Cinco anos não foram suficientes para concluir o processo do “Mensalão”; é o que afirmou o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski em entrevista ontem à Folha de São Paulo. As penas para os réus vão prescrever antes que o julgamento esteja concluído. "São mais de 600 páginas de depoimentos”. “Quando receber o processo começarei do zero. Tenho que ler volume por volume”. “Não posso condenar um cidadão sem ler as provas," disse o ministro.
Infelizmente o nosso sistema processual é arcaico e foi criado em janeiro de 1942; portanto já faz 70 anos! Isto permite que haja um grande atraso na tramitação dos processos, pois passam por muitas etapas, com prazos para prescrição muito curtos, muitas vezes resultando na perda do direito de punir, como vai acontecer agora. Com advogados competentes, no exercício da sua profissão, eles usam meios permitidos pela legislação para prorrogar o feito, e a conclusão do processo vai para as calendas gregas. O caso Maluf é um bom exemplo. O dinheiro surrupiado do contribuinte foi para o exterior e por lá ficou. Quem faz as Leis é o poder legislativo, isto é, os deputados federais. Alguém sabe explicar porque eles não tomam a iniciativa de reformular as leis...? A mensagem que o Estado passa para o povo é que vale a pena ser corrupto. As recentes quedas de ministros por motivo de corrupção é uma prova eloqüente do atual situação vergonhosa que enoja a sociedade. Dinheiro do povo sofrido desviado para o bolso dos espertalhões. Pudera; um pais com 38 ministérios é uma aberração. Nem a presidente Dilma, nem os próprios políticos sabem de cor os nomes dos seus titulares. Enquanto os ministérios forem sendo “dados” em forma de sesmarias para cooptar partidos no apoio ao Governo, e não por pessoas honestas, do ramo e capazes, não importando a que partido estejam vinculados, a situação tende a continuar. Somente com leis duras e simples, a malandragem pode ser contida. Em tempo: Recentemente, o ex-governador de Illinois, nos EUA, (Rod Blagojevich) foi condenado a 14 anos de cadeia por corrupção... Quanta diferença!
