia e seus descendentes e assim por diante. Quanto aos
alemães-bessarábios, muitos foram covardemente mortos ou
confinados na Sibéria por ocasião da 2ª Guerra, em alguns casos
também são chamados de "alemães-russos" , destes muitos
vieram ao Brasil, para a Região de Ponta Grossa no Paraná em
especial ou foram para os Estados Unidos.
Quanto ao Presidente Obama, vale lembrar que Christian
Gutknecht seu tataravô havia emigrado em 1795 para o Estado
da Pensylvania nos Estados Unidos. Para que não haja dúvida, a
composição genética de Obama é 4,68% alemã, 37,3% inglesa e
50% da tribo queinana Luo. Gutknecht partiu da localidade de
Bischweiler, então na Alsácia alemã, que hoje é França, rumo à
América, onde mudou seu sobrenome por Goodnight e viveu
como camponês na Pensylvania até morrer, em 1795.
Os Estados Unidos tornaram-se a terra prometida para milhões
de emigrantes desde o início da sua colonização, no século 17,
para lá foram com suas famílias. Os primeiros colonos alemães
chegaram aos EUA no ano de 1608. Grande número de colonos
teutônicos chegaram entre 1680 e 1760, e continuaram durante
os séculos seguintes.
Esses colonos, emigravam com as famílias, em sua maioria eram
luteranos, mas entre eles haviam muitos católicos e judeus, se
estabeleceram sobretudo no estado da Pennsylvania e norte de
Nova Iorque.
A Pennsylvania tornou-se o destino preferido da emigração
alemã durante o século 18 e 19, recebendo grande levas de
emigrantes entre 1725 e 1775, compondo, neste último ano, já
30% da população do estado, hoje seus descendentes superam
50% da população naquele Estado. Outras colônias alemãs
foram criadas na Virgínia, Massachusetts e Carolina do Norte,
incluindo não apenas luteranos, mas também católicos, judeus e
algumas minorias protestantes, como os menonitas, amish e
outras.
Alguns estados americanos possuem uma clara maioria de
ascendência alemã: como Dakota do Norte e Wisconsin possuem,
respectivamente, 43,9% e 42,2% de sua população descendente
de alemães. Esses dois estados são considerações os mais
alemães dos Estados Unidos, possuindo uma larga maioria
luterana.
A título de curiosidade, no Brasil tivemos as colonizações
alemãs, que de certa forma se iniciaram com Maurício de Nassau,
a quem muitos acreditam ser holandês, mas não, seu verdadeiro
nome era Johann Moritz von Nassau-Siegen, e ele era natural de
Dillenbur, membro da casa real de Orange da Holanda. Vale
lembrar que João Maurício de Nassau, estabeleceu a paz na
região, liberou crédito aos proprietários para reconstituírem as
lavouras e os engenhos. Recife, capital do governo holandês no
Brasil, foi urbanizada. Implantou a tolerância religiosa,
liberdade de culto a católicos e judeus, além da evangélica que
professavam. Foi sob seu domínio que se construiu a primeira
sinagoga no Brasil, mas cujos membros emigraram
posteriormente para a região onde hoje é Nova Iorque..
Foram as seguintes as primeiras comunidades criadas pelos
alemães no Brasil:
Nome Fundação Fundador Categoria Estado
Salvador 1808 Urbana BA
Rio de Janeiro 1809 Urbana RJ
Leopoldina 1818 Jorge G. Freyreiss Rural BA
São Jorge dos Ilhéus 1818 Pedro Weyll Rural BA
Frankental 1819 Georg Anton von Schäffer Rural BA
Nova Friburgo 1820 Sébastien N. Gachet Rural RJ
Nova Friburgo 1824
Pastor Friedrich Oswald
Sauerbronn
Rural RJ
São Leopoldo 1824 Dom Pedro I Rural RS
São João das Missões 1825
José Feliciano Fernandes
Pinheiro
Rural RS
Três Forquilhas 1825
José Feliciano Fernandes
Pinheiro
Rural RS
São Pedro de Alcântara 1826
José Feliciano Fernandes
Pinheiro
Rural RS
Catucá 1826 Rural PE
Santa Amélia 1828 Rural PE
São Pedro de Alcântara 1829 Rural SC
Rio Negro 1829 Rural PR
Santo Amaro 1829 Rural SP
Itapecirica 1829 Rural SP
Vargem Grande 1837 Rural SC
Petrópolis 1845 Júlio Frederico Koeler Rural RJ
Mundo Novo 1846 Tristão José Monteiro Rural RS
Santa Isabel 1847 Rural ES
Piedade 1847 Rural SC
Santa Isabel 1847 Rural SC
Leopoldina 1848 Rural ES
Caí 1848 Santos Guimarães Rural RS
Santa Cruz 1849 Soares de Andrea Rural RS
São Paulo de Blumenau 1850 Hermann Blumenau Rural SC
Colônia Dona Francisca 1851 Christian Mathias Schroeder Rural SC
Estrela 1853 Vitorino José Ribeiro Rural RS
Militar Santa Teresa 1853 Rural SC
Teófilo Otoni 1856 Teófilo Benedito Ottoni Rural MG
Santo Ângelo 1857 Lei 30 de novembro 1855 Rural RS
Santa Maria da
Soledade
1857 Montravel Silveiro & Cia. Rural RS
São Feliciano 1857 Rural RS
Santa Leopoldina 1857 Rural ES
Teutônia 1858 Carlos Arnt Rural RS
Juiz de Fora 1858 Mariano Procópio Ferreira Lage Rural MG
São Lourenço do Sul 1858 Jacob Rheingantz Rural RS
Nova Petrópolis 1858 Ângelo Muniz da Silva Ferraz Rural RS
Brusque 1860 Maximilian de Schneeburg Rural SC
Theresópolis 1860 Rural SC
Taquara Rural RS
Rolante Rural RS
Gramado Rural RS
Roca Sales Rural RS
Arroio do Meio Rural RS
Lajeado Rural RS
Venâncio Aires Rural RS
Candelária Rural RS
Barão do Triunfo Rural RS
Rio Novo 1866 Rural ES
São Bento do Sul 1873 Rural SC
Hansa (atual Corupá) Rural SC
Ibirama Rural SC
Muniz 1873 Rural BA
Jaraguá 1879 Rural SC
Ponta Grossa Rural PR
Neu-Wüttemberg 1899 Hermann Meyer & Cia Rural RS
Irati Rural PR
Ivaí Rural PR
João Pinheiro 1907 Rural MG
Inconfidência 1910 Rural MG
Álvaro da Silveira 1918 Rural MG
David Capista 1918 Rural MG
Francisco Sá 1923 Rural MG
Padre José Bento 1924 Rural MG
Uvá 1924 Rural GO
Fazenda Almado Rural BA
Cruz Machado Rural PR
Cândido Abreu Rural PR
Itacará 1930 Otávio Mangabeira Rural BA
Rolândia 1932 Oswaldo Nixdorf Rural PR
Entre Rios 1951 Rural PR
Witmarsum 1951 Rural PR
Campinas Rural SP
Friedburg Rural SP
Pires de Limeira Rural SP
Kirchdorf Rural SP
Monte Mor Rural SP
Rio Claro Rural SP
Ibicaba de Limeira Senador Vergueiro Rural SP
Santos-São Vicente Rural SP
São Paulo Rural SP
Teodoro Egaz M. B. Aragão Rural BA
Santa Rosa Rural RJ
Santa Justa Rural RJ
Independência Rural RJ
Integrados a elas vieram muitas famílias judaicas, com destaque
para o Rio Grande do Sul, no Paraná tivemos Deutsche Schule
(Escola Alemã) de onde vieram algumas lideranças judaicas
brasileiras, como o líder comunitário curitibano Bernardo
Schulman (Recomendo a leitura "Em Legítima Defesa, A Voz de
um Judeu Brasileiro") e Marechal Cândido Rondon e São Paulo.
De Rio Negro/PR e Mafra/SC veio a maioria dos alemães para
Curitiba, chegando a cidade a contar com mais da metade de sua
população no início do século XX formada de descendentes de
alemães.
Outra questão polêmica foi a posição das Igrejas: Não haviam
cristãos na Alemanha quando da ascensão do nacionalsocialismo?
Realmente, a questão é que muitos não entendem a posição das
igrejas na Alemanha durante a ascensão do nacional-socialismo.
Talvez tivessem alguns movimentos similares ao que hoje ocorre
com a "Teologia da Libertação”, quando esta dá sustentação ao
socialismo na América do Sul e Central, principalmente no Brasil,
não sei, mas uma questão importante é que o nacionalsocialismo
ascendeu devido a uma série de fatores, sendo um
dos principais o fato de que o internacional-socialismo era
crescente na Alemanha e era nitidamente identificado como antireligioso
e que contava com o apoio da grande maioria dos
judeus alemães e poloneses, com destaque para a sua principal
líder, a polonesa Ró& 380;a Luksemburg, que na Alemanha, durante a
frágil República de Weimar teve atuação e liderança destacada.
Muito padres e pastores lutaram contra, mas foram voz vencida
ou se deixaram vencer, de igual forma tivemos figuras que se
colocaram ao lado do poder dos nacional-socialistas, como o
Reichsbischof Johann Heinrich Ludwig Müller, em contrapartida
inúmeros foram contra, a maioria de forma silenciosa, outros
não, como o Pastor Dietrich Bonhoeffer, que como ele tivemos
inúmeros pastores que foram calados pela Gestapo - Geheime
Staatspolizei (Polícia secreta do Estado), quando se proibiu a
pregação e o ensino de vários pastores.
Muitos, não, a grande maioria das escolas luteranas e católicas
foram fechadas neste período ou se colocaram como laicas,
quanto as judaicas não é preciso dizer o que ocorreu por conta
do nacional-socialismo.
Junto a Igreja Católica tivemos casos como o Bispo Gregorij
Rožman e o Monsenhor Tiso. Mas tivemos centenas de pastores
e padres que se retiraram da Alemanha ou da área de domínio
dos nacional-socialistas, por uma infinidade de motivos, a
maioria dos pastores contrários ao nacional-socialismo se
dirigiu aos Estados Unidos, e muitos padres católicos vieram
para a América Latina, Argentina em especial e tivemos muitos
pastores que combateram abertamente o nacional-socialismo, a
grande maioria por terem sido fortemente influenciados pelo
Pastor Friedrich Naumann, e alguns por serem até mesmo
identificados como partidários do internacional-socialismo ou
eram liberais (austríacos), mas muitos por identificarem que o
que era feito colidia frontalmente com os valores cristãos, como
foi o caso do Pastor Martin Niemöller.
"Quando os nazis levaram os comunistas, eu calei-me, porque,
afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociaisdemocratas,
eu calei-me, porque, afinal, eu não era socialdemocrata.
Quando eles levaram os sindicalistas, eu não
protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando
levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era
judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem
protestasse" (Pastor Martin Niemöller)
O ensinamento de Friedrich Naumann foi fundamental na
reconstrução da Alemanha, quando após a Segunda Guerra
Mundial o estudante e colega de trabalho Theodor Heuss foi
eleito presidente da nova República Federal da Alemanha, este
tomou a iniciativa de fundar a Fundação Friedrich Naumann,
entidade que também se faz presente no Brasil: http://www.ffnbrasil.
org.br.
Para entendermos o nacional-socialismo e a perseguição que
fizeram aos judeus, evangélicos, católicos, ciganos, políticos, em
especial conta os liberais e tantos quantos, e também fazendo
justiça, aos internacional-socialistas, seus aliados de primeira
hora segundo o acordo ou pacto de Molotov-Ribentroff, e muitas
minorias, temos que estudar um pouco de história e neste
sentido lhe apresento também o texto "Os Pilares do Nazismo"
que mostra como o nazismo comunga dos mesmos ideais do
“socialismo”, do internacional-socialismo. E há que se fazer uma
comparação entre a nacional-socialismo na Alemanha daquela
época com o bolivarianismo/PTismo da atualidade, em especial
no tocante a supremacia do Estado frente a liberdade do
cidadão. E aqui vale a pena observamos como o Brasil se coloca
na atualidade distante da liberdade:
(http://www.heritage.org/index/).
"Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os
intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós
próprios e da própria atitude de tolerância". (Karl Raimund
Popper)
Somente em 2008 foi saldada uma dívida histórica por parte do
governo alemão, quando este entregou ao memorial israelense
do Holocausto, o Yad Vashem, uma primeira lista com os nomes
de cerca de 600 mil judeus alemães perseguidos pelo regime
nazista, nacional-socialista, a fim de preservar suas memórias.
Esta lista foi estabelecida pela fundação alemã Recordação,
Responsabilidade e Futuro (EVZ) depois de quatro anos de
pesquisas nos arquivos federais, regionais e locais, em toda a
Alemanha. No total, foram revisados cerca de 2,5 milhões de
dados. Uma lista limitada, pois a lista contém os nomes apenas
de judeus que viveram na Alemanha entre 1933, quando Hitler
chegou ao poder, e 1945, fim da Segunda Guerra, com detalhes
sobre seu exílio, prisão ou deportação, assim como data e local
de sua morte.
A relação também foi transmitida a outros serviços de arquivo e
museus do Exterior e servirá para facilitar as pesquisas dos
historiadores. Permitirá entendermos a história e os fatos que
levaram à Shoah.
Como citei, a irracionalidade e a bestialidade não foi contida até
que tivemos um verdadeiro marco com uma série de fatos que
também se lembra na Alemanha, com profunda vergonha e
tristeza, a noite do 9 para o 10 de novembro de 1938, quando
instituições judaicas foram demolidas e sinagogas incendiadas
em toda a Alemanha. Os homens judeus acima de 18 anos foram
humilhados, amedrontados, presos e muitos enviados a campos
de concentração.
Propagados pelos nazistas como uma "revolução popular", os
ataques foram preparados e encenados pelo regime nazista,
após o assassinato de um diplomata alemão em Paris por
Hershel Grynszpan.
O pogrom (a palavra que vem originariamente dos socialistas
russos remete a um ataque violento a determinado grupo e seu
ambiente. Historicamente o termo é usado para designar atos
em massa contra judeus e outras minorias européias) de
novembro de 1938 marca, até hoje, uma guinada na história do
continente.
Os ataques que se tornaram conhecidos como "Noite dos
Cristais" (em referência aos vidros quebrados dos
estabelecimentos comerciais destruídos em massa) foram o sinal
definitivo de que o regime nacional-socialista não conheceria
limites em relação à perseguição aos judeus. As apreensões
daquele dia eram o prenúncio do genocídio cometido na
Segunda Guerra e o primeiro passo rumo ao que o regime
nazista, melhor, nacional-socialista, viria a chamar de Endlösung
(solução final) para o extermínio dos judeus, este engendrado
quando a guerra encontrava-se em curso.
Outra questão importante foi que a perseguição política,
econômica e racial dentro da Alemanha durante o período, que
se inicia nos anos 20, em que foi publicado o Programa do
NSDAP - Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores
Alemães, com seus 25 pontos-chaves, já era uma constante e
fartamente justificada pelos meios de comunicação nazistas,
melhor, nacional-socialistas.
Inicialmente este Programa não foi levado a sério, era mesmo
ridicularizado por parte significativa da sociedade alemã, que
então experimentava a sua República de Weimar, uma república
sem republicanos, longe da tradição alemã, cuja sociedade se
pautava entre a fiel observância ao princípio da
subsidiariedade, em especial junto aos luteranos, e a aderência
aos valores de suas inúmeras monarquias, principados e
ducados. Isso sem contar o saudosismo de um recente período
glorioso, que foi o do 2º Império, quando a Alemanha conquistou
sua reunificação.
Na República de Weimar, o que se observou era a perda da
identidade alemã, a qual foi acompanhada de uma escalada de
violência sem precedentes entre os movimentos de direita e
esquerda, de suas vertentes mais totalitárias, e até mesmo
incluindo os sociais liberais, os quais culminaram em 29 de
Outubro de 1918, ao estalar a rebelião de parte do exército. O
governo prendeu os amotinados, principalmente da divisão
naval, e muitos estudantes, operários e militares solidarizaramse
com eles, agrupando-se em conselhos similares aos soviets,
que tomaram o poder militar e civil em diversas cidades. A 7 de
Novembro, a revolução alcançou a cidade de München -
Munique, provocando a fuga do Rei Luís III da Baviera.
O país esteve perto de se converter num estado socialista. O que
foi refutado pelos alemães. A 9 de Novembro, o príncipe von
Baden transferiu os seus poderes legais a Friedrich Ebert, líder
do Partido Socialista da Alemanha (SPD - Sozialistische Partei
Deutschlands), de influência operária, mas sem intenções de
abandonar o sistema parlamentar.
Esperava-se que esse ato bastaria para acalmar as massas, mas
tal não ocorreu. Venceu a oclocaricaia de lá, com seus
movimentos (antis)sociais.
Vale lembrar que é omitido pelos historiadores que a grande
maioria dos judeus na Alemanha, Áustria, Tirol italiano, Sudetos,
etc. e até mesmo na Suíça e todos os outros cantos onde se
aspirava ou se apoiava o pan-germanismo, inclusive nos Estados
Unidos, onde a imigração alemã foi notoriamente intensa, eram,
muito mais como uma defesa, ou simpáticos ou pró-socialistas, a
começar por uma de suas principais líderes, Ró& 380;a Luksemburg,
ela que foi uma filósofa marxista e militante revolucionária
polonesa ligada à Social-Democracia do Reino da Polônia
(SDKP), mas também ao Partido Social-Democrata da Alemanha
(SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da
Alemanha. Participou da fundação do grupo de tendência
marxista do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido
Comunista da Alemanha.
Este e alguns outros fatos começaram a dividir a Alemanha,
criando todo tipo de repulsa a qualquer tipo de
internacionalização ou influência a qualquer tipo de ideologia
além-fronteiras. E esta está baseada na humilhação imposta aos
alemães com o Tratado de Versalhes e depois agravado com a
crise de 29, com a Alemanha sem acesso a alimentos e matéria
prima no mercado internacional ou vinda das colônias. O
fortalecimento do internacional-socialismo na Alemanha serviu
de combustível a todo tipo de nacionalismo, em especial contra
os liberais, os quais foram os primeiros a serem perseguidos
pelos nacional-socialistas (nazistas), assim como pelos
socialistas, os internacional-socialistas.
Na mesma linha temos a Olga Benário que foi jovem militante
comunista alemã, de origem judaica, entregue pelo ditadura
getulista para ser morta pelo regime nazista em campo de
concentração. Veio para o Brasil na década de 30, por
determinação da Internacional Comunista, para apoiar o Partido
Comunista do Brasil.
Ela foi destacada como guarda-costa e "Caixa 2" de Luís Carlos
Prestes, tornou-se sua companheira, tendo com ele uma filha,
Anita Leocádia Prestes.
Os nazistas, melhor, nacional-socialistas, também tinham a sua
Schutzstaffel, ou SS, foi uma organização paramilitar ligada ao
partido nazista, assim como SA, menos conhecidas, mas de
fundamental importância neste período.
SA: Sturmabteilung (Divisão de Assalto), nome secundário
Sturmtruppen (Tropas de Assalto) ou Braunhemden (Camisas
Pardas), uma organização paramilitar, cujos métodos de
intimidação violenta jogavam um papel importante no
surgimento de Adolf Hitler ao poder.
A SA foi fundada por Hitler em 1921. Tirou os seus primeiros
membros largamente dos Freikorps (Corporações Livres), grupos
armados de flibusteiros, compostos largamente de ex-soldados
que combatiam esquerdistas nas ruas nos primeiros dias da
República de Weimar. Usavam uniformes pardos à moda dos
Fascistas de Camisas Pretas de Mussolini na Itália. Protegeram
reuniões do Partido, marchavam em comícios nazistas e
assaltavam fisicamente oponentes políticos, os gritos de “Morte
à Escória Vermelha”.
Depois da falha do Putsch (Golpe) de Adolf Hitler em München
em 1923, a SA foi reorganizada em 1925, resumindo logo a seu
modo violento e intimidando eleitores em eleições nacionais e
locais. Algo similar, obviamente que em menor escala, ao que
ocorreu nas últimas eleições na Venezuela.
A partir do janeiro de 1931, era encabeçada por Ernst Röhm, que
nutria noções anticomunistas radicais, sonhando de estabelecer
a SA para a força militar principal da Alemanha. Sob Röhm, os
membros da SA, afluindo das fileiras dos desempregados da
Grande Depressão – Crise de 1929, cresceram a talvez 2.000.000
- vinte vezes o tamanho do exército regular - no tempo em que
Adolf Hitler chegou ao poder em 1933.
No início do regime nacional-socialista, a SA efetuou violências
de rua contra oponentes dos nazistas, contra os liberais e os
socialistas, judeus em especial.
Era vista com suspeito pelo exército regular e pelos ricos
industriais. Contra os expressos desejos de Adolf Hitler, houve a
pressão para se fundir o exército regular com a SA sob a sua
própria liderança. Em 30 de junho de 1934, na Noite das Longas
Facas (die Nacht der Langen Messer), Ernest Röhm e dúzias dos
líderes da SA foram sumariamente executados pelas forças da
SS a mando de Adolf Hitler. A SA, reduzida em força, foi
encarregada, a partir de 1939, de treinar as reservas para
unidades de defesa da Alemanha. A SS - Schutzstaffel, ou SS, foi
uma organização paramilitar ligada ao partido nacionalsocialista
alemão e foi criada inicialmente como um grupo de
proteção ao próprio Hitler.
Em 1933, quando o partido nacional-socialista começou a ganhar
poder na Alemanha, a SS já contava com mais de 52.000
membros, e a organização desenvolveu severos requisitos
sociais para assegurar que todos os membros compactuassem
com os 25 pontos-chaves do NSDAP.
No dia seguinte, instaurou-se um governo revolucionário sob o
nome de Rat der Volksbeauftragten, traduzido como "Conselho
dos Encarregados do Povo", que era formado por três membros
do MSPD e três membros do partido Social Democrata
Independente (USPD, Unabhängige Sozialdemokraten), liderado
por Ehbert e Hugo Haase, respectivamente. Esse conselho
governou a Alemanha de Novembro de 1918 a Janeiro de 1919.
As circunstâncias em que foi criada a República de Weimar
foram muito especiais, prestes a perder a Primeira Guerra
Mundial, a liderança militar alemã, altamente autocrática e
conservadora, atirou o poder para as mãos dos democratas, em
particular o SPD, que acabou por ter de negociar a paz (ou seja,
a derrota na Guerra).
Com isso, ficava no ar o saudosismo de uma nação outrora
poderosa, nos tempos do imperador, em comparação com a nova
realidade “democrática”, cheia de derrotas e humilhações.
Sebastian Haffner chamou-lhe uma "república sem
republicanos". Kurt Tucholwski chamou-lhe: "o negativo de uma
monarquia, que só não o é porque o monarca fugiu" (o
imperador Wilhelm II viu-se obrigado a abdicar).
Face a essa situação política, que alguns compararam a um
presente envenenado à democracia, acabou por lançar os
fundamentos que permitiram mais tarde a Adolf Hitler
posicionar-se como o arauto de um regresso ao passado
imperial (e antidemocrático) da Alemanha e implantar o nacionalsocialismo.
Com o início do nacional-socialismo, uma força que passou a ser
reconhecida como antagônica ao socialismo, melhor,
internacional-socialismo, este que tanto infernizava a sociedade
alemã, dentro de uma realidade em que o mundo passava por
uma grave crise mundial (1929), sem contar o passivo econômico
do Tratado de Versalhes, houve por parte da sociedade alemã
uma profunda aversão a tudo que vinha contra os ideais de um
pan-germanismo, inicialmente com a “hostilização” e até mesmo
perseguição de liberais, socialistas e outras influências
políticas, se estendeu, e com razão, também no campo étnico, o
que foi então usado como forte argumento pelos nacionalsocialistas.
Eram perseguidos indistintamente ciganos, judeus e
eslavos, com o tempo esta perseguição se concentrou contra os
liberais e os judeus, utilizados pelos nacional-socialistas como o
inimigo comum. Entre 1939 e 1945 o regime nazista, com ajuda
de milhões de outros europeus, mataram ou expulsaram quase
todos os judeus daquele continente.
Uma questão que envergonha ainda mais a humanidade é o fato
de que se na década de 1930 Israel já existisse, um número
incontável de judeus poderia ter sido salvo.
Eis porquê: A princípio, Hitler queria meramente expulsar os
judeus; somente mais tarde ele decidiu pela perseguição e se fez
uso da "Solução final".
Quando as nações do mundo se reuniram em Evian na França em
1938, plenamente conscientes do perigo que ameaçava os
judeus europeus, um país após o outro declarou: Não temos
lugar para os judeus.
Desde o início da Segunda Guerra, o mundo foi dividido em dois
tipos de países: aqueles que expulsaram ou assassinaram
judeus, e aqueles que rejeitaram os judeus que tinham sido
expulsos ou tinham fugido de algum outro lugar.
Poucos se caracterizaram como exceção, o Brasil em um curto
período de tempo, pois Getúlio soube muito bem compactuar dos
mesmos ideais. Olga Benário é emblemática para caracterizar
este período.
Se Israel já existisse, teria havido um país disposto a aceitar os
refugiados judeus quando a Inglaterra e outras nações se
recusaram, inclusive os Estados Unidos com suas restrições.
Neste ponto recomendo aos que estão lendo este texto que
venham a conhecer a importância do papel desempenhado por
um exemplo de ser humano, a paranaense Aracy Moebius de
Carvalho, posteriormente Aracy de Carvalho Guimarães Rosa.
Um segundo motivo pelo qual a magnitude do Shoah teria
diminuído é que, ao contrário dos Aliados, que com toda a sua
potência não conseguiram separar alguns aviões para
bombardear os trilhos para Auschwitz e outros campos da
morte, Israel o teria feito.
Em seu livro Uma Paz Duradoura, Benjamin Netanyahu colocou
isso de maneira simples: "Até que fui a Birkenau, jamais percebi
como aquilo tudo era pequeno e mundano. A fábrica da morte
poderia ter sido posta fora de ação por uma única bomba. Na
verdade os Aliados chegaram a bombardear alvos estratégicos a
alguns quilômetros de distância.
Se a ordem tivesse sido dada, teria bastado um piloto fazer uma
ligeira correção na rota para acabar com a matança. Porém a
ordem nunca foi dada."
Com o que escrevi, não tenho a pretensão de fazê-los entender
um dos maiores crimes da humanidade, mas é bom que se
entenda que para que isso fosse possível, foi também
necessária uma conjuntura, que se trazida para os dias atuais,
não encontraremos comparativos, tamanha foi a bestialidade a
que pode chegar um ser humano. Mas pode nos mostrar o
perigo de se ter em andamento um Foro San Pablo e suas
alianças com Mahmoud Ahmadinejad (também escrito
Ahmadinezhad) ( & 1606; & 1688;& 1575;& 1583; & 1740;& 1575;& 1581;& 1605;& 1583; & 1605;& 1581;& 1605;& 1608;& 1583; ), em especial com a principal
liderança deste “Foro San Pablo”, o Sr. Hugo Chávez.
Neste contexto foi importante e necessário denunciar a
presença de Mahmoud Ahmadinejad no Brasil, uma afronta a
todos os brasileiros, mas à comunidade judaica em especial.
"Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os
intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós
próprios e da própria atitude de tolerância". (Karl Raimund
Popper)
Atualmente na Alemanha são inúmeras as iniciativas de que não
haja o esquecimento, merecendo destaque o Museu Judaico de
Berlim (Jüdisches Museum Berlin), que é um museu situado em
Berlin e que cobre a história dos judeus alemães ao longo de
dois milênios. Também foram reconstruídas muitas sinagogas,
com as sinagogas de Dresden (2001) e Munique (2006).
O Museu Judaico de Berlim foi fundado no ano de 1933 em
Oranienburger Straße (Berlim) e foi encerrado em 1938.
Daniel Libeskind desenhou um novo edifício para o novo museu
que abriu as suas portas em 2001 e desde então mais de meio
milhão de pessoas anualmente o visitam. O número de visitantes
supera todas as expectativas.
Um dado interessante é que cerca de 37% dos visitantes estão
na faixa etária abaixo dos 30 anos. "A maioria sabe que os
judeus foram vítimas do nacional-socialismo e também já
ouviram falar de Auschwitz (campo de concentração)", revelou o
diretor do museu, Michael Blumenthal, 80 anos. O que muitos
jovens não sabem, entretanto, é que os judeus estão na
Alemanha há dois mil anos, completou o diretor, acrescentando
que o objetivo do Museu Judaico é justamente o de fornecer
maiores esclarecimentos a respeito da história dos judeus e
como eles se inseriram e ajudaram a construir a história da
Alemanha. E neste contexto o entendimento da Shoah é
fundamental.
O perigo, procurando entender hoje a Shoah, é que tentamos
explicar os fatos do passado de forma bem mais simplista do que
ocorreram, e tudo parece mais razoável e previsível depois disso.
Em retrospecto, chegamos a questionar como outros foram
capazes de ignorar o que estava para acontecer. A categorização
dos fatos acaba produzindo uma redução de sua verdadeira
complexidade.
Entender a Shoah ou o Holocauso nos permite entender a
história da humanidade para nos lembrar até que ponto chega a
bestialidade e a irracionalidade, são termos que não merecem
ser vulgarizados. Isso em respeito às vítimas e seus parentes. E
deve ser considerado sempre uma das maiores agressões contra
o ser humano o emprego do termo Holocausto de forma vulgar,
como foi feito recentemente por político brasileiros durante o
recente conflito no Oriente Médio. Outro grande erro é a
generalização imputando ao povo alemão a característica de se
identificar como um povo superior, uma afronta aos que
souberam viver a realidade de então.
Os Pilares do Nazismo
Rodrigo Constantino
constantino.rodrigo@gmail.com
http://rodrigoconstantino.blogspot.com
"Deve ser sempre enfatizado que o nacionalismo econômico é um
corolário do estatismo, seja o intervencionismo ou o socialismo."
(Mises)
Muitos historiadores tentaram explicar o surgimento do nazismo
de diferentes formas. O enfoque do economista Mises, no
entanto, é bastante peculiar, pois mostra como o nazismo foi um
filhote da mentalidade estatizante que dominou o mundo na
época, e a Alemanha em particular. O prisma econômico de Mises
permite uma abordagem transparente, que desfaz uma das
maiores inversões já criadas na história: a idéia de que o
nazismo é de "direita" e, portanto, oposto ao socialismo e mais
próximo do capitalismo. Socialismo, afinal, trata de um sistema
econômico de organização da sociedade, defendendo meios
públicos de produção, contra o pilar do capitalismo, que é a
propriedade privada. Analisando por este ângulo, fica evidente
a proximidade entre nazismo e socialismo, ambos totalmente
opostos ao capitalismo de livre mercado.
Quando se fala em nazismo, o anti-semitismo é uma das
primeiras características que vem à mente. Mises mostra, no
entanto, que esse ódio racial foi apenas um pretexto utilizado
pelos nazistas, transformando os judeus em bodes expiatórios.
Era impossível diferenciar antropologicamente alemães judeus
dos não-judeus. Não existem características raciais
exclusivamente judaicas, e o "arianismo" não passava de uma
ilusão. As leis nazistas de discriminação contra os judeus não
tinham ligação com considerações da raça em si.
Eles se uniram aos italianos e japoneses, sem ligação alguma
com a "supremacia racial nórdica", enquanto desprezavam os
nórdicos que não simpatizavam com seus planos de domínio
mundial. Tantas contradições não incomodavam os "arianos",
pois o racismo não era a causa do movimento, e sim um meio
político para seus fins.
Tudo aquilo que representava um empecilho no caminho do
poder total era considerado "judeu" pelos nazistas. Apesar de
os nacionalistas alemães considerarem o bolchevismo uma
criação judaica, isso não os impediu de cooperar com os
comunistas alemães contra a República de Weimar, ou de treinar
seus guardas de elite nos campos de artilharia e aviação russos
entre 1923 e 1933. Também não os impediu de costurar um
acordo de cumplicidade política e militar com a União Soviética
entre 1939 e 1941. Mesmo assim, a opinião pública defende que
o nazismo e o bolchevismo são filosofias implacavelmente
opostas. O simples fato de que os dois grupos lutaram um contra
o outro não prova que suas filosofias e princípios sejam
diferentes. Sempre existiram guerras entre pessoas do mesmo
credo ou filosofia. Se a meta for a mesma – o poder – então será
natural uma colisão entre ambos. O rei Charles V disse uma vez
que estava em pleno acordo com seu primo, o rei da França, pois
ambos lutavam contra o outro pelo mesmo objetivo: Milão. Hitler
e Stalin miravam no mesmo alvo. Ambos desejavam governar a
Polônia, a Ucrânia e os estados bálticos. Além disso, disputavam
o mesmo tipo de mentalidade, aqueles desesperados que estão
dispostos a sacrificar a liberdade em prol de alguma promessa
de segurança. Nada mais normal do que um bater de frente com
o outro, quando sustentar o acordo mútuo ficou complicado
demais. Não devemos esquecer que os socialistas de diferentes
credos sempre lutaram uns contra os outros, e isso não os torna
menos socialistas. Stalin não virou menos socialista porque
brigou com Trotsky.
Os bolcheviques partiram na frente em termos de conquista de
poder, e o sucesso militar de Lênin encorajou tanto Mussolini
como Hitler.
O fascismo italiano e o nazismo alemão adotaram os métodos
políticos da União Soviética. Eles importaram da Rússia o
sistema de partido único, a posição privilegiada da polícia
secreta, a organização de partidos aliados no exterior para lutar
contra seus governos locais e praticar sabotagem e espionagem,
a execução e prisão os adversários políticos, os campos de
concentração, a punição aos familiares de exilados e os métodos
de propaganda. Como Mises disse, a questão não é em quais
aspectos ambos os sistemas são parecidos, mas sim em quais
eles diferem. O nazismo não rejeita o marxismo porque sua meta
é o socialismo, e sim porque ele advoga o internacionalismo.
Ambos são anti-capitalistas e anti-liberais, delegando todo o
poder ao governo centralizado e planejador. No nazismo, a
propriedade privada não foi abolida de jure, mas foi de facto, e
os empresários eram nada mais do que "gerentes
administrativos", obedecendo a ordens do governo, que decidia
sobre tudo, incluindo alocação de capital e preços exercidos.
Os judeus foram vítimas dos nazistas basicamente por
representarem uma minoria que pode ser legalmente definida
em termos precisos, o que era tentador numa era de
intervencionismo estatal. Os nazistas souberam explorar isso
usando os judeus como bodes expiatórios para os males criados
pelo sistema econômico inadequado. Existiam aqueles que
tentavam justificar o anti-semitismo denunciando os judeus
como capitalistas, e existiam outros que culpavam os judeus pelo
comunismo. As acusações contraditórias cancelam uma a outra.
Com a derrota na primeira Guerra Mundial, o nacionalismo
alemão conseguiu sobreviver arrumando um culpado para o
fracasso. Os nacionalistas insistiram que eram invencíveis, mas
alegaram terem sido sabotados pelos judeus. Se estes fossem
eliminados, a vitória seria certa. O uso dessa minoria como bode
expiatório serviu para a concentração de poder doméstico, assim
como para o apoio de muitos no exterior, pois onde quer que
houvesse alguém interessado em se livrar de um competidor
judeu, lá poderia estar um apoio ao nazismo.
De fato, não foi pequeno o apoio inicial que os nazistas
receberam de fora. A humanidade pagou um elevado preço pelo
anti-semitismo.
Na União Soviética, os pequenos proprietários, os kulaks,
exerceram esse papel de minoria culpada pelos males
econômicos. Na essência, a tática é a mesma.
Os comunistas alemães abriram o caminho para o nazismo,
ajudando a enterrar de vez o liberalismo no país. Os comunistas
estavam ansiosos para tomar o poder através da violência. No
começo de 1919, eles partiram para batalhas nas ruas de Berlim
e conseguiram o controle de boa parte da capital. No final de
1918, a grande maioria da nação estava preparada para
defender um governo democrático, segundo Mises. Mas esse
choque criado pelos comunistas e marxistas, que se declararam
a favor da ditadura do proletariado rejeitando a democracia,
gerou enorme descrença no povo. Os alemães ficaram
desiludidos com a democracia, sentindo-se enganados, como se o
apelo pela democracia fosse apenas um meio de conquistar os
tolos. Democracia passou a ser sinônimo de fraude. Os
nacionalistas foram rápidos em aproveitar essa mudança de
mentalidade. Os métodos marxistas foram usados pelos
nacionalistas, que haviam lido Lênin e Bukharin. Um plano para
a tomada do poder tinha sido traçado. Em 1919, a escolha
política alemã era entre o totalitarismo bolchevique, sob a
ditadura de Ró& 380;a Luksemburg e Karl Liebknecht, ou o
parlamentarismo. No entanto, os comunistas, apesar de minoria,
não estavam dispostos a aceitar a decisão democrática, e o único
meio de detê-los era o uso da força. A intervenção militar dos
nacionalistas foi vista como única saída por muitos alemães. Os
nazistas chegaram ao poder graças à ameaça comunista. Ambos
disputavam os mesmos adeptos, já que o liberalismo não era
mais uma alternativa após tanta idolatria ao estado.
É verdade que Hitler conseguiu subsídios das grandes
empresas na primeira fase de sua carreira política.
Mas ele tomou esse dinheiro como um rei toma o tributo de seus
súditos. Se os empresários negassem o que era demandado,
Hitler teria os sabotado ou mesmo usado violência.
Os empresários preferiram ser reduzidos ao papel de gerentes
administrativos sob o nazismo a ser liquidados pelo comunismo
no estilo soviético. Não havia uma terceira opção naquele
contexto. Tanto a força como o dinheiro eram impotentes contra
as idéias, e estas apontavam na direção da estatização da
economia. O próprio Hitler concluiu que não era necessário
socializar os meios de produção oficialmente. Ele havia
socializado os homens! Os empresários alemães contribuíram
com parte do avanço nazista, assim como várias outras camadas
da nação, incluindo as igrejas, tanto a católica como a
protestante. O lamentável fato é que a maioria do povo alemão
abraçou o nacional-socialismo .
O cenário catastrófico da economia foi crucial para criar um
terreno fértil ao nazismo. Mas o fato de existir uma doença não
explica, por si só, a busca por um determinado remédio. Esse
remédio é procurado porque o doente acredita que ele pode
curá-lo. Logo, o caos econômico na Alemanha só levou ao
nazismo porque muitos passaram a acreditar que este era o
caminho da salvação. E isso foi uma consequência das idéias
estatizantes, mercantilistas, que espalharam a falácia de que
mais espaço físico e recursos naturais deveriam ser
conquistados pelos alemães para garantir o suprimento
doméstico e a retomada do crescimento. A inflação que devastou
a economia não era vista como resultado das políticas do
governo, mas sim como um problema do capitalismo
internacional. A mentalidade de guerra, que encara o comércio
entre nações como um jogo de perde e ganha, foi fundamental
para o crescimento nazista. Poucos compreendiam as vantagens
do livre comércio, da divisão internacional de trabalho. Para os
males causados pelo intervencionismo estatal, mais estado foi
proposto como solução.
A ignorância econômica da grande maioria dos alemães foi o que
permitiu o avanço do nacionalismo- socialista radical.
Os aspectos fundamentais da ideologia nazista não diferem
daqueles geralmente aceitos pelas demais ideologias
estatizantes. O controle da economia deve ser estatal.
O lucro é visto com enorme desdém. O planejamento centralizado
é uma panacéia para os males econômicos. As importações são
encaradas como uma invasão estrangeira negativa. O
individualismo deve ser duramente combatido em prol do
coletivismo. Eis o arcabouço ideológico que possibilitou a
conquista do poder pelos nazistas, que derrubaram os
concorrentes estatizantes porque estavam dispostos a defender
até as últimas conseqüências esta mentalidade. Os pilares do
nazismo foram erguidos sobre a mentalidade estatizante da
época. A idolatria ao estado e a desconfiança em relação ao livre
comércio sustentaram os dogmas nazistas. Mises afirma que
somente através da destruição total do nazismo o mundo poderá
retomar suas conquistas e melhorar a organização social,
construindo uma boa sociedade. Infelizmente, os pilares de sua
ideologia permanecem conquistando muitos adeptos, ainda que
sob diferentes rótulos. São estes pilares que devem ser
atacados para a garantia do progresso da civilização.
O colega de Mises, o prêmio Nobel Hayek, também analisou o
nazismo por um prisma semelhante, e concluiu que a relativa
facilidade com que um jovem comunista podia se converter em
nazista ou vice-versa era notória na Alemanha. Aqueles
estudantes que detestavam a civilização liberal do Ocidente não
sabiam ao certo o que escolher entre nazismo e comunismo, mas
tinham em comum o ódio ao modelo liberal. Hayek explica a
situação em O Caminho da Servidão: "É verdade que na
Alemanha, antes de 1933, e na Itália, antes de 1922, comunistas
e nazistas ou fascistas entravam mais frequentemente em
conflito entre si do que com os outros partidos.
Disputavam o apoio de pessoas da mesma mentalidade e
voltavam uns aos outros o ódio que se tem aos hereges. No
entanto, seu modo de agir demonstrava quão semelhantes são,
de fato. Para ambos, o verdadeiro inimigo, o homem com o qual
nada tinham em comum e ao qual não poderiam esperar
convencer, era o liberal da velha escola.
Enquanto o nazista para o comunista, o comunista para o
nazista, e para ambos o socialista, são recrutas em potencial,
terreno propício à sua pregação – embora se tenham deixado
levar por falsos profetas – eles sabem que é impossível
qualquer tipo de entendimento com os que realmente acreditam
na liberdade individual". Mesmo o professor Eduard Heimann,
um dos líderes do socialismo religioso alemão, escreveu que o
liberalismo tem a honra de ser a doutrina mais odiada por Hitler.
Fonte: http://rodrigoconstantino.blogspot.com
Bem, com este texto tive o propósito de mostrar o quanto é
perigoso fazermos simplificações ou mesmo generalizações, se o
fizermos seguramente estaremos sendo desonestos conosco
mesmos, pois irresponsavelmente nos afastamos do
compromisso de entender o que de fato ocorreu, e mais que isso,
passamos a atuar de forma preconceituosa, pois a generalização
invariavelmente leva a isso.
Arquivo Virtual sobre Holocausto e Anti-semitismo
O portal do Arqshoah (Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antisemitismo)
está on-line desde 17 de outubro, sendo diariamente
atualizado.
Ainda com alguns links em construção, pois este é um longo
processo de construção do conhecimento e da memória.
Abaixo seguem os links:
1) Acesso ao portal: www.arqshoah.com.br
2) Breve apresentação:
http://www.arqshoah.com.br/apresentacao/apresentacao.html
3) Matéria sobre o Arqshoah publicada no portal da USP, com
"vozes dos testemunhos orais"
http://www4.usp.br/index.php/especiais/17684-arqshoahmostra-
a-postura-do-br
Profa. Dra. Maria Luiza Tucci Carneiro
Departamento de História, FFLC
Coordenadora do Projeto Arqshoah
LEER- Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e
Discriminação
Universidade de São Paulo
Contato: (11) 8196-6656
E-mail institucional: arqshoah@usp.br
Acesse:
http://www1.yadvashem.org/exhibitions/album_Auschwitz/mut
imedia/index.HTML
http://chapermannmyblog.wordpress.com/2009/02/18/antisemitismo-
levantado-o-veu-da-chacina-nazista-na-ucrania/
"Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os
intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós
próprios e da própria atitude de tolerância". (Karl Raimund
Popper)
¹)
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.php?tl=1
&id=1073766&tit=O-social-liberalismo
www.institutoliberal.org.br/conteudo/download.asp?cdc=2859
Drogas e a violência – Um debate superficial e sem respostas
Gerhard Erich Boehme
boehme@folha.com.br
boehme@globo.com
boehme@r7.com
A questão das drogas no Brasil é apontada como uma das
principais causas da violência, não é seguramente a principal
como querem nos fazer acreditar, entre outras podemos debater
sobre as que considero como principais. Antes, porém
recomendo que todo pai, todo professor, todo padre ou pastor
leia o livro “Drogas e Internet”, onde na sua primeira parte é
relatado o fácil acesso, na Internet, a conhecimentos sobre o
álcool, tabaco, maconha, cocaína e crack. E na segunda parte
aborda a relação da família com o usuário de drogas. É um livro
que desafia a sociedade a proteger seus jovens e a buscar
respostas. Da série temos também o livro: “Violência e Internet”.
http://www.editorasinodal.com.br//produto.php?id=43
1. Discriminação espacial - conjuntos similares ao "Minha
casa, minha vida", favelas, ocupações irregulares e toda
sorte de falta de planejamento que somente um Plano
Diretor bem elaborado, implantando, implementado e
mantido e uma Agenda 21 Local eficaz poderia evitar.
Vale lembrar que nas periferias das cidades, sejam
grandes, médias ou pequenas, nas quais a presença do
Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais
facilmente. É a ausência do Estado onde de fato deveria
atuar e não servir de cabide de empregos a políticos e
sindicalistas, que assim torna a sociedade refém, ou
melhor, escrava da incompetência.
São os chamados espaços segregados, áreas urbanas em
que a discriminação é feita primeiro pelo tamanho dos
lotes e espaço comunitário, assim como a infraestrutura
urbana de equipamentos e serviços (saneamento básico,
sistema viário, energia elétrica e iluminação pública,
transporte, lazer, equipamentos culturais, segurança
pública e acesso à justiça) é precária ou insuficiente.
2. Baixa qualidade da educação fundamental, o que inclui a
falta de prioridade que é dada por todos os brasileiros à
educação fundamental e os entraves às entidades
privadas, confessionais, cooperativadas e étnicas por
parte do Estado.
3. Baixa valorização da família e valores familiares, com a
perda de compromissos com a maternidade e paternidade
responsável.
4. Cultura da lombada, esta marcante entre os brasileiros.
Da cultura da lombada – cultura própria de quem atua
nos efeitos e não nas causas – e dela decorrente é
favorecida a tolerância cultural aos desvios sociais e
pelas deficiências de nossas instituições de controle
social: polícia ineficiente, legislação criminal defasada (o
que gera impunidade), estrutura e processos judiciários
obsoletos, sistema prisional caótico. A interação entre
essas deficiências institucionais enfraquece
sobremaneira o poder inibitório do sistema de justiça
criminal.
5. Vulgarização da violência, em especial pela mídia e a
forma com que cadáveres são expostos nos cenários de
violência em todo o Brasil, não havendo orientação,
competência e estrutura para evita-la por parte das
polícias, em especial da Polícia Militar ou Polícia
Rodoviária que se encarrega pela preservação e pela
Polícia Técnica que realiza o exame perinecroscópico.
O exame perinecroscópico não deve ser confundido com a
autópsia, esta realizada pelo IML - Instituto Médico Legal
e aquela pelos peritos criminais.
6. Exemplo de nossas autoridades com o ilícito, sendo o
exemplo dos corruPTos e sua base afilhada o principal.
7. Falta do exercício da do princípio da subsidiariedade.
8. Falta da aplicação e reconhecimento do direito de
propriedade, que cria uma insegurança jurídica enorme,
com perda significativa do patrimônio das famílias e que
leva a falta de planejamento familiar no longo prazo. O
mais grave são as famílias de baixa renda que na maioria
das vezes possuem a propriedade, mas o direito a ela não
é reconhecido pelo poder público, como no caso dos lotes
em favelas ou áreas de ocupação, mesmo depois de
décadas. http://www.ordemlivre.org/node/80
9. Falta de uma atuação policial eficaz - De maneira geral as
polícias têm treinamento deficiente, ou melhor,
competência deficiente, onde competência deve ser
entendida por educação, formação, habilidade e
experiência adequada, salários incompatíveis com a
importância de suas funções, poucos recursos e padecem
de grave vulnerabilidade à corrupção. A ineficiência da
ação policial na prevenção aos crimes, assim como o
excessivo número de mortes de civis e de policiais,
decorre dessas deficiências e do emprego de estratégias
policiais meramente reativas e frequentemente
repressivas, sem contar as deficiências das polícias
judiciárias, as quais concorrem para a impunidade
crescente. A este caldo se soma a confusão entre os
papeis das polícias, da Polícia Militar ou Brigada Militar,
Guardas Municipais e Polícia Rodoviárias, que são
subsidiárias ao cidadão e à iniciativa privada, ao passo
que a Polícia Judiciária é essencialmente pública.
10. O não entendimento por parte da população do que é
púbico e do que é privado, ou ao menos deveria ser.
Assim as múltiplas carências das populações de baixa
renda, precariamente assistidas nas periferias das
grandes cidades, tornam seus integrantes,
especialmente os jovens, suscetíveis de escolha de vias
ilegais como forma de sobrevivência ou adaptação às
pressões sociais.
"Bens e serviços públicos têm como característica essencial a
impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele
ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de
restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável:
o privilégio ou benefício dado aos portadores de deficiência
física ou mental, incluindo as advindas com a idade ou aquelas
resultantes de sequelas de acidentes ou fruto da violência."
(Gerhard Erich Boehme)
Mas a frase acima desagrada toda uma gama de brasileiros
ideologicamente estressados, dos sociais-democratas, passando
pelos keynesianos e os socialistas, sejam eles internacionalsocialistas
ou nacional-socialistas.
Estes não se dão conta que devemos saber responder a três
perguntas básicas:
a) Quais são as tarefas autênticas do Estado para que ele possa
ser eficaz nos seus resultados?
b) Em que nível, federal, estadual ou municipal, deve ser
realizado? E qual é o papel de cada poder?
c) Como controlar os gastos estatais e impedir que eles se
expandam continuamente e não sejam retirados ou desviados
por políticos e sindicalistas os recursos que deveriam ser
destinados aos bens e serviços públicos?
A pobreza não é causa, é efeito
A verdadeira Riqueza das Nações
A pobreza não é causa a violência, quando muito é consequência
dos fatores apontados, além do que os mais pobres são mais
vulneráveis a ela. Este é um discurso das esquerdas que não
querem se responsabilizar, seja através do poder público, pois
são sedentas por uma infinidade de demandas sociais ou por
serem contrárias às iniciativas onde se observa de fato maior
compromisso e maior eficácia e que são menos vulneráveis à
doutrinação.
Se assim fosse, áreas extremamente pobres do Vale do Ribeira
em São Paulo e Paraná, o Vale o Jequitinhonha e muitas áreas
no Nordeste apresentariam índices de violência muito maiores
do que aqueles verificados em áreas como São Paulo, Rio de
Janeiro e outras grandes cidades. E o País estaria
completamente desestruturado, caso toda a população de baixa
renda ou que está abaixo da linha de pobreza começasse a
cometer crimes.
Vale lembrar que a discriminação espacial leva à impessoalidade
das relações nas grandes metrópoles e a desestruturação
familiar. Esta então passa a ser causa e também efeito. É causa
porque sem laços familiares fortes, a probabilidade de uma
criança vir a cometer um crime na adolescência é maior. Mas a
desestruturação de sua família pode ter sido iniciada pela
maternidade e paternidade responsáveis, quando a mãe e o pai
não assumem suas responsabilidades, seja por interesse
pessoal ou pela impossibilidade, como quando do assassinato
do pai ou da mãe, ou de ambos.
Um dos mais graves problemas no Brasil é que o pobre tem sua
propriedade, mas não pode comercializá-la, pois existem
entraves e muita burocracia para sua titulação. Ele é dono, mas
não pode se desfazer dela. Dezenas de milhões de pessoas no
Brasil vivem em propriedades sem segurança jurídica. Isto é uma
afronta ao direito de propriedade, este que é universal, previsto
na Declaração dos Direitos Humanos da ONU.
E isso deve ser sempre lembrado aos socialistas quando
relativizam o direito de propriedade, é quando não observam os
Direitos Humanos (http://www.onubrasil.
org.br/documentos_direitoshumanos.php), posto que
promovem falsos direitos ou raciocinam em termos
da coletivização, e por uma oligarquia que se implantou no
Brasil com a quartelada que muitos chamam de “Proclamação da
República”, que agem sob a proteção de leis que são uma
afronta aos direitos à vida, à propriedade e a liberdade.
Filosofia da Liberdade:
http://isil.org/resources/introduction-portuguese.swf
Artigo XVII da Declaração dos Direitos Humanos da ONU
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em
sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
A discriminação, não apenas a espacial, posto que esta exige
boas políticas públicas como Planos Diretores, Agenda 21 Local
e o fortalecimento do direito de propriedade, pois o pobre na
sua quase totalidade possui de fato sua propriedade, mas por
conta da incompetência pública, esta não é de direito, sem
contar que inibimos a alternativa mais eficaz para assegurar a
habitação digna a todos os brasileiros, assegurando o direito de
propriedade e incentivando a construção de imóveis para fins de
aluguel, desonerando esta forma de poupança e renda, mas
incentivando-a.
Para entender melhor a discriminação espacial recomendo a
leitura dos textos:
1. Um artigo que trata das escolhas erradas dos brasileiros
(e brasileiras)
2. O impacto econômico da violência no Brasil
3. Tragédias com as chuvas… Estão elas pautadas em
enigmas ou mistérios? O fracasso da tradição
republicana
Estes estão disponíveis em:
http://www.saudecomdilma.com.br/index.php/category/autore
s-do-saude-com-dilma/gerhard-erich-boehme/
A desestruturação familiar não é causa, é efeito
Desestruturação familiar, por exemplo, não quer dizer,
necessariamente, ausência de pai ou de mãe; ou modelo familiar
alternativo. A desestrutura tem a ver com as condições mínimas
de afeto e convivência dentro da família, o que pode ocorrer em
qualquer modelo familiar. O que nos falta são valores familiares,
os quais foram sendo destruídos em nossa sociedade,
principalmente pela mídia, com forte contribuição por parte das
telenovelas.
O desemprego não é causa, é efeito
Também não é o desemprego. Mesmo o desemprego de ingresso
– quando o jovem procura o primeiro emprego, objetivando sua
inserção no mercado formal de trabalho, e não obtém sucesso –
tem relação direta com o aumento da violência, porque torna o
jovem mais vulnerável ao ingresso na criminalidade. Na verdade,
o desemprego, ou o subemprego, mexe com a autoestima do
jovem e o faz pensar em outras formas de conseguir espaço na
sociedade, de ser, enfim, reconhecido.
Mas o desemprego possui forte relação ou é principalmente
decorrente da baixa qualidade ou ausência de um ensino
fundamental de qualidade. E vale sempre lembrar que não só o
poder público é incompetente ou ausente quanto a esta questão,
mas principalmente as igrejas, uma vez que hoje vemos os
clérigos, principalmente os barbudinhos, mais voltados ao
proselitismo político-ideológico que com o compromisso com a
educação fundamental e a evangelização. E não apenas estas
duas entidades, o Estado e a Igreja Católica, esta voltada ao
prosélytus por conta da CNBB e sua pregação alinhada com a
doutrina marxista via teologia da "libertação".
Sem conseguir entrar no mercado de trabalho, recebendo um
estímulo forte para o consumo, sem modelos próximos que se
contraponham ao que o crime organizado oferece (o apoio, o
sentimento de pertencer a um grupo, o poder que uma arma
representa, o prestígio) a um indivíduo em formação, fazendo
com que este se torne mais vulnerável.
O crescimento do tráfico de drogas, por si só, é também fator
relevante no aumento de crimes violentos. As taxas de homicídio,
por exemplo, são elevadas não apenas pelos "acertos de conta",
chacinas e outras disputas entre traficantes rivais, mas
principalmente por serem uma forma eficaz de cobrança, seja
das contas vencidas ou por uma melhor e mais fiel produtividade
nas vendas.
E, ainda, outro fator que infla o número de homicídios no Brasil
é a disseminação das armas de fogo, não das legais como mal
intencionados nos querem fazer acreditar, mas que tem origem
no tráfico de drogas, principalmente que aqui entram devido a
permeabilidade de nossas fronteiras, principalmente das armas
leves.
"O controle das armas com a população não tem como objetivo o
controle das armas, mas sim o controle da população" (Gerhard
Erich Boehme)
A maconha como porta de entrada
A maconha é porta de entrada para outras drogas mais pesadas,
e isso se dá devido a vários fatores:
a) Utilizam os mesmos ambientes, com os mesmos ilícitos
penais quanto a sua produção, tráfico e principalmente
seu consumo;
b) Utilizam o mesmo canal de distribuição, e temos hoje mais
de um terço da maconha batizada com cocaína e seus
derivados: temos assim a craconha, criptonita, desirée ou
zirê, muitas vezes sem que o usuário da maconha
perceba;
c) Os jovens que consomem estes tipos de droga possuem
os mesmos desajustes ou possuem o mesmo
comportamento de risco, por eles entendidos como de
“aventura” ou de ingênua rebeldia;
d) Há muito empenho por parte dos traficantes para que o
consumo seja de crack ou cocaína, pois assim os jovens
tornam-se mais dependentes, aumentando os lucros;
e) O convívio social passa a ser mais restrito, deixando o
jovem de ter um convívio acadêmico, religioso –
principalmente este, familiar, etc.;
f) Entre os vários motivos que levam o jovem a fumar
maconha, há alguns mais frequentes: desequilíbrio
familiar, necessidade de autoafirmação perante um
grupo de amigos e também a curiosidade;
g) Os usuários de drogas são marginalizados, ou melhor,
optam e oPTam por atuar à margem da lei, fogem de suas
responsabilidades, e o sujeito usa a maconha tem uma
certa pré-disposição ao uso de drogas mais pesadas.
Procura fugir da realidade, mas tem certa consciência do
perigo das drogas pesadas, o que somente ocorre talvez
no início. Então ele vai para a maconha e pensa que não
vai viciar. Mas os outros fatores acima apresentados
concorrem para que ele opte por drogas mais pesadas.
Veja que o uso do álcool também preenche alguns destes
fatores acima, principalmente entre adolescentes, menores de
idade.
Nesta última década, o consumo de maconha cresceu quatro
vezes entre os adolescentes de 16 a 18 anos. E o consumo de
crack e cocaína mais de cinquenta vezes, muito se deve à oferta
crescente, principalmente por parte da Bolívia. E a tolerância
aumentou. Policia, Justiça e escola têm punido menos os
usuários.
Infelizmente a maconha é a droga ilícita mais tolerada pelos
brasileiros. Embora o consumo tenha aumentado regularmente
nos últimos anos, a polícia prende menos usuários, a Justiça
condena pouco e a escola, bem a escola não é que aceita mais,
mas ela está cada dia mais refém do "politicamente correto" e
dos movimentos ditos sociais, onde temos a oclocracia
predominando com toda sorte de restrições a uma autonomia e
exercício de autoridade. Idiotas ainda continuam a confundir
autoridade com autoritarismo, mesmo passados 40 anos de um
período de exceção que não entenderam o porquê veio a ocorrer.
Embora sempre desatualizados e politicamente subestimados os
dados da Secretária de Segurança Estadual do Rio de Janeiro
mostram que o número de pessoas flagradas com maconha vem
diminuindo consideravelmente. Em apenas um ano, houve uma
redução de 60% no Estado de São Paulo, foi de 30%. Em Porto
Alegre, os casos caíram pela metade. A Situação é semelhante em
outras capitais brasileiras. A análise dos últimos censos
penitenciários não deixa margem de dúvidas; o volume de
condenações por uso de drogas caiu nos últimos 20 anos. Entre
as maiores escolas particulares do país, o número de expulsões
relacionadas com o uso de maconha também baixou. Hoje, em
apenas um de cada dez casos, o estudante é convidado a se
desligar do estabelecimento. Geralmente, quando fuma dentro
das dependências do colégio.
A realidade é que temos a impunidade crescendo
exponencialmente no Brasil. Nas escolas os professores
perderam ou estão perdendo a autoridade e muito se deve à
cultura da lombada do brasileiro. Não enfrentam as causas,
optam e principalmente oPTam, por atuar no efeito.
De acordo com um calculo aproximado, mais de 700 toneladas de
maconha são consumidas todos os anos no país. Especialistas
estimam em um valor três vezes superior. Mas considerando
estes números “oficiais”, convenhamos, é uma quantidade
suficiente para confecção de 700 milhões de cigarros e para
deixar satisfeitos algo como 5 milhões de usuários – um sétimo
do número de fumantes de tabaco.
No ranking do consumo das drogas, elas vinham quilômetros à
frente de crack, cocaína, heroína ou o MDMA, chamado de ectasy,
mas estão alcançando e superando a maconha. Um levantamento
de uso de drogas entre os estudantes em dez capitas
brasileiras, realizado pelo CEBRID - Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP), revelou que o consumo
frequente da maconha quadruplicou em apenas dez anos. O
dado mais impressionante, no entanto, é outro. Conforme uma
tendência também observada em outros países, esse aumento é
maior entre adolescentes e jovens na faixa que vai dos 16 aos 18
anos . Nessa comunidade muito jovem, 13% das pessoas fazem
o uso da maconha no Brasil. Outro fato surpreendente; algumas
estimativas extra oficiais informam que até 50% dos jovens
brasileiros experimentaram a Cannabis Sativa, nome cientifico
da erva , pelo menos uma vez na vida. Isso significa que chegou
perto de uma situação em que a dúvida não é mais saber se uma
pessoa vai experimentar um cigarro de maconha. Agora a
pergunta mais realista é quando ela fará isso.
E ficará na experiência?
O problema desse avanço da maconha, assim como da craconha,
desirée ou zirê, é que estamos banalizando o vício. A tolerância
com o álcool e o cigarro produziu o fenômeno do "cigarrinho" e
da "cervejinha". Hoje, já há quem use a expressão "baseadinho"
para tratar de uma droga que, como o cigarro e o álcool, tem
efeitos colaterais maiores e maiores são as sequelas,
principalmente as sexuais.
Segundo os piadistas é uma razão da crescente
homossexualidade entre os brasileiros, com direito a passeatas
e tudo.
Segundo os especialistas, além da perda do apetite sexual e
perda de capacidade de ereção, a maconha produziria uma
perda da capacidade cognitiva. Ao fumar um baseado duas a
três vezes por semana, o consumo médio de um usuário, a
pessoa passa a apresentar alguma dificuldade para reter
conhecimentos. Muitos usuários relatam uma perda da
capacidade de memorização e também de aprendizado. Mesmo
depois da interrupção do uso, o efeito pode persistir.
A Segunda característica é a perda da motivação. E esta é
preocupante, pois o que temos no Brasil é a centralização das
decisões, sejam elas políticas e administrativas e isso é
sinalizado ao jovem que ele deve ter maior participação, mas
logo observa que sua atuação é limitada, longe de seu alcance,
pois não observamos o princípio da subsidiariedade. Fica a
certeza de que no jogo político a mobilização política é tão
somente o circo.
A maconha tem ainda sobre as concorrentes a vantagem de já
ser considerada uma droga relativamente leve diante da
devastação física e psicológica provocada pelas mais pesadas.
Por fim, ela é a mais barata. A erva consumida no Brasil vem de
dois lugares, do Nordeste e do Paraguai, transportada para os
grandes centros em caminhões ou pequenos aviões. Ao chegar
às cidades grandes, é fracionada.
Apesar das diferenças das rotas entre maconha e cocaína, a
rede de traficantes é praticamente a mesma. Segundo a Polícia
Federal a erva foi uma etapa anterior à da distribuição da
cocaína. Quando passaram a ter contato com os cartéis
colombianos de pó e a rede de produção e tráfico dos bolivianos,
os traficantes já tinham experiência de distribuir a maconha
pelo país e precisaram só fazer a adaptação do sistema à
mercadoria mais lucrativa que antes vinha dos cartéis e hoje
principalmente da Bolívia.
A maconha resistiu ao avanço de varias outras drogas. Na
década de 80, a cocaína se tornou uma coqueluche. Em certos
meios, como o mercado financeiro, com seu ritmo alucinante, o pó
prosperou muito nesse período. Mais tarde, veio o crack, um tipo
de pasta de cocaína para as camadas mais pobres da população
e, recentemente, o ecstasy, droga bastante utilizada pelos que
gostam de passar a noite inteira sacolejando em danceterias.
Comparados aos efeitos dessas drogas, os da maconha são
muito mais brandos. Ninguém, por exemplo, vai morrer de
overdose de maconha. Seu poder viciante também não é tão alto.
De cada dez pessoas que experimentam a erva, só uma
desenvolverá dependência. Mas isso está mudando com a
craconha, desirée ou zirê ou a criptonita. Em usuários de
cocaína, esse número é cinco vezes maior. Os males mais
frequentes da Cannabis são comparáveis aos do cigarro e do
álcool. Com a vantagem de não deixar a pessoa mais agressiva
ou propensa a algum tipo de ato violento, como no caso do
álcool.
Muitos dos que se viciam em maconha passam depois para
drogas mais pesadas. Este não foi o caso de Lobão? Os
especialistas afirmam que essa passagem é bastante comum. A
erva seria, segundo eles, uma porta de entrada para outras
drogas. Isso não significa que toda pessoa que fuma maconha
vai passar a cheirar cocaína no mês seguinte e a fumar crack até
o final do ano. No entanto, mais de 90% dos usuários dessas
drogas fizeram primeiro um estágio na maconha.
E temos que considerar a questão da craconha. Um tema sempre
evitado, mesmo pelas autoridades no assunto, pois se assim o
fizessem chegaríamos mais rapidamente à causa que é a
atuação do Foro San Pablo, com sua componente ideológica.
Estatísticas do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do
governo americano mostram que um em cada quatro
consumidores de maconha já experimentou cocaína. O motivo é
simples. As mesmas razões que induzem ao baseado podem
arrastar a pessoa para o pó ou fumar algo mais “desafiador”.
A questão é que o brasileiro, na sua idiotia, não se questiona de
onde vem esta droga, que fatores concorreram para que
houvesse a escalada no tráfico a partir da Bolívia.
A resposta tenho pronta: Muito se deve ao chamado Foro San
Pablo, ao ex-presimente e ao seu então chanceler Amorim, hoje
premiado para a condução do Ministério da Defesa.
Nessa idiotia não se questiona como foi o apoio dado ao índio
cocalero para que se elegesse, e que hoje preside aquele país.
Não se questiona Chávez e Lula. Os idiotas os aplaudem.
Quando o cocalero, também conhecido como "Evo Petrobale" ou
"Evo Cocale", com seus bem nutridos soldados de 1,90m de
altura, invadiram as instalações da PETROBRAS na Bolívia e
tomaram no grito a propriedade brasileira, Celso Amorim, então
ministro das Relações Exteriores, disse a Lula que Morales
estava no direito dele. Parece que Lula gostou do que ouviu e
nada fez em defesa da estatal brasileira e dos interesses dos
brasileiros por detrás dela e de sua atuação. Como "prêmio" à
"coragem" de "Cocale", Lula perdoou dívida de 52 milhões de
dólares da Bolívia para com o Brasil e ainda aceitou que o
invasor aumentasse o preço do gás que vende para nós.
Esqueceu que o gás concorre com a gasolina e o etanol, e eles
são responsáveis pelo aumento do custo de vida.
Estávamos muito bem representados. E como será agora frente
ao Ministério da Defesa?
“Que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros
milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha
a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a
corrupção?” (Juan Arias - Correspondente do El País/España)
E igualmente aguardo as respostas a alguns questionamentos,
principalmente dos jornalistas:
http://jorgeroriz.wordpress.com/por-que-o-brasil-e-o-paraisodo-
crack/
A questão que precisamos descobrir é porque esses índices
aumentaram tanto nos últimos anos. Onde estaria a raiz do
problema?... E isso nos leva ao debate, mas a um debate sério,
sem ideologias ou defesa de um grupo ideológico.
Infelizmente, o governo tem usado ferramentas erradas e
conceitos errados na hora de entender o que é causa e o que é
efeito. A violência que mata e que destrói está muito mais para
sintoma social do que doença social. Aliás, são várias as doenças
sociais que produzem violência como um tipo de sintoma.
Portanto, não adianta pensar em combater os criminosos e dar
tratamento aos viciados.
Já é tempo de a sociedade brasileira se conscientizar de que,
violência não é ação. Violência é, na verdade, reação. O ser
humano não comete violência sem motivo. É verdade que
algumas vezes as violências recaem sob pessoas erradas,
(pessoas inocentes que não cometeram as ações que
estimularam a violência). No entanto, as ações erradas existiram
e alguém as cometeu, caso contrário não haveria violência.
É entendido em todo o Mundo as principais causas da violência
são: o desrespeito -- a prepotência -- crises de raiva causadas
por fracassos e frustrações -- crises mentais (loucura
consequente de anomalias patológicas que, em geral, são casos
raros).
Exceto nos casos de loucura, a violência pode ser interpretada
como uma tentativa de corrigir o que o diálogo não foi capaz de
resolver. A violência funciona como um último recurso que tenta
restabelecer o que é justo segundo a ótica do agressor. Em
geral, a violência não tem um caráter meramente destrutivo. Na
realidade, tem uma motivação corretiva que tenta consertar o
que o diálogo não foi capaz de solucionar. Portanto, sempre que
houver violência é porque, alguma coisa, já estava anteriormente
errada. É essa “coisa errada” a real causa que precisa ser
corrigida para diminuirmos, de fato, os diversos tipos de
violências.
Em uma sociedade como a nossa, onde o princípio da
subsidiariedade é desconhecido ou ignorado, onde a
responsabilidade individual não é cobrada, a principal “ação
errada”, que antecede a violência é o desrespeito. Começa com o
desrespeito com nossas autoridades, e assim temos a eleição de
populistas ou palhaços como nossos representantes, quando
não estes terceirizam.
O desrespeito é consequente das injustiças e afrontamentos,
sejam pelo desrespeito às leis, sejam sociais, sejam econômicos,
sejam de relacionamentos conjugais, etc. A irreverência e o não
entendimento da liberdade, que a confundem com libertinagem -
estimuladas principalmente pela TV - também produzem
desrespeito. E, o desrespeito, produz desejos de vingança que
se transformam em violências.
Nas grandes metrópoles, além da pressão para sustentarem o
vício, onde as injustiças e os afrontamentos são muito comuns,
os desejos de vingança se materializam sob a forma de roubos e
assaltos ou sob a forma de agressões e homicídios.
Já a irreverência e a libertinagem estimulam o comportamento
indevido (comportamento vulgar), o que também caracteriza
desrespeito e produz fortes violências.
Observe que quando um cidadão agride o outro, ou mata o outro,
normalmente o faz em função de alguma situação que
considerou desrespeitosa, mesmo que a questão inicial tenha
sido banal como um simples pisão no pé ou uma dívida de
centavos. Em geral, a raiva que enlouquece a ponto de gerar a
violência é consequência do nível de desrespeito envolvido na
respectiva questão. Portanto, até mesmo um palavrão pode se
transformar em desrespeito e produzir violência. Logo, a
exploração, o calote, a prepotência, a traição, a infidelidade, a
mentira etc., são atitudes de desrespeito e se não forem muito
bem explicadas, e justificadas (com pedidos de desculpas e de
arrependimento), certa mente que ao seu tempo resultarão em
violências. É de desrespeito em desrespeito que as pessoas
acumulam tensões nervosas que, mais tarde, explodem sob a
forma de violência.
Sabendo-se que o desrespeito é o principal causador de
violência, podemos então combater a violência diminuindo os
diferentes tipos de desrespeito: seja o desrespeito com o direito
de propriedade, sem relativizá-la, seja o desrespeito econômico,
o desrespeito social, o desrespeito conjugal, o desrespeito
familiar e o desrespeito entre as pessoas (a “má educação”). E
principalmente o desrespeito com os pagadores de impostos,
hoje escravizados. Em termos pessoais, a melhor maneira de
prevenir a violência é agir com o máximo de respeito diante de
toda e qualquer situação. Em termos governamentais, as
autoridades precisam estimular relacionamentos mais justos,
menos vulgares e mais reverentes na nossa sociedade. O
governo precisa entender a diferença entre o público e o
privado, diminuir as explorações econômicas beneficiando
grupos de interesse como foi o caso da Sadia, Telemar/Oi e toda
sorte de empréstimos do BNDES e podar o excesso de
“liberdades” principalmente na TV e no sistema educativo do
país.
A vulgaridade, praticada nos últimos anos vem destruindo
valores morais e tornando as pessoas irresponsáveis,
imprudentes, desrespeitadoras e inconsequentes. Por isso,
precisamos, também, restabelecer a punição infanto-juvenil
tanto em casa quanto na escola. Boa educação se faz com
corretos deveres e não com direitos insensatos. Precisamos
educar nossos adolescentes com mais realismo e seriedade para
mantê-los longe de problemas, fracassos, marginalidade e
violência. Se diminuirmos os ilusórios direitos (causadores de
rebeldias, prepotências e desrespeitos) e reforçarmos os
deveres, o país não precisará colocar armas de guerra nas mãos
da polícia para matar nossos jovens (como tem acontecido tão
frequentemente).
Bem, se não gostou e tem criticas a fazer, ou tem dúvidas sobre
o que escrevi, ou queira me passar mais informações sobre os
três principais temas (discriminação espacial, drogas e
violência), favor encaminhe-as para:
Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
Skype: gerhardboehme
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