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Artigos-->A contribuição dos alemães no Brasil -- 12/12/2011 - 13:03 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Caros do Grupo,



Caro Sr. Euclides,



 



Recomendo que leia inicialmente aos anexos, assim pode entender um pouco de história e a realidade atual.



 



O que o faz você mais brasileiro que eu?



 



Eu não me envergonho, defendo a liberdade, inclusive a sua, mas você ao contrário envergonha a todos nós, pois defende seu socialismo, seja ele o nacional-socialismo de Vargas, um modelo fascista, importado,  ou o internacional-socialismo, também chamado de socialismo bolivariano, Socialismo do Século XXI, igualmente importado. Subjugando-nos ao chamado Foro San Pablo, que hoje atua livremente no Brasil através do tráfico de drogas e armas da Bolívia, que furta de nós centenas de milhares de veículos e os legaliza em La Paz, Santa Cruz de la Sierra e tantas outras cidades, que sequestrou patrimônio da PETROBRAS e outras empresas brasileiras e que nos faz pagar uma energia elétrica ainda mais cara devido revisar contratos perfeitos como o da Itaipu Binacional.  



 



Escrever isso o que escreveu não me desqualifica, mas sim a você que invoca uma pureza étnica que seguramente deve envergonhar a todos os seus alunos, pois desconsidera a diversidade que há e com a qual se formou o Brasil, que desconsidera a importância dos imigrantes alemães na construção deste nosso Brasil. Lamento que no Brasil tenhamos pessoas com a sua mentalidade, ainda mais uma frase deste tipo vinda de um advogado, que se não aprendeu, ao menos deve ter frequentando algumas disciplinas que tratam do Direito Pátrio, onde o Direito Pátrio é reconhecido mundialmente nos países livres e democráticos, seja uma norma ou código, que garante ao cidadão o reconhecimento de sua nacionalidade. A pátria reconhece e garante os direitos aos seus cidadãos. No Brasil temos isso a partir de nossa Constituição.



 



Tenho comigo que toda tentativa de associar uma pessoa e suas ações a uma etnia é uma triste e grave manifestação de preconceito e isso não é apenas válido apenas aos afrodescendentes. E esta generalização não apenas é errada como ofensiva, como também promove ressentimentos.



Tenho entre os livros de minha pequena biblioteca particular dois livros que  lhe faço a recomendação de leitura:




Os Soldados Alemães de Vargas

Dennison de Oliveira, 158 pgs.

Publicado em: 29/8/2008

Editora: Juruá Editora

ISBN: 978853622076-5

Preço: R$ 34,00

http://www.youtube.com/watch?v=tIX8IOGAJvs




Os Soldados Brasileiros de Hitler

Dennison de Oliveira, 118 pgs.

Publicado em: 8/2/2008

Editora: Juruá Editora

ISBN: 978853621872-4

Preço: R$ 25,90

http://www.youtube.com/watch?v=6-Hhy5z7LTw



Infelizmente nem mesmo a história dos alemães no Brasil é contada de forma correta e o mais grave, de forma dissociada da história dos judeus alemães que com os demais vieram ao Brasil. A começar que nunca se menciona que a imigração alemã teve início na Bahia. O primeiro grupo de imigrantes fixou-se no Sul da Bahia em 1818. Em 1818 chegaram a  Ilhéus, 165 famílias alemãs. Ilhéus era uma Capitania da Bahia. Eles vieram para cultivar fumo, cacau e cereais. e posteriormente mais 200 famílias chegaram a São Jorge, também na Bahia instaladas no norte da Capitania da Bahia.



O Brasil atraiu apenas 4,5 milhões de emigrantes europeus, de um contingente de 50 milhões que deixaram o Velho Continente do século 19 até a Segunda Guerra (1939-1945). Os demais foram para os Estados Unidos da América, a Austrália, a Argentina, o Uruguai ou outros destinos.



Os alemães representaram aproximadamente 5% dos imigrantes que buscaram uma nova pátria no Brasil. Ao longo de mais de cem anos, chegaram ao Brasil aproximadamente 250 mil alemães. Atualmente, calcula-se em cinco milhões o número de seus descendentes em solo brasileiro, um número muito abaixo do que se verifica no caso dos Estados Unidos da América, rota preferida dos alemães, em especial dos luteranos, judeus, menonitas e amish.



Os primeiros colonos alemães chegaram aos Estados Unidos da América no ano de 1608.



A Pennsylvania foi uma das Treze Colônias que se rebelaram contra o domínio inglês na região na Guerra da Independência dos Estados Unidos da América. Foi na Pennsylvania que a declaração de independência e a constituição americana foram criadas pelos pais da independência americana. A Pennsylvania tornou-se o segundo estado americano, após ter ratificado a Constituição americana em 12 de dezembro de 1787.  Os alemães nos Estados Unidos, onde constituem hoje mais de um quinto do povo norte-americano, e que deixou de herança um em cada três norte-americanos com sangue alemão, inclusive o atual presidente Barak Obama ou na Rússia, com os alemães-bessarábios os que imigraram para a região da Bessarábia e seus descendentes e assim por diante. Quanto aos alemães-bessarábios, muitos foram covardemente mortos ou confinados na Sibéria por ocasião da 2ª Guerra, em alguns casos também são chamados de "alemães-russos" , destes muitos vieram ao Brasil, para a Região de Ponta Grossa no Paraná em especial ou foram para os estados Unidos.



 



Quanto ao Presidente Obama, vale lembrar que Christian Gutknecht seu  tataravô havia  emigrado em 1795 para o Estado da Pensylvânia nos Estados Unidos. Para que não haja dúvida, a composição genética de Obama é 4,68% alemã, 37,3% inglesa e 50% da tribo queinana Luo. Gutknecht partiu da localidade de Bischweiler, então na Alsácia alemã, que hoje é França, rumo à América, onde mudou seu sobrenome por Goodnight e viveu como camponês na Pensilvânia até morrer, em 1795.



 



 



E não é privilégio apenas dos brasileiros deturparem ou modificarem a história, o mesmo se deu nos Estados Unidos, que como o Brasil participou contra a Alemanha em duas guerras mundiais.



No Brasil a principal cidade de imigração alemã divide-se entre Curitiba e São Paulo.  São Paulo é ainda hoje é a cidade no mundo, incluindo as cidades da Alemanha, que possui o maior número de empresas alemãs, seja em termos de capital investido ou número de trabalhadores empregados.

 

Curitiba é a cidade com maior número de alemães e descendentes de alemães no Brasil.



E o exemplo dos luteranos  - IECLB  (www.luteranos.com.br), que no Brasil representam menos de 1% da população e já foram responsáveis por mais de 15% de todos os hospitais, creches, ancionatos, escolas fundamentais, etc.. E a grande maioria deles chegou ao Brasil com uma mão na frente e outra atrás, sem contar que no período das duas grandes guerras tiveram parte significativa do patrimônio espoliado pelo "Estado de Vargas". Acaso não sabe de onde vieram os patrimônios do 2.º Batalhão de Caçadores do Exército em São Vicente/SP que antes pertencia ao Clube Germânico ou da Universidade do Paraná, a primeira universidade do Brasil, e sua Escola Técnica, hoje embrião do IFPR  - Instituto Federal do Paraná, a qual divide com o Colégio Martinus, o Colégio Divina Providência e o Colégio Bom Jesus a mesma história, durante décadas, desde a sua fundação como a então Deutsche Schule (Escola Alemã), que inclui também a Escola Israelita Brasileira Salomão Guelmann. Da Deutsche Schule vieram alguns alunos, como o líder comunitário curitibano Bernardo Schulman (Recomendo a leitura "Em Legítima Defesa, A Voz de um Judeu Brasileiro"),  e ótimos professores.  A Universidade do Paraná, a primeira Universidade brasileira, a qual foi posteriormente federalizada e arquitetonicamente descaracterizada como uma entidade alemã teve sua história apagada. Hoje é conhecida como a UFPR – Universidade Federal do Paraná e ela guarda consigo boa parte do patrimônio da antiga Deutsche Schule (Escola Alemã), em seus terrenos hoje se encontra o Hospital de Clínicas da UFPR e a Praça 19 de Dezembro, também patrimônio tomado dos descendentes de alemães por ocasião da 2ª Grande Guerra, desconsiderando que eles também eram brasileiros, a imigração alemã comemora no ano passado 180 anos. A praça 19 de Dezembro se transformou, em função do descaso público, em um mictório a céu aberto e de noite em motel de alta rotatividade, é conhecida com a praça do homem nu. Por lá passam todos os políticos paranaenses rumo ao Centro Cívico (Palácio do Iguaçu, Palácio das Araucárias e Prefeitura Municipal de Curitiba).



E em São Paulo, a própria cidade de São Paulo tem como sua principal marca a imigração alemã, que levou a incorporarem o distrito de Santo Amaro, que de outra forma seria mais um município paulista, mas era onde residiam a maioria dos alemães, ao município de São Paulo, criando uma figura distorcida. Seguramente que o Brooklin Paulista ainda é o bairro mais alemão de São Paulo, como o é parte da Cantareira e Santo Amaro.

 

Calcula-se que em 1860, São Paulo tinha 30 mil habitantes, dos quais 10% seriam alemães.



http://www.dw-world.de/dw/article/0,,1213337,00.html



Outras evidências podem e merecem ser citadas: o Mosteiro de São Bento - que teve em 1910 o início de sua construção, segundo projeto do arquiteto Richard Berndl da cidade de München. Quatro anos mais tarde, em 1914, estava completo o conjunto tal como é conhecido hoje, abrigando a Basílica de Nossa Senhora da Assunção, o Mosteiro e o Colégio de São Bento; Colégio Visconde de Porto Seguro, também fundado como Deutsche Schule; Instituto Goethe; Hospital Santa Catarina; Esporte Clube Pinheiros (que nasceu do Sport Club Germânia); Hospital Alemão Oswaldo Cruz; o  Colégio Humboldt e tantos outros. Não são poucas as marcas que imigrantes alemães deixaram na capital paulista.  Hoje os alemães e seus descendentes se encontram além de Santo Amaro, na Cantareira e no Brooklin, um bairro fundado também por alemães e que abriga a maior colônia alemã e de seus descendentes em São Paulo. Na cidade de São Paulo, foi no Largo de São Bento que comerciantes alemães concentraram suas lojas. A mais famosa foi a Casa Allemã, que nasceu como uma pequena venda e tornou-se uma chique loja de departamentos, com salão de chá e muitos produtos importados da Alemanha.



Os alemães também se destacaram com suas fábricas de chapéus e chocolates, além de cervejarias, como não poderia deixar de ser. Tanto a Antarctica (Paulista) quanto a Brahma foram fundadas por imigrantes da terra da cerveja, assim como muitas outras incorporadas pelas duas gigantes, unidas desde 1999 na Ambev, hoje também ImBev. A forte presença alemã na metrópole entre os rios Tietê e Pinheiros também se fazia notar na vida social. Nos anos 1920, São Paulo chegou a ter cerca de 40 escolas alemãs.



Fundada em 1878, a Deusche Schule de São Paulo, a mais antiga em funcionamento chama-se hoje Colégio Visconde de Porto Seguro, que, assim como o Colégio Humboldt, possui turmas em que o idioma predominante é o alemão. Outras três escolas e sete jardins de infância oferecem alemão como língua estrangeira.



Organizar-se em associações é uma tradição alemã mantida em São Paulo. Até 1930, segundo o Instituto Martius Staden, os imigrantes fundaram 130 associações ou clubes. "Cruzando dados, descobrimos pessoas que eram sócias de 12 associações", afirma Rothfuss. A Sociedade Beneficente Alemã, que mantém um asilo para idosos e um orfanato, está ativa desde 1863.



Entre os vários clubes esportivos e de lazer, destaca-se o Esporte Clube Pinheiros, batizado inicialmente como Germania e que teve o primeiro time alemão de futebol. Com o nome de Sport Club Germânia a equipe disputou 26 vezes o Campeonato Paulista de Futebol, conquistando o título nos anos de 1906 e 1915, e chegou a contar em suas fileiras com Arthur Friedenreich, o primeiro craque do futebol brasileiro.



No setor de saúde, os imigrantes alemães contribuíram com duas instituições de renome: o Hospital Santa Catarina, fundado por freiras e situado em plena Avenida Paulista, e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz.



Nas artes e na cultura, Rothfuss cita o arquiteto Maximilian Emil Hehl e a família de vidraceiros Sorgenicht como os grandes destaques. Além de ter projetado a Casa Allemã, Hehl fez o projeto original da Catedral da Sé em estilo neogótico, bem como o da Catedral de Santos, enquanto os Sorgenicht confeccionaram vitrais para o Mercado Municipal, o Arquivo Municipal, a Faculdade de Direito da USP e a Universidade FAAP.



Também o estado de Santa Catarina festejou em 2009 os 180 anos da colonização alemã, enquanto no Espírito Santo fazia 150 anos. No Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, já são hoje 188 anos.



Particulamente recomendo que leia também, além dos mencionados acima, o livro "
Memórias de uma (outra) guerra". Um livro que retrata os tempos de delação, censura, perseguição, cadeia, tortura e medo impostos aos brasileiros de origem alemã, húngara, italiana, usw.. é um livro que ilustra bem como a memória alemã foi apagada entre os brasileiros descendentes de alemães. Muito se deve a Getúlio Vargas.



São fatos muito ouvidos, mas "silenciados", isto é, raramente escritos sobre a ditadura Vargas durante a Segunda Guerra Mundial. Falo do tratamento imposto aos descendentes de imigrantes alemães, húngaros, tchecos e italianos em SC principalmente por não dominarem o idioma Português. Tudo está narrado e documentado no livro Memórias de uma (outra) guerra - Cotidiano e medo durante a Segunda Guerra em Santa Catarina, publicado em coedição pela Editora da UFSC (EdUFSC) e Univali Editora, de autoria da historiadora Marlene de Fáveri. Doutora pela UFSC, ela leciona na UDESC, em Florianópolis, e na Univali, em Itajaí.

 

Acesse: http://www.agecom.ufsc.br/index.php?secao=arq&id=2573  



Bem, a generalização, como apresentada em aula, me foi ofensiva, e o cito não apenas por ser descendente de alemães e por ser igualmente alemão, mas principalmente por fomentar ressentimentos que não deveriam existir no Brasil, afastando as comunidades de origem judaica das alemãs, pois ambas guardam entre si suas histórias e sua parte comum, que é o meu caso particular, pois além de ter parte de minha origem (parte de mãe) de uma comunidade alemã, uma colônia alemã onde hoje é Israel, Waldheim -  Alonei Abba, ter conhecido a história de uma família de judeus e que foram sócios de alguns empreendimentos com a família de minha avó paterna, que com o nacional-socialismo apesar de serem uma família numerosa na Saxônia de então, hoje não temos mais referência alguma sobre eles. Por conta desta relação e por ter sido burgomestre (partido social liberal) em sua cidade natal, meu avô foi também alvo de hostilidades por parte dos nacional-socialistas.



 



De minha parte também guardo profunda relação, dois de meus filhos estudaram na Escola Israelita Brasileira Samuel Guelmann em Curitiba e tenho muitos amigos judeus, para os quais guardo muito amor, compreensão e carinho. E entendo que é assim que deve ser.



Guardo de minha infância também tristes recordações, em especial quando nas festas com amigos não podíamos convidar a todos, uns por serem judeus e outros por terem vivido na Alemanha parte de uma realidade que não faz sentido, como explico no anexo, por traziam consigo o fruto de uma doutrinação. Seguramente que era algo que não fazia sentido.



A família de minha mãe, originária do Norte da Alemanha, de Waldheim foi para a Austrália por ocasião do mandato inglês na Palestina e depois para a Alemanha, Paraguai e finalmente para o Brasil. A história de vida de meu pai (Wolfgang Boehme) igualmente merece um livro para ser escrita, não apenas pela sua contribuição para o turismo em Campos do Jordão, onde teve dois hotéis, mas também pela forma com que veio parar no Brasil:



http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG64926-6014,00-A+ULTIMA+VIAGEM.html

http://www.rootsweb.ancestry.com/~brawgw/alemanha

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u43301.shtml



http://www.rootsweb.ancestry.com/~brawgw/alemanha/historia_Windhuk.htm

http://lmcshipsandthesea.blogspot.com/2009/06/paquete-alemao-windhuk.html



http://www.camposdojordaocultura.com.br/fotografias_det2.asp?id_foto=50

http://www.pindavale.com.br/historiasecausos/textos.asp?artigo=6



E em seu estado o Rio de Janeiro, como escrevi, o Rio de Janeiro não foi  o primeiro dentre todos os estados brasileiros a receber imigrantes alemães. Foi a Bahia. Os alemães, muito mais devido ao clima, rumaram para a colônia suíça de Nova Friburgo.  Já em Petrópolis, a imigração alemã foi concebida pelo alemão (posteriormente naturalizado brasileiro) Júlio Frederico Koeler (ou Julius Friedrich Koeler), major do Império Brasileiro. Estes imigrantes chegaram em Petrópolis no ano de 1837.



No mais recomendo que venha a aprender a respeitar os outros, a começar por respeitar a liberdade dos outros, principalmente a liberdade do cidadão quanto a sua atuação no campo econômico, pois se não o fizer, apenas reforça o quanto não é brasileiro, pois não dá ao Brasil e aos brasileiros a única oportunidade de desenvolvimento, o que é feito através da liberdade, o Heritage index (http://www.heritage.org/index/country/brazil) está aí para provar isso, basta ver o exemplo dos chilenos, tão perto de nós, com as adversidades da natureza, estão conferindo àquele país muito mais liberdade e crescimento econômico. Pessoas como você são de uma mentalidade não apenas preconceituosa, mas atrasada, querem continuar a nos impor o atraso, com o atraso do socialismo, seja ele seu nacional-socialismo de Vargas ou o socialismo do Século XXI, subordinando-nos a Chávez, Lugo, Morales, Kirchner e outros demagogos, corruptos e populistas.



 



 



Abraços,



Gerhard Erich Boehme

gerhard@boehme.com.br



(41) 8877-6354

Skype: gerhardboehme



 



 



 



 





De: brasil-politica@googlegroups.com [mailto:brasil-politica@googlegroups.com] Em nome de euclides

Enviada em: domingo, 11 de dezembro de 2011 15:13

Para: brasil-politica@googlegroups.com

Assunto: Res: [Brasil-Política] Novos Estados Carajás e Tapajós serão no futuro uma realidade. O princípio da subsidiariedade será o fator de sucesso.








Gerhard. Você é alemão está aqui emprestado, não deve e não pode comentar coisas de Brasil. Isso é assunto para brasileiros, não alienigenas que estão aqui para  saber como desfazer o nó górdio em que se meteram esses neoliberais capitalistas burgueses.





O mundo mudou e agora é a vez do socialismo do século XXI, que está às portas, quem viver verá.





Euclides - MRLB.





 







-------Mensagem original-------







Data: 11/12/2011 12:43:15






Assunto: [Brasil-Política] Novos Estados Carajás e Tapajós serão no futuro uma realidade. O princípio da subsidiariedade será o fator de sucesso.





 



Caros do Grupo,



 



A divisão do Pará é uma questão de tempo. São realidades distintas, que requerem soluções distintas, muito embora a solução que me parece mais correta seria a de inicialmente termos dois territórios federais, similares aos que tivemos no passado com Rondônia, Roraima e o Amapá, este último infelizmente tomado pelo clientelismo político do dono do Brasil: Sr. José Ribamar Ferreira de Araújo Costa. Teríamos dois territórios e quando viessem a ter receitas próprias, obteriam a autonomia.



 



De um lado sou contra, sou contra pelo fato de agravar a triste realidade que temos no Brasil, agravada pelo Presidente Geisel para fazer seu sucessor no Colégio Eleitoral, mas isso não é denunciado pelas esquerdas, não o fazem, pois  em uma sociedade de privilegiados desejavam e conseguiram criar seus currais eleitorais. E para entender isso basta ver de onde vieram os votos que asseguraram a reeleição de um de nossos ex-presidentes e da atual presidente.



 



Ocorre que o Brasil necessita urgentemente corrigir esta distorção, pois por conta dela tivemos a reeleição de um incompetente e mentiroso. Paulistas e cariocas são cidadãos de terceira categoria quando colocam seus votos na urna, os demais brasileiros das regiões Sul e Sudeste são de segunda, pois não vale a regra de uma democracia: cada cidadão um voto.  Não  respeitamos o coeficiente eleitoral. Além disso temos ainda igualmente grave a questão do número de Senadores, cada um destes estados terão igualmente três senadores, mas este debate requer maturidade, a começar pelo fato de entendermos qual deve ser de fato o papel do Senado. A começar pelos próprios senadores, que não se consideram servidores públicos, mas o contrário.



 



Sou a favor da criação dos estados de Carajás e Tapajós, porque o Brasil precisa crescer para o interior, neste ponto concordo com os que formularam o Programa de Governo da Presidente Dilma, quando ela nos apresentou como proposta e compromisso:



 



“Além disso, a adoção de políticas regionais, com especial atenção ao desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste, associando uma nova dinâmica dessas regiões com a pujança do Sul e Sudeste, levarão a um desenvolvimento mais harmônico do país”.  (Dilma Vana Rousseff Linhares)



 



Sobre esta questão comento mais a frente.



 



E outra razão ainda mais importante, se considerarmos a fiel observação ao princípio da subsidiariedade, vemos que o plebiscito de hoje no Pará, consultando os eleitores sobre a criação dos estados de Carajás e Tapajós pode ser um importante passo para levar mais desenvolvimento a regiões pobres, carentes de um bom sistema de saúde e de educação. Elas administrariam sua própria verba para seus problemas sociais, tão distantes da atual sede do governo. Obviamente que com isso haverá um alto custo financeiro, muito além do que os novos estados poderão arcar, a ser assumido em parte pela União – isto é, pelos contribuintes do Pará e dos demais estados brasileiros.



 



Para nós que privilegiamos a liberdade, principalmente de empreender,  que privilegiamos a livre iniciativa, a discussão do tema é oportuna porque desde sempre defendemos a descentralização máxima do poder – e de um poder mínimo – cujo oposto é o que vemos no Brasil com todas as suas mazelas de gastos excessivos e mal aplicados, sacados diretamente – sem consulta – do bolso do contribuinte e desdobrando-se na gigantesca corrupção entranhada no cenário político brasileiro.



 



Se observarmos o fiel comprimento do princípio da subsidiariedade, cuja aplicação resulta na descentralização dos poderes: federalismo, divisão tripartite dos poderes, pluralismo e liberdade sindical, pluralismo político, voto distrital misto, etc.  os novos estados serão motores de um novo modelo de desenvolvimento.



 



Og Leme, cujo texto retransmito, detalhou em artigo esse princípio e como o federalismo nele se enquadra. Não só isso: apontou-nos uma evolução para a ideia de federalismo mais compatível com o princípio da subsidiariedade, que privilegia o valor do cidadão sobre o do Estado.



 



A seguir, um trecho de suas reflexões:



 




“O princípio da subsidiariedade promove a descentralização dos poderes públicos e leva aos ideais do federalismo e do municipalismo. De acordo com esse princípio, a ação deve estar sempre que possível com o agente mais próximo dos problemas: primeiro o indivíduo, depois o município, em seguida os estados federados e, finalmente, a União. [...]



Na área tributária, pode-se chegar à ideia do monopólio tributário para os estados federados, como sugere o Prof. Dwight R. Lee, ou mais ousadamente, para os municípios, como tenho sugerido há vários anos. [...]



Preocupado com os danos potenciais do poder de tributar, tão bem retratados pelo juiz norte-americano John Marschall – “O poder de tributar envolve o poder de destruir” -, Dwight R. Lee sugere a limitação desse poder através da descentralização, que o retire por completo da União. Caberia então aos estados a capacidade de criar e cobrar impostos, dividindo a receita coletada com a União, em proporções previamente estabelecidas. [...].



Toda a excelente argumentação usada pelo Prof. Lee para sustentar a sua proposta serviria, na realidade, se fosse levada às suas últimas consequências, para fundamentar a concessão não aos estados, mas aos municípios, do monopólio do poder de tributar. Nesse caso, os estados gerariam sua receita vendendo serviços aos municípios, da mesma maneira que a União obteria recursos financeiros pela venda de serviços aos estados federados.



O próprio princípio da subsidiariedade, levado às suas últimas consequências, justificaria também a atribuição aos municípios, em caráter exclusivo, do poder de tributar. Se de fato os estados federados têm razão de existir – e penso que têm devido a economias de escala e a benefícios decorrentes da coordenação – eles poderiam auferir renda pela venda de serviços aos municípios de sua jurisdição. “




 



 



Do autor vale a pena ler o texto completo “‘As funções do governo numa ordem liberal e um sistema tributário compatível com ela”:



 



www.institutoliberal.org.br/conteudo/download.asp?cdc=2926  



 



 



E quando analisamos os compromissos de nossa presidente, quando ainda em campanha, em especial o segundo deles, onde era citado: “Além disso, a adoção de políticas regionais, com especial atenção ao desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste, associando uma nova dinâmica dessas regiões com a pujança do Sul e Sudeste, levarão a um desenvolvimento mais harmônico do país”.



 



Esta proposta me pareceu correta, o Brasil necessita crescer para o interior, de forma a se evitar a concentração da população em cidades que há muito tempo são inviáveis. Belém já é uma delas.  Mas esta solução, ou compromisso, não deve se pautar por meio de privilégios, como é feito atualmente, pois assim cria dependência e os vícios republicanos. E aqui vale uma reflexão, é nas pequenas cidades e centros médios onde os brasileiros mais pobres conseguem mais facilmente a mobilidade social, o crescimento e a valorização profissional.



 



Com 10, 9 milhões de habitantes, o município de São Paulo é o mais populoso do país, seguido da cidade do Rio de Janeiro (6,1 milhões), de Salvador (2,9 milhões), de Fortaleza (2,43 milhões) e de Belo Horizonte (2,41 milhões). No bloco das cidades que superaram o primeiro milhão de habitantes, mas não chegaram ao segundo estão Curitiba (1,8 milhão), Recife (1,5 milhão), Porto Alegre (1,42 milhão), Belém (1,41 milhão), Goiânia (1,244 milhão), Guarulhos (1,236 milhão) e Campinas (1,03 milhão). O Distrito Federal tem 2,5 milhões de habitantes.



 



Não apenas o Pará, mas o Brasil como um todo necessita crescer para o interior, é onde se pode dar qualidade de vida ao brasileiro, sem onerar o bolso do contribuinte. São cidades como Lages, em Santa Catarina, Poços de Caldas, em Minas Gerais, São José do Rio Preto, em São Paulo, Ilhéus, na Bahia, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa, Guarapuava, Toledo, Apucarana, Cambé,  Umuarama e Rolândia, no Paraná, Bagé, Bento Gonçalves, Uruguaiana, Ijuí, Caxias do Sul e Gravataí no Rio Grande do Sul ou Sobral, no Ceará. 



 



O brasileiro deve deixar de ser inimigo do Brasil e deixar de dar as costas para o Brasil como o fazem a grande maioria dos brasileiros que vivem nas capitais que se estendem ao longo do litoral. Desejosos em dar as costas para o Brasil e ficar olhando para as ondas do mar ou para a Baia de Guajará.



 



Tudo é uma questão de se saber definir prioridades, estas devem ser dadas a cidades com menos de 500 mil habitantes, os custos para se investir são menores, a qualidade de vida e o potencial de mobilidade social (crescimento econômico) para os mais pobres são melhores. Grandes centros, com uma população maior que 800 mil habitantes se tornam inviáveis de serem administradas, os custos das obras públicas se tornam 3 a 5 vezes mais caras que em cidades menores. Vale sempre lembrar que Belém tem hoje mais de 1 milhão e quatrocentos mil  habitantes, é a cidade com a maior densidade demógrafica da região Norte 1307,17 hab/km², (IBGE 2010).



 



Um bom exemplo do que eu digo é a Europa, a Europa, com mais de 50 países, tem hoje apenas 66 cidades com mais de um milhão de habitantes. A  Alemanha tem apenas 3 cidades, com mais de 1 milhão de habitantes: Berlim, antes divida em duas devido ao socialismo, hoje com 3,5 milhões, Hamburgo, a porta de entrada da Europa, com 1,8 milhão e München (Munique) com 1,4 milhão. Cidades como  Köln (Colônia), Frankfurt, Stuttgart, Dortmund, Düsseldorf, Essen, Bremen, Hannover, Leipzig, Dresden, Kemnitz, Nuremberg usw. todas com excelente qualidade de vida e mundialmente conhecidas são menores que Campinas ou Guarulhos.



 



No Brasil temos 13 cidades com mais de 1 milhão de habitantes. A Região Metropolitana do  Rio de Janeiro conta com mais de mil favellas, somente a cidade do Rio de Janeiro conta oficialmente com 513 favellas, São Paulo: 612, Fortaleza: 157, Guarulhos: 136, Curitiba: 122, Campinas: 117, Belo Horizonte: 101, Osasco – um enclave na cidade de São Paulo: 101, Salvador: 99 e Belém: 93. E temos Brasília, cercada por um bolsão de miséria. Repito: Belém oficialmente conta hoje com mais de 93 favellas, de lá já tive informações que superaram a marca de mais de 200 favellas.



 



O Brasil é uma favella!



 



E é preciso entender a razão dos dois “l”, sem nenhuma alusão a ex-presidentes.



A discriminação espacial, com seus conjuntos de casas populares, no melhor estilo do “Programa Minha casa, Minha vida”, nestes casos é mais grave, pois geram a violência por uma série de razões, dentre as quais destaco:



 



a)  não permitem que as crianças tenham espaço para brincar sob os olhos dos pais ou responsáveis, já que em tenra idade são “expulsas” para as ruas, com todo tipo de influência negativa; fazendo com que a educação não venha de pessoas responsáveis, mas de oportunistas que se apropriam de nossas crianças para iniciá-las na criminalidade ou em atividades sexuais;



b)  as famílias não possuem condições, em seu espaço físico, de exercer uma atividade econômica, como uma oficina, um atelier usw., nem hoje e muito menos no futuro, assim destruindo qualquer iniciativa voltada ao empreendedorismo;



c)  as famílias, impossibilitadas pela área disponibilizada, não podem ampliar as suas construções de forma que tenham uma vida mais digna e que acompanhe o seu crescimento natural, com a chegada dos filhos ou mesmo a vinda de pais ou parentes em idade mais avançada;



d)  as famílias ficam impossibilitadas de terem uma complementação da alimentação, através de árvores frutíferas, hortas ou criação de pequenos animais (galinhas, codornas usw.);



e)  as famílias, devido a irracional ocupação dos espaços, ficam privadas de sua intimidade, quando não levadas à promiscuidade;



f)   as famílias ficam impossibilitadas de ampliarem as suas residências, conferindo a elas mais conforto, qualidade de vida e praticidade;



g)  as famílias ficam impossibilitadas de investirem suas poupanças, tempo e recursos em suas residências, possibilitando o aumento natural do valor de seu patrimônio;



h)  as famílias passam a ocupar o espaço sem preocupações com o ambiente que as cercam, criando e agravando os impactos ambientais e deteriorando o espaço urbano.



 



 



Minha casa, Minha vida reforça a cultura da lombada e as cidades de deus: 



 



"Cidade de Deus, o berço da criminalidade institucionalizada no Brasil foi construída, sob os mesmo modelo das atuais “minha casa, Minha vida”, pela COHAB e financiada pelo BNH, a Cidade de Deus foi construída pelos governadores do Estado da Guanabara de 1965 até 1970, idealizado pelo populista da extrema direita, Carlos Lacerda, cassado na contrarrevolução de 1964, e concluído pelo então governador Negrão de Lima entre os anos 1968 e 1970. 



 



Manteve-se a discriminação espacial, que antes os confinavam em favellas como Praia do Pinto, Parque da Gávea, Ilha das Dragas, Parque do Leblon, Catacumba e Rocinha. Atravessada pelo Rio Grande e seu afluente Estiva, a Cidade de Deus passou a ter um crescimento interno desordenado, observando-se um processo de favelização ao longo desses canais. 



 



Junto ao conjunto surgiram as comunidades do Muquiço, Santa Efigênia, travessa Efraim, Rocinha II e Jardim do Amanhã II, além de mais discriminação espacial institucionalizada, com os novos conjuntos habitacionais como o Vila Nova Cruzada e o Jardim do Amanhã. Em 1997, com a inauguração da "Linha Amarela", a Cidade de Deus seria seccionada: de um lado os Conjuntos Margarida, Gabinal etc. e, do outro, o restante das antigas glebas, as duas partes interligadas por passarelas. A vida no bairro inspirou o filme brasileiro "Cidade de Deus", baseado no romance homônimo de Paulo Lins, com roteiro de Bráulio Mantovani, dirigido por Fernando Meirelles. Lançado em 2002 no Brasil e, posteriormente, no exterior, o filme teve enorme sucesso, recebendo inúmeros prêmios e indicações. Infelizmente não trouxe à reflexão dos brasileiros, hoje pocotizados, como bem nos lembra Luciano Pires (www.lucianopires.com.br) em seu best-seller, para a questão da discriminação espacial no Brasil, decorrente de falta de políticas públicas consistentes, como Plano Diretor e Agenda 21 Local."



 



Para entender esta questão da discriminação espacial e debatê-la, recomendo que leia “ A primeira favela e a discriminação espacial como causa da violência no Brasil”



 



Abraços,



 



Gerhard Erich Boehme



gerhard@boehme.com.br



Skype: gerhardboehme



Caixa Postal 15019



80530-970 Curitiba PR



 



Obs.: Eu também sou descendente de alemães, o que me deixa cheio de orgulho. Não por ser branco, mas por terem os alemães contribuído com o desenvolvimento do Brasil, especialmente o Sul. F. Maier



 



A simplificação e a generalização é perigosa quando se debate a Shoah



Gerhard Erich Boehme



gboehme@uol.com.br



A simplificação é perigosa e não nos permite entender a Shoah.



Shoah é o termo correto para se definir o Holocausto judeu. A



razão se justifica, pois assim nos afastamos de como ela deve



ser entendida e, mais importante que isso, estudada com a



profundidade necessária e suas causas combatidas. Mais grave



é quando esta questão é apresentada de forma generalizada,



imputando de um lado os nazistas, com seu conceito de



superioridade de raças ou mesmo apontar aos alemães tal



“qualidade”. A generalização não é apenas perigosa como é,



assim entendo eu, irresponsável, pois nos afasta da



possibilidade de se entender a Shoah, o que nos leva também a



injustiça, pois não se pode condenar todo um povo, quando



sabemos que muitos lutaram, mesmo perdendo suas vidas, entes



queridos e suas propriedades em defesa da vida e de seus



princípios e valores. Outro grande erro é fazer julgamentos



considerando a realidade atual, quando o cenário era de um



país inicialmente alvo de um projeto político de tomada do poder



conduzido em um país onde a instituições encontravam-se fracas



ou mesmo desestruturadas e depois em guerra e sob um regime



de exceção, com todas as suas estruturas voltadas à doutrinação



e desinformação.



Cito neste texto nomes como do Nobel Elie Wiesel, Albert



Einstein, do Embaixador Mordechay Lewy, do economista Ludwig



Heinrich Edler von Mises, Pastor Martin Niemöller e de Sir Karl



Raimund Popper, entre outros, estes conhecidos por todos, mas



igualmente poderia citar centenas de milhares de nomes que de



forma isolada ou mesmo silenciosa se colocaram contra a



ascensão dos regimes socialistas na Europa de então.



E quando citamos os regimes socialistas devemos sempre



estudá-los nas suas duas vertentes, o nacional-socialismo,



felizmente na atualidade condenável onde quer que se



manifeste, mas também o internacional-socialismo, este



infelizmente aceito ou tolerado, o que ocorre inclusive no Brasil



atual, desconsiderando todo o mal que causou à humanidade, e



o que é pior, continua a causar.



A melhor frase para se entender a questão da Shoah é, segundo



meu entender a do premiado Nobel Elie Wiesel, esta proferida



certa vez quando foi perguntado se o mundo tinha aprendido



alguma coisa com o Holocausto. Wiesel respondeu:



"Sim – que se pode escapar impune."



Mas no meu entender, pior que deixarmos impunes, com a nossa



indiferença podemos estar concorrendo para uma situação,



seguramente que não similar, mas que guardadas as



proporções, muito se aproxima, como foi o movimento de parte



da esquerda nacional, principalmente a partir da posição de



nosso então Chanceler Sr. Celso Luiz Nunes Amorim, quando se



posicionava a favor das lideranças em Gaza, Irã e Síria.



"Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os



intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós



próprios e da própria atitude de tolerância". (Sir Karl Raimund



Popper)



“Die wichtigste Art der Toleranz ist deshalb die der Gesellschaft



und des Staates gegen das Individuum. Der Staat ist gewiss



nötig, um dem Individuum die Sicherheit für seine Entwicklung



zu geben, aber ween er zur Hauptsache wird und der einzelne



Mensch zu seinem willenlosen Werkzeug, dann gehen alle



feineren Werte verloren. Wie der Fels erst verwittern muss,



damit Bäume auf ihm wachsen können, und der Ackerboden erst



aufgelockert warden muss, damit er seine Fruchtbarkeit



entfalten kann, so spriessen auch aus der menschlichen



Gesellschaft nur dann wertvolle Leistungen hervor, wenn sie



genügend gelockert ist, um dem einzelnen freie Entfaltung



seiner Fähigkeiten zu ermöglichen.” (Albert Einstein)



Cito as palavras de Albert Einstein, cujo texto foi originalmente



escrito em alemão e que traduzo abaixo, pois ele soube viver a



intolerância de sua época, enquanto surgiam ideologias que tão



somente fomentavam a tirania. Suas palavras também denotam



sua genialidade, além de sua defesa da liberdade:



“A mais importante espécie de tolerância é, portanto, a da



sociedade e do estado perante o indivíduo. O estado é



certamente necessário, para dar ao indivíduo a segurança para



o seu desenvolvimento, mas quando se torna o principal,



fazendo do homem individual sua ferramenta inerte, todos os



melhores valores se perdem. Assim como a rocha deve ser



erodida para que árvores nela possam crescer, e o solo arável



precisa antes ser revolvido para desenvolver sua fertilidade, da



sociedade humana também só germinam obras de valor quando



esta estiver suficientemente solta, para permitir ao indivíduo o



livre desenvolvimento de suas capacidades.” (Albert Einstein)



Note que temos até aqui três palavras chaves, do Nobel Elie



Wiesel a impunidade e de Albert Einstein o entendimento do



termo tolerância e seus limites e de Sir Karl Raimund Popper a



importância da não aceitação da intolerância.



Neste texto cito e recomendo o termo Shoah (expressão que



significa próximo a “catástrofe” em hebraico e que é utilizada



para designar o genocídio perpetrado pelos nacional-socialistas



e seus aliados contra os judeus), mas não nos devemos afastar



do uso do termo “Holocausto” (sacrifício), pois ambos devem, no



fundo, permitir-nos ir além das apreciações simplistas ou



generalizadas, ou ainda do mero culto do ressentimento.



Shoah é o termo mais adequado, o mesmo foi recomendado pelo



embaixador de Israel no Vaticano, Mordechay Lewy. Ele



defendeu que o extermínio dos judeus deve ser denominado



como "Shoah" em vez de "Holocausto", pois este termo se tornou



"um meio para definir aflições políticas e humanas de todo tipo",



como conflitos em Biafra, no Camboja, em Burundi e em Darfur.



Para ele, "qualquer discurso sobre a Shoah deveria afirmar que



esse é o mal extremo. Um evento que projeta a sua sombra sobre



qualquer resultado que o progresso humano possa alcançar".



Lewy argumentou que o extermínio nazista dos judeus



"desencadeou uma crise de valores identificados com a



civilização ocidental e afetou a fé da humanidade na existência



de Deus”.



"Associar experiência única das vítimas do nazismo às



atrocidades cometidas contra outras nações parece equivaler à



traição de um legado transmitido às gerações de judeus que



sobreviveram". E temos que, não apenas concordar com isso, mas



alertar a todos sobre isso, por mais trágico que tenham sido



outros massacres ou genocídios ao longo da história da



humanidade, no Século XX em especial.



Felizmente hoje na Alemanha, que convive com mais de 120



comunidades judaicas e que contam com cerca de 200 mil



membros, dez vezes mais do que antes da derrocada do



internacional-socialismo marcada pela queda do Muro de Berlim,



cuja derrubada se comemora na Alemanha no dia 9 de novembro,



há o entendimento claro, salvo exceções, do que foi e o que



representou e ainda hoje representa o resultado do nazismo,



nacional-socialismo, posto em prática: a Shoah.



Mas para isso foi necessário muito trabalho, testemunhos e que



muitas evidências fossem apresentadas, pois como o foi para o



resto da humanidade alheia ao conflito, parte significativa dos



alemães não sabia o que ocorria ou ocorreu, sem contar a



questão da omissão. E quando cito omissão, o termo nos remete



à atualidade quando não buscamos entender, o que ocorre hoje



entre os latino-americanos quando mencionamos as ações do



Foro San Pablo e suas pretensões de domínio e subjugação da



América Latina aos seus ditames, a ignorância também se faz



sentir.



Felizmente a realidade dos judeus na Alemanha atual é de



integração, e mais do que isso, de respeito, pois exige de todos,



não apenas dos alemães, o entendimento da história, pois a



história existe para lembrar fatos e esta lembrança só pode ser



perene quando permanece documentada, principalmente escrita.



O sangue de milhões de inocentes foi derramado como água. As



atrocidades praticadas pelos nacional-socialistas na Segunda



Guerra Mundial precisam ser recordadas para que nunca mais



tornem a acontecer. Para que falsos líderes, através da mentira



e da demagogia, aproveitando-se das crises políticas e



econômicas e das tensões sociais, jamais consigam insuflar as



massas assenhorear-se do poder, ou deflagrar genocídios.



Infelizmente pouco existe no idioma português sobre a



integração dos judeus na Alemanha atual, onde cada dia mais se



fazem presentes, mas para quem domina o idioma alemão eu



recomendo que acessem http://www.juedische-allgemeine.de,



em especial o Blog http://www.juedischeallgemeine.



de/blogs/ber de onde escreve meu primo Christian



Böhme de Berlin, onde hoje se concentra a maior comunidade



judaica na Alemanha.



Entender a Shoah merece, assim entendo eu, muito estudo e o



mais importante, nunca nos afastarmos de seu entendimento,



para que não se perca o entendimento do que o ser humano é



capaz de fazer e até que ponto pode chegar.



Um bom passo inicial pode ser dado através do texto “Hitórias



de muitas vidas - Por que estudar o Holocausto”, por M. Luiza



Tucci Carneiro.



http://www.bnaibrith.



com.br/content/gallery/apostila_final.pdf



Felizmente vemos que para entender a Shoah estamos



resgatando importantes testemunhos históricos de judeus, não



apenas alemães, e de alemães de outras confissões religiosas



e/ou grupos étnicos que vieram para o Brasil durante os anos



da ascensão do nacional-socialismo e durante o período que se



mantiveram no poder, o que veio a ter fim somente com o fim da



2ª Grande Guerra.



Cito neste texto o trabalho realizado hoje na USP, cuja



divulgação do mesmo é fundamental para os brasileiros



entenderem algumas questões fundamentais sobre a Shoah,



ainda mais quando passamos recentemente pelo infeliz



momento da história brasileira quando o então ocupante do



Palácio do Planalto veio a receber um dos piores inimigos de



Israel, Mahmoud Ahmadinejad ( &
1606; &
1688;&
1575;&
1583; &
1740;&
1575;&
1581;&
1605;&
1583; &
1605;&
1581;&
1605;&
1608;&
1583; ) que, além de



negar a história, a Shoah em especial, também rejeita a



existência do Estado de Israel, dando assim sustentação a sua



política de não privilegiar a paz, a liberdade e o desenvolvimento



das nações.



Importante citar que a Shoah teve inúmeras causas, dentre elas



cito algumas: 1) a opção do povo alemão no período do pósguerra



(1ª Guerra), penalizados sobremaneira devido ao Tratado



de Versalhes, optaram não pela liberdade - dos princípios



liberais, que foi a marca dos alemães que cruzaram o Atlântico,



mas saudosos de um pan-germanismo reforçaram o



nacionalismo; 2) também como causa o "Aufstieg" (ascensão) das



ideologias "socialistas" no pós-guerra (1ª Guerra), e isso em



toda a Europa, criando-se uma ideologia similar, a qual



passaram a denominar de nacional-socialismo, em contraposição



ao internacional-socialismo, marcadamente identificado



com o regime soviético, que desde o seu início passou a subjugar



nações; 3) deve ser considerado que na Europa, principalmente



do Leste, o internacional-socialismo era defendido e muitas



vezes liderado por muitos políticos judeus, em especial na



Polônia, com significativa ingerência em assuntos internos da



Alemanha; e ...



4) é importante citar que com o crescimento do nacionalsocialismo



na Alemanha as comunidades judaicas passaram a



nutrir, obviamente, mais simpatias pelo internacional-socialismo



que a defesa da liberdade, exceto muitas austríacas, que nos



privilegiaram pessoas da grandeza de um Ludwig Heinrich Edler



von Mises, ele que foi um grande defensor da liberdade



econômica como suporte básico da liberdade individual, ele que



se tornou um dos ícones da escola austríaca, no pós-guerra (2ª



Guerra)



Infelizmente Ludwig Heinrich Edler von Mises é desconhecido



dos brasileiros e seus estudos omitidos nas universidades, em



especial nos cursos de graduação e pós-graduação em economia



e sociologia-política.



5) A necessidade de todos os regimes totalitários criarem um



inimigo em comum, de forma a criarem o estigma do mal,



centralizando neste todas as críticas apontando-o como causa



de seus fracassos, criando a cultura da desresponsabilização ou



mesmo da vitimização. E aqui vale traçar um paralelo com a



América Latina atual quando é mencionado um termo sem



significado algum, o “neoliberalismo¹” ou o imperialismo norteamericano.



6) A necessidade dos nacional-socialistas conquistarem também



o poder econômico, de forma a consolidarem o poder político,



uma vez que a comunidade judaica na Europa detinha não



apenas forte influência, como era significativo o poder através



do controle de muitos bancos e instituições financeiras



internacionais.



7) A solidariedade e a forte religiosidade entre muitos do povo



judeu, que dava aos que defendiam os ideais socialistas, neste



ponto nas suas duas vertentes, tanto os nacional-socialistas,



como os internacional-socialistas, a certeza de irem contra um



espírito coletivo, muitas vezes intransponível, frustrando as



ações de doutrinação.



8) E a essência do nacional-socialismo, assim como do



internacional-socialismo está em refutar a liberdade e a



diversidade de pensamento e poder econômico, o que os levam



invariavelmente ao totalitarismo, especificamente na noção de



controle totalitário, ou seja, na idéia de que o Estado, e em



última instância o chefe-de-Estado (no caso dos nacionalsocialistas



ao Führer ou no caso dos internacional-socialistas à



Nomenklatura (esta normalmente comandada por um déspota),



que deveria controlar tudo e todos.



Neste ponto recomendo a leitura do artigo de von Mises “ A



calúnia socialista contra os judeus”:



http://www.endireitar.org/site/artigos/socialismocomunismo/



116-a-calunia-socialista-contra-os-judeus-i



http://www.endireitar.org/site/artigos/socialismocomunismo/



118-a-calunia-socialista-contra-os-judeus-ii



Von Mises foi um dos mais importantes economistas do Século



XX, eu entendo que seja o mais conceituado deles. Entre 1904 e



1914, von Mises foi aluno de Eugen von Boehm-Bawerk. Mises



lecionou na Universidade de Viena de 1913 a 1934, e também



trabalhava como conselheiro econômico do governo da Áustria.



Para evitar a “influência” dos nacional-socialistas na sua



Áustria, e temendo por sua integridade física por ser judeu,



Mises fugiu do país em 1934, indo para Genebra, Suíça, onde



lecionou no Instituto de Estudos Internacionais até 1940. Em



1940, ele emigrou para Nova Iorque. Foi professor visitante na



New York University de 1945 até sua reforma em 1969,



financiado por Lawrence Fertig. Por parte desse período



trabalhou em assuntos monetários para a União Pan-europeia.



Ele recebeu um doutoramento honorário do Grove City College.



Mises faleceu aos 92 anos de idade no hospital St Vincent em



Nova Iorque.



No Brasil seu pensamento é debatido e divulgado pelo Instituto



Ludwig von Mises (http://www.mises.org.br/).



Muitos, não apenas os judeus, nas diversas gerações que se



seguiram à Shoah seguramente fizeram e fazem a mesma



pergunta:



Por que tanto ódio foi manifestado contra os judeus?



Os nacional-socialistas conseguiram em um confronto de



ideologias, interesses, levar multidões ao desejo fanático e



desenfreado de criar um conceito de raça, movidas apenas pelo



ideal de um homem desequilibrado que foi capaz de exterminar



milhões de judeus, e não apenas judeus, mas a totalidade dos



ciganos, centenas de milhares de religiosos, políticos, em



especial os sociais liberais e liberais (austríacos), os quais foram



suas primeiras vítimas, etc. Mas não sem antes torturá-los ao



longo dos infinitos corredores da morte, entre o caminho que os



conduzia desde os trilhos de trem, aos campos de concentração,



às filas para o "banho" (câmeras de gás) e às experiências



macrabas jamais imaginadas por uma mente humana ser



possível realizar com outros seres humanos.



Mas qual foi a causa fundamental?



É seguramente uma pergunta sem resposta, podemos apontar o



ódio gratuito, imposição, intolerância e fanatismo, mas fica a



pergunta: Como deixaram que ele surgisse? De um lado a



própria história judaica, uma das mais antigas da humanidade



possui inúmeros relatos registrados para que atos como estes



jamais voltem a ocorrer, mas jamais sejam também esquecidos. A



maior prova de todo este ódio não ter sido eficaz é que corpos



físicos foram exterminados, mas jamais povo algum ao longo da



história conseguiu exterminar a alma judaica eternamente



existente em cada judeu. De outro tivemos uma realidade que



permitiu que não apenas um, mas centenas, milhares de



déspotas conquistassem o poder e através de decisões,



incluindo as mais desumanas, se mantivessem no poder.



Von Mises foi profético em entender uma das razões do fracasso



do socialismo na Europa e na Ásia, como também é hoje



realidade na Venezuela, com sua pobreza e violência crescente e



o foi em Cuba. Ainda em 1920, Mises determinou por que o caos



era inevitável sob o socialismo e explicou seu



grandioso insight em um artigo para a Sociedade Econômica,



“Wirtschaftsrechnung im sozialistichen Gemeneinwesen”



[“Cálculo econômico na comunidade socialista”]. Sob o socialismo



não havia mercados onde as pessoas revelassem suas



preferências demandando bens e serviços, em seu plebiscito



diário que um cidadão livre pode fazer em uma economia livre,



fazendo com que os planejadores centrais, mesmo que eles se



importassem, não soubessem especificamente o que queriam os



consumidores. E sem preços de mercado para a miríade de



fatores de produção, seria impossível calcular o custo de



alternativas e organizar a produção eficientemente. “Só é



possível apalpar no escuro”, escreveu Mises.



E não podemos dar sustentação à afirmação de que o antisemitismo



nacional-socialista, nazista, foi somente de cunho



sócio-político ou econômico, não tendo nada a ver com os



ensinamentos anti-judaicos em inúmeros setores da sociedade,



mas isso demandaria um extenso e conflitante debate, inclusive



religioso. Assim como demandaria um extenso debate a



afirmação de que o anti-semitismo era marcante apenas na



Alemanha e Áustria, mas em uma infinidade de países e neste



ponto temos que reconhecer a indignação do Prêmio Nobel Elie



Wiesel.



Assim como se comemora hoje na Alemanha além do Fall der



Mauer – 1989 – o 9 de novembro, lembranças que nos



envergonham e muito: a Noite de Cristal, em alemão



Reichskristallnacht ou simplesmente Kristallnacht, é o nome



popularmente dado aos atos de violência que tiveram início na



noite de 9 de novembro de 1938 em diversos locais da Alemanha



e da Áustria, então sob o domínio dos nacional-socialistas.



Tratou-se de pogroms, de destruição de sinagogas, de lojas, de



habitações e de agressões contra as pessoas identificadas como



judias. Isso antes mesmo do início da 2ª Guerra.



Pogrom é um termo russo que significa um ataque violento



maciço a pessoas, com a destruição simultânea do seu ambiente



(casas, negócios, centros religiosos). Historicamente, o termo



tem sido usado para denominar atos em massa de violência,



espontânea ou premeditada, contra judeus, protestantes,



eslavos e outras minorias étnicas da Europa, porém é aplicável a



outros casos, a envolver países e povos do mundo inteiro.



A pedido do principal líder dos nacional-socialistas; o "Ministro



da Propaganda" instiga os dirigentes do NSDAP - Partido



Nacional Socialista dos Trabalhadores



Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei) e os



SA - ("Sturmabteilung"), ou "Divisões de Assalto" – uma espécie



de entidade para-militar, algo similar no Brasil a um MST



fortemente armado e de atuação urbana - a atacarem os judeus,



é o movimento de massas a serviço da oclocracia de então, as



violências que deviam visar as lojas de judeus e as sinagogas.



Numa única noite, 91 judeus foram mortos e cerca de 25.000 a



30.000 foram presos e levados para campos de concentração.



7500 lojas judaicas e 1600 sinagogas foram reduzidas a



escombros.



As ordens determinavam que os SA deviam estar vestidos à



paisana, a fim que o movimento parecesse ser um movimento



espontâneo de uma população furiosa contra os judeus. Na



verdade, as reações da população foram pouco favoráveis, pois



os alemães não apreciam que se ataque ou tome a propriedade



alheia. Os incêndios também chocaram uma parte da população;



mas não o fato de que os judeus tivessem sido atacados



fisicamente. Cerca de 1.400 sinagogas incendiadas e destruídas,



cerca de 100 judeus mortos, milhares feridos, centenas



desabrigados, casas e lojas destruídas, quase trinta mil judeus



presos e enviados para os campos de concentração de Dachau,



Buchenwald e Sachsenhausen, nos quais muitos morreriam,



posteriormente.



Além de centenas de milhares de cacos de vidro espalhados pelo



chão. Com a brutalidade e a intensidade destes atos o que se



observou na Alemanha de então um profundo medo de



represálias por parte de quem viesse a protestar.



Este foi o saldo da violência indiscriminada contra a população



judaica da Alemanha e da Áustria, no dia 9 de novembro de



1938, e que se tornou conhecida como a Kristallnacht - Noite dos



Cristais - uma referência às incontáveis vidraças, janelas e



vitrinas destruídas pelas tropas de choque nazistas e



movimentos sociais favoráveis ao nacional-socialismo.



Mas fica a questão: Como se chegou a isso?



Antes do surgimento das diversas ideologias, o Império



Germânico, era formado por mais de 240 Estados, durou de 962



até o ano de 1806. Era denominado de Sacro Império Romano



Germânico (Heiliges Römisches Reich; em latim Sacrum



Romanum Imperium). Mais tarde, foi substituída pela



Confederação Germânica, com a queda de Napoleão, por 39



Estados. Houve a união aduaneira, que estabelecia a mesma



moeda para os estados alemães. A confederação durou até a



vitória da Prússia na Guerra Austro-Prussiana, quando a



Alemanha foi dividida em Alemanha do Norte e Estados do Sul.



Na Guerra Franco-Prussiana, além da Prússia ganhar as



regiões da Alsácia-Lorena da França, a Alemanha foi



reunificada.



O processo marcante foi a primeira reunificação alemã, esta



iniciada no século XIX, após a separação territorial no



Congresso de Viena, o espaço territorial germânico era



constituído por 39 Estados diferentes reinos, ducados e cidades



livres, que apenas tinham em comum a mesma língua (o alemão)



e a mesma base cultural. Nele, a hegemonia política era



disputada pelas suas duas principais potências: a Áustria dos



Habsburgos, que dominava a Dieta (o Parlamento da



Confederação Germânica) e a Prússia, governada pelos



Hohenzollern.



No plano econômico, o território germânico ainda vivia, em linhas



gerais, numa estrutura feudal, em plena Idade Contemporânea;



a exceção era a Prússia, mais industrializada, com maior poder



econômico, que desde 1834 implantara o "Zollverein", uma



aliança aduaneira entre os Estados da Liga Alemã.



O mundo já era de certa forma globalizado, ocorria também a



partir das uniões entre as coroas da Europa, como foi o caso da



união da Dona Estefânia Josefa Frederica Guilhermina Antónia



de Hohenzollern-Sigmaringen com D. Pedro V de Portugal, neto



do nosso D. Pedro I, este que viria a ser também D. Pedro IV de



Portugal. Dos Habsburgos tivemos Dona Maria Leopoldina



Josefa Carolina de Habsburgo, que foi a primeira esposa de D.



Pedro I e mãe de D. Pedro II.



Na Alemanha depois veio a revolução de 1848 e um período de



sete anos (1864 - 1871), três guerras de destaque foram



decisivas para a reunificação dos Estados germânicos:



a) A Guerra dos Ducados (1864),



b) a Guerra Austro-Prussiana (1866) e



c) a Guerra Franco-Prussiana(1870-1871).



É possível dizer que a primeira reunificação alemã foi um dos



principais motivos para o estouro da Primeira Guerra Mundial. A



unificação da região de Alsácia-Lorena ao Segundo Reich



Alemão gerou o revanchismo francês.



Os franceses inconformados com a situação e com a humilhação



provocada pelos alemães (como na coroação de Guilherme I no



próprio Palácio de Versalhes, em território francês) mantiveram



um sentimento de revanche que foi decisivo na política de



alianças dos países europeus até quando eclodiu o conflito em



1914.



O Tratado de Versalhes, impondo pesadas penalidades à



Alemanha derrotada na 1ª Guerra, foi a desforra francesa, mas



isso custou caro ao mundo, deu origem a desestruração social



da Alemanha e esta a bestialidade.



Outro fator de influência para o surgimento do conflito foi a



batalha dos países europeus por territórios na África e Ásia, no



período conhecido como neocolonialismo. Os alemães, recém



reunificados, exigiam uma redivisão colonial nos continentes,



com seus protetorados na África: Tanzânia, Ruanda, Burundi,



Namíbia, Camarões e Togo. Sem contar suas colônias na



Indonésia Samoa Ocidental, Neuguinea e China (Baía de



Kiauchao), entre outros.



Soma-se a isso a infinidade de colônias de alemães em todo o



mundo, principalmente nos Estados Unidos, onde constituem



hoje mais de um quinto do povo norte-americano, e que deixou



de herança um em cada três norte-americanos com sangue



alemão, inclusive o atual presidente Barak Obama ou na Rússia,



com os alemães-bessarábios os que imigraram para a região da



Bessarábia e seus descendentes e assim por diante. Quanto aos



alemães-bessarábios, muitos foram covardemente mortos ou



confinados na Sibéria por ocasião da 2ª Guerra, em alguns casos



também são chamados de "alemães-russos" , destes muitos



vieram ao Brasil, para a Região de Ponta Grossa no Paraná em



especial ou foram para os Estados Unidos.



Quanto ao Presidente Obama, vale lembrar que Christian



Gutknecht seu tataravô havia emigrado em 1795 para o Estado



da Pensylvania nos Estados Unidos. Para que não haja dúvida, a



composição genética de Obama é 4,68% alemã, 37,3% inglesa e



50% da tribo queinana Luo. Gutknecht partiu da localidade de



Bischweiler, então na Alsácia alemã, que hoje é França, rumo à



América, onde mudou seu sobrenome por Goodnight e viveu



como camponês na Pensylvania até morrer, em 1795.



Os Estados Unidos tornaram-se a terra prometida para milhões



de emigrantes desde o início da sua colonização, no século 17,



para lá foram com suas famílias. Os primeiros colonos alemães



chegaram aos EUA no ano de 1608. Grande número de colonos



teutônicos chegaram entre 1680 e 1760, e continuaram durante



os séculos seguintes.



Esses colonos, emigravam com as famílias, em sua maioria eram



luteranos, mas entre eles haviam muitos católicos e judeus, se



estabeleceram sobretudo no estado da Pennsylvania e norte de



Nova Iorque.



A Pennsylvania tornou-se o destino preferido da emigração



alemã durante o século 18 e 19, recebendo grande levas de



emigrantes entre 1725 e 1775, compondo, neste último ano, já



30% da população do estado, hoje seus descendentes superam



50% da população naquele Estado. Outras colônias alemãs



foram criadas na Virgínia, Massachusetts e Carolina do Norte,



incluindo não apenas luteranos, mas também católicos, judeus e



algumas minorias protestantes, como os menonitas, amish e



outras.



Alguns estados americanos possuem uma clara maioria de



ascendência alemã: como Dakota do Norte e Wisconsin possuem,



respectivamente, 43,9% e 42,2% de sua população descendente



de alemães. Esses dois estados são considerações os mais



alemães dos Estados Unidos, possuindo uma larga maioria



luterana.



A título de curiosidade, no Brasil tivemos as colonizações



alemãs, que de certa forma se iniciaram com Maurício de Nassau,



a quem muitos acreditam ser holandês, mas não, seu verdadeiro



nome era Johann Moritz von Nassau-Siegen, e ele era natural de



Dillenbur, membro da casa real de Orange da Holanda. Vale



lembrar que João Maurício de Nassau, estabeleceu a paz na



região, liberou crédito aos proprietários para reconstituírem as



lavouras e os engenhos. Recife, capital do governo holandês no



Brasil, foi urbanizada. Implantou a tolerância religiosa,



liberdade de culto a católicos e judeus, além da evangélica que



professavam. Foi sob seu domínio que se construiu a primeira



sinagoga no Brasil, mas cujos membros emigraram



posteriormente para a região onde hoje é Nova Iorque..



Foram as seguintes as primeiras comunidades criadas pelos



alemães no Brasil:



Nome Fundação Fundador Categoria Estado



Salvador 1808 Urbana BA



Rio de Janeiro 1809 Urbana RJ



Leopoldina 1818 Jorge G. Freyreiss Rural BA



São Jorge dos Ilhéus 1818 Pedro Weyll Rural BA



Frankental 1819 Georg Anton von Schäffer Rural BA



Nova Friburgo 1820 Sébastien N. Gachet Rural RJ



Nova Friburgo 1824



Pastor Friedrich Oswald



Sauerbronn



Rural RJ



São Leopoldo 1824 Dom Pedro I Rural RS



São João das Missões 1825



José Feliciano Fernandes



Pinheiro



Rural RS



Três Forquilhas 1825



José Feliciano Fernandes



Pinheiro



Rural RS



São Pedro de Alcântara 1826



José Feliciano Fernandes



Pinheiro



Rural RS



Catucá 1826 Rural PE



Santa Amélia 1828 Rural PE



São Pedro de Alcântara 1829 Rural SC



Rio Negro 1829 Rural PR



Santo Amaro 1829 Rural SP



Itapecirica 1829 Rural SP



Vargem Grande 1837 Rural SC



Petrópolis 1845 Júlio Frederico Koeler Rural RJ



Mundo Novo 1846 Tristão José Monteiro Rural RS



Santa Isabel 1847 Rural ES



Piedade 1847 Rural SC



Santa Isabel 1847 Rural SC



Leopoldina 1848 Rural ES



Caí 1848 Santos Guimarães Rural RS



Santa Cruz 1849 Soares de Andrea Rural RS



São Paulo de Blumenau 1850 Hermann Blumenau Rural SC



Colônia Dona Francisca 1851 Christian Mathias Schroeder Rural SC



Estrela 1853 Vitorino José Ribeiro Rural RS



Militar Santa Teresa 1853 Rural SC



Teófilo Otoni 1856 Teófilo Benedito Ottoni Rural MG



Santo Ângelo 1857 Lei 30 de novembro 1855 Rural RS



Santa Maria da



Soledade



1857 Montravel Silveiro & Cia. Rural RS



São Feliciano 1857 Rural RS



Santa Leopoldina 1857 Rural ES



Teutônia 1858 Carlos Arnt Rural RS



Juiz de Fora 1858 Mariano Procópio Ferreira Lage Rural MG



São Lourenço do Sul 1858 Jacob Rheingantz Rural RS



Nova Petrópolis 1858 Ângelo Muniz da Silva Ferraz Rural RS



Brusque 1860 Maximilian de Schneeburg Rural SC



Theresópolis 1860 Rural SC



Taquara Rural RS



Rolante Rural RS



Gramado Rural RS



Roca Sales Rural RS



Arroio do Meio Rural RS



Lajeado Rural RS



Venâncio Aires Rural RS



Candelária Rural RS



Barão do Triunfo Rural RS



Rio Novo 1866 Rural ES



São Bento do Sul 1873 Rural SC



Hansa (atual Corupá) Rural SC



Ibirama Rural SC



Muniz 1873 Rural BA



Jaraguá 1879 Rural SC



Ponta Grossa Rural PR



Neu-Wüttemberg 1899 Hermann Meyer & Cia Rural RS



Irati Rural PR



Ivaí Rural PR



João Pinheiro 1907 Rural MG



Inconfidência 1910 Rural MG



Álvaro da Silveira 1918 Rural MG



David Capista 1918 Rural MG



Francisco Sá 1923 Rural MG



Padre José Bento 1924 Rural MG



Uvá 1924 Rural GO



Fazenda Almado Rural BA



Cruz Machado Rural PR



Cândido Abreu Rural PR



Itacará 1930 Otávio Mangabeira Rural BA



Rolândia 1932 Oswaldo Nixdorf Rural PR



Entre Rios 1951 Rural PR



Witmarsum 1951 Rural PR



Campinas Rural SP



Friedburg Rural SP



Pires de Limeira Rural SP



Kirchdorf Rural SP



Monte Mor Rural SP



Rio Claro Rural SP



Ibicaba de Limeira Senador Vergueiro Rural SP



Santos-São Vicente Rural SP



São Paulo Rural SP



Teodoro Egaz M. B. Aragão Rural BA



Santa Rosa Rural RJ



Santa Justa Rural RJ



Independência Rural RJ



Integrados a elas vieram muitas famílias judaicas, com destaque



para o Rio Grande do Sul, no Paraná tivemos Deutsche Schule



(Escola Alemã) de onde vieram algumas lideranças judaicas



brasileiras, como o líder comunitário curitibano Bernardo



Schulman (Recomendo a leitura "Em Legítima Defesa, A Voz de



um Judeu Brasileiro") e Marechal Cândido Rondon e São Paulo.



De Rio Negro/PR e Mafra/SC veio a maioria dos alemães para



Curitiba, chegando a cidade a contar com mais da metade de sua



população no início do século XX formada de descendentes de



alemães.



Outra questão polêmica foi a posição das Igrejas: Não haviam



cristãos na Alemanha quando da ascensão do nacionalsocialismo?



Realmente, a questão é que muitos não entendem a posição das



igrejas na Alemanha durante a ascensão do nacional-socialismo.



Talvez tivessem alguns movimentos similares ao que hoje ocorre



com a "Teologia da Libertação”, quando esta dá sustentação ao



socialismo na América do Sul e Central, principalmente no Brasil,



não sei, mas uma questão importante é que o nacionalsocialismo



ascendeu devido a uma série de fatores, sendo um



dos principais o fato de que o internacional-socialismo era



crescente na Alemanha e era nitidamente identificado como antireligioso



e que contava com o apoio da grande maioria dos



judeus alemães e poloneses, com destaque para a sua principal



líder, a polonesa Ró&
380;a Luksemburg, que na Alemanha, durante a



frágil República de Weimar teve atuação e liderança destacada.



Muito padres e pastores lutaram contra, mas foram voz vencida



ou se deixaram vencer, de igual forma tivemos figuras que se



colocaram ao lado do poder dos nacional-socialistas, como o



Reichsbischof Johann Heinrich Ludwig Müller, em contrapartida



inúmeros foram contra, a maioria de forma silenciosa, outros



não, como o Pastor Dietrich Bonhoeffer, que como ele tivemos



inúmeros pastores que foram calados pela Gestapo - Geheime



Staatspolizei (Polícia secreta do Estado), quando se proibiu a



pregação e o ensino de vários pastores.



Muitos, não, a grande maioria das escolas luteranas e católicas



foram fechadas neste período ou se colocaram como laicas,



quanto as judaicas não é preciso dizer o que ocorreu por conta



do nacional-socialismo.



Junto a Igreja Católica tivemos casos como o Bispo Gregorij



Rožman e o Monsenhor Tiso. Mas tivemos centenas de pastores



e padres que se retiraram da Alemanha ou da área de domínio



dos nacional-socialistas, por uma infinidade de motivos, a



maioria dos pastores contrários ao nacional-socialismo se



dirigiu aos Estados Unidos, e muitos padres católicos vieram



para a América Latina, Argentina em especial e tivemos muitos



pastores que combateram abertamente o nacional-socialismo, a



grande maioria por terem sido fortemente influenciados pelo



Pastor Friedrich Naumann, e alguns por serem até mesmo



identificados como partidários do internacional-socialismo ou



eram liberais (austríacos), mas muitos por identificarem que o



que era feito colidia frontalmente com os valores cristãos, como



foi o caso do Pastor Martin Niemöller.



"Quando os nazis levaram os comunistas, eu calei-me, porque,



afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociaisdemocratas,



eu calei-me, porque, afinal, eu não era socialdemocrata.



Quando eles levaram os sindicalistas, eu não



protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando



levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era



judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem



protestasse" (Pastor Martin Niemöller)



O ensinamento de Friedrich Naumann foi fundamental na



reconstrução da Alemanha, quando após a Segunda Guerra



Mundial o estudante e colega de trabalho Theodor Heuss foi



eleito presidente da nova República Federal da Alemanha, este



tomou a iniciativa de fundar a Fundação Friedrich Naumann,



entidade que também se faz presente no Brasil: http://www.ffnbrasil.



org.br.



Para entendermos o nacional-socialismo e a perseguição que



fizeram aos judeus, evangélicos, católicos, ciganos, políticos, em



especial conta os liberais e tantos quantos, e também fazendo



justiça, aos internacional-socialistas, seus aliados de primeira



hora segundo o acordo ou pacto de Molotov-Ribentroff, e muitas



minorias, temos que estudar um pouco de história e neste



sentido lhe apresento também o texto "Os Pilares do Nazismo"



que mostra como o nazismo comunga dos mesmos ideais do



“socialismo”, do internacional-socialismo. E há que se fazer uma



comparação entre a nacional-socialismo na Alemanha daquela



época com o bolivarianismo/PTismo da atualidade, em especial



no tocante a supremacia do Estado frente a liberdade do



cidadão. E aqui vale a pena observamos como o Brasil se coloca



na atualidade distante da liberdade:



(http://www.heritage.org/index/).



"Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os



intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós



próprios e da própria atitude de tolerância". (Karl Raimund



Popper)



Somente em 2008 foi saldada uma dívida histórica por parte do



governo alemão, quando este entregou ao memorial israelense



do Holocausto, o Yad Vashem, uma primeira lista com os nomes



de cerca de 600 mil judeus alemães perseguidos pelo regime



nazista, nacional-socialista, a fim de preservar suas memórias.



Esta lista foi estabelecida pela fundação alemã Recordação,



Responsabilidade e Futuro (EVZ) depois de quatro anos de



pesquisas nos arquivos federais, regionais e locais, em toda a



Alemanha. No total, foram revisados cerca de 2,5 milhões de



dados. Uma lista limitada, pois a lista contém os nomes apenas



de judeus que viveram na Alemanha entre 1933, quando Hitler



chegou ao poder, e 1945, fim da Segunda Guerra, com detalhes



sobre seu exílio, prisão ou deportação, assim como data e local



de sua morte.



A relação também foi transmitida a outros serviços de arquivo e



museus do Exterior e servirá para facilitar as pesquisas dos



historiadores. Permitirá entendermos a história e os fatos que



levaram à Shoah.



Como citei, a irracionalidade e a bestialidade não foi contida até



que tivemos um verdadeiro marco com uma série de fatos que



também se lembra na Alemanha, com profunda vergonha e



tristeza, a noite do 9 para o 10 de novembro de 1938, quando



instituições judaicas foram demolidas e sinagogas incendiadas



em toda a Alemanha. Os homens judeus acima de 18 anos foram



humilhados, amedrontados, presos e muitos enviados a campos



de concentração.



Propagados pelos nazistas como uma "revolução popular", os



ataques foram preparados e encenados pelo regime nazista,



após o assassinato de um diplomata alemão em Paris por



Hershel Grynszpan.



O pogrom (a palavra que vem originariamente dos socialistas



russos remete a um ataque violento a determinado grupo e seu



ambiente. Historicamente o termo é usado para designar atos



em massa contra judeus e outras minorias européias) de



novembro de 1938 marca, até hoje, uma guinada na história do



continente.



Os ataques que se tornaram conhecidos como "Noite dos



Cristais" (em referência aos vidros quebrados dos



estabelecimentos comerciais destruídos em massa) foram o sinal



definitivo de que o regime nacional-socialista não conheceria



limites em relação à perseguição aos judeus. As apreensões



daquele dia eram o prenúncio do genocídio cometido na



Segunda Guerra e o primeiro passo rumo ao que o regime



nazista, melhor, nacional-socialista, viria a chamar de Endlösung



(solução final) para o extermínio dos judeus, este engendrado



quando a guerra encontrava-se em curso.



Outra questão importante foi que a perseguição política,



econômica e racial dentro da Alemanha durante o período, que



se inicia nos anos 20, em que foi publicado o Programa do



NSDAP - Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores



Alemães, com seus 25 pontos-chaves, já era uma constante e



fartamente justificada pelos meios de comunicação nazistas,



melhor, nacional-socialistas.



Inicialmente este Programa não foi levado a sério, era mesmo



ridicularizado por parte significativa da sociedade alemã, que



então experimentava a sua República de Weimar, uma república



sem republicanos, longe da tradição alemã, cuja sociedade se



pautava entre a fiel observância ao princípio da



subsidiariedade, em especial junto aos luteranos, e a aderência



aos valores de suas inúmeras monarquias, principados e



ducados. Isso sem contar o saudosismo de um recente período



glorioso, que foi o do 2º Império, quando a Alemanha conquistou



sua reunificação.



Na República de Weimar, o que se observou era a perda da



identidade alemã, a qual foi acompanhada de uma escalada de



violência sem precedentes entre os movimentos de direita e



esquerda, de suas vertentes mais totalitárias, e até mesmo



incluindo os sociais liberais, os quais culminaram em 29 de



Outubro de 1918, ao estalar a rebelião de parte do exército. O



governo prendeu os amotinados, principalmente da divisão



naval, e muitos estudantes, operários e militares solidarizaramse



com eles, agrupando-se em conselhos similares aos soviets,



que tomaram o poder militar e civil em diversas cidades. A 7 de



Novembro, a revolução alcançou a cidade de München -



Munique, provocando a fuga do Rei Luís III da Baviera.



O país esteve perto de se converter num estado socialista. O que



foi refutado pelos alemães. A 9 de Novembro, o príncipe von



Baden transferiu os seus poderes legais a Friedrich Ebert, líder



do Partido Socialista da Alemanha (SPD - Sozialistische Partei



Deutschlands), de influência operária, mas sem intenções de



abandonar o sistema parlamentar.



Esperava-se que esse ato bastaria para acalmar as massas, mas



tal não ocorreu. Venceu a oclocaricaia de lá, com seus



movimentos (antis)sociais.



Vale lembrar que é omitido pelos historiadores que a grande



maioria dos judeus na Alemanha, Áustria, Tirol italiano, Sudetos,



etc. e até mesmo na Suíça e todos os outros cantos onde se



aspirava ou se apoiava o pan-germanismo, inclusive nos Estados



Unidos, onde a imigração alemã foi notoriamente intensa, eram,



muito mais como uma defesa, ou simpáticos ou pró-socialistas, a



começar por uma de suas principais líderes, Ró&
380;a Luksemburg,



ela que foi uma filósofa marxista e militante revolucionária



polonesa ligada à Social-Democracia do Reino da Polônia



(SDKP), mas também ao Partido Social-Democrata da Alemanha



(SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da



Alemanha. Participou da fundação do grupo de tendência



marxista do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido



Comunista da Alemanha.



Este e alguns outros fatos começaram a dividir a Alemanha,



criando todo tipo de repulsa a qualquer tipo de



internacionalização ou influência a qualquer tipo de ideologia



além-fronteiras. E esta está baseada na humilhação imposta aos



alemães com o Tratado de Versalhes e depois agravado com a



crise de 29, com a Alemanha sem acesso a alimentos e matéria



prima no mercado internacional ou vinda das colônias. O



fortalecimento do internacional-socialismo na Alemanha serviu



de combustível a todo tipo de nacionalismo, em especial contra



os liberais, os quais foram os primeiros a serem perseguidos



pelos nacional-socialistas (nazistas), assim como pelos



socialistas, os internacional-socialistas.



Na mesma linha temos a Olga Benário que foi jovem militante



comunista alemã, de origem judaica, entregue pelo ditadura



getulista para ser morta pelo regime nazista em campo de



concentração. Veio para o Brasil na década de 30, por



determinação da Internacional Comunista, para apoiar o Partido



Comunista do Brasil.



Ela foi destacada como guarda-costa e "Caixa 2" de Luís Carlos



Prestes, tornou-se sua companheira, tendo com ele uma filha,



Anita Leocádia Prestes.



Os nazistas, melhor, nacional-socialistas, também tinham a sua



Schutzstaffel, ou SS, foi uma organização paramilitar ligada ao



partido nazista, assim como SA, menos conhecidas, mas de



fundamental importância neste período.



SA: Sturmabteilung (Divisão de Assalto), nome secundário



Sturmtruppen (Tropas de Assalto) ou Braunhemden (Camisas



Pardas), uma organização paramilitar, cujos métodos de



intimidação violenta jogavam um papel importante no



surgimento de Adolf Hitler ao poder.



A SA foi fundada por Hitler em 1921. Tirou os seus primeiros



membros largamente dos Freikorps (Corporações Livres), grupos



armados de flibusteiros, compostos largamente de ex-soldados



que combatiam esquerdistas nas ruas nos primeiros dias da



República de Weimar. Usavam uniformes pardos à moda dos



Fascistas de Camisas Pretas de Mussolini na Itália. Protegeram



reuniões do Partido, marchavam em comícios nazistas e



assaltavam fisicamente oponentes políticos, os gritos de “Morte



à Escória Vermelha”.



Depois da falha do Putsch (Golpe) de Adolf Hitler em München



em 1923, a SA foi reorganizada em 1925, resumindo logo a seu



modo violento e intimidando eleitores em eleições nacionais e



locais. Algo similar, obviamente que em menor escala, ao que



ocorreu nas últimas eleições na Venezuela.



A partir do janeiro de 1931, era encabeçada por Ernst Röhm, que



nutria noções anticomunistas radicais, sonhando de estabelecer



a SA para a força militar principal da Alemanha. Sob Röhm, os



membros da SA, afluindo das fileiras dos desempregados da



Grande Depressão – Crise de 1929, cresceram a talvez 2.000.000



- vinte vezes o tamanho do exército regular - no tempo em que



Adolf Hitler chegou ao poder em 1933.



No início do regime nacional-socialista, a SA efetuou violências



de rua contra oponentes dos nazistas, contra os liberais e os



socialistas, judeus em especial.



Era vista com suspeito pelo exército regular e pelos ricos



industriais. Contra os expressos desejos de Adolf Hitler, houve a



pressão para se fundir o exército regular com a SA sob a sua



própria liderança. Em 30 de junho de 1934, na Noite das Longas



Facas (die Nacht der Langen Messer), Ernest Röhm e dúzias dos



líderes da SA foram sumariamente executados pelas forças da



SS a mando de Adolf Hitler. A SA, reduzida em força, foi



encarregada, a partir de 1939, de treinar as reservas para



unidades de defesa da Alemanha. A SS - Schutzstaffel, ou SS, foi



uma organização paramilitar ligada ao partido nacionalsocialista



alemão e foi criada inicialmente como um grupo de



proteção ao próprio Hitler.



Em 1933, quando o partido nacional-socialista começou a ganhar



poder na Alemanha, a SS já contava com mais de 52.000



membros, e a organização desenvolveu severos requisitos



sociais para assegurar que todos os membros compactuassem



com os 25 pontos-chaves do NSDAP.



No dia seguinte, instaurou-se um governo revolucionário sob o



nome de Rat der Volksbeauftragten, traduzido como "Conselho



dos Encarregados do Povo", que era formado por três membros



do MSPD e três membros do partido Social Democrata



Independente (USPD, Unabhängige Sozialdemokraten), liderado



por Ehbert e Hugo Haase, respectivamente. Esse conselho



governou a Alemanha de Novembro de 1918 a Janeiro de 1919.



As circunstâncias em que foi criada a República de Weimar



foram muito especiais, prestes a perder a Primeira Guerra



Mundial, a liderança militar alemã, altamente autocrática e



conservadora, atirou o poder para as mãos dos democratas, em



particular o SPD, que acabou por ter de negociar a paz (ou seja,



a derrota na Guerra).



Com isso, ficava no ar o saudosismo de uma nação outrora



poderosa, nos tempos do imperador, em comparação com a nova



realidade “democrática”, cheia de derrotas e humilhações.



Sebastian Haffner chamou-lhe uma "república sem



republicanos". Kurt Tucholwski chamou-lhe: "o negativo de uma



monarquia, que só não o é porque o monarca fugiu" (o



imperador Wilhelm II viu-se obrigado a abdicar).



Face a essa situação política, que alguns compararam a um



presente envenenado à democracia, acabou por lançar os



fundamentos que permitiram mais tarde a Adolf Hitler



posicionar-se como o arauto de um regresso ao passado



imperial (e antidemocrático) da Alemanha e implantar o nacionalsocialismo.



Com o início do nacional-socialismo, uma força que passou a ser



reconhecida como antagônica ao socialismo, melhor,



internacional-socialismo, este que tanto infernizava a sociedade



alemã, dentro de uma realidade em que o mundo passava por



uma grave crise mundial (1929), sem contar o passivo econômico



do Tratado de Versalhes, houve por parte da sociedade alemã



uma profunda aversão a tudo que vinha contra os ideais de um



pan-germanismo, inicialmente com a “hostilização” e até mesmo



perseguição de liberais, socialistas e outras influências



políticas, se estendeu, e com razão, também no campo étnico, o



que foi então usado como forte argumento pelos nacionalsocialistas.



Eram perseguidos indistintamente ciganos, judeus e



eslavos, com o tempo esta perseguição se concentrou contra os



liberais e os judeus, utilizados pelos nacional-socialistas como o



inimigo comum. Entre 1939 e 1945 o regime nazista, com ajuda



de milhões de outros europeus, mataram ou expulsaram quase



todos os judeus daquele continente.



Uma questão que envergonha ainda mais a humanidade é o fato



de que se na década de 1930 Israel já existisse, um número



incontável de judeus poderia ter sido salvo.



Eis porquê: A princípio, Hitler queria meramente expulsar os



judeus; somente mais tarde ele decidiu pela perseguição e se fez



uso da "Solução final".



Quando as nações do mundo se reuniram em Evian na França em



1938, plenamente conscientes do perigo que ameaçava os



judeus europeus, um país após o outro declarou: Não temos



lugar para os judeus.



Desde o início da Segunda Guerra, o mundo foi dividido em dois



tipos de países: aqueles que expulsaram ou assassinaram



judeus, e aqueles que rejeitaram os judeus que tinham sido



expulsos ou tinham fugido de algum outro lugar.



Poucos se caracterizaram como exceção, o Brasil em um curto



período de tempo, pois Getúlio soube muito bem compactuar dos



mesmos ideais. Olga Benário é emblemática para caracterizar



este período.



Se Israel já existisse, teria havido um país disposto a aceitar os



refugiados judeus quando a Inglaterra e outras nações se



recusaram, inclusive os Estados Unidos com suas restrições.



Neste ponto recomendo aos que estão lendo este texto que



venham a conhecer a importância do papel desempenhado por



um exemplo de ser humano, a paranaense Aracy Moebius de



Carvalho, posteriormente Aracy de Carvalho Guimarães Rosa.



Um segundo motivo pelo qual a magnitude do Shoah teria



diminuído é que, ao contrário dos Aliados, que com toda a sua



potência não conseguiram separar alguns aviões para



bombardear os trilhos para Auschwitz e outros campos da



morte, Israel o teria feito.



Em seu livro Uma Paz Duradoura, Benjamin Netanyahu colocou



isso de maneira simples: "Até que fui a Birkenau, jamais percebi



como aquilo tudo era pequeno e mundano. A fábrica da morte



poderia ter sido posta fora de ação por uma única bomba. Na



verdade os Aliados chegaram a bombardear alvos estratégicos a



alguns quilômetros de distância.



Se a ordem tivesse sido dada, teria bastado um piloto fazer uma



ligeira correção na rota para acabar com a matança. Porém a



ordem nunca foi dada."



Com o que escrevi, não tenho a pretensão de fazê-los entender



um dos maiores crimes da humanidade, mas é bom que se



entenda que para que isso fosse possível, foi também



necessária uma conjuntura, que se trazida para os dias atuais,



não encontraremos comparativos, tamanha foi a bestialidade a



que pode chegar um ser humano. Mas pode nos mostrar o



perigo de se ter em andamento um Foro San Pablo e suas



alianças com Mahmoud Ahmadinejad (também escrito



Ahmadinezhad) ( &
1606; &
1688;&
1575;&
1583; &
1740;&
1575;&
1581;&
1605;&
1583; &
1605;&
1581;&
1605;&
1608;&
1583; ), em especial com a principal



liderança deste “Foro San Pablo”, o Sr. Hugo Chávez.



Neste contexto foi importante e necessário denunciar a



presença de Mahmoud Ahmadinejad no Brasil, uma afronta a



todos os brasileiros, mas à comunidade judaica em especial.



"Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os



intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós



próprios e da própria atitude de tolerância". (Karl Raimund



Popper)



Atualmente na Alemanha são inúmeras as iniciativas de que não



haja o esquecimento, merecendo destaque o Museu Judaico de



Berlim (Jüdisches Museum Berlin), que é um museu situado em



Berlin e que cobre a história dos judeus alemães ao longo de



dois milênios. Também foram reconstruídas muitas sinagogas,



com as sinagogas de Dresden (2001) e Munique (2006).



O Museu Judaico de Berlim foi fundado no ano de 1933 em



Oranienburger Straße (Berlim) e foi encerrado em 1938.



Daniel Libeskind desenhou um novo edifício para o novo museu



que abriu as suas portas em 2001 e desde então mais de meio



milhão de pessoas anualmente o visitam. O número de visitantes



supera todas as expectativas.



Um dado interessante é que cerca de 37% dos visitantes estão



na faixa etária abaixo dos 30 anos. "A maioria sabe que os



judeus foram vítimas do nacional-socialismo e também já



ouviram falar de Auschwitz (campo de concentração)", revelou o



diretor do museu, Michael Blumenthal, 80 anos. O que muitos



jovens não sabem, entretanto, é que os judeus estão na



Alemanha há dois mil anos, completou o diretor, acrescentando



que o objetivo do Museu Judaico é justamente o de fornecer



maiores esclarecimentos a respeito da história dos judeus e



como eles se inseriram e ajudaram a construir a história da



Alemanha. E neste contexto o entendimento da Shoah é



fundamental.



O perigo, procurando entender hoje a Shoah, é que tentamos



explicar os fatos do passado de forma bem mais simplista do que



ocorreram, e tudo parece mais razoável e previsível depois disso.



Em retrospecto, chegamos a questionar como outros foram



capazes de ignorar o que estava para acontecer. A categorização



dos fatos acaba produzindo uma redução de sua verdadeira



complexidade.



Entender a Shoah ou o Holocauso nos permite entender a



história da humanidade para nos lembrar até que ponto chega a



bestialidade e a irracionalidade, são termos que não merecem



ser vulgarizados. Isso em respeito às vítimas e seus parentes. E



deve ser considerado sempre uma das maiores agressões contra



o ser humano o emprego do termo Holocausto de forma vulgar,



como foi feito recentemente por político brasileiros durante o



recente conflito no Oriente Médio. Outro grande erro é a



generalização imputando ao povo alemão a característica de se



identificar como um povo superior, uma afronta aos que



souberam viver a realidade de então.



Os Pilares do Nazismo



Rodrigo Constantino



constantino.rodrigo@gmail.com



http://rodrigoconstantino.blogspot.com



"Deve ser sempre enfatizado que o nacionalismo econômico é um



corolário do estatismo, seja o intervencionismo ou o socialismo."



(Mises)



Muitos historiadores tentaram explicar o surgimento do nazismo



de diferentes formas. O enfoque do economista Mises, no



entanto, é bastante peculiar, pois mostra como o nazismo foi um



filhote da mentalidade estatizante que dominou o mundo na



época, e a Alemanha em particular. O prisma econômico de Mises



permite uma abordagem transparente, que desfaz uma das



maiores inversões já criadas na história: a idéia de que o



nazismo é de "direita" e, portanto, oposto ao socialismo e mais



próximo do capitalismo. Socialismo, afinal, trata de um sistema



econômico de organização da sociedade, defendendo meios



públicos de produção, contra o pilar do capitalismo, que é a



propriedade privada. Analisando por este ângulo, fica evidente



a proximidade entre nazismo e socialismo, ambos totalmente



opostos ao capitalismo de livre mercado.



Quando se fala em nazismo, o anti-semitismo é uma das



primeiras características que vem à mente. Mises mostra, no



entanto, que esse ódio racial foi apenas um pretexto utilizado



pelos nazistas, transformando os judeus em bodes expiatórios.



Era impossível diferenciar antropologicamente alemães judeus



dos não-judeus. Não existem características raciais



exclusivamente judaicas, e o "arianismo" não passava de uma



ilusão. As leis nazistas de discriminação contra os judeus não



tinham ligação com considerações da raça em si.



Eles se uniram aos italianos e japoneses, sem ligação alguma



com a "supremacia racial nórdica", enquanto desprezavam os



nórdicos que não simpatizavam com seus planos de domínio



mundial. Tantas contradições não incomodavam os "arianos",



pois o racismo não era a causa do movimento, e sim um meio



político para seus fins.



Tudo aquilo que representava um empecilho no caminho do



poder total era considerado "judeu" pelos nazistas. Apesar de



os nacionalistas alemães considerarem o bolchevismo uma



criação judaica, isso não os impediu de cooperar com os



comunistas alemães contra a República de Weimar, ou de treinar



seus guardas de elite nos campos de artilharia e aviação russos



entre 1923 e 1933. Também não os impediu de costurar um



acordo de cumplicidade política e militar com a União Soviética



entre 1939 e 1941. Mesmo assim, a opinião pública defende que



o nazismo e o bolchevismo são filosofias implacavelmente



opostas. O simples fato de que os dois grupos lutaram um contra



o outro não prova que suas filosofias e princípios sejam



diferentes. Sempre existiram guerras entre pessoas do mesmo



credo ou filosofia. Se a meta for a mesma – o poder – então será



natural uma colisão entre ambos. O rei Charles V disse uma vez



que estava em pleno acordo com seu primo, o rei da França, pois



ambos lutavam contra o outro pelo mesmo objetivo: Milão. Hitler



e Stalin miravam no mesmo alvo. Ambos desejavam governar a



Polônia, a Ucrânia e os estados bálticos. Além disso, disputavam



o mesmo tipo de mentalidade, aqueles desesperados que estão



dispostos a sacrificar a liberdade em prol de alguma promessa



de segurança. Nada mais normal do que um bater de frente com



o outro, quando sustentar o acordo mútuo ficou complicado



demais. Não devemos esquecer que os socialistas de diferentes



credos sempre lutaram uns contra os outros, e isso não os torna



menos socialistas. Stalin não virou menos socialista porque



brigou com Trotsky.



Os bolcheviques partiram na frente em termos de conquista de



poder, e o sucesso militar de Lênin encorajou tanto Mussolini



como Hitler.



O fascismo italiano e o nazismo alemão adotaram os métodos



políticos da União Soviética. Eles importaram da Rússia o



sistema de partido único, a posição privilegiada da polícia



secreta, a organização de partidos aliados no exterior para lutar



contra seus governos locais e praticar sabotagem e espionagem,



a execução e prisão os adversários políticos, os campos de



concentração, a punição aos familiares de exilados e os métodos



de propaganda. Como Mises disse, a questão não é em quais



aspectos ambos os sistemas são parecidos, mas sim em quais



eles diferem. O nazismo não rejeita o marxismo porque sua meta



é o socialismo, e sim porque ele advoga o internacionalismo.



Ambos são anti-capitalistas e anti-liberais, delegando todo o



poder ao governo centralizado e planejador. No nazismo, a



propriedade privada não foi abolida de jure, mas foi de facto, e



os empresários eram nada mais do que "gerentes



administrativos", obedecendo a ordens do governo, que decidia



sobre tudo, incluindo alocação de capital e preços exercidos.



Os judeus foram vítimas dos nazistas basicamente por



representarem uma minoria que pode ser legalmente definida



em termos precisos, o que era tentador numa era de



intervencionismo estatal. Os nazistas souberam explorar isso



usando os judeus como bodes expiatórios para os males criados



pelo sistema econômico inadequado. Existiam aqueles que



tentavam justificar o anti-semitismo denunciando os judeus



como capitalistas, e existiam outros que culpavam os judeus pelo



comunismo. As acusações contraditórias cancelam uma a outra.



Com a derrota na primeira Guerra Mundial, o nacionalismo



alemão conseguiu sobreviver arrumando um culpado para o



fracasso. Os nacionalistas insistiram que eram invencíveis, mas



alegaram terem sido sabotados pelos judeus. Se estes fossem



eliminados, a vitória seria certa. O uso dessa minoria como bode



expiatório serviu para a concentração de poder doméstico, assim



como para o apoio de muitos no exterior, pois onde quer que



houvesse alguém interessado em se livrar de um competidor



judeu, lá poderia estar um apoio ao nazismo.



De fato, não foi pequeno o apoio inicial que os nazistas



receberam de fora. A humanidade pagou um elevado preço pelo



anti-semitismo.



Na União Soviética, os pequenos proprietários, os kulaks,



exerceram esse papel de minoria culpada pelos males



econômicos. Na essência, a tática é a mesma.



Os comunistas alemães abriram o caminho para o nazismo,



ajudando a enterrar de vez o liberalismo no país. Os comunistas



estavam ansiosos para tomar o poder através da violência. No



começo de 1919, eles partiram para batalhas nas ruas de Berlim



e conseguiram o controle de boa parte da capital. No final de



1918, a grande maioria da nação estava preparada para



defender um governo democrático, segundo Mises. Mas esse



choque criado pelos comunistas e marxistas, que se declararam



a favor da ditadura do proletariado rejeitando a democracia,



gerou enorme descrença no povo. Os alemães ficaram



desiludidos com a democracia, sentindo-se enganados, como se o



apelo pela democracia fosse apenas um meio de conquistar os



tolos. Democracia passou a ser sinônimo de fraude. Os



nacionalistas foram rápidos em aproveitar essa mudança de



mentalidade. Os métodos marxistas foram usados pelos



nacionalistas, que haviam lido Lênin e Bukharin. Um plano para



a tomada do poder tinha sido traçado. Em 1919, a escolha



política alemã era entre o totalitarismo bolchevique, sob a



ditadura de Ró&
380;a Luksemburg e Karl Liebknecht, ou o



parlamentarismo. No entanto, os comunistas, apesar de minoria,



não estavam dispostos a aceitar a decisão democrática, e o único



meio de detê-los era o uso da força. A intervenção militar dos



nacionalistas foi vista como única saída por muitos alemães. Os



nazistas chegaram ao poder graças à ameaça comunista. Ambos



disputavam os mesmos adeptos, já que o liberalismo não era



mais uma alternativa após tanta idolatria ao estado.



É verdade que Hitler conseguiu subsídios das grandes



empresas na primeira fase de sua carreira política.



Mas ele tomou esse dinheiro como um rei toma o tributo de seus



súditos. Se os empresários negassem o que era demandado,



Hitler teria os sabotado ou mesmo usado violência.



Os empresários preferiram ser reduzidos ao papel de gerentes



administrativos sob o nazismo a ser liquidados pelo comunismo



no estilo soviético. Não havia uma terceira opção naquele



contexto. Tanto a força como o dinheiro eram impotentes contra



as idéias, e estas apontavam na direção da estatização da



economia. O próprio Hitler concluiu que não era necessário



socializar os meios de produção oficialmente. Ele havia



socializado os homens! Os empresários alemães contribuíram



com parte do avanço nazista, assim como várias outras camadas



da nação, incluindo as igrejas, tanto a católica como a



protestante. O lamentável fato é que a maioria do povo alemão



abraçou o nacional-socialismo .



O cenário catastrófico da economia foi crucial para criar um



terreno fértil ao nazismo. Mas o fato de existir uma doença não



explica, por si só, a busca por um determinado remédio. Esse



remédio é procurado porque o doente acredita que ele pode



curá-lo. Logo, o caos econômico na Alemanha só levou ao



nazismo porque muitos passaram a acreditar que este era o



caminho da salvação. E isso foi uma consequência das idéias



estatizantes, mercantilistas, que espalharam a falácia de que



mais espaço físico e recursos naturais deveriam ser



conquistados pelos alemães para garantir o suprimento



doméstico e a retomada do crescimento. A inflação que devastou



a economia não era vista como resultado das políticas do



governo, mas sim como um problema do capitalismo



internacional. A mentalidade de guerra, que encara o comércio



entre nações como um jogo de perde e ganha, foi fundamental



para o crescimento nazista. Poucos compreendiam as vantagens



do livre comércio, da divisão internacional de trabalho. Para os



males causados pelo intervencionismo estatal, mais estado foi



proposto como solução.



A ignorância econômica da grande maioria dos alemães foi o que



permitiu o avanço do nacionalismo- socialista radical.



Os aspectos fundamentais da ideologia nazista não diferem



daqueles geralmente aceitos pelas demais ideologias



estatizantes. O controle da economia deve ser estatal.



O lucro é visto com enorme desdém. O planejamento centralizado



é uma panacéia para os males econômicos. As importações são



encaradas como uma invasão estrangeira negativa. O



individualismo deve ser duramente combatido em prol do



coletivismo. Eis o arcabouço ideológico que possibilitou a



conquista do poder pelos nazistas, que derrubaram os



concorrentes estatizantes porque estavam dispostos a defender



até as últimas conseqüências esta mentalidade. Os pilares do



nazismo foram erguidos sobre a mentalidade estatizante da



época. A idolatria ao estado e a desconfiança em relação ao livre



comércio sustentaram os dogmas nazistas. Mises afirma que



somente através da destruição total do nazismo o mundo poderá



retomar suas conquistas e melhorar a organização social,



construindo uma boa sociedade. Infelizmente, os pilares de sua



ideologia permanecem conquistando muitos adeptos, ainda que



sob diferentes rótulos. São estes pilares que devem ser



atacados para a garantia do progresso da civilização.



O colega de Mises, o prêmio Nobel Hayek, também analisou o



nazismo por um prisma semelhante, e concluiu que a relativa



facilidade com que um jovem comunista podia se converter em



nazista ou vice-versa era notória na Alemanha. Aqueles



estudantes que detestavam a civilização liberal do Ocidente não



sabiam ao certo o que escolher entre nazismo e comunismo, mas



tinham em comum o ódio ao modelo liberal. Hayek explica a



situação em O Caminho da Servidão: "É verdade que na



Alemanha, antes de 1933, e na Itália, antes de 1922, comunistas



e nazistas ou fascistas entravam mais frequentemente em



conflito entre si do que com os outros partidos.



Disputavam o apoio de pessoas da mesma mentalidade e



voltavam uns aos outros o ódio que se tem aos hereges. No



entanto, seu modo de agir demonstrava quão semelhantes são,



de fato. Para ambos, o verdadeiro inimigo, o homem com o qual



nada tinham em comum e ao qual não poderiam esperar



convencer, era o liberal da velha escola.



Enquanto o nazista para o comunista, o comunista para o



nazista, e para ambos o socialista, são recrutas em potencial,



terreno propício à sua pregação – embora se tenham deixado



levar por falsos profetas – eles sabem que é impossível



qualquer tipo de entendimento com os que realmente acreditam



na liberdade individual". Mesmo o professor Eduard Heimann,



um dos líderes do socialismo religioso alemão, escreveu que o



liberalismo tem a honra de ser a doutrina mais odiada por Hitler.



Fonte: http://rodrigoconstantino.blogspot.com



Bem, com este texto tive o propósito de mostrar o quanto é



perigoso fazermos simplificações ou mesmo generalizações, se o



fizermos seguramente estaremos sendo desonestos conosco



mesmos, pois irresponsavelmente nos afastamos do



compromisso de entender o que de fato ocorreu, e mais que isso,



passamos a atuar de forma preconceituosa, pois a generalização



invariavelmente leva a isso.



Arquivo Virtual sobre Holocausto e Anti-semitismo



O portal do Arqshoah (Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antisemitismo)



está on-line desde 17 de outubro, sendo diariamente



atualizado.



Ainda com alguns links em construção, pois este é um longo



processo de construção do conhecimento e da memória.



Abaixo seguem os links:



1) Acesso ao portal: www.arqshoah.com.br



2) Breve apresentação:



http://www.arqshoah.com.br/apresentacao/apresentacao.html



3) Matéria sobre o Arqshoah publicada no portal da USP, com



"vozes dos testemunhos orais"



http://www4.usp.br/index.php/especiais/17684-arqshoahmostra-



a-postura-do-br



Profa. Dra. Maria Luiza Tucci Carneiro



Departamento de História, FFLC



Coordenadora do Projeto Arqshoah



LEER- Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e



Discriminação



Universidade de São Paulo



Contato: (11) 8196-6656



E-mail institucional: arqshoah@usp.br



Acesse:



http://www1.yadvashem.org/exhibitions/album_Auschwitz/mut



imedia/index.HTML



http://chapermannmyblog.wordpress.com/2009/02/18/antisemitismo-



levantado-o-veu-da-chacina-nazista-na-ucrania/



"Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os



intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós



próprios e da própria atitude de tolerância". (Karl Raimund



Popper)



¹)



http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.php?tl=1



&id=1073766&tit=O-social-liberalismo



www.institutoliberal.org.br/conteudo/download.asp?cdc=2859



 



 



Drogas e a violência – Um debate superficial e sem respostas

 



Gerhard Erich Boehme

boehme@folha.com.br

boehme@globo.com

boehme@r7.com


 



A questão das drogas no Brasil é apontada como uma das

principais causas da violência, não é seguramente a principal

como querem nos fazer acreditar, entre outras podemos debater

sobre as que considero como principais. Antes, porém

recomendo que todo pai, todo professor, todo padre ou pastor

leia o livro “Drogas e Internet”, onde na sua primeira parte é

relatado o fácil acesso, na Internet, a conhecimentos sobre o

álcool, tabaco, maconha, cocaína e crack. E na segunda parte

aborda a relação da família com o usuário de drogas. É um livro

que desafia a sociedade a proteger seus jovens e a buscar

respostas. Da série temos também o livro: “Violência e Internet”.

http://www.editorasinodal.com.br//produto.php?id=43

1. Discriminação espacial - conjuntos similares ao "Minha

casa, minha vida", favelas, ocupações irregulares e toda

sorte de falta de planejamento que somente um Plano

Diretor bem elaborado, implantando, implementado e

mantido e uma Agenda 21 Local eficaz poderia evitar.

Vale lembrar que nas periferias das cidades, sejam

grandes, médias ou pequenas, nas quais a presença do

Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais

facilmente. É a ausência do Estado onde de fato deveria

atuar e não servir de cabide de empregos a políticos e

sindicalistas, que assim torna a sociedade refém, ou

melhor, escrava da incompetência.

São os chamados espaços segregados, áreas urbanas em

que a discriminação é feita primeiro pelo tamanho dos

lotes e espaço comunitário, assim como a infraestrutura

urbana de equipamentos e serviços (saneamento básico,

sistema viário, energia elétrica e iluminação pública,

transporte, lazer, equipamentos culturais, segurança

pública e acesso à justiça) é precária ou insuficiente.

2. Baixa qualidade da educação fundamental, o que inclui a

falta de prioridade que é dada por todos os brasileiros à

educação fundamental e os entraves às entidades

privadas, confessionais, cooperativadas e étnicas por

parte do Estado.

3. Baixa valorização da família e valores familiares, com a

perda de compromissos com a maternidade e paternidade

responsável.

4. Cultura da lombada, esta marcante entre os brasileiros.

Da cultura da lombada – cultura própria de quem atua

nos efeitos e não nas causas – e dela decorrente é

favorecida a tolerância cultural aos desvios sociais e

pelas deficiências de nossas instituições de controle

social: polícia ineficiente, legislação criminal defasada (o

que gera impunidade), estrutura e processos judiciários

obsoletos, sistema prisional caótico. A interação entre

essas deficiências institucionais enfraquece

sobremaneira o poder inibitório do sistema de justiça

criminal.

5. Vulgarização da violência, em especial pela mídia e a

forma com que cadáveres são expostos nos cenários de

violência em todo o Brasil, não havendo orientação,

competência e estrutura para evita-la por parte das

polícias, em especial da Polícia Militar ou Polícia

Rodoviária que se encarrega pela preservação e pela

Polícia Técnica que realiza o exame perinecroscópico.

O exame perinecroscópico não deve ser confundido com a

autópsia, esta realizada pelo IML - Instituto Médico Legal

e aquela pelos peritos criminais.

6. Exemplo de nossas autoridades com o ilícito, sendo o

exemplo dos corruPTos e sua base afilhada o principal.

7. Falta do exercício da do princípio da subsidiariedade.

8. Falta da aplicação e reconhecimento do direito de

propriedade, que cria uma insegurança jurídica enorme,

com perda significativa do patrimônio das famílias e que

leva a falta de planejamento familiar no longo prazo. O

mais grave são as famílias de baixa renda que na maioria

das vezes possuem a propriedade, mas o direito a ela não

é reconhecido pelo poder público, como no caso dos lotes

em favelas ou áreas de ocupação, mesmo depois de

décadas. http://www.ordemlivre.org/node/80

9. Falta de uma atuação policial eficaz - De maneira geral as

polícias têm treinamento deficiente, ou melhor,

competência deficiente, onde competência deve ser

entendida por educação, formação, habilidade e

experiência adequada, salários incompatíveis com a

importância de suas funções, poucos recursos e padecem

de grave vulnerabilidade à corrupção. A ineficiência da

ação policial na prevenção aos crimes, assim como o

excessivo número de mortes de civis e de policiais,

decorre dessas deficiências e do emprego de estratégias

policiais meramente reativas e frequentemente

repressivas, sem contar as deficiências das polícias

judiciárias, as quais concorrem para a impunidade

crescente. A este caldo se soma a confusão entre os

papeis das polícias, da Polícia Militar ou Brigada Militar,

Guardas Municipais e Polícia Rodoviárias, que são

subsidiárias ao cidadão e à iniciativa privada, ao passo

que a Polícia Judiciária é essencialmente pública.

10. O não entendimento por parte da população do que é

púbico e do que é privado, ou ao menos deveria ser.

Assim as múltiplas carências das populações de baixa

renda, precariamente assistidas nas periferias das

grandes cidades, tornam seus integrantes,

especialmente os jovens, suscetíveis de escolha de vias

ilegais como forma de sobrevivência ou adaptação às

pressões sociais.

"Bens e serviços públicos têm como característica essencial a

impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele

ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de

restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável:

o privilégio ou benefício dado aos portadores de deficiência

física ou mental, incluindo as advindas com a idade ou aquelas

resultantes de sequelas de acidentes ou fruto da violência."

(Gerhard Erich Boehme)

Mas a frase acima desagrada toda uma gama de brasileiros

ideologicamente estressados, dos sociais-democratas, passando

pelos keynesianos e os socialistas, sejam eles internacionalsocialistas

ou nacional-socialistas.

Estes não se dão conta que devemos saber responder a três

perguntas básicas:

a) Quais são as tarefas autênticas do Estado para que ele possa

ser eficaz nos seus resultados?

b) Em que nível, federal, estadual ou municipal, deve ser

realizado? E qual é o papel de cada poder?

c) Como controlar os gastos estatais e impedir que eles se

expandam continuamente e não sejam retirados ou desviados

por políticos e sindicalistas os recursos que deveriam ser

destinados aos bens e serviços públicos?

A pobreza não é causa, é efeito

A verdadeira Riqueza das Nações

A pobreza não é causa a violência, quando muito é consequência

dos fatores apontados, além do que os mais pobres são mais

vulneráveis a ela. Este é um discurso das esquerdas que não

querem se responsabilizar, seja através do poder público, pois

são sedentas por uma infinidade de demandas sociais ou por

serem contrárias às iniciativas onde se observa de fato maior

compromisso e maior eficácia e que são menos vulneráveis à

doutrinação.

Se assim fosse, áreas extremamente pobres do Vale do Ribeira

em São Paulo e Paraná, o Vale o Jequitinhonha e muitas áreas

no Nordeste apresentariam índices de violência muito maiores

do que aqueles verificados em áreas como São Paulo, Rio de

Janeiro e outras grandes cidades. E o País estaria

completamente desestruturado, caso toda a população de baixa

renda ou que está abaixo da linha de pobreza começasse a

cometer crimes.

Vale lembrar que a discriminação espacial leva à impessoalidade

das relações nas grandes metrópoles e a desestruturação

familiar. Esta então passa a ser causa e também efeito. É causa

porque sem laços familiares fortes, a probabilidade de uma

criança vir a cometer um crime na adolescência é maior. Mas a

desestruturação de sua família pode ter sido iniciada pela

maternidade e paternidade responsáveis, quando a mãe e o pai

não assumem suas responsabilidades, seja por interesse

pessoal ou pela impossibilidade, como quando do assassinato

do pai ou da mãe, ou de ambos.

Um dos mais graves problemas no Brasil é que o pobre tem sua

propriedade, mas não pode comercializá-la, pois existem

entraves e muita burocracia para sua titulação. Ele é dono, mas

não pode se desfazer dela. Dezenas de milhões de pessoas no

Brasil vivem em propriedades sem segurança jurídica. Isto é uma

afronta ao direito de propriedade, este que é universal, previsto

na Declaração dos Direitos Humanos da ONU.

E isso deve ser sempre lembrado aos socialistas quando

relativizam o direito de propriedade, é quando não observam os

Direitos Humanos (http://www.onubrasil.

org.br/documentos_direitoshumanos.php), posto que

promovem falsos direitos ou raciocinam em termos

da coletivização, e por uma oligarquia que se implantou no

Brasil com a quartelada que muitos chamam de “Proclamação da

República”, que agem sob a proteção de leis que são uma

afronta aos direitos à vida, à propriedade e a liberdade.

Filosofia da Liberdade:

http://isil.org/resources/introduction-portuguese.swf

Artigo XVII da Declaração dos Direitos Humanos da ONU

1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em

sociedade com outros.

2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

A discriminação, não apenas a espacial, posto que esta exige

boas políticas públicas como Planos Diretores, Agenda 21 Local

e o fortalecimento do direito de propriedade, pois o pobre na

sua quase totalidade possui de fato sua propriedade, mas por

conta da incompetência pública, esta não é de direito, sem

contar que inibimos a alternativa mais eficaz para assegurar a

habitação digna a todos os brasileiros, assegurando o direito de

propriedade e incentivando a construção de imóveis para fins de

aluguel, desonerando esta forma de poupança e renda, mas

incentivando-a.

Para entender melhor a discriminação espacial recomendo a

leitura dos textos:

1. Um artigo que trata das escolhas erradas dos brasileiros

(e brasileiras)

2. O impacto econômico da violência no Brasil

3. Tragédias com as chuvas… Estão elas pautadas em

enigmas ou mistérios? O fracasso da tradição

republicana

Estes estão disponíveis em:

http://www.saudecomdilma.com.br/index.php/category/autore

s-do-saude-com-dilma/gerhard-erich-boehme/

A desestruturação familiar não é causa, é efeito

Desestruturação familiar, por exemplo, não quer dizer,

necessariamente, ausência de pai ou de mãe; ou modelo familiar

alternativo. A desestrutura tem a ver com as condições mínimas

de afeto e convivência dentro da família, o que pode ocorrer em

qualquer modelo familiar. O que nos falta são valores familiares,

os quais foram sendo destruídos em nossa sociedade,

principalmente pela mídia, com forte contribuição por parte das

telenovelas.

O desemprego não é causa, é efeito

Também não é o desemprego. Mesmo o desemprego de ingresso

– quando o jovem procura o primeiro emprego, objetivando sua

inserção no mercado formal de trabalho, e não obtém sucesso –

tem relação direta com o aumento da violência, porque torna o

jovem mais vulnerável ao ingresso na criminalidade. Na verdade,

o desemprego, ou o subemprego, mexe com a autoestima do

jovem e o faz pensar em outras formas de conseguir espaço na

sociedade, de ser, enfim, reconhecido.

Mas o desemprego possui forte relação ou é principalmente

decorrente da baixa qualidade ou ausência de um ensino

fundamental de qualidade. E vale sempre lembrar que não só o

poder público é incompetente ou ausente quanto a esta questão,

mas principalmente as igrejas, uma vez que hoje vemos os

clérigos, principalmente os barbudinhos, mais voltados ao

proselitismo político-ideológico que com o compromisso com a

educação fundamental e a evangelização. E não apenas estas

duas entidades, o Estado e a Igreja Católica, esta voltada ao

prosélytus por conta da CNBB e sua pregação alinhada com a

doutrina marxista via teologia da "libertação".

Sem conseguir entrar no mercado de trabalho, recebendo um

estímulo forte para o consumo, sem modelos próximos que se

contraponham ao que o crime organizado oferece (o apoio, o

sentimento de pertencer a um grupo, o poder que uma arma

representa, o prestígio) a um indivíduo em formação, fazendo

com que este se torne mais vulnerável.

O crescimento do tráfico de drogas, por si só, é também fator

relevante no aumento de crimes violentos. As taxas de homicídio,

por exemplo, são elevadas não apenas pelos "acertos de conta",

chacinas e outras disputas entre traficantes rivais, mas

principalmente por serem uma forma eficaz de cobrança, seja

das contas vencidas ou por uma melhor e mais fiel produtividade

nas vendas.

E, ainda, outro fator que infla o número de homicídios no Brasil

é a disseminação das armas de fogo, não das legais como mal

intencionados nos querem fazer acreditar, mas que tem origem

no tráfico de drogas, principalmente que aqui entram devido a

permeabilidade de nossas fronteiras, principalmente das armas

leves.

"O controle das armas com a população não tem como objetivo o

controle das armas, mas sim o controle da população" (Gerhard

Erich Boehme)

A maconha como porta de entrada

A maconha é porta de entrada para outras drogas mais pesadas,

e isso se dá devido a vários fatores:

a) Utilizam os mesmos ambientes, com os mesmos ilícitos

penais quanto a sua produção, tráfico e principalmente

seu consumo;

b) Utilizam o mesmo canal de distribuição, e temos hoje mais

de um terço da maconha batizada com cocaína e seus

derivados: temos assim a craconha, criptonita, desirée ou

zirê, muitas vezes sem que o usuário da maconha

perceba;

c) Os jovens que consomem estes tipos de droga possuem

os mesmos desajustes ou possuem o mesmo

comportamento de risco, por eles entendidos como de

“aventura” ou de ingênua rebeldia;

d) Há muito empenho por parte dos traficantes para que o

consumo seja de crack ou cocaína, pois assim os jovens

tornam-se mais dependentes, aumentando os lucros;

e) O convívio social passa a ser mais restrito, deixando o

jovem de ter um convívio acadêmico, religioso –

principalmente este, familiar, etc.;

f) Entre os vários motivos que levam o jovem a fumar

maconha, há alguns mais frequentes: desequilíbrio

familiar, necessidade de autoafirmação perante um

grupo de amigos e também a curiosidade;

g) Os usuários de drogas são marginalizados, ou melhor,

optam e oPTam por atuar à margem da lei, fogem de suas

responsabilidades, e o sujeito usa a maconha tem uma

certa pré-disposição ao uso de drogas mais pesadas.

Procura fugir da realidade, mas tem certa consciência do

perigo das drogas pesadas, o que somente ocorre talvez

no início. Então ele vai para a maconha e pensa que não

vai viciar. Mas os outros fatores acima apresentados

concorrem para que ele opte por drogas mais pesadas.

Veja que o uso do álcool também preenche alguns destes

fatores acima, principalmente entre adolescentes, menores de

idade.

Nesta última década, o consumo de maconha cresceu quatro

vezes entre os adolescentes de 16 a 18 anos. E o consumo de

crack e cocaína mais de cinquenta vezes, muito se deve à oferta

crescente, principalmente por parte da Bolívia. E a tolerância

aumentou. Policia, Justiça e escola têm punido menos os

usuários.

Infelizmente a maconha é a droga ilícita mais tolerada pelos

brasileiros. Embora o consumo tenha aumentado regularmente

nos últimos anos, a polícia prende menos usuários, a Justiça

condena pouco e a escola, bem a escola não é que aceita mais,

mas ela está cada dia mais refém do "politicamente correto" e

dos movimentos ditos sociais, onde temos a oclocracia

predominando com toda sorte de restrições a uma autonomia e

exercício de autoridade. Idiotas ainda continuam a confundir

autoridade com autoritarismo, mesmo passados 40 anos de um

período de exceção que não entenderam o porquê veio a ocorrer.

Embora sempre desatualizados e politicamente subestimados os

dados da Secretária de Segurança Estadual do Rio de Janeiro

mostram que o número de pessoas flagradas com maconha vem

diminuindo consideravelmente. Em apenas um ano, houve uma

redução de 60% no Estado de São Paulo, foi de 30%. Em Porto

Alegre, os casos caíram pela metade. A Situação é semelhante em

outras capitais brasileiras. A análise dos últimos censos

penitenciários não deixa margem de dúvidas; o volume de

condenações por uso de drogas caiu nos últimos 20 anos. Entre

as maiores escolas particulares do país, o número de expulsões

relacionadas com o uso de maconha também baixou. Hoje, em

apenas um de cada dez casos, o estudante é convidado a se

desligar do estabelecimento. Geralmente, quando fuma dentro

das dependências do colégio.

A realidade é que temos a impunidade crescendo

exponencialmente no Brasil. Nas escolas os professores

perderam ou estão perdendo a autoridade e muito se deve à

cultura da lombada do brasileiro. Não enfrentam as causas,

optam e principalmente oPTam, por atuar no efeito.

De acordo com um calculo aproximado, mais de 700 toneladas de

maconha são consumidas todos os anos no país. Especialistas

estimam em um valor três vezes superior. Mas considerando

estes números “oficiais”, convenhamos, é uma quantidade

suficiente para confecção de 700 milhões de cigarros e para

deixar satisfeitos algo como 5 milhões de usuários – um sétimo

do número de fumantes de tabaco.

No ranking do consumo das drogas, elas vinham quilômetros à

frente de crack, cocaína, heroína ou o MDMA, chamado de ectasy,

mas estão alcançando e superando a maconha. Um levantamento

de uso de drogas entre os estudantes em dez capitas

brasileiras, realizado pelo CEBRID - Centro Brasileiro de

Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Universidade

Federal de São Paulo (UNIFESP), revelou que o consumo

frequente da maconha quadruplicou em apenas dez anos. O

dado mais impressionante, no entanto, é outro. Conforme uma

tendência também observada em outros países, esse aumento é

maior entre adolescentes e jovens na faixa que vai dos 16 aos 18

anos . Nessa comunidade muito jovem, 13% das pessoas fazem

o uso da maconha no Brasil. Outro fato surpreendente; algumas

estimativas extra oficiais informam que até 50% dos jovens

brasileiros experimentaram a Cannabis Sativa, nome cientifico

da erva , pelo menos uma vez na vida. Isso significa que chegou

perto de uma situação em que a dúvida não é mais saber se uma

pessoa vai experimentar um cigarro de maconha. Agora a

pergunta mais realista é quando ela fará isso.

E ficará na experiência?

O problema desse avanço da maconha, assim como da craconha,

desirée ou zirê, é que estamos banalizando o vício. A tolerância

com o álcool e o cigarro produziu o fenômeno do "cigarrinho" e

da "cervejinha". Hoje, já há quem use a expressão "baseadinho"

para tratar de uma droga que, como o cigarro e o álcool, tem

efeitos colaterais maiores e maiores são as sequelas,

principalmente as sexuais.

Segundo os piadistas é uma razão da crescente

homossexualidade entre os brasileiros, com direito a passeatas

e tudo.

Segundo os especialistas, além da perda do apetite sexual e

perda de capacidade de ereção, a maconha produziria uma

perda da capacidade cognitiva. Ao fumar um baseado duas a

três vezes por semana, o consumo médio de um usuário, a

pessoa passa a apresentar alguma dificuldade para reter

conhecimentos. Muitos usuários relatam uma perda da

capacidade de memorização e também de aprendizado. Mesmo

depois da interrupção do uso, o efeito pode persistir.

A Segunda característica é a perda da motivação. E esta é

preocupante, pois o que temos no Brasil é a centralização das

decisões, sejam elas políticas e administrativas e isso é

sinalizado ao jovem que ele deve ter maior participação, mas

logo observa que sua atuação é limitada, longe de seu alcance,

pois não observamos o princípio da subsidiariedade. Fica a

certeza de que no jogo político a mobilização política é tão

somente o circo.

A maconha tem ainda sobre as concorrentes a vantagem de já

ser considerada uma droga relativamente leve diante da

devastação física e psicológica provocada pelas mais pesadas.

Por fim, ela é a mais barata. A erva consumida no Brasil vem de

dois lugares, do Nordeste e do Paraguai, transportada para os

grandes centros em caminhões ou pequenos aviões. Ao chegar

às cidades grandes, é fracionada.

Apesar das diferenças das rotas entre maconha e cocaína, a

rede de traficantes é praticamente a mesma. Segundo a Polícia

Federal a erva foi uma etapa anterior à da distribuição da

cocaína. Quando passaram a ter contato com os cartéis

colombianos de pó e a rede de produção e tráfico dos bolivianos,

os traficantes já tinham experiência de distribuir a maconha

pelo país e precisaram só fazer a adaptação do sistema à

mercadoria mais lucrativa que antes vinha dos cartéis e hoje

principalmente da Bolívia.

A maconha resistiu ao avanço de varias outras drogas. Na

década de 80, a cocaína se tornou uma coqueluche. Em certos

meios, como o mercado financeiro, com seu ritmo alucinante, o pó

prosperou muito nesse período. Mais tarde, veio o crack, um tipo

de pasta de cocaína para as camadas mais pobres da população

e, recentemente, o ecstasy, droga bastante utilizada pelos que

gostam de passar a noite inteira sacolejando em danceterias.

Comparados aos efeitos dessas drogas, os da maconha são

muito mais brandos. Ninguém, por exemplo, vai morrer de

overdose de maconha. Seu poder viciante também não é tão alto.

De cada dez pessoas que experimentam a erva, só uma

desenvolverá dependência. Mas isso está mudando com a

craconha, desirée ou zirê ou a criptonita. Em usuários de

cocaína, esse número é cinco vezes maior. Os males mais

frequentes da Cannabis são comparáveis aos do cigarro e do

álcool. Com a vantagem de não deixar a pessoa mais agressiva

ou propensa a algum tipo de ato violento, como no caso do

álcool.

Muitos dos que se viciam em maconha passam depois para

drogas mais pesadas. Este não foi o caso de Lobão? Os

especialistas afirmam que essa passagem é bastante comum. A

erva seria, segundo eles, uma porta de entrada para outras

drogas. Isso não significa que toda pessoa que fuma maconha

vai passar a cheirar cocaína no mês seguinte e a fumar crack até

o final do ano. No entanto, mais de 90% dos usuários dessas

drogas fizeram primeiro um estágio na maconha.

E temos que considerar a questão da craconha. Um tema sempre

evitado, mesmo pelas autoridades no assunto, pois se assim o

fizessem chegaríamos mais rapidamente à causa que é a

atuação do Foro San Pablo, com sua componente ideológica.

Estatísticas do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do

governo americano mostram que um em cada quatro

consumidores de maconha já experimentou cocaína. O motivo é

simples. As mesmas razões que induzem ao baseado podem

arrastar a pessoa para o pó ou fumar algo mais “desafiador”.

A questão é que o brasileiro, na sua idiotia, não se questiona de

onde vem esta droga, que fatores concorreram para que

houvesse a escalada no tráfico a partir da Bolívia.

A resposta tenho pronta: Muito se deve ao chamado Foro San

Pablo, ao ex-presimente e ao seu então chanceler Amorim, hoje

premiado para a condução do Ministério da Defesa.

Nessa idiotia não se questiona como foi o apoio dado ao índio

cocalero para que se elegesse, e que hoje preside aquele país.

Não se questiona Chávez e Lula. Os idiotas os aplaudem.

Quando o cocalero, também conhecido como "Evo Petrobale" ou

"Evo Cocale", com seus bem nutridos soldados de 1,90m de

altura, invadiram as instalações da PETROBRAS na Bolívia e

tomaram no grito a propriedade brasileira, Celso Amorim, então

ministro das Relações Exteriores, disse a Lula que Morales

estava no direito dele. Parece que Lula gostou do que ouviu e

nada fez em defesa da estatal brasileira e dos interesses dos

brasileiros por detrás dela e de sua atuação. Como "prêmio" à

"coragem" de "Cocale", Lula perdoou dívida de 52 milhões de

dólares da Bolívia para com o Brasil e ainda aceitou que o

invasor aumentasse o preço do gás que vende para nós.

Esqueceu que o gás concorre com a gasolina e o etanol, e eles

são responsáveis pelo aumento do custo de vida.

Estávamos muito bem representados. E como será agora frente

ao Ministério da Defesa?

“Que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros

milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha

a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a

corrupção?” (Juan Arias - Correspondente do El País/España)

E igualmente aguardo as respostas a alguns questionamentos,

principalmente dos jornalistas:

http://jorgeroriz.wordpress.com/por-que-o-brasil-e-o-paraisodo-

crack/

A questão que precisamos descobrir é porque esses índices

aumentaram tanto nos últimos anos. Onde estaria a raiz do

problema?... E isso nos leva ao debate, mas a um debate sério,

sem ideologias ou defesa de um grupo ideológico.

Infelizmente, o governo tem usado ferramentas erradas e

conceitos errados na hora de entender o que é causa e o que é

efeito. A violência que mata e que destrói está muito mais para

sintoma social do que doença social. Aliás, são várias as doenças

sociais que produzem violência como um tipo de sintoma.

Portanto, não adianta pensar em combater os criminosos e dar

tratamento aos viciados.

Já é tempo de a sociedade brasileira se conscientizar de que,

violência não é ação. Violência é, na verdade, reação. O ser

humano não comete violência sem motivo. É verdade que

algumas vezes as violências recaem sob pessoas erradas,

(pessoas inocentes que não cometeram as ações que

estimularam a violência). No entanto, as ações erradas existiram

e alguém as cometeu, caso contrário não haveria violência.

É entendido em todo o Mundo as principais causas da violência

são: o desrespeito -- a prepotência -- crises de raiva causadas

por fracassos e frustrações -- crises mentais (loucura

consequente de anomalias patológicas que, em geral, são casos

raros).

Exceto nos casos de loucura, a violência pode ser interpretada

como uma tentativa de corrigir o que o diálogo não foi capaz de

resolver. A violência funciona como um último recurso que tenta

restabelecer o que é justo segundo a ótica do agressor. Em

geral, a violência não tem um caráter meramente destrutivo. Na

realidade, tem uma motivação corretiva que tenta consertar o

que o diálogo não foi capaz de solucionar. Portanto, sempre que

houver violência é porque, alguma coisa, já estava anteriormente

errada. É essa “coisa errada” a real causa que precisa ser

corrigida para diminuirmos, de fato, os diversos tipos de

violências.

Em uma sociedade como a nossa, onde o princípio da

subsidiariedade é desconhecido ou ignorado, onde a

responsabilidade individual não é cobrada, a principal “ação

errada”, que antecede a violência é o desrespeito. Começa com o

desrespeito com nossas autoridades, e assim temos a eleição de

populistas ou palhaços como nossos representantes, quando

não estes terceirizam.

O desrespeito é consequente das injustiças e afrontamentos,

sejam pelo desrespeito às leis, sejam sociais, sejam econômicos,

sejam de relacionamentos conjugais, etc. A irreverência e o não

entendimento da liberdade, que a confundem com libertinagem -

estimuladas principalmente pela TV - também produzem

desrespeito. E, o desrespeito, produz desejos de vingança que

se transformam em violências.

Nas grandes metrópoles, além da pressão para sustentarem o

vício, onde as injustiças e os afrontamentos são muito comuns,

os desejos de vingança se materializam sob a forma de roubos e

assaltos ou sob a forma de agressões e homicídios.

Já a irreverência e a libertinagem estimulam o comportamento

indevido (comportamento vulgar), o que também caracteriza

desrespeito e produz fortes violências.

Observe que quando um cidadão agride o outro, ou mata o outro,

normalmente o faz em função de alguma situação que

considerou desrespeitosa, mesmo que a questão inicial tenha

sido banal como um simples pisão no pé ou uma dívida de

centavos. Em geral, a raiva que enlouquece a ponto de gerar a

violência é consequência do nível de desrespeito envolvido na

respectiva questão. Portanto, até mesmo um palavrão pode se

transformar em desrespeito e produzir violência. Logo, a

exploração, o calote, a prepotência, a traição, a infidelidade, a

mentira etc., são atitudes de desrespeito e se não forem muito

bem explicadas, e justificadas (com pedidos de desculpas e de

arrependimento), certa mente que ao seu tempo resultarão em

violências. É de desrespeito em desrespeito que as pessoas

acumulam tensões nervosas que, mais tarde, explodem sob a

forma de violência.

Sabendo-se que o desrespeito é o principal causador de

violência, podemos então combater a violência diminuindo os

diferentes tipos de desrespeito: seja o desrespeito com o direito

de propriedade, sem relativizá-la, seja o desrespeito econômico,

o desrespeito social, o desrespeito conjugal, o desrespeito

familiar e o desrespeito entre as pessoas (a “má educação”). E

principalmente o desrespeito com os pagadores de impostos,

hoje escravizados. Em termos pessoais, a melhor maneira de

prevenir a violência é agir com o máximo de respeito diante de

toda e qualquer situação. Em termos governamentais, as

autoridades precisam estimular relacionamentos mais justos,

menos vulgares e mais reverentes na nossa sociedade. O

governo precisa entender a diferença entre o público e o

privado, diminuir as explorações econômicas beneficiando

grupos de interesse como foi o caso da Sadia, Telemar/Oi e toda

sorte de empréstimos do BNDES e podar o excesso de

“liberdades” principalmente na TV e no sistema educativo do

país.

A vulgaridade, praticada nos últimos anos vem destruindo

valores morais e tornando as pessoas irresponsáveis,

imprudentes, desrespeitadoras e inconsequentes. Por isso,

precisamos, também, restabelecer a punição infanto-juvenil

tanto em casa quanto na escola. Boa educação se faz com

corretos deveres e não com direitos insensatos. Precisamos

educar nossos adolescentes com mais realismo e seriedade para

mantê-los longe de problemas, fracassos, marginalidade e

violência. Se diminuirmos os ilusórios direitos (causadores de

rebeldias, prepotências e desrespeitos) e reforçarmos os

deveres, o país não precisará colocar armas de guerra nas mãos

da polícia para matar nossos jovens (como tem acontecido tão

frequentemente).

Bem, se não gostou e tem criticas a fazer, ou tem dúvidas sobre

o que escrevi, ou queira me passar mais informações sobre os

três principais temas (discriminação espacial, drogas e

violência), favor encaminhe-as para:

Gerhard Erich Boehme

gerhard@boehme.com.br

Skype: gerhardboehme

Caixa Postal 15019

80530-970 Curitiba - PR

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